S U M Á R I O: 4.0 - HISTÓRICO E AVALIAÇÃO DAS RUINAS DE EDIFÍCIOS NA RMR (ITEP2001) 4.1 ALVENARIA ESTRUTURAL TÓPICOS ESPECIAIS



Documentos relacionados
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Departamento de Arquitetura e Urbanismo

ABNT NBR NORMA DE DESEMPENHO

LAUDO TÉCNICO DE ENGENHARIA CIVIL LTA

Na mentalidade da empresa, modernizar é elevar a qualidade dos processos e produtos, consequentemente, aumentar sua competitividade no mercado.

ENCUNHAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO ANÁLISE DE SOLUÇÕES PRÁTICAS. Comunidade da Construção Sistemas à base de cimento

Rev Modificação Data Projetista Desenhista Aprovo. Sítio. Área do sítio

ESTUDO DE CASO CONJUNTO HABITACIONAL. HIS Conjunto Heliópolis/Gleba G

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Estruturas. Alvenaria Estrutural.

MEMORIAL DESCRITIVO versão 04

Construções Rurais. Prof. João Marcelo

DCC - RESPONDENDO AS DÚVIDAS 06. LAJE

2 Sistema de Lajes com Forma de Aço Incorporado

MEMORIAL DESCRITIVO PRÉDIO DE APARTAMENTOS. Local: Rua General Auto, N 101 e 111 Centro Porto Alegre

IBAPE - XII COBREAP - CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS, BELO HORIZONTE/MG

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS DE CONCRETO

ALVENARIA DE BLOCOS DE SOLO-CIMENTO FICHA CATALOGRÁFICA-27 DATA: JANEIRO/2014.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAÇADOR SECRETARIA MUNICPAL DE EDUCAÇÃO MEMORIAL DESCRITIVO

MEMORIAL DESCRITIVO. 1.4 LIMPEZA PERMANENTE DA OBRA Durante a execução, até a entrega definitiva da obra, a mesma será mantida permanentemente limpa.

RESIDENCIAL TERRA NATIVA Estudo do Parcelamento do Solo

PROJETO DE LEI Nº..., DE (Deputado Augusto Coutinho)

Relatório Técnico. Analise de sistemas de lajes.

ANÁLISE DE CUSTO-BENEFÍCIO: USO DE ESTRUTURAS DE LAJES ALVEOLARES E ESTRUTURAS DE LAJES NERVURADAS

DESCRIÇÃO DO BEM. LOCALIZAÇÃO: Imóvel localizado na Rua Nilson Gottlieb nº (margem da BR-277) nesta Cidade e Comarca de Foz do Iguaçu Paraná.

Características do Sistema

Anexo I. Caderno de Especificações Técnicas. Execução de Adaptações, Obras Civis e Instalações para Implantação de Grupo Motor Gerador

Totalmente erguida em alvenaria estrutural, Obra racionalizada ARQUITETURA

3. O projeto fornecido para a modelagem paramétrica 3D

Reabilitação de Edifícios Antigos e Sustentabilidade

Diretrizes para Solução dos Problemas Relacionados aos Prédios Construídos em Alvenaria Resistente na Região Metropolitana do Recife

Wood Frame CONCEITO. O Wood-Frame é um sistema composta por perfis de madeira que em conjunto com placas estruturais formam painéis

A Importância dos Projetos de Sistemas de Proteções Coletivas Engº José Carlos de Arruda Sampaio

MEMORIAL DESCRITIVO E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PARA AS OBRAS DE REFORMA DO GINÁSIO POLIESPORTIVO LOIOLA PASSARINHO E CONSTRUÇÃO DO ANEXO.

PROJETO DE EDIFICAÇÕES RURAIS

AULA A TIPOS DE LAJES

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Nome/Nº RE.PRO.023. Memorial Descritivo (7.3.2)

ACIDENTES COM PRÉDIOS EM ALVENARIA RESISTENTE NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

ANEXO 1 TABELA DO TIPO, PADRÃO E VALOR UNITÁRIO DE METRO QUADRADO DE CONSTRUÇÃO

DINOP / CENOP LOGÍSTICA CURITIBA (PR)

23/05/2014. Professor

MEMORIAL DESCRITIVO NORTE SUL TOWER. Apresentação:

SITUAÇÃO FÍSICA PARA CONCESSÃO DE ESPAÇOS COMERCIAIS

ESCORAMENTO ESPECIFICAÇÕES OBJETIVO... 2 CONSIDERAÇÕES GERAIS... 2 CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS... 3

Sistema de Construção Rápida, Limpa e Econômica QUALIDADE E RESPONSABILIDADE É O NOSSO COMPROMISSO

TRABALHO DE GESTÃO DE REVESTIMENTOS

APLICABILIDADE DE ESTRUTURAS EM AÇO EM EDIFÍCIO RESIDENCIAL VERTICAL DE MÉDIO PADRÃO NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP

Manual de Projeto de Sistemas Drywall paredes, forros e revestimentos

Ambientes acessíveis

BLOCOS DE CONCRETO: CARACTERÍSTICA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

PLANO DE ATAQUE DE OBRAS

LEVANTAMENTO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO DE UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL, EM RECIFE/PE

São assim denominados pois não utilizam o processo de queima cerâmica que levaria à derrubada de árvores para utilizar a madeira como combustível,

Na casa da minha vida, só cerâmica

MEMORIAL DESCRITIVO PROJETO ARQUITETÔNICO - REFORMA

Maio 2011 Recife Fabio Villas Bôas

RECICLAGEM DE RESÍDUOS E CIDADANIA: PRODUÇÃO DE TIJOLOS ECOLÓGICOS PARA CONSTRUÇÃO DE CASAS POPULARES EM REGIME DE MUTIRÃO - PARTE II

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA

Estudo Geotécnico sobre a Utilização de Resíduos de Construção e Demolição como Agregado Reciclado em Pavimentação

5 DESCRIÇÃO DETALHADA DO BEM CULTURAL

INOVAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA AÇÕES INOVADORAS

PROC IBR EDIF 048/2015 Análise de projeto de Instalações Prediais de Água Quente

MEMORIAL DESCRITIVO CAMARA DE VEREADORES DE ABELARDO LUZ - SC 1.- GENERALIDADES OBJETO

MANUAL PRATICO DO INVESTIDOR/CONSUMIDOR IMOBILIÁRIO

MEMORIAL DESCRITIVO NORMAS GERAIS:

2. Sistema de fôrmas plásticas para lajes

CONSTRUÇÃO - BLOCO DE PESQUISADORES - PAVIMENTO TÉRREO

Memorial de Projeto: Instalações Hidráulicas

Placa de obra: Haverá a colocação em local visível de placa de obra, metálica, fixada em estrutura de madeira, conforme padrão fornecido SOP.

Avaliação de Danos Estruturais em Elementos de Fundações com Embasamento de Alvenaria Resistente

NOX SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Lei Municipal N.º 1414

O QUE É ALVENARIA ESTRUTURAL? O QUE É ALVENARIA ESTRUTURAL? Conceituação: O QUE É ALVENARIA ESTRUTURAL? Histórico UFBA TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Pato Branco Departamento de Projetos e Obras MEMORIAL DESCRITIVO

MOS - Comunicado de Alteração Nº007

Rua Correia Dias, 184 Paraíso - São Paulo SP CEP: Promorar-constru@bol.com.br l

INICIATIVAS INSPIRADORAS HABITAÇÃO CONJUNTO HABITACIONAL BOX HOUSE SÃO PAULO - SP

MEMORIAL DESCRITIVO PAX-PERDIZES

12.1. Tipologia atual dos imóveis habitacionais no município de

MUNÍCIPIO DE CONSELHEIRO LAFAIETE - MG SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E MEIO AMBIENTE Administração 2.013/2.016 TERMO DE REFERENCIA

Parque do Engenho Central e Mirante 2002

Prédio Caixão - Edifício Gregório Bezerra

PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS DA INDÚSTRIA CONCRETEIRA

GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Residencial Geraldo Pacheco

Influência do tipo de laje nos custos de um edifício em aço

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

LIGHT STEEL FRAMING. Em Portugal o sistema é vulgarmente conhecido por Estrutura em Aço Leve.

