A HIERARQUIZAÇÃO DOCENTE A PARTIR DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE LICENCIANDOS



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Transcrição:

A HIERARQUIZAÇÃO DOCENTE A PARTIR DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE LICENCIANDOS Fernanda Lourdes de Carvalho Gomes Lustosa / UFPI/UFRN Maria do Rosário de Fátima de Carvalho / UFRN Luís Carlos Sales / UFPI INTRODUÇÃO A temática do professor permanece sendo abordada nos estudos desenvolvidos na área de formação docente. Interessados nessa temática, enfocamos o professor sob o olhar do licenciando, direcionando a atenção para o processo de (des)valorização que permeia a profissão docente. Objetivamos, a partir das representações sociais (RS) que os licenciandos partilham sobre o professor em seus contextos de atuação, desvelar possíveis níveis hierárquicos existentes dentro desta profissão. Especificamente, pretendemos captar a relação entre tais representações e as atitudes destes estudantes para com o processo formativo e o exercício da futura profissão. Nesse sentido, procuramos explicações no campo psicossocial, por meio da apreensão das RS de professor partilhadas por licenciandos da UFPI. Adotamos a teoria das RS de Moscovici (1978) como o referencial teórico adequado para a apropriação e interpretação do universo simbólico destes estudantes. Para isso, tomamos por base o conceito adotado por Jodelet (2001, p.22) para o termo RS como sendo: [...] uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. [...] Enquanto sistemas de interpretação que regem nossa relação com o mundo e com os outros, elas [as representações sociais] orientam e organizam as condutas e as comunicações sociais [...]. Como fenômenos cognitivos, envolvem a pertença social dos indivíduos com as implicações afetivas e normativas, com as interiorizações de experiências, práticas, modelos de conduta e pensamento, socialmente inculcados ou transmitidos pela comunicação social, que a ela estão ligadas [...]. Com a intenção de alargar as fronteiras metodológicas dos estudos em RS, fizemos uso de registros iconográficos (fotografias) como estímulo visual, na coleta de dados. Realizamos entrevistas semi-estruturadas, apoiadas em léxicos iconográficos contidos em 16 fotografias de professores. Seguimos os ensinamentos de Loizos (2002) acerca do modo como as fotografias devem ser feitas e retratamos os professores em

2 sala de aula, de um ângulo que os mostrassem de pé junto ao quadro, deixando à mostra a estrutura física de cada rede e nível de ensino. Tais fotografias apresentam-se como um registro natural desse profissional, fornecendo os dados necessários para uma leitura semiótica, em que o leitor não tem dúvidas de se tratar de um professor. Optamos pela utilização deste recurso visual em virtude de que a manipulação de fotografias contribui para fazer aflorar à memória do entrevistado dados ou fatos que ele possui acerca do objeto da pesquisa; permite o estabelecimento de comparações e proporciona uma relação menos inibidora para o entrevistado, visto que é um procedimento mais lúdico. Dessa maneira, conseguimos acessar os conteúdos das representações que orientaram os atos classificatórios dos respondentes. O TRABALHO O material explorado neste artigo faz parte de uma investigação que estamos desenvolvendo junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, intitulada Representações sociais de professor a partir de suas imagens. Tal investigação leva em consideração os resultados do estudo de Sales (1996) que sinalizaram para uma tendência à hierarquização dentro da profissão docente, direcionando-nos a questionar: o licenciando da UFPI representa a profissão de professor com algum nível de hierarquização, destacando, dentro desta categoria, profissionais mais e menos valorizados? Pressupomos que o conteúdo representacional (positivo ou negativo) partilhado pelos licenciandos, acerca do professor e da sua futura profissão, pode exercer influência na relação destes com sua formação e o exercício profissional. O campo de pesquisa foi a Universidade Federal do Piauí i, um dos ambientes públicos em que se encontram licenciandos em formação na cidade de Teresina. Fizeram parte do recorte amostral, 106 licenciandos que se encontravam, no momento da coleta de dados, inseridos em algum dos cursos de licenciatura oferecidos por aquela IES, ou seja, em processo de formação docente. A representatividade do recorte foi em função de suas inserções nos diferentes cursos de licenciatura. O perfil encontrado revelou que 60,3% dos entrevistados pertencem ao sexo masculino, 39,7% ao feminino e a maioria se encontra na faixa etária de 19-23 anos (66,1%). Para adentrarmos na literatura que aborda a temática do professor relacionada à formação docente, recorremos a autores como Esteve (1991), Nóvoa (1991), Costa

