REPÚBLICA VELHA ( 1889 1930 ) Professor Danilo Bezerra. História. OBS: Estudem também pelo livro didático. Grande abraço e bons estudos!!!
REPUBLICANISMO É A IDEOLOGIA A QUAL UMA NAÇÃO É GOVERNADA COMO UMA REPÚBLICA E O CHEFE DE ESTADO É INDICADO POR MÉTODOS NÃO HEREDITÁRIOS, FREQUENTEMENTE ATRAVÉS DE ELEIÇÕES. HTTP: HTTP://PT. //PT.WIKIPEDIA. WIKIPEDIA.ORG/WIKI/REPUBLICANISMO
TRANSIÇÃO: MONARQUIA / REPÚBLICA No dia 15 de novembro de 1889, marechal Deodoro da Fonseca rompia definitivamente os laços com o Império e proclamava a República no Brasil. O evento, consequência natural e inevitável das transformações econômicas e sociais que ocorreram no século XIX em todo o mundo, só foi possível devido à somatória de três forças: os ricos fazendeiros do oeste paulista, a classe média urbana e o exército. Veja qual era a posição de cada uma das forças:
O fim do regime monárquico resultou de uma série de fatores cujo peso não é idêntico. Duas forças, de características muito diversas, devem ser ressaltadas em primeiro lugar: o Exército e um setor expressivo da burguesia cafeeira de São Paulo (......) Boris Fausto, História Concisa do Brasil, 2009, p.132.
Fazendeiros do oeste paulista a chegada do café às fazendas do oeste paulista, a partir de 1850, provocou uma inédita geração de riqueza na região. Abastados, esses proprietários agora desejavam uma força política que nunca lhes foi acessível. Seus interesses conflitavam com o Império.
Classe média urbana a abolição da escravatura, ocorrida no ano de 1888 e que já se delineava nos anos anteriores com, por exemplo, a proibição do tráfico de escravos, fez com que os recursos investidos no extinto setor econômico escravocrata fossem transferidos para outros empreendimentos como estradas de ferro, linhas telegráficas e bancos. Isto fez crescer a população assalariada urbana que, por sua vez, absorvia vorazmente as ideias positivistas que circulavam em jornais nas cidades. Aos poucos, se posicionaram contra o Parlamento Monárquico.
Exército Apesar de leais ao Império, os oficiais do Exército eram cidadãos de pouco prestígio profissional e social, motivo de ressentimento com o regime. A mágoa aumentou com a permanência do desprestígio ao fim da Guerra do Paraguai, na qual o Brasil se saiu vitorioso às custas do sacrifício militar. O exército tinha, adicionalmente, outro ponto de atrito: os oficiais da corporação eram proibidos de reivindicar direitos e de manifestar publicamente suas queixas. Quem o fizesse era punido. Diga-se de passagem, norma existente até hoje.
Texto didático e esclarecedor sobre a transição: http://www.brasilescola.com/historiab/procla macaodarepublica.htm
FINAL DO SÉCULO XIX O governo de D. Pedro II passava por uma grande crise, com muitos desgastes nas relações entre o Estado e suas bases de apoio: Oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo; Conflitos entre o Imperador e a Igreja Católica; Alguns militares não concordavam com o governo de D. Pedro II; Em 1888, a abolição da escravatura desagradou aos grandes fazendeiros e proprietários de escravos. FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil, 2 ed São Paulo, 2009 Imagem: Carneiro & Gaspar/ Retrato de D. Pedro II/ Public Domain.
QUANTO À ABOLIÇÃO... As iniciativas do Imperador no sentido de extinguir gradualmente o sistema escravista, provocaram fortes ressentimentos entre proprietários rurais. Os fazendeiros do café do Vale do Paraíba desiludiram-se do Imperador, de quem esperavam uma atitude de defesa no que diz respeito a seus interesses. Com isso, o regime perdeu a sua principal base social de apoio.