PROCEDIMENTOS PARA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO INTERNO COM PROGESSO PROJETÁVEL

ANEXO I TERMO DE REFERÊNCIA

IMPORTANTE ALERTA AOS CONSTRUTORES

BLOCOS DE CONCRETO PARA ALVENARIA Portaria Inmetro nº 220/2013 CÓDIGO: 3842

MEMORIAL DESCRITIVO Execução da Pavimentação com Blocos de Concreto intertravado

PLANO DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DE EDIFICAÇÕES DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS DE GUARANTÂ DO NORTE

E S T A D O D O M A T O G R O S S O. Prefeitura Municipal de Jaciara

Execução de Alvenaria - Elevação

GARANTIA. Introdução. Prezado Cliente,

Capítulo 4 - EXECUÇÃO E SEGURANÇA DAS OBRAS

ALVENARIA ESTRUTURAL: DISCIPLINA: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II PROF.: JAQUELINE PÉRTILE

ASC. Prof. Danilo Toledo Ramos

Nome do(a) aluno(a): Matrícula: ENGENHARIA CIVIL

Prof. Dr. Marcelo Ferreira, 14/03/2012

Transcrição:

S U M Á R I O: 1.0 INTRODUÇÃO 2.0 OBJETIVO 3.0 ÁREA DE TRABALHO 4.0 - HISTÓRICO E AVALIAÇÃO DAS RUINAS DE EDIFÍCIOS NA RMR (ITEP2001) 4.1 ALVENARIA ESTRUTURAL TÓPICOS ESPECIAIS 5.0 LOCALIZAÇÃO E CONSTITUIÇÃO DOS IMÓVEIS 5.1 REGISTRO FOTOGRÁFICO POR BLOCO, COM DESENHO ESQUEMÁTICO DA FUNDAÇÃO/EMBASAMENTO E FICHA DE VISTORIA. 5.2 PLANILHA RESUMO DA AVALIAÇÃO DAS UNIDADES HABITACIONAIS POR BLOCO 6.0 COMENTÁRIOS 7.0 RECOMENDAÇÕES 8.0 - CONCLUSÃO 9.0 - RESPOSTAS AOS QUESITOS FORMULADOS 10.0 ENCERRAMENTO 11.0 - ANEXOS: 1

1.0 INTRODUÇÂO: Segundo dados divulgados na imprensa, o déficit habitacional no Brasil gira em torno de 6 milhões de unidades; só em Pernambuco este número é da ordem de 300 mil unidades habitacionais. Com a concentração populacional nos grandes centros urbanos, houve um acréscimo significativo no valor por metro quadrado de área construída. Notadamente com o aumento brusco na demanda do mercado imobiliário, houve o incremento de novas tecnologias no processo construtivo, principalmente na concepção de unidades habitacionais destinadas a classe de menor poder aquisitivo, com a expectativa de aumentar a oferta e baratear os custos. Esta modalidade de construção teve grande impulso a partir da década de 70, quando cooperativas habitacionais dos estados (COHABs) e cooperativas particulares, como: INOCOOP, SETE DE SETEM BRO, GUARARAPES etc, foram incentivadas pelas políticas de aplicação de recursos oriundos do FGTS e das cadernetas de poupança para a execução de projetos habitacionais. Estima-se que hoje existem aproximadamente 6.000 prédios com essas características construídos na RM R (ITEP 2001). Segundo o Engº e Professor Romilde Almeida de Oliveira, tecendo comentários acerca da qualidade do material usado nesse tipo de construção, afirmou o seguinte: em busca de preços mínimos, passou-se a ousar cada vez mais, chegando-se ao limite extremo de uso dos materiais. Nesta escalada foram sacrificados os elementos estruturais importantes, tais como: pilares, cintas e vergas. Os Blocos 20, 48, 50, 70, 72, 80, 90, 96, 130, 150, 152, 170 e 190 da Quadra nº 03 - Cj. Hab. MURIBECA Jaboatão/PE, assim como outros, são exemplos deste novo processo construtivo, do qual passamos a descrever abaixo em nosso Laudo Pericial. 2.0 OBJETIVO: O presente Laudo Pericial foi elaborado em cumprimento ao despacho constante às folhas 2001 dos autos, através de suas fases próprias de todo o processo construtivo dos Blocos 20, 48, 50, 70, 72, 80, 90, 96, 130, 150, 152, 170 e 190 da Q. nº 03 - Cj. Hab. MURIBECA Jaboatão/PE; com a finalidade específica de oferecer subsídios 2

no tocante à decisão judicial da ação de Indenização Securitária movida pelo Ministério Público Federal - MPF contra a Caixa Econômica Federal. 3.0 ÁREA DE TRABALHO: 3.1 - Leitura dos autos do processo nº 010336-04.2009.4.05.8300(dez volumes); 3.2 - Entrevista com o Engº Carlos Wellington Pires (ITEP), acerca da concepção do projeto e das patologias em prédios tipo caixão (Alvenaria resistente) da R.M. do Recife; 3.3 - Conhecimento in loco, da técnica de reforço aplicada nesse tipo de construção, nos blocos 2 e 4 do Conj. Res. Vivenda do Rio Doce - Olinda (obras paralisadas por decisão Judicial); 3.4 - As vistorias técnicas realizadas nos Blocos 20, 48, 50, 70, 72, 80, 90, 96, 130, 150, 152, 170 e 190 da Quadra nº 03 - Cj. Hab. Muribeca foram compostas das seguintes etapas: Abertura de valas para análises tátil visuais dos elementos das fundações, compostas de sapatas corridas, com elementos em forma trapezoidal de concreto, com suas seções internas preenchidas com concreto, suportando todas as cargas das edificações transmitidas através das paredes dos embasamentos em blocos de concreto simples, nas dimensões nominais de 40x20x9cm, com os furos dispostos na vertical, sem impermeabilização, revestimento e chapisco, com o caixão aterrado com material argiloso; lajes de piso do pavimento térreo em concreto simples e as elevadas tipo pré-fabricadas; alvenarias resistentes de elevação em blocos de concreto nas dimensões nominais de 40x20x9cm com revestimento interno e externo, cinta de amarração externa, fachadas, vergas, contra-vergas, módulo das escadas, reservatórios para água superiores, telhado, áreas comuns internas e externas, instalações elétricas, telefone, contra incêndio e hidráulico-sanitárias, conforme registro fotográfico, etc.; 3.5 - Conhecimento do processo de interdição de outros Blocos componentes do Cj. Habitacional M uribeca; 3.6 A metodologia adotada na pericia foi demonstrada em duas reuniões com o Conselho de Moradores da Muribeca; 3.7 Vistorias em unidades habitacionais, com relatos de seus proprietários e vizinhos; 3.8 Laudo de Avaliação das 416 unidades habitacionais correspondente aos 13 blocos; 3.9 Material técnico de autoria do Instituto de Tecnologia de Pernambuco ITEP, constante do anexo II; 3.10 NBR 14.653 parte 2 de 2004 Norma Brasileira para Avaliação de imóveis Urbanos, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; 3.11 Vistorias técnicas realizadas nos dias 23/09, 30/09, 07/10 e 14/10/2010; 3