3 (1995), Paiva; Junqueira; Muls (1997), Sales (1996; 2000), Pessanha (2001), Damis (2002), Santos (2002), Scheibe (2002), Vieira (2002), Lapo; Bueno (2003), Ferreira (2004), os quais discorrem mais especificamente sobre processos de (des)valorização da profissão docente, sobre as representações sociais de professor e as imagens construídas acerca desse profissional, entre outros pontos igualmente relevantes para nosso estudo. Tais autores contribuíram para a compreensão do contexto histórico em que se forjam as representações sociais de professor. Produzimos os dados quantitativos da pesquisa a partir da classificação das fotos de professor realizadas pelos licenciandos. Analisamos estes dados por meio da função Factor Analysis, disponível no SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Tal função processou estatisticamente as 16 variáveis (fotos), apresentado-as em gráfico bidimensional que possibilitou a visualização tanto dos números referentes a cada foto, quanto dos agrupamentos de fotos com suas características comuns. Os dados de natureza qualitativa tomaram por base as falas dos licenciandos, ao verbalizarem/justificarem cada agrupamento feito com as fotos e, também, as respostas relativas às duas questões abertas da entrevista semi-estruturada. As questões procuraram apreender como esses estudantes se viam como professor no futuro e, de modo projetivo, como eles acham que as outras pessoas os viam como professor no futuro. Adotamos como procedimento analítico destas informações qualitativas a análise de conteúdo, através da técnica de análise categorial (BARDIN, 1977). OS RESULTADOS Durante o ato de manipular as fotos de professores, percebemos que os licenciandos realizaram diversas leituras semióticas em que o significado (subjetivo - se ver como professor) e o significante (objetivo - quais imagens se encaixam no modelo construído e esperado para si próprio) apresentaram-se como parte constitutiva de uma mesma realidade, mediada por estes estudantes na emissão dos sentidos mais subjetivos acerca do professor. Tal atividade proporcionou nos licenciandos uma reflexão acerca da própria formação e da prática profissional que a envolve. Como mediadores desse processo, os licenciandos efetuaram uma construção e, ao mesmo tempo, uma reconstrução dessas imagens a partir do conhecimento comum, partilhado socialmente, por meio das RS de professor que lhes servem de orientação. Ou seja, ao classificarem as fotos de professores em dois grandes grupos e verbalizarem os

1 0 - fc 98 76 54 32 1 01, 65 43 21 0, o o 50 m m p p o o n n e e n n t t 12 P l o t 4 critérios escolhidos, os licenciandos realizaram um julgamento desses profissionais, deixando à mostra as similaridades existentes entre as fotos. Evidenciamos, a partir desse ato classificatório, uma sinalização para representações de conteúdo hierarquizado, ancoradas em imagens subsidiadoras desta classificação, conforme gráfico I, a seguir: Gráfico I: classificação livre das fotos de professores Analisando o gráfico I, observamos a existência de um agrupamento (lado esquerdo) com as fotos 2, 3, 5, 6, 7, 10, 14, 16. Tais fotos retratam profissionais bem vestidos, que se encontram ministrando aula em ambientes bem estruturados, com salas limpas, arejadas, pintadas, com quadro de acrílico, ar-condicionado e recursos didáticos. De acordo com as justificativas dadas pelos respondentes durante o ato classificatório, estes professores foram avaliados como os mais valorizados, pois para eles são profissionais do ensino superior ou da rede particular, possuem mestrado ou doutorado, ganham mais etc. Um outro agrupamento de fotos se formou do lado direito do gráfico I. Ele é composto por fotos de professores retratados em locais com pouca estrutura, cujas salas se mostram deterioradas, apresentam-se vestidos de modo bastante simples e a maioria não utiliza modernos recursos didáticos (fotos 1, 4, 8, 9, 11, 12, 14, 15). Para os licenciandos, estes profissionais ministram aula na rede pública, principalmente nas séries iniciais, não se qualificaram, ganham pouco e, por isso, foram julgados como menos valorizados.