NAS PRIMEIRAS HORAS DA MANHÃ DO DIA 15 DE NOVEMBRO DE 1889, A TROPA SOB O COMANDO DE MARECHAL DEODORO MARCHOU PARA O MINISTÉRIO DA GUERRA, ONDE SE ENCONTROU COM OS LÍDERES MONARQUISTAS. NO DIA SEGUINTE, A QUEDA DA MONARQUIA ESTAVA CONSUMADA. Imagem: Benedito Calixto (1853-1927)/ Proclamação da República/ Public Domain.
Nascimento: Alagoas (hoje, Marechal Deodoro) - AL, em 05.08.1827 Falecimento: Rio de Janeiro (DF) - RJ, em 23.08.1892 Profissão: Militar (Marechal) Período de Governo: 26.02.1891 a 23.11.1891 Idade ao assumir: 63 anos Tipo de eleição: indireta MARECHAL DEODORO DA FONSECA
A REPÚBLICA DA ESPADA Governo Provisório de Deodoro: foi institucionalizado o casamento civil, ficando sem efeitos jurídicos o matrimônio religioso; foi promulgado o novo Código Penal, que extinguia a pena de morte, em tempo de paz, no Brasil, etc.
O ENCILHAMENTO O ministro da Fazenda, Rui Barbosa, deu início a uma reforma monetária e bancária. A reforma consistia em autorizar os bancos a emitir papel-moeda sem lastro em ouro e prata. O sistema de bancos emissores e as facilidades concedidas para a organização de empresas provocaram inflação e uma desastrosa especulação financeira, com a crise da bolsa e a ruína de numerosos investidores. A crise ficou conhecida como o "encilhamento".
PROBLEMAS... Eleito pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição do Congresso e da população devido à crise econômica. 1ª Revolta da Armada: ocorreu no dia 23 de Novembro de 1891, quando o Almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O Marechal Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da República.
Revolução Federalista: a instabilidade política gerada pelos federalistas, que pretendiam "libertar o Rio Grande do Sul da tirania de Júlio Prates de Castilhos", então presidente do Estado. Empenharam-se em disputas sangrentas que acabaram por desencadear uma guerra civil, que durou de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, e que foi vencida pelos pica-paus, seguidores de Júlio de Castilhos. A luta armada atingiu as regiões compreendidas entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
MARECHAL FLORIANO PEIXOTO
O GOVERNO DE FLORIANO Seu governo teve grande oposição de setores conservadores. O apelido de "marechal de ferro" era devido à sua atuação enérgica e ditatorial. 2ª Revolta da Armada: (1893) Floriano não cedeu às ameaças; o almirante ordena o bombardeio da capital brasileira. O movimento desencadeado pela marinha de guerra no Rio de Janeiro terminou em 1894, com a fuga dos revoltosos para Buenos Aires.
http://www.libertaria.pro.br/brasil/capitulo12_i ndex.htm O site acima contém um texto didático ( bem resumido ) e muito esclarecedor sobre a República da Espada. Ver também o Convênio de Taubaté: http://www.brasilescola.com/historiab/conveni o-taubate.htm
OS ANOS DE CONSOLIDAÇÃO DA REPÚBLICA República da Espada Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos de República. Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto representaram o governo militar na primeira fase da República. República das Oligarquias A política do país era dirigida por oligarquias agrárias e por representantes civis na presidência.
CARACTERÍSTICAS DA REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS O poder político passou a ser controlado pelas oligarquias rurais (República do Café com Leite). Acordos e alianças entre presidente e governadores dos estados ( Política dos governadores). Prática do coronelismo (República dos coronéis).
A República concretizou a autonomia estadual dando plena expressão aos interesses de cada região. Isso se refletiu no plano da política, na formação dos partidos republicanos restritos a cada Estado. Controlados por uma elite reduzida, os partidos republicanos decidiam os destinos da política nacional, fechando os acordos para a indicação do candidato à presidência da República. Uma característica peculiar da política brasileira durante a República Oligárquica foi a "Política dos Estados", vulgarmente conhecida como "política dos governadores", instituída no governo de Campos Sales. Imagem: O mapa do Brasil no ano do Centenário de Independência / Autor Desconhecido / Digitalizado por Selma Silveira / Domínio Público.
