Turma e Ano: Curso de Direito Processual Civil 2015 módulo B Matéria / Aula: APELAÇÃO: Efeito suspensivo e devolutivo. Teoria da Causa madura Aula 9 Professor: Edward Carlyle (Juiz Federal) Monitor: Lino Ribeiro Aula 09 APELAÇÃO Art. 1.010. NCPC A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: I - os nomes e a qualificação das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; IV - o pedido de nova decisão. 1 o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. 2 o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões. 3 o Após as formalidades previstas nos 1 o e 2 o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. Art. 514. CPC/73 A apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá: I - os nomes e a qualificação das partes; II - os fundamentos de fato e de direito; III - o pedido de nova decisão. Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) No NCPC é taxativo que a apelação é dirigida ao juízo de primeiro grau. Os requisitos de admissibilidade estão previstos nos incisos I a IV. Ademais, agora no inciso III e IV é necessário a exposição do fato e do direito, bem como as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade diferente do CPC/73.
APELAÇÃO PRAZO: 15 DIAS ÚTEIS (ART. 1003, 5º DO NCPC) CONTRARRAZÕES - PRAZO: 15 DIAS ÚTEIS (ART. 1010, 1º DO NCPC) REMESSA AO TRIBUNAL (ART. 1010, 3º DO NCPC)* APELAÇÃO ADESIVA CONTRARRAZÕES DA APELAÇÃO ADESIVA (ART. 1010, 2º DO NCPC) * O juízo de 1º grau não faz mais juízo de admissibilidade da apelação. Em razão disso, surgiu um problema no que tange o juízo de retratação. Como o juiz vai fazer um juizo de retratação sem fazer o um juízo de admissibilidade? Resposta: O juiz vai fazer um juízo de admissibilidade implícito. Se o juízo for positivo ele poderá se retratar, no entanto se for negativo não será possível a retratação. TRIBUNAL DE 2º GRAU Art. 1.011. NCPC Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator: I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V; II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado. Art. 932. Incumbe ao relator: (...) III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; (...) Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. Art. 557. CPC/ 73 O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. 1 o -A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. 1 o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. 2 o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor.
TRIBUNAL DE 2º GRAU (ART. 1011 NCPC) RELATOR NÃO DECIDIR DE RECURSO (juízo de admissibili dade art. 932, III do NCPC) INADMISSÍVEL PREJUDICAD O súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; NÃO TENHA IMPUGNADO ESPECIICAMENTE OS FUNDAMENTOS DAS DECISÕES RECORRIDAS DECIDIR MONOCRATICAME NTE NEGAR PROVIMENTO A RECURSO QUE FOR CONTRÁRIO A (ART. 932, IV DO NCPC) JUÍZO DE MÉRITO: acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência Depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a (Art 932, V do NCPC) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência Recurso inadmissível é aquele que não possui algum dos requisitos de admissibilidade; Prejudicado no momento da interposição os requisitos de admissibilidade foram preenchidos, no entanto no curso do processo deixa de exisitir. Não tenha impugnado especificamente os fundamentos das decisões recorridas essa hipótese antes não existia. O relator não pode mais decidir com base em jurisprudência dominante.
15 dias úteis 15 dias úteis para contrarrazoar TRIBUNAL DE 2º GRAU (ART. 1011 NCPC) RELATOR DECIDIR MONOCRATIC AMENTE COLEGIAD O DA DECISÃO MONOCRATICA CABE AGRAVO INTERNO ART. 1021 DO NCPC sem retratação leva para julgamento Declarada manifestamente inadmissível ou improcedente: votação unânime a) decisão fundamentada b) beneficiário da multa é a parte contrária (agravado) c) multa entre 1 a 5 % do valor atualizada da causa d) interposição de qq outro recurso está condicionado ao depósito prévio da multa do 4, salvo para Fazenda Pública e beneficíario de JG Art. 1.021. NCPC Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. 1 o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. 2 o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-loá a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. 3 o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. 4 o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. 5 o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no 4 o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. De acordo com o NCPC o agravo interno tem natureza de recurso. Efeito suspensivo Apelação O efeito da apelação é ope legis.
Art. 1.012. NCPC A apelação terá efeito suspensivo. 1 o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição. 2 o Nos casos do 1 o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. 3 o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do 1 o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II - relator, se já distribuída a apelação. 4 o Nas hipóteses do 1 o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. As exceções ao efeito suspensivo estão previstas no art;. 1012, 1º, inc I a VI do NCPC. PEDIDO DE ATRIBUIÇÃO DO EFEITO SUSPENSIVO A APELAÇÃO (ART. 1012, 3º NCPC) TRIBUNAL RELATOR FUNDAMENTO ( 4º) INTERPOSIÇÃO DA APELAÇÃO E SUA DISTRIBUIÇÃO (RELATOR) SE JÁ DISTRIBUIDA A APELAÇÃO PROBABILIDADE DE PROVIMENTO DO RECURSO SENDO RELEVANTE A FUNDAMENTAÇÃO HOUVER RISCO DE DANO GRAVE OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO
Efeito devolutivo Apelação Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. (DIMENSÃO HORIZONTAL DO EFEITO DEVOLUTIVO NO RJ SE CHAMA EXTENSÃO DO EFEITO DO RECURSO) 1 o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. (DIMENSÃO VERTICAL DO EFEITO DEVOLUTIVO NO RJ SE CHAMA PROFUNDIDADE DO EFEITO DEVOLUTIVO ) 2 o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. (DIMENSÃO VERTICAL DO EFEITO DEVOLUTIVO NO RJ SE CHAMA PROFUNDIDADE DO EFEITO DEVOLUTIVO ) 3 o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 4 o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau. 5 o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação. Fundamentação do recurso o tribunal não está vinculado. O tribunal pode utilizar de todas as questões que foram suscitadas e discutidas no curso do processo e desde que do capítulo impugnado. TEORIA DA CAUSA MADURA Art. 1013, 3º do NCPC Art. 1013 NCPC (...) 3 o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. REFORMAR A SENTENÇA TERMINATIVA (485) PROCESSO COM CONDIÇÕES DE IMEDIATO JULGAMENTO TRIBUNAL DEVE DECIDIR DESDE LOGO O MÉRITO DECRETAR NULIDADE DA SENTENÇA EXTRAPETITA DECRETAR A NULIDADE DA SENTENÇA CITRA PETITA DECRETAR NULIDADE POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO Art. 1.014. NCPC As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Art. 517. CPC/73 As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. O Fredie Didier faz uma interpretação ampla em relação as questões de fato podem ser causas de pedir, no entanto ele é minoritário. Na verdade trata-se de argumento novos para a mesma causa de pedir. É a corrente majoritária.