3.12 Pesquisa de mercado imobiliário com registro fotográfico e material técnico para avaliação, incluindo tabela de preços oficial da EM LURB-Recife e revista Construção da editora Pini, constante do anexo I; 3.13 Registro fotográfico, desenhos esquemáticos das fundações, Planilhas resumo da avaliação das unidades habitacionais, etc. 4.0 - HISTÓRICO E AVALIAÇÃO DAS RUINAS DE EDIFICIOS NA RMR ( ITEP- 2001)... Um dos primeiros edifícios a ruir na RMR foi o Edifício Aquarela, em 1992, prédio localizado em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. O mesmo foi construído em alvenaria portante com fundação em caixão vazio, seu desabamento não deixou vítimas, graças à constatação antecipada da ruptura parcial da fundação e a existência de cintas de amarração na sua estrutura... Em março de 1994, um dos blocos do Conjunto Residencial Bosque das Madeiras, localizado no bairro de Engenho do Meio, Recife, ainda na fase de construção, utilizando alvenaria portante com fundação em caixão vazio, também ruiu sem deixar vitimas. Em novembro de 1999, o Edifício Érika, localizado em Jardim Fragoso, Olinda, também construído em alvenaria portante com caixão vazio, ruiu bruscamente deixando 5 vitimas fatais. O laudo de avaliação foi conduzido pela CODECIPE... Em dezembro de 1999, o Edifício Bloco B do Conjunto Enseada do Serrambi, localizado em jardim Fragoso, Olinda, também construído em alvenaria portante com caixão vazio, ruiu bruscamente deixando 7 vitimas fatais... Em maio de 2001, o edifício Ijuí, localizado em Candeias, Jaboatão dos Guararapes, também construído em alvenaria portante com caixão vazio, ruiu sem deixar vitimas, graças a constatação de ruptura parcial da fundação... O Edifício Delmiro Goveia, localizado no bairro do cordeiro, na cidade do Recife, apresentou ruína parcial. Os dois últimos Laudos Técnicos, sobre as causas de ruína dos edifícios Érika e do Bloco B do Conjunto Enseada do Serrambi, ambos localizados em Olinda/PE, concluíram que a forma brusca de ruptura, a baixa qualidade dos materiais e a constatação de vícios construtivos, muitos destes inerentes ao processo de construção, são características agravantes nesse tipo de construção. 4

O sistema construtivo comumente empregado na construção de edifícios de até quatro pavimentos, conhecido regionalmente como edifícios caixão, são estruturado em elementos de alvenaria de blocos de vedação em concreto ou cerâmico. Tal sistema é equivocadamente chamado de alvenarias estrutural, vez que a Norma NB 1228/89 que trata do cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto define como alvenaria estrutural. Aquela construída com blocos vazados de concreto, assentados com argamassa, e que contém armaduras com a finalidade construtiva de amarração, não sendo esta última considerada na absorção dos esforços calculados. Por outro lado, o sistema atualmente empregado utiliza blocos cerâmicos vazados de seis ou oito furos. A Norma NBR 7171/92 Bloco cerâmico para alvenaria, define o bloco utilizado como bloco de vedação comum e não como bloco estrutural. Como se pode ver, o sistema construtivo empregado na nossa região para edifícios caixão não tem respaldo técnico em Normas nacionais e nem tão pouco internacionais. Em março de 2000, o CREA-PE promoveu o I Seminário de Alvenaria Estrutural, onde os vários conferencistas convidados desaconselhavam o uso desse sistema construtivo. Como não existem documentos técnicos coerentes, respaldados pela comunidade científica sobre este sistema construtivo, sua prática é considerada empírica e, por isso diversas alterações foram efetuadas ao longo do tempo, muitas das quais contrariando práticas consagradas da engenharia. Uma das alterações efetuadas, atualmente muito empregadas, foi à utilização da fundação em alvenaria com função de arrimo (regionalmente conhecido como caixão vazio), onde além das cargas verticais, as paredes recebem empuxo lateral do terreno. A construção deste tipo de fundação em regiões alagadas/alagáveis e/ou que apresentem nível de água na altura da fundação sem qualquer proteção agrava o risco de instabilidade das edificações. Foi constatado que blocos cerâmicos podem perder sua capacidade de resistência devido à expansão por umidade, como no caso do Bloco B do Conjunto Enseada de Serrambi; e que blocos de cimento podem sofrer degradação por ação de águas agressivas, como no caso do Edifício Érika. Estima-se que cerca de 10% a 15% das edificações 5

construídas na RMR com esse tipo de sistema apresentem este tipo de fundação. Complementando esse histórico, relatamos também o desmoronamento em outubro de 2004, do edifício Areia Branca, em estrutura de concreto armado, com falhas na sua fundação e recentemente (dezembro/2007), o afundamento parcial do Bloco 2 do Cj Res. Sevilha, ambos localizados no Município de Jaboatão dos Guararapes. O problema apresentado não tem solução simples, a população que habita nesses prédios, em sua grande maioria, pode ser enquadrada como de classe média baixa, onde o comprometimento da renda a impede de assumir gastos com avaliação e recuperação da edificação. Soma-se a isto o fato de muitos moradores, insatisfeitos com as dimensões e repartições das unidades, facilitado pela característica do próprio sistema construtivo, que não contem elementos mais resistentes(pilares e vigas), e pela falta de informação, modificam por conta própria a arquitetura interna, desestabilizando ainda mais o sistema. Por outro lado, os construtores sentem-se desobrigados de assumir o problema, já que muitos entendem que após 5 anos não têm mais responsabilidade. Por sua vez, o código de Defesa do Consumidor não deixa clara essa questão. Os agentes financiadores e/ou seguradores habitacionais se esquivam de assumir a responsabilidade sobre o problema, o que impede uma solução rápida. Os municípios, por outro lado, com códigos de obras arcaicos, carentes de recursos para fiscalização e com quadro técnico reduzido, atuam de forma tímida, e em alguns casos homologam edificações cheias de vícios construtivos e fora dos padrões técnicos. 4.1 ALVENARIA ESTRUTURAL TÓPICOS ESPECIAIS A alvenaria é um sistema construtivo que utiliza peças industrializadas de dimensões e peso que as fazem manuseáveis, ligadas por argamassa, tornando o conjunto monolítico. Estas peças industrializadas podem ser moldadas em: Cerâmica Concreto Sílico-calcáreo A alvenaria estrutural é um sistema construtivo tradicional, utilizado à milhões de anos. Inicialmente eram utilizados blocos de rocha como elementos de 6

alvenaria, mas a partir do ano 4.000 a.c. a argila passou a ser trabalhada possibilitando a produção de tijolos. O sistema construtivo desenvolveu-se inicialmente através do simples empilhamento de unidades, tijolos ou blocos. Os vãos eram executados com peças auxiliares, como vigas de madeira ou pedra. Ao passar do tempo, foi descoberta uma alternativa para a execução dos vãos: os arcos. Estes seriam obtidos através do arranjo entre as unidades. Assim foram executadas pontes e outras obras de grande beleza, obtendo maior qualidade à alvenaria estrutural. Um exemplo disso é a parte superior da igreja de Notre Dame, em Paris. Ao longo dos séculos obras importantes foram executadas em alvenaria estrutural, entre elas o Parthenon, na Grécia, construído entre 480 a.c. e 323 a.c. e a Muralha da China, construída no período de 1368 a 1644. Até o final do século XIX a alvenaria predominou como material estrutural, porém devido à falta de estudos e de pesquisas na área, não se tinha conhecimento de técnicas de racionalização. As teorias de cálculos eram feitos de forma empírica, com isso não se tinha plena garantia da segurança da estrutura, forçando um super-dimensionamento das mesmas. Em 1950 surgiram códigos de obras e normas com procedimentos de cálculo na Europa e América do Norte, acarretando em um crescimento marcante da alvenaria estrutural em todo mundo. No Brasil em 1966 foram construídos os primeiros prédios em alvenaria estrutural, com 4 pavimentos em alvenaria armada de blocos de concreto, no Conjunto Habitacional Central Parque da Lapa. É estimado que no Brasil, entre 1964 e 1966, tenham sido executados mais de dois milhões de unidades habitacionais em alvenaria estrutural. A alvenaria estrutural atingiu o auge no Brasil na década de 80, disseminada com a construção dos conjuntos habitacionais, onde ficou tida como um sistema para baixa renda. Devido ao seu grande potencial de redução de custos diversas construtoras e produtoras de blocos investiram nessa tecnologia para torná-la mais vantajosa. A inexperiência por parte dos profissionais dificultou sua aplicação com vantagens e causou várias patologias nesse tipo de edificação, fazendo com que o processo da alvenaria estrutural desacelerasse novamente. 7