5 No que se refere à primeira questão da entrevista (em qual desses grupos você se vê como professor no futuro? por quê?), percebemos que os licenciandos ancoram seus anseios profissionais em imagens de profissionais de nível superior, pós-graduação, têm a oportunidade de desenvolver pesquisa e que, por isso mesmo, apresentam um status financeiro maior, correspondendo à maioria das fotos de professores que se encontra posicionada do lado esquerdo do gráfico, conforme suas falas: Protocolo 3 = Suj 1 Eu? No grupo (6, 7, 13, 10, 3, 4, 5). Na universidade pública porque é...você tem um salário melhor, em comparação com os outros. Porque é onde você tem a oportunidade de desenvolver pesquisa, pelo menos aqui, no Brasil. Protocolo 15 = Suj 10 Com certeza, o grupo (16, 2, 3, 7, 12) porque como eu já disse antes, é... as professoras são bem mais qualificadas. Elas têm cara... de que já são [têm] mestrado, ou doutorado. E a escola que elas estão, com certeza, é... paga melhor que as outras escolas dos outros grupos. Protocolo 18 = Suj 13 O grupo (5, 3, 7, 16, 2, 13, 14) do ensino superior porque eu estou me preparando pra isso, eu quero ser um profissional... de universidade, né?... ao meu modo, não tradicional. Uma coisa,... mais... que chame a atenção, que... diferenciado dos outros, que os alunos aprendam e gostem daquilo que tão aprendendo. Protocolo 27 = Suj 17 Buscarei, diuturnamente, fazer parte do grupo (05, 16, 11 e 07). Porque da mesma forma eu fosse contratar os melhores... Eu também quero fazer parte do grupo dos melhores. Protocolo 47 = Suj 35 Me vejo, por incrível que pareça, né? no grupo (16, 07, 05), porque justamente pelo fato de... de aparentar um status financeiro maior. Um outro ponto que merece destaque nas falas dos licenciandos acerca do modo como eles se vêem como professor no futuro, refere-se ao fato de que a maioria deles associa suas escolhas a certas atitudes que eles apontam como prerrogativas para atingir um nível hierárquico valorizado dentro da profissão docente. Tais atitudes estão relacionadas a: esforço pessoal, competência e interesse em se destacar profissionalmente, seguindo as possibilidades objetivas disponibilizadas nos seus contextos vivenciais, como também, as suas RS: Protocolo ii 10 = Suj 6 Espero chegar até o grupo (7, 13, 16, 5), né? Porque a gente procura sempre dar o máximo de si,... procura, é... cada dia que passa, procura aprofundar nossos conhecimentos e os profissionais que... que fazem parte desse grupo, do G4, eles são isso. Eles são profissionais que são capacitados, que se superaram... ou estão acima da média em geral. Protocolo 36 = Suj 25 No grupo (03, 06, 11, 02, 13, 07, 16, 14, 05) devido a me preparar pra ter planos de fazer minha carreira, pós-graduação entre outros.

6 Protocolo 50 = Suj 38 Olha, eu espero estar no grupo (02, 03, 06, 13). Vou lutar pra isso, tenho determinação, tenho competência e espero ser muito dinâmico e criativo em sala de aula. Protocolo 55 = Suj 43 Eu acho... eu acho que dou aula é... razoável... razoável. É no grupo (05, 10, 13, 16) porque eu me acho uma pessoa esforçada e eu faço tudo para dar uma boa aula e... Apesar de quase todos os licenciandos se perceberem como professores no futuro, captamos, em algumas poucas falas, a rejeição e/ou a incerteza desta opção profissional para si: Protocolo 39 = Suj 28 Eu não sei, eu não consigo me ver entre eles porque eu não pretendo seguir a carreira de professor. Protocolo 65 = Suj 53 Pra ser sincera, nenhum dos três. Porque eu não estou bem certa se é isso que eu quero pra minha vida. Se é lecionar, se é dar aula. Protocolo 93 = Suj 81 (risos...) em qual desses grupos eu me veria como professor? Na verdade, é... eu não queria ser professor (risos...), mas [escolho] o grupo (16, 07, 05, 10, 06, 13, 03, 02). No entanto, uns poucos afirmam que, caso optem por esta profissão, procurarão se qualificar e se inserir em escolas particulares, demonstrando em suas falas o desejo/anseio de se colocar entre os profissionais docentes julgados por eles como mais valorizados socialmente: Protocolo 82 = Suj 70 No grupo (16, 07, 04, 13, 05, 10, 06, 02), porque se eu decidir ministrar aula, ser professor, eu vou tentar me qualificar muito bem pra isso. Protocolo 86 = Suj 74 Olha, eu não sei se vou seguir essa carreira de magistério, de professor, mas eu gostaria muito de me inserir no grupo (07, 06, 05, 13, 10, 16, 02, 03) que é o grupo dos professores da escola particular. Em seguida expomos os dados obtidos projetivamente, quando perguntamos como eles achavam que as outras pessoas os viam como professor, no futuro. Nas falas, a seguir, alguns dos respondentes salientam que as outras pessoas imaginavam que eles seriam profissionais de nível fundamental e não de nível superior, que estariam inseridos em escolas públicas ao invés de particulares, ou seja, aquém de suas expectativas pessoais, expressas com mais ênfase ao responderem como eles se viam como professor no futuro.