Quem representava as oligarquias? As oligarquias eram constituídas por grandes proprietários de terra que exerciam o monopólio do poder local. Este período da história republicana é caracterizado pela defesa dos interesses destes grupos, particularmente da oligarquia cafeeira.
Os grupos oligárquicos vão garantir a dominação política no país, através: 1. do coronelismo; 2. do voto do cabresto; 3. da política dos governadores e da política de valorização do café. A política dos governadores foi um acordo entre os governadores dos Estados e o governo central. A Política dos Governadores ocorreu em três níveis: no federal, o Presidente conta com o apoio dos deputados federais sendo ocasional a oposição; na esfera estadual, o governador, representante do sistema oligárquico estadual, atua sem oposição nas assembleias legislativas; e, no plano municipal, o domínio é do coronel, o mandão local. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/republica-velha/republica-velha-3.php#ixzz1yr7rugcn
Como esse tipo de política dominava uma grande massa da população? No final do século XIX, existia uma grande massa de analfabetos, num país essencialmente agrícola. 1. 80% da população livre era analfabeta. 2.17% da população entre 6 e 15 anos frequentava escolas. 3.Cerca de 22 mil alunos estavam matriculados em colégios secundários. 4.80% das pessoas se dedicavam às atividades agrícolas; 13% aos serviços e 7% à indústria. FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil, 2009, p.134,135.
Os governadores apoiavam o presidente, concordando com sua política. Em troca, o governo federal só reconheceria a vitória de deputados e senadores que representassem estes governadores. Desta forma, o governador controlaria o poder estadual e o presidente da República não teria oposição no Congresso Nacional.
Durante o governo do presidente Campo Sales (1898-1902), a República Oligárquica efetivou o que marcou fundamentalmente a Primeira República: a chamada política dos governadores, que se baseava nos acordos e alianças entre o presidente da República e os governadores de Estado, que foram denominados Presidentes de Estado. Estes sempre apoiariam os candidatos fiéis ao governo federal; em troca, o governo federal nunca interferiria nas eleições locais (estaduais). http://www.brasilescola.com/historiab/republica-oligarquica.htm
ATENÇÃO Pacto oligárquico política clientelista O fundamento do pacto oligárquico, envolvendo presidente da República, governadores estaduais, deputados, senadores e outros cargos públicos, era a troca de favores. O coronel manda no município, nomeia, arranja empregos para seus aliados; o governador não sofre oposição na Assembleia Legislativa, assim como o Presidente, que tem todas suas iniciativas aprovadas pelo Congresso Nacional. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/republica-velha/republica-velha-3.php#ixzz1yr7rugcn
REPÚBLICA DO CAFÉ COM LEITE A política do café com leite foi um acordo firmado entre as oligarquias estaduais e o governo federal durante a República Velha para que os presidentes da República fossem escolhidos entre os políticos de São Paulo e Minas Gerais. Portanto, ora o presidente seria paulista, ora mineiro. O nome desse acordo era uma referência à economia de São Paulo e Minas, grandes produtores, respectivamente, de café e leite. http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/politica-do-cafe-com-leite.jhtm
PARA PODERMOS ENTENDER A POLÍTICA QUE SE ESTABELECEU DURANTE A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA, PRECISAMOS COMPREENDER QUAL ERA A SITUAÇÃO SOCIAL DO BRASIL NOS PRIMEIROS ANOS DE REPÚBLICA. No interior nordestino a superexploração, a miséria e a fome eram a realidade do sertanejo Havia absoluta obediência ao chefe local, materializado na política pela figura do coronel. A saúde era outro problema social principalmente nos grandes centros urbanos O trabalho foi outra questão social delicada, foi durante este período que, começaram a se desenvolver as classes médias urbanas, assim como a classe operária. http://www.mundovestibular.com.br/articles/6501/1/a-questao-social-na-republica-velha/paacutegina1.html
É comum denominar a Primeira República república dos coronéis, em uma referência aos coronéis da antiga Guarda Nacional, que eram em sua maioria proprietários rurais, com uma base local de poder.