Apesar disso, as vantagens econômicas proporcionadas pela alvenaria estrutural em relação ao sistema construtivo convencional incentivaram algumas construtoras a continuarem no sistema e buscarem soluções para os problemas patológicos observados. Atualmente, no Brasil, com a abertura de novas fábricas de materiais assim como o desenvolvimento de pesquisas com a parceria de empresas do ramo (cerâmicas, concreteiras, etc.) fazem com que a cada dia mais construtores utilizem e se interessem pelo sistema. Neste tipo de estrutura, a alvenaria tem a finalidade de resistir ao carregamento da edificação, tendo as paredes função resistente. A remoção de qualquer parede fica sujeita a análise e execução de reforços. Atente-se a dupla função das paredes: resistência e vedação. As lajes da edificação normalmente são em concreto armado ou protendido, podendo ser moldadas no local ou pré fabricadas. Para se ter um bom projeto a Alvenaria Estrutural não pode ser vista meramente como um conjunto de paredes superpostas, resistindo o seu peso próprio e outras cargas adicionais. Deve ser compreendida como UM PROCESSO CONSTRUTIVO racionalizado, projetado, calculado e construído em conformidade com as normas pertinentes, visando funcionalidade com segurança e economia. No processo criativo de uma edificação em alvenaria estrutural é fundamental a perfeita integração entre Arquiteto e Engenheiro Estruturista, objetivando a obtenção de uma estrutura economicamente competente para suportar todos os esforços previstos sem prejuízo das demais funções: compartimentação, vedação, isolamento termo-acústico, instalações hidráulicas, elétricas, telefônicas e ter função estética. A concepção estrutural pode ser facilitada se alguns aspectos forem observados: forma; distribuição das paredes resistentes; lajes. Um projeto arquitetônico em alvenaria portante será mais econômico na medida em que for mais repetitivo e tiver paredes coincidentes nos diversos pavimentos, dispensando elementos auxiliares ou estrutura de transição. A capacidade portante (tensão admissível) da alvenaria deve estar bem definida. Esta determinação pode ser feita em laboratório ou apenas 8

estimada sempre baseada em ensaios já elaborados e de acordo com o material utilizado. Para se obter uma boa alvenaria, é necessário controlar não apenas o tijolo ou bloco, mas também a argamassa utilizada. A execução da alvenaria portante também deve ser controlada, pois a espessura das juntas, o prumo das paredes e sua altura também modificam a sua capacidade resistente. As maiores vantagens da alvenaria estrutural em relação aos processos tradicionais são: Economia no uso de madeira para formas; Redução no uso de concreto e ferragens; Redução na mão-de-obra em carpintaria e ferraria; Facilidade de treinar mão-de-obra qualificada; Projetos são mais fáceis de detalhar; Maior rapidez e facilidade de construção; Menor número de equipes ou sub-contratados de trabalho; Ótima resistência ao fogo; Ótimas características de isolamento termo-acústico; Flexibilidade arquitetônica pelas pequenas dimensões do bloco; As maiores desvantagens da alvenaria estrutural são: As paredes portantes não podem ser removidas sem substituição por outro elemento de equivalente função; Impossibilidade de efetuar modificações na disposição arquitetônica original; O projeto arquitetônico fica mais restrito; Vãos livres são limitados; Juntas de controle e dilatação a cada 15m. Este tipo de estrutura pode ser dividido em 2 (dois) tipos: -Alvenaria Estrutural Não Armada -Alvenaria Estrutural Armada. Alvenaria Estrutural Não Armada: Este sistema vem sendo tradicionalmente utilizado em edificações de pequeno porte, como residências e prédios de até 8 (oito) pavimentos. 9

Existem normas tanto para o cálculo estrutural (NBR 10837 Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto ) como para a execução ( NBR 8798 Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto ). O tamanho do bloco a ser utilizado é definido na fase de projeto, pois é necessária a paginação de cada uma das paredes da edificação. Na alvenaria estrutural não armada à análise estrutural não deve acusar esforços de tração.( PUCRS- Profª Sílv ia Maria Baptista Kalil) 5.0 LOCALIZAÇÃO E CONSTITUIÇÃO DOS IMÓVEIS Vista da quadra 03 do Cj. Habitacional Muribeca. O Conjunto Residencial Muribeca foi concebido com a edificação de 70 blocos de apartamentos (o bloco 01 da quadra 01 foi demolido em 1986), em uma gleba de topografia plana dividido em quatro quadras (01, 02, 03 e 04), sendo entregue para os moradores em 1982, através da COHAB/PE, com financiamento pelo SFH Sistema Financeiro da Habitação, gerenciado pelo BNH Banco Nacional da Habitação, perfazendo um total de 2.208 unidades habitacionais. 10

O Empreendimento foi edificado com as vias de acesso em terreno natural, sendo a principal revestida em CBUQ concreto betuminoso usinado à quente. Os prédios da quadra 03 são compostos de 04 (quatro) pavimentos; sendo 01 (um) térreo e 03(três) elevados, com dois blocos (A e B) interligados, por uma área comum; onde cada bloco é servido de um módulo de escada de acesso que também suporta 02 (duas) caixas em PVC/fibra de vidro com capacidade para 1.000 litros cada. Os prédios vistoriados da quadra 03 agrupam 08 (oito) unidades habitacionais por pavimento, totalizando 32(trinta e duas) unidades. Os apartamentos obedecem a um mesmo projeto arquitetônico, com pé direito de 2,60m, divididos em dois grupos: um com (02) dois quartos (com área de 44,60 m²) e outro com 03 três quartos (com área de 51,82 m²), sendo compostos dos seguintes cômodos: uma sala de estar/jantar, circulação, dois ou três quartos, wc social, cozinha, área de serviço e wc de serviço. Unidades habitacionais com 02 (dois) quartos 101, 104, 106, 107, 201, 204, 206, 207, 301, 304, 306, 307, 401, 404, 406 e 407. Com 03 (três) quartos 102, 103, 105, 108, 202, 203, 205, 208, 302, 303, 305, 308, 402, 403, 405 e 408 Quanto a parte comum interna do pavimento térreo, as edificações possuem portarias de controle de acesso, pequenas áreas, utilizadas para lazer e convívio social; sistema de drenagem de águas pluviais, e sistema de esgotamento sanitário interno com destinação final para a rede coletora pública através de caixas de passagens interligadas. Os Blocos da quadra 03 estão situados em um bairro de classe social, predominantemente de baixo poder aquisitivo e apresentam a concepção dos seus projetos em estruturas mistas, com os arcabouços em alvenarias resistentes e pequenas estruturas isoladas em concreto armado que são regionalmente conhecidos como prédios tipo caixão, pela sua semelhança ao formato de uma caixa sobre o solo, caracterizado pela ausência de uma estrutura reticulada em toda a edificação, formada por pórticos em concreto armado e sem o pavimento térreo vazado, apoiado sobre pilares (pilotis). As edificações estão bastante tomadas em seus perímetros por ampliações irregulares (puxadinhas com uso residencial/comercial), e reformas no interior das unidades habitacionais em desacordo com os normativos e sem permissão dos órgãos competentes, acarretando esforços não previstos no projeto original e expandindo o risco para os usuários. Suas fundações são compostas de sapatas corridas, apoiadas diretamente sobre o solo, com seus elementos pré-moldados em concreto de forma trapezoidal, com suas seções internas preenchidas com concreto, suportando todas as cargas das edificações. (Ver desenhos esquemáticos constantes do item 5.1) As paredes dos embasamentos são de ½ vez, em blocos pré-moldados de 11