7 Além disso, percebemos que entre as justificativas dadas à questão projetiva, algumas sinalizaram para: a desvalorização da profissão de professor nos níveis iniciais, pois, para eles, o curso de Pedagogia está associado com a educação infantil e a desvalorização do professor que atua nas séries iniciais; falta de capacidade que os outros acham que eles teriam para galgar postos mais elevados na educação; uma associação, feita pelos outros, de sua inserção como profissional de escola pública, atualmente e no futuro, em decorrência de sua origem humilde e, também, a (des) valorização social da profissão de professor. Tais falas, expostas a seguir, enfatizam o processo reflexivo, proporcionado na coleta de dados aos respondentes: Protocolo 5 = Suj 3 Certamente, aqui, no grupo (11, 15, 8, 1, 3, 14, 4, 9). Por conta de é... de tá parecendo, aqui, que seja no ensino fundamental e em escolas públicas é... por conta disso mesmo, porque é de escola de ensino fundamental, que eles... porque eles acham que eu não teria muita capacidade para mudar dessa daqui para o ensino superior. Que eu não teria, mas eu, certamente, hei de ter. Protocolo 17 = Suj 12 Acho que eles me imaginariam, no grupo (15, 8, 9)... por causa até da própria formação, né? Se você se forma em Pedagogia, né? Acham que você vai ser professora na educação infantil, né? [...] Protocolo 84 = Suj 72 Eu acho que... pela minha origem, o pessoal veja... me veja no grupo (14, 01, 12, 09, 15, 11, 08), pela minha origem. O pessoal acha que a pessoa, nascendo naquela classe ali, ele não vai chegar... nunca vai poder chegar numa classe mais alta; vai ter que se contentar com aquele que eles acham que é até onde eu posso chegar. Protocolo 113 = Suj 101 É... pelas pessoas que eu conheço, com certeza, no grupo (11, 12, 03, 09, 15, 08), o pior grupo é... porque... pelas pessoas que eu conheço, eu moro é... numa periferia e lá já... já... o ambiente próprio, já diz que se eu for professor, eu vou ser professor de escola publica. Protocolo 26 = Suj 16 As outras pessoas me incluem na educação com o grupo (08, 11 e 15). Porque, hoje, o professor... dar aula, ser docente não tá tão valorizado. Protocolo 102 = Suj 90 Acho que eles me imaginam, aqui, no grupo (03, 10, 16, 14, 02, 13), justamente pelo fato que eles não dão valor ao professor, aqui nesse país. Por outro lado, nessa situação projetiva, há alguns poucos que se vêem, no futuro, trabalhando em escolas particulares ou em instituições de nível superior, qualificados e bem remunerados: Protocolo 12 = Suj 8 Eu acho que no grupo (7, 5, 16) porque as pessoas esperam muito de mim e eu acho que o reconhecimento que o professor ganha... prá professor adquirir é quando ele está no ensino privado ou no ensino superior. Quando ele tá dando aula no ensino público médio, infantil, não é tão reconhecido.