O CORONELISMO O coronelismo é um fenômeno político-eleitoral que ocorre na instância municipal ou regional. O poder político das oligarquias agrárias se sustentava no controle do voto da população rural e nas máquinas eleitorais. A base da política café com leite tinha nome: coronelismo. Na época, os coronéis, grandes latifundiários, tinham o direito de formar milícias em suas propriedades e combater qualquer levante popular. Assim, trabalhadores e camponeses se viam subordinados ao poder militar e, sobretudo, político dos coronéis. http://www.historiadetudo.com/politica-cafe-leite.html
CORONÉIS/VOTO/FRAUDES ELEITORAIS Imagem: Storni/ Domínio Público. Com a capacidade de exercer grande comando sobre os trabalhadores de suas terras, os coronéis formavam regimes e tributos em suas regiões, estabelecendo impostos cobrados sobre a população. Era também a partir de tal meio de controle que se formavam os traços pelos quais se desenhava toda a realidade da política nacional. Os coronéis, em acordo com os governadores, determinavam em quem seus comandados iriam votar. Como naquela época o voto não era secreto, os trabalhadores tinham medo de desobedecer às ordens dos coronéis com receio de sofrerem punições físicas ou perderem suas fontes de sobrevivência, era o chamado Voto de Cabresto. Desta forma, se dava a exclusão política e o controle dos espaços de representação da sociedade, período marcado por práticas autoritárias e violentas. http://www.historiabrasileira.com/brasilrepublica/coronelismo/
Com a capacidade de exercer grande comando sobre os trabalhadores de suas terras, os coronéis formavam regimes e tributos em suas regiões, estabelecendo impostos cobrados sobre a população. Era também a partir de tal meio de controle que se formavam os traços pelos quais se desenhava toda a realidade da política nacional. Os coronéis, em acordo com os governadores, determinavam em quem seus comandados iriam votar. Como naquela época o voto não era secreto, os trabalhadores tinham medo de desobedecer às ordens dos coronéis com receio de sofrerem punições físicas ou perderem suas fontes de sobrevivência, era o chamado Voto de Cabresto. Desta forma, se dava a exclusão política e o controle dos espaços de representação da sociedade, período marcado por práticas autoritárias e violentas. http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/coronelismo/
CONFLITOS SOCIAIS Ao longo da Primeira República os movimentos sociais de trabalhadores ganharam certo ímpeto, tanto no campo quanto nas cidades.(...) o crescimento das cidades e a diversificação de suas atividades foram os requisitos mínimos de um movimento da classe trabalhadora. Boris Fausto, História Concisa do Brasil, 2009, p.166-167. 167.
Mapa dos Conflitos Brasileiros na Virada dos Séculos XIX e XX: Cangaço Guerra de Canudos Greves operárias Revolta da Vacina Guerra do Contestado Imagem: André Koehne/ GNU Free Documentation License.
REALIDADE DO SERTÃO NORDESTINO: MOVIMENTOS SOCIAIS NA PRIMEIRA REPÚBLICA O problema da exclusão socioeconômica atingiu as populações do campo e da cidade. No meio rural, o domínio opressor dos coronéis impulsionavam os camponeses a se aproximarem das alternativas oferecidas pelos líderes messiânicos como José Maria (Contestado/SC), Antônio Conselheiro (Vaza-Barris/BA). Em situações mais extremas, o chamado banditismo social impulsionava a formação de grupos de cangaceiros que não reconheciam nenhum tipo de autoridade.
O CANGAÇO Entre o final do século XIX e começo do XX (início da República), surgiu, no nordeste brasileiro, grupos de homens armados conhecidos como cangaceiros. Estes grupos apareceram em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina. O latifúndio, que concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava as margens da sociedade a maioria da população. Corisco & Dadá é um filme brasileiro de 1996 baseado em fatos reais dirigido por Rosemberg Cariry http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/cangaco.htm Imagem: Benjamin Abrahão Botto/ Retratos do cangaço - Virgulino Ferreira, Lampião/ Domínio Público.
Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos policiais. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação cheia de espinhos da caatinga. Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foi o comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de Rei do Cangaço. O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930