concreto, nas dimensões nominais de 40x20x9cm, com os furos dispostos na vertical, sem impermeabilização, chapisco e revestimento (existe revestimento parcial na parte externa com altura variável), e presença da cinta em concreto (radier) com seção de 10cmx10cm, no coroamento das alvenarias dos embasamentos, sendo o caixão aterrado com material argiloso (vide desenho esquemático da fundação item 5.1). As paredes resistentes das superestruturas têm seus componentes em blocos pré-moldados em concreto nas dimensões nominais de 40x20x09cm sendo chapiscadas e revestidas com argamassa nas partes interna e externa e pintura em tinta látex. Por sobre as paredes externas, abaixo das lajes existe uma cinta em blocos pré-moldados tipo canaleta, em concreto armado, com 04 barras de 6.3mm, grauteada em toda extensão; As lajes de impermeabilizações dos pisos dos pavimentos térreos são em concreto simples, revestidas em cerâmica, e a partir do 1º pavimento, as lajes são do tipo pré-fabricadas com blocos, nervuras e capeadas, apoiadas sobre as alvenarias, sendo revestidas no piso com cerâmica e no teto com argamassa e pintadas. Cada prédio possui duas escadas de acesso, sendo uma em cada bloco, com formato retangular, apoiadas em estruturas em concreto armado. Os módulos das escadas são compostos por estruturas reticuladas em concreto armado (vigas e pilares), apresentando a ocorrência de vícios de construção quanto ao recobrimento das ferragens, com a presença do processo de oxidação em parte das mesmas. O projeto original contemplava duas caixas d água de 1.000 litros sobre os módulos das escadas, sendo acrescidas de outras unidades pelos moradores para suprir o fornecimento de água (vide registro fotográfico); Segundo consta nos autos, e informações de moradores primitivos dos blocos, o empreendimento tem a idade de 28 anos, não sendo apresentado nos autos: habite-se, projeto estrutural, arquitetônico, complementares e licença de construção. Em nossas inspeções vistoriamos várias unidades habitacionais em companhia de seus proprietário/inquilinos. Os prédios são servidos pelos seguintes melhoramentos: rede de abastecimento de água, sistema interno de esgotamento sanitário ligado ao coletor público, rede de energia elétrica, iluminação pública, telefonia fixa (instalações externas e precárias), coleta domiciliar de resíduos sólidos, escolas, posto policial, posto de saúde e transporte coletivo. 5.1 REGISTRO FOTOGRÁFICO POR BLOCO, COM DESENHO ESQUEMÁTICO DA FUNDAÇÃO/EMBASAMENTO E FICHA DE VISTORIA. 12

BLOCO 20 Q. 03 REGISTRO FOTOGRÁFICO/FUNDAÇÃO 13

Foto 01 Fachada lateral do Bloco 20 da Q. 03, voltada para o interior da mesma, com detalhe para a abertura de vãos de janelas, em desacordo com o projeto original da edificação. Foto 02 Vista de outro ângulo do Bloco 20 da Quadra 03, com detalhe para as ampliações no entorno do prédio. 14

Fotos 03, 04, 05, 06 e 07 abaixo: Inspeção in loco da fundação do bloco 20 da Quadra 03, em sapata corrida, apoiada diretamente sobre o solo, com seus elementos prémoldados de forma trapezoidal, com dimensões de 40 cm na base maior, 20 cm na base menor e 30 cm de altura, em concreto, com suas seções internas preenchidas em concreto suportando toda a carga da edificação; seguido com a alvenaria de embasamento de ½ vez, composta de elementos vazados, pré-moldados em concreto, com dimensões de 39x19x09 cm, sem revestimento, impermeabilização e em contato permanente com a umidade do solo, indo até o encontro do radier em concreto simples, com seção transversal de 10cmx10cm. Vale salientar que os elementos préfabricados do embasamento, estão com a resistência à compressão reduzida. A composição e metragem da fundação/embasamento estão demonstradas no desenho esquemático logo após as fotos. Foto 03. Inspeção nos elementos da alvenaria do embasamento Foto 04 - Bloco pré-moldado do embasamento em processo de perda gradativa da resistência à compressão. 15

Foto 05 Medição do perfil da fundação/embasamento. Foto 06 Medição do perfil da fundação/embasamento. Foto 07 Inspeção na fundação/embasamento. 16

Fotos 08 Ampliações irregulares para uso residencial, edificadas contigua ao prédio, em desacordo com os normativos, sem permissão do órgão competente, gerando esforços não previstos e acentuando o risco para todos. Foto 09 Fissura por inadequação da junta de dilatação térmica entre o módulo (área de circulação) da escada e os blocos das unidades habitacionais. 17

Foto 10 Inspeção da cinta de amarração externa do prédio. Foto 11 Vista parcial da laje pré-fabricada sobre o forro de gesso da cozinha. 18

Foto 12 Ampliação com abertura de vão na alvenaria resistente, provocando um desequilíbrio na distribuição das cargas atuantes na estrutura resistente do prédio. Foto 13 Reforma interna, executada por proprietário, provocando um desequilíbrio na distribuição das cargas atuantes na estrutura resistente do prédio. 19

Foto 14 Idem para a ampliação da abertura da parede do vão de circulação. Foto 15 Vista de uma fachada interna do Bloco, com detalhe para as tubulações hidro-sanitarias e águas pluviais assentadas externamente de forma precária e falta de manutenção na pintura, ocasionando a deterioração da argamassa de revestimento. 20

Bloco 20 quadra 03 21

FICHA DE VISTORIA DO BLOCO 20 DA QUADRA 03. 1- Localização (rua, Bairro, CEP etc). O bloco 20 da Quadra 03 está localizado em uma rua paralela a rua principal (01). 2- A Edificação é isolada? Sim. 3- A rua é pavimentada? Não. 4- Qual o tipo de pav.? Terreno natural. 5- Ano de construção. Conforme consta nos autos e relato de moradores primitivos, o empreendimento foi entregue em 1982. 6- Habite-se. Não temos conhecimento do termo de habite-se do empreendimento. 7- A Edificação está ligada à rede Pública do sistema de esgotamento sanitário? Sim, o sistema é constituído com tubos em PVC de 100 mm, interligados através de caixas de passagens, com destinação final para a rede coletora publica. 8- O fornecimento de energia elétrica e água estão cortados? Não, o prédio está habitado. 9- O Prédio é composto de estrutura mista Caixão/Pilotis? Não a edificação é em alvenaria resistente com pequenas estruturas isoladas em concreto. 10- Já houve por parte da S eguradora, alguma intervenção para o reforço da estrutura do Prédio? Conforme vistoria e informe de moradores, não houve intervenção por parte da seguradora. 11- O piso da área comum externa é revestido? Na maioria dos blocos as áreas externas são revestidas com lajotas pré-fabricadas medindo 50cmx50cm. 12- Qual o tipo de revestimento? Na maioria dos blocos as áreas externas são revestidas com lajotas pré-fabricadas medindo 50cmx50cm. 13- Existem Jardineiras próximas às fundações? Não. 14- Qual o material utilizado e dimensões das fundações? A fundação é composta de sapata corrida rasa, apoiada diretamente sobre o solo, com seus elementos pré-moldados de forma trapezoidal, com dimensões de 40cm na base maior, 20cm 22

na base menor em concreto, com suas seções internas preenchidas em concreto, suportando toda a carga da edificação. 15- Qual a composição e dimensão dos elementos componentes da alvenaria do embasamento? As alvenarias dos embasamentos dos p rédios são constituídas com blocos p rémoldados em concreto, com os furos dispostos na vertical, nas dimensões de 39x19x09 cm, sem impermeabilização, chapisco e revestimento. 16- Qual a composição e dimensão dos elementos componentes das alvenarias dos pavimentos tipos? Os elementos fazem parte do corpo da superestrutura do prédio, funcionando como elemento de sustentação e transmissão das cargas dos pavimentos superiores. São constituídas de blocos pré-moldados em concreto nas dimensões de 39x19x09 cm. 15- Existe a presença do Lençol Freático nas fundações? Não, vide registro fotográfico. 16- A que profundidade? Vide resposta a pergunta anterior (15). 17- O CAIXÂO do Prédio é aterrado? Sim, com material argiloso. 18- Qual o Nº de Apartamentos do Prédio? Cada bloco é composto por 32 unidades habitacionais. 19- Todos estão desocupados? Todos os blocos periciados estão ocupados. 20- A laje de piso do pav. Térreo é pré-moldada ou de concreto? A laje de impermeabilização do pavimento térreo é em concreto simples. 21- Qual a espessura da argamassa de revestimento e assentamento das alvenarias de elevação? Varia de 1,5cm a 3,0 cm. 22- Qual a composição do material utilizado nas lajes de piso/teto dos apartamentos. São tipo pré-moldadas, apoiadas sobre as alvenarias, sendo revestidas no piso com cerâmica e no teto com argamassa (exceto a laje do pav. térreo que é concreto simples, sendo revestida só no piso). 23- Existe cinta de amarração (Radier) no coroamento das alvenarias do embasamento? Sim, tem a seção transversal medindo 10cmx10cm. 24- Qual a dimensão de sua seção? 23