8 Protocolo 18 = Suj 13 As outras pessoas, eu creio que... que eles tão pensando que eu vou ser é... é de universidade, do grupo (5, 3, 7, 16, 2, 13, 14), né? que eu estou me preparando pra isso, já estou terminando meu curso. Também eu vejo assim. Protocolo 48 = Suj 36 Também no grupo (06, 03, 05, 10, 13, 16, 09) porque é... tem os... principalmente, os meus familiares, uma esperança de uma carreira bem sucedida. Protocolo 52= Suj 40 Acho que no grupo (02, 12, 11, 03, 16, 10, 05, 06), também, porque eu, (risos)... É porque eu estou procurando galgar uma formação melhor e eu estou procurando é... as pessoas me olham... me vêem, também, que eu tenho uma condição pra eu estar num nível melhor. CONCLUSÕES Analisando as escolhas das fotos de professor, consideradas pelos licenciandos como condizentes com o perfil de profissional ideal para eles, percebemos que tais escolhas tanto ressaltam pontos relacionados ao processo formativo e o exercício da futura profissão, quanto ao sucesso profissional que os respondentes almejam para si próprios como docentes. Esses pontos estão visivelmente expressos no julgamento que fazem dos professores, classificando-os em dois grandes grupos (conforme exposto no gráfico I) e, também, em suas falas quando se referem: (1) ao modo como os professores retratados estão desempenhando a sua prática docente, (2) aos recursos didáticos que estavam utilizando, (3) ao suposto nível superior que possuem parte dos professores retratados, (4) ao compromisso que os professores aparentam ter para com o processo educativo e (5) à possibilidade de receber melhores salários quando lecionam em ambientes bem estruturados. Assim, evidenciamos que tais escolhas deixam à mostra a reflexão acerca da própria formação e exercício docente que estes respondentes realizaram ao julgarem e verbalizarem tal julgamento acerca dos professores em seus locais de trabalho. De um modo geral, os dados referentes à questão que indaga como os licenciandos se viam como professor no futuro, sinalizaram para os profissionais considerados no topo da escala hierárquica da profissão docente, pois, estes transmitem a imagem ideal de professor que os respondentes almejam para si no futuro. Eles ancoram a futura profissão em imagens que refletem profissionais mais valorizados. Constatamos isso quando suas escolhas e justificativas pelos professores retratados apontam para os que aparentam atuar em instituições de nível superior, que possuem pós-graduação, que têm a oportunidade de se envolver com a pesquisa, que se

9 encontram em ambientes bem estruturados, que se apresentam bem vestidos e demonstram segurança nos conteúdos ministrados. Um outro ponto observado refere-se ao fato de as imagens selecionadas estarem associadas ao que eles objetivamente podem galgar como professores em formação. Em suas falas, eles deixam claro que estão conscientes das possibilidades materiais e culturais de que dispõem, do universo simbólico de que fazem parte como alunos dos cursos de licenciatura de uma universidade federal e com chances de vir a fazer pósgraduação, uma vez que, para estes estudantes, a formação estende-se para além do curso de graduação. Ao analisarmos as informações relacionadas à questão projetiva que indagava em qual grupo os licenciandos achavam que as outras pessoas os viam como professor no futuro, observamos algumas mudanças entre o que eles adotaram para si e o que eles achavam que as outras pessoas pensavam acerca do seu futuro profissional. Tal mudança refere-se à elevação na escolha das fotos dos professores considerados menos valorizados e a um decréscimo, conseqüentemente, na indicação para os profissionais julgados como mais valorizados. Ou seja, na primeira questão, a maioria das fotos apontadas (ordem crescente) retrata os professores julgados pelos licenciandos como mais valorizados (6, 13, 3, 10, 5, 16 e 7), lado esquerdo do gráfico I. Porém, na situação projetiva, estas mesmas fotos receberam indicações acentuadamente inferiores. Com isso, ocorreu uma ampliação no número de indicações feitas para a maioria dos professores julgados pelos licenciandos como menos valorizados na escala hierárquica da profissão docente (1, 12, 8, 14, 15, e 4), isto é, os que se encontram do lado direito do gráfico I. Acreditamos que isso tenha ocorrido porque a situação projetiva favorece a expressão do que está mais oculto e que, geralmente, não é desvelado nas perguntas diretas. Assim, ao se projetaram, eles puderam falar mais abertamente das reais dificuldades que permeiam a profissão docente: formação, qualificação, exercício e (des)valorização profissional. Interpretamos que essas falas estão permeadas pelas RS de professor, as quais são objetivadas na hierarquização presente nos diferentes níveis da profissão docente e nos comentários a respeito das precariedades maiores para o exercício profissional nos primeiros níveis. Concluímos que as representações sociais de professor, partilhadas por estes licenciandos, a partir de imagens desse profissional em diversas redes e níveis de

10 ensino, evidenciam uma escala hierárquica dentro da profissão docente, em que profissionais de nível superior, qualificados etc estão no topo dessa escala. Contrariamente, os que estão inseridos nos níveis iniciais são classificados como menos valorizados profissionalmente. BIBLIOGRAFIA COSTA, M. C. V. Trabalho docente e profissionalismo. Porto Alegre: Sulina, 1995. DAMIS, O. T. Formação pedagógica do profissional da educação no Brasil: uma perspectiva de análise. In: VEIGA, I. P. A.; AMARAL, A. L. (Orgs.) Formação de professores: políticas e debates.-campinas, SP: Papirus, 2002, p. 97-130 (Coleção Magistério: formação e trabalho pedagógico). ESTEVE, J. M. Mudanças sociais e função docente. In: NÓVOA, Antonio. Profissão professor. Portugal: Porto Editora Ltda., 1991, p. 95-124. FERREIRA, Rodolfo. Magistério, Mídia e Imagem: o jogo das expectativas. In: OLIVEIRA, Valeska Fortes de (Org.). Imagens de Professor: significações do trabalho docente. 2. 2d., Ijuí: Ed. Unijuí, 2004, p. 111-124. JODELET, Denise. Representações Sociais: um domínio em expansão. In: JODELET, Denise (Org.). As Representações Sociais. Tradução de Lílian Ulup. Rio de Janeiro: EdUERJ,, p. 17-44, 2001. LAPO, F. R.; BUENO, B. O. Professores: desencanto com a profissão e abandono do magistério. In: Cadernos de Pesquisa, n.118, São Paulo, mar.2003. LOIZOS, Peter. Vídeo, Filme e Fotografias como documentos de pesquisa. In: Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Tradução de Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. MOSCOVICI, Serge. A representação social da Psicanálise. Tradução de Álvaro Cabral, Rio de Janeiro: Zahar, 1978, p. 1-81. NÓVOA, Antonio. Profissão professor. Portugal: Porto Editora Ltda., 1991, p. 11-32. PAIVA, V.; JUNQUEIRA, C.; MULS, L. Prioridade ao ensino básico e pauperização docente. In: Cadernos de Pesquisa, v. 100, mar.1997, p-57-77. PESSANHA, Eurize Caldas.Ascensão e queda do professor. 3ª ed.- São Paulo, Cortez, 2001. ROAZZI, Antonio. Categorização, formação de conceitos e processos de construção de mundo: procedimentos de classificações múltiplas para o estudo de sistemas conceituais

11 e sua forma de análise através de métodos de análise multidimensionais. Cadernos de Psicologia, n.1, p. 1-27, 1995. SANTOS, L.L. de C. P. Identidade docente em tempo de educação inclusiva. In: VEIGA, I. P. A.; AMARAL, A. L. (Orgs.) Formação de professores: políticas e debates.-campinas, SP: Papirus, 2002, p. 155-174 (Coleção Magistério: formação e trabalho pedagógico). SALES, Luís Carlos. Estudar para quê? Teresina: EDUFPI, 1996.. O valor simbólico do prédio escolar. Teresina: EDUFPI, 2000. SCHEIBE, L. Formação dos professores da educação pós-ldb: vicissitudes e perspectivas. In: VEIGA, I. P. A.; AMARAL, A. L. (Orgs.) Formação de professores: políticas e debates.-campinas, SP: Papirus, 2002, p. 47-93 (Coleção Magistério: formação e trabalho pedagógico). VIEIRA, S. L. Políticas de formação em cenário de reforma. VEIGA, I. P. A.; AMARAL, A. L. (Orgs.) Formação de professores: políticas e debates.-campinas, SP: Papirus, 2002, p. 13-45 (Coleção Magistério: formação e trabalho pedagógico).

i A Universidade Federal do Piauí oferece os seguintes cursos de licenciatura: Letras (Português, Inglês e Francês), Geografia, História, Filosofia, Educação Artística (Música, Artes Plásticas e Desenho), Educação Física, Biologia, Física, Química, Matemática e Pedagogia, os quais fazem parte das áreas de Educação, Natureza, Saúde e Humanas e Letras. ii Protocolo é a denominação técnica dada à folha na qual se anotam todas as informações coletadas junto ao sujeito inclusive as transcrições das gravações em fita cassete.