M ede 10cmx10cm. 25- Existe cinta de amarração nos encontros das lajes com as alvenarias dos pavimentos tipos Sim, entre pavimentos, por sobre as alvenarias, existe uma cinta em concreto armado que recebe as lajes tipo volterrana (nervuras e blocos em concreto). 26- Qual a dimensão de sua seção? Vide registro fotográfico da inspeção no bloco nº10 da quadra 03 (interditado). 27- Existem vergas e contra vergas nos vãos de portas e janelas? Só constatamos a presença de vergas. 28- Identifique, se houver as fissuras na área comum de circulação do Prédio Vide registro fotográfico. 29- Material utilizado e capacidade dos Reservatórios d água do Prédio Os prédios foram edificados com duas caixas de 1.000 litros em fibra de vidro/amianto por sobre cada bloco. 30- Qual o Pé direito dos Apartamentos? M ede 2,60m. 31- Existem instalações de prevenção contra Incêndio? Este projeto não foi contemplado 32- Existem instalações para telefone? A telefonia fixa foi instalada após a construção dos prédios e de forma precária. 33- Como é composta a coberta do Prédio Telha em amianto tipo calhetão. 34- Qual o estado de conservação da pintura externa do prédio? Varia de regular para precário. 35- De 1 a 4, na escala crescente, qual o grau de riso de colapso da estrutura do Prédio? Os elementos pré-moldados em concreto da alvenaria de embasamento estão com a resistência a compressão diminuída, dando um indicativo de dano progressivo e imputando a instabilidade estrutural do prédio. Portanto, conforme nossa análise tátil visual, a edificação apresenta um grau de risco alto de colapso total/parcial em sua estrutura 36- A necessidade de desocupação imediata? Caso não sejam tomadas medidas para reforçar a infra-estrutura do prédio, sim. 37- Existe posto de vigilância patrimonial no Prédio? 24

Não 38- Existe poço artesiano? Não 39- É próximo a fundação? Vide resposta anterior 38. 40- Existem unidades habitadas no prédio? Todas. 41- Os moradores executaram reformas/ampliações em suas unidades habitacionais? Sim, esse procedimento vem a acarretar um desequilíbrio nas cargas atuantes na edificação com projeto em alvenaria estrutural. 42- Observações: 1 Somos favoráveis a recuperação e reforço na estrutura da edificação. 2 Unidades habitacionais vistoriadas: 206 fez reforma; 402 fez reforma. 5.2 PLANILHA RESUMO DA AVALIAÇÃO DAS UNIDADES HABITACIONAIS DO BLOCO 20. UNIDADES HAB. COM 03 QUARTOS LOTES POSTERIORES Andar Apt Área (m²) Valor do Imóv el (R$) 102 56,85 45.548,62 Térreo 103 56,85 45.548,62 105 56,85 45.548,62 108 56,85 45.548,62 1 Pav t. 2 Pav t. 3 Pav t. 202 56,85 47.564,22 203 56,85 47.564,22 205 56,85 47.564,22 208 56,85 47.564,22 302 56,85 46.354,86 303 56,85 46.354,86 305 56,85 46.354,86 308 56,85 46.354,86 402 56,85 44.339,26 403 56,85 44.339,26 25

405 56,85 44.339,26 408 56,85 44.339,26 UNIDADES HAB. COM 02 Q. - LOTES POSTERIORES A RUA 01 Andar Apt Área (m²) Valor do Imóv el (R$) Térreo 101 44,60 39.379,94 104 44,60 39.379,94 106 44,60 39.379,94 107 44,60 39.379,94 1 Pav t. 201 44,60 41.138,21 204 44,60 41.138,21 206 44,60 41.138,21 207 44,60 41.138,21 2 Pav t. 301 44,60 36.365,95 304 44,60 36.365,95 306 44,60 36.365,95 307 44,60 36.365,95 3 Pav t. 401 44,60 34.785,07 404 44,60 34.785,07 406 44,60 34.785,07 407 44,60 34.785,07 26

BLOCO 48 Q. 03 REGISTRO FOTOGRÁFICO/FUNDAÇÃO 27

Foto 01 Fachada lateral do Bloco 48 da Q. 03, voltada para o interior da mesma, com detalhe para as construções irregulares no seu entorno. Foto 02 Vista de outro ângulo do Bloco 48 da Quadra 03, com detalhe para as ampliações no entorno do prédio e em desacordo com o projeto original. 28

Fotos 03, 04, 05, 06 e 07 abaixo: Inspeção in loco da fundação do bloco 48 da Quadra 03, em sapata corrida, apoiada diretamente sobre o solo, com seus elementos prémoldados de forma trapezoidal, com dimensões de 40 cm na base maior, 20 cm na base menor e 30cm de altura, em concreto, com suas seções internas preenchidas em concreto suportando toda a carga da edificação; seguido com a alvenaria de embasamento de ½ vez, composta de elementos vazados, pré-moldados em concreto, com dimensões de 39x19x09 cm, sem revestimento, impermeabilização e em contato permanente com a umidade do solo, indo até o encontro do radier em concreto simples, com seção transversal de 10cmx10cm. Vale salientar que os elementos préfabricados do embasamento, estão com a resistência à compressão reduzida. A composição e metragem da fundação/embasamento estão demonstradas no desenho esquemático logo após as fotos. Foto 03. Inspeção nos elementos da alvenaria do embasamento Foto 04 - Bloco pré-moldado do embasamento em processo de perda gradativa da resistência à compressão. 29

Foto 05 Medição do perfil da fundação/embasamento. Foto 06 Medição do perfil do embasamento. Foto 07 Inspeção na fundação/embasamento. 30

Fotos 08 Ampliações irregulares com uso residencial, em desacordo com os normativos e sem permissão do órgão competente, edificadas contíguas ao prédio, gerando esforços não previstos e acentuando o risco para todos. Foto 09 Inicio do processo de oxidação da armadura, decorrente de falha na moldagem da viga, localizada no módulo da escada. 31

Foto 10 Vista da área comum interna e inspeção da infra-estruturar do prédio. Foto 11 Vista parcial da laje do teto do módulo da escada, apresentando infiltração provocada por águas pluviais, decorrente da falta de fechamento do vão sobre a mesma. 32

Foto 12 Ampliações na área comum, de forma precária, com abertura de vãos na alvenaria resistente executada por morador, provocando um desequilíbrio na distribuição das cargas atuantes na estrutura resistente do prédio. Foto 13 Reforma interna, executada por proprietário, provocando um desequilíbrio na distribuição das cargas atuantes na estrutura resistente do prédio. 33

Foto 14 Idem para a ampliação da abertura da parede do vão da sala/circulação. Foto 15 Vista de uma fachada interna do Bloco com detalhe para as tubulações hidro-sanitarias e águas pluviais assentadas externamente de forma precária e falta de manutenção na pintura, ocasionando a deterioração da argamassa de revestimento. 34

BLOCO 48 QUADRA 03 35

FICHA DE VISTORIA DO BLOCO 48 DA QUADRA 03 1- Localização (rua, Bairro, CEP etc). O bloco 48 da Quadra 03 está localizado em uma rua paralela a rua principal (01). 2- A Edificação é isolada? Sim 3- A rua é pavimentada? não 4- Qual o tipo de pav.? Terreno natural 5- Ano de construção. Conforme consta nos autos e relato de moradores primitivos, o empreendimento foi entregue em 1982. 6- Habite-se. Não temos conhecimento do termo de habite-se do empreendimento 7- A Edificação está ligada à rede Pública do sistema de esgotamento sanitário? Sim, o sistema é constituído com tubos em PVC de 100 mm, interligados através de caixas de passagens, com destinação final para a rede coletora publica 8- O fornecimento de energia elétrica e água estão cortados? Não, o prédio está habitado 9- O Prédio é composto de estrutura mista Caixão/Pilotis? Não a edificação é em alvenaria resistente com pequenas estruturas isoladas em concreto. 10- Já houve por parte da S eguradora, alguma intervenção para o reforço da estrutura do Prédio? Conforme vistoria e informe de moradores, não houve intervenção por parte da seguradora. 11- O piso da área comum externa é revestido? Na maioria dos blocos as áreas externas são revestidas com lajotas pré-fabricadas medindo 50cmx50cm 12- Qual o tipo de revestimento? Na maioria dos blocos as áreas externas são revestidas com lajotas pré-fabricadas medindo 50cmx50cm 13- Existem Jardineiras próximas às fundações? Não. 14- Qual o material utilizado e dimensões das fundações? A fundação é composta de sapata corrida rasa, apoiada diretamente sobre o solo, com seus elementos pré-moldados de forma trapezoidal, com dimensões de 40cm na base maior, 20cm 36

na base menor em concreto, com suas seções internas preenchidas em concreto, suportando toda a carga da edificação. 15- Qual a composição e dimensão dos elementos componentes da alvenaria do embasamento? As alvenarias dos embasamentos dos p rédios são constituídas com blocos p rémoldados em concreto, com os furos dispostos na vertical, nas dimensões de 39x19x09 cm, sem impermeabilização, chapisco e revestimento 16- Qual a composição e dimensão dos elementos componentes das alvenarias dos pavimentos tipos? Os elementos fazem parte do corpo da superestrutura do prédio, funcionando como elemento de sustentação e transmissão das cargas dos pavimentos superiores, sendo constituídas de blocos pré-moldados em concreto nas dimensões de 39x19x09 cm 17- Existe a presença do Lençol Freático nas fundações? Não, vide registro fotográfico 18- A que profundidade? Vide resposta a pergunta anterior (15) 19- O CAIXÂO do Prédio é aterrado? Sim, com material argiloso 20- Qual o Nº de Apartamentos do Prédio? Cada bloco é composto por 32 unidades habitacionais 21- Todos estão desocupados? Todos os blocos periciados estão ocupados 22- A laje de piso do pav. Térreo é pré-moldada ou de concreto? A laje de impermeabilização do pavimento térreo é em concreto simples 23- Qual a espessura da argamassa de revestimento e assentamento das alvenarias de elevação? Varia de 1,5cm a 3,0 cm 24- Qual a composição do material utilizado nas lajes de piso/teto dos apartamentos. São tipo pré-moldadas, apoiadas sobre as alvenarias, sendo revestidas no piso com cerâmica e no teto com argamassa (exceto a laje do pav. térreo que é concreto simples, sendo revestida só no piso) 25- Existe cinta de amarração (Radier) no coroamento das alvenarias do embasamento? Sim, tem a seção transversal medindo 10cmx10cm 26- Qual a dimensão de sua seção? 37

M ede 10cmx10cm 27- Existe cinta de amarração nos encontros das lajes com as alvenarias dos pavimentos tipos Sim, entre pavimentos, por sobre as alvenarias, existe uma cinta em concreto armado que recebe as lajes tipo volterrana (nervuras e blocos em concreto) 28- Qual a dimensão de sua seção? Vide registro fotográfico da inspeção no bloco nº10 da quadra 03 (interditado) 29- Existem vergas e contra vergas nos vãos de portas e janelas? Só constatamos a presença de vergas. 30- Identifique, se houver as fissuras na área comum de circulação do Prédio Vide registro fotográfico 31- Material utilizado e capacidade dos Reservatórios d água do Prédio Os prédios foram edificados com duas caixas de 1.000 litros em fibra de vidro/amianto por sobre cada bloco 32- Qual o Pé direito dos Apartamentos? M ede 2,60m 33- Existem instalações de prevenção contra Incêndio? Este projeto não foi contemplado 34- Existem instalações para telefone? A telefonia fixa foi instalada após a construção dos prédios e de forma precária 35- Como é composta a coberta do Prédio Telha em amianto tipo calhetão 36- Qual o estado de conservação da pintura externa do prédio? Varia de regular para precário 37- De 1 a 4, na escala crescente, qual o grau de riso de colapso da estrutura do Prédio? Os elementos pré-moldados em concreto da alvenaria de embasamento estão com a resistência a compressão diminuída, dando um indicativo de dano progressivo e imputando a instabilidade estrutural do prédio. Portanto, conforme nossa análise tátil visual, a edificação apresenta um grau de risco médio de colapso total/parcial em sua estrutura 38- A necessidade de desocupação imediata? Caso não sejam tomadas medidas para reforçar a infra-estrutura do prédio, sim. 39- Existe posto de vigilância patrimonial no Prédio? 38

Não 40- Existe poço artesiano? Não 41- É próximo a fundação? xxxx 42- Existem unidades habitadas no prédio? Todas 43- Os moradores executaram reformas/ampliações em suas unidades habitacionais? Sim, esse procedimento vem a acarretar um desequilíbrio nas cargas atuantes na edificação com projeto em alvenaria estrutural. 44- Observações: 1 Somos favoráveis a recuperação e reforço na estrutura da edificação. 2 unidades habitacionais vistoriadas: 104 fez reforma 107 fez reforma 202 Fez reforma 5.2 PLANILHA RESUMO DA AVALIAÇÃO DAS UNIDADES HABITACIONAIS DO BLOCO 48. UNIDADES HAB. COM 03 QUARTOS LOTES POSTERIORES Andar Apt Área (m²) Valor do Imóv el (R$) 102 56,85 45.548,62 Térreo 103 56,85 45.548,62 105 56,85 45.548,62 108 56,85 45.548,62 202 56,85 47.564,22 1 Pav t. 2 Pav t. 3 Pav t. 203 56,85 47.564,22 205 56,85 47.564,22 208 56,85 47.564,22 302 56,85 46.354,86 303 56,85 46.354,86 305 56,85 46.354,86 308 56,85 46.354,86 402 56,85 44.339,26 403 56,85 44.339,26 39

405 56,85 44.339,26 408 56,85 44.339,26 UNIDADES HAB. COM 02 Q. - LOTES POSTERIORES A RUA 01 Andar Apt Área (m²) Valor do Imóv el (R$) Térreo 101 44,60 39.379,94 104 44,60 39.379,94 106 44,60 39.379,94 107 44,60 39.379,94 1 Pav t. 201 44,60 41.138,21 204 44,60 41.138,21 206 44,60 41.138,21 207 44,60 41.138,21 2 Pav t. 301 44,60 36.365,95 304 44,60 36.365,95 306 44,60 36.365,95 307 44,60 36.365,95 3 Pav t. 401 44,60 34.785,07 404 44,60 34.785,07 406 44,60 34.785,07 407 44,60 34.785,07 40

BLOCO 50 Q. 03 REGISTRO FOTOGRÁFICO/ FUNDAÇÃO 41

Foto 01 Fachada lateral do Bloco 50 da Q. 03, voltada para a Rua 01, com detalhe para as construções irregulares no seu entorno. 42

Foto 02 Vista de outro ângulo do Bloco 50 da Quadra 03, com detalhe para as ampliações e aberturas de vãos na alvenaria resistente do prédio, em desacordo com o projeto original. Fotos 03, 04, 05, 06 e 07 abaixo: Inspeção in loco da fundação do bloco 50 da Quadra 03, em sapata corrida, apoiada diretamente sobre o solo, com seus elementos prémoldados de forma trapezoidal, com dimensões de 40 cm na base maior, 20 cm na base menor e 30cm de altura, em concreto, com suas seções internas preenchidas em concreto suportando toda a carga da edificação; seguido com a alvenaria de embasamento de ½ vez, composta de elementos vazados, pré-moldados em concreto, com dimensões de 39x19x09 cm, sem revestimento, impermeabilização e em contato permanente com a umidade do solo, indo até o encontro do radier em concreto simples, com seção transversal de 10cmx10cm. Vale salientar que os elementos préfabricados do embasamento, estão com a resistência à compressão reduzida. A composição e metragem da fundação/embasamento estão demonstradas no desenho esquemático logo após as fotos. Foto 03. Inspeção nos elementos da alvenaria do embasamento 43

Foto 04 - Bloco pré-moldado do embasamento em processo de perda gradativa da resistência à compressão. Foto 05 Medição do perfil da fundação/embasamento. 44

Foto 06 Medição da cinta radier. Foto 07 Inspeção na fundação/embasamento. 45

Fotos 08 Inspeção nos blocos pré-fabricados em concreto, componentes das alvenarias resistentes do prédio nas dimensões de 39x19x09cm. Foto 09 Inicio do processo de oxidação da armadura, decorrente de falha na moldagem da viga, localizada no módulo da escada. 46

Foto 10 Junta de dilatação térmica trabalhando com esmagamento dos elementos vazados do módulo da escada, decorrente de falha na sua implantação. Foto 11 Vista parcial da laje pré-moldada sobre o forro de gesso, com detalhe para a tubulação de esgoto com falha na sua fixação. 47

Foto 12 Ampliações na área comum, de forma precária, com abertura de vão na alvenaria resistente executada por morador, provocando um desequilíbrio na distribuição das cargas atuantes na estrutura resistente do prédio. Foto 13 Reforma interna, executada pelo proprietário, provocando um desequilíbrio na distribuição das cargas atuantes na estrutura resistente do prédio. 48

Foto 14 Vista parcial da laje pré-moldada sobre o módulo da escada, apresentando infiltração provocada por águas pluviais, decorrente da falta de fechamento do vão sobre a mesma. Foto 15 Vista de uma fachada interna do Bloco com detalhe para as tubulações hidro-sanitarias e águas pluviais assentadas externamente de forma precária e falta de manutenção na pintura, ocasionando a deterioração da argamassa de revestimento. 49

BLOCO 50 QUADRA 03 50

FICHA DE VISTORIA DO BLOCO 50 DA QUADRA 03 1- Localização (rua, Bairro, CEP etc). O bloco 50 da Quadra 03 está localizado na rua principal (01). 2- A Edificação é isolada? Sim 3- A rua é pavimentada? não 4- Qual o tipo de pav.? Terreno natural 5- Ano de construção. Conforme consta nos autos e relato de moradores primitivos, o empreendimento foi entregue em 1982. 6- Habite-se. Não temos conhecimento do termo de habite-se do empreendimento 7- A Edificação está ligada à rede Pública do sistema de esgotamento sanitário? Sim, o sistema é constituído com tubos em PVC de 100 mm, interligados através de caixas de passagens, com destinação final para a rede coletora publica 8- O fornecimento de energia elétrica e água estão cortados? Não, o prédio está habitado 9- O Prédio é composto de estrutura mista Caixão/Pilotis? Não a edificação é em alvenaria resistente com pequenas estruturas isoladas em concreto. 10- Já houve por parte da S eguradora, alguma intervenção para o reforço da estrutura do Prédio? Conforme vistoria e informe de moradores, não houve intervenção por parte da seguradora. 11- O piso da área comum externa é revestido? Na maioria dos blocos as áreas externas são revestidas com lajotas pré-fabricadas medindo 50cmx50cm 12- Qual o tipo de revestimento? Na maioria dos blocos as áreas externas são revestidas com lajotas pré-fabricadas medindo 50cmx50cm 13- Existem Jardineiras próximas às fundações? Não. 14- Qual o material utilizado e dimensões das fundações? A fundação é composta de sapata corrida rasa, apoiada diretamente sobre o solo, com seus elementos pré-moldados de forma trapezoidal, com dimensões de 40cm na base maior, 20cm 51

na base menor em concreto, com suas seções internas preenchidas em concreto, suportando toda a carga da edificação. 15- Qual a composição e dimensão dos elementos componentes da alvenaria do embasamento? As alvenarias dos embasamentos dos p rédios são constituídas com blocos p rémoldados em concreto, com os furos dispostos na vertical, nas dimensões de 39x19x09 cm, sem impermeabilização, chapisco e revestimento 16- Qual a composição e dimensão dos elementos componentes das alvenarias dos pavimentos tipos? Os elementos fazem parte do corpo da superestrutura do prédio, funcionando como elemento de sustentação e transmissão das cargas dos pavimentos superiores, sendo constituídas de blocos pré-moldados em concreto nas dimensões de 39x19x09 cm 17- Existe a presença do Lençol Freático nas fundações? Não, vide registro fotográfico 18- A que profundidade? Vide resposta a pergunta anterior (15) 19- O CAIXÂO do Prédio é aterrado? Sim, com material argiloso 20- Qual o Nº de Apartamentos do Prédio? Cada bloco é composto por 32 unidades habitacionais 21- Todos estão desocupados? Todos os blocos periciados estão ocupados 22- A laje de piso do pav. Térreo é pré-moldada ou de concreto? A laje de impermeabilização do pavimento térreo é em concreto simples 23- Qual a espessura da argamassa de revestimento e assentamento das alvenarias de elevação? Varia de 1,5cm a 3,0 cm 24- Qual a composição do material utilizado nas lajes de piso/teto dos apartamentos. São tipo pré-moldadas, apoiadas sobre as alvenarias, sendo revestidas no piso com cerâmica e no teto com argamassa (exceto a laje do pav. térreo que é concreto simples, sendo revestida só no piso) 25- Existe cinta de amarração (Radier) no coroamento das alvenarias do embasamento? Sim, tem a seção transversal medindo 10cmx10cm 26- Qual a dimensão de sua seção? 52

M ede 10cmx10cm 27- Existe cinta de amarração nos encontros das lajes com as alvenarias dos pavimentos tipos. Sim, entre pavimentos, por sobre as alvenarias, existe uma cinta em concreto armado que recebe as lajes tipo volterrana (nervuras e blocos em concreto) 28- Qual a dimensão de sua seção? Vide registro fotográfico da inspeção no bloco nº10 da quadra 03 (interditado) 29- Existem vergas e contra vergas nos vãos de portas e janelas? Só constatamos a presença de vergas. 30- Identifique, se houver as fissuras na área comum de circulação do Prédio Vide registro fotográfico 31- Material utilizado e capacidade dos Reservatórios d água do Prédio Os prédios foram edificados com duas caixas de 1.000 litros em fibra de vidro/amianto por sobre cada bloco 32- Qual o Pé direito dos Apartamentos? M ede 2,60m 33- Existem instalações de prevenção contra Incêndio? Este projeto não foi contemplado 34- Existem instalações para telefone? A telefonia fixa foi instalada após a construção dos prédios e de forma precária 35- Como é composta a coberta do Prédio Telha em amianto tipo calhetão 36- Qual o estado de conservação da pintura externa do prédio? Varia de regular para precário 37- De 1 a 4, na escala crescente, qual o grau de riso de colapso da estrutura do Prédio? Os elementos pré-moldados em concreto da alvenaria de embasamento estão com a resistência a compressão diminuída, dando um indicativo de dano progressivo e imputando a instabilidade estrutural do prédio. Portanto, conforme nossa análise tátil visual, a edificação apresenta um grau de risco alto de colapso total/parcial em sua estrutura 38- A necessidade de desocupação imediata? Caso não sejam tomadas medidas para reforçar a infra-estrutura do prédio, sim. 39- Existe posto de vigilância patrimonial no Prédio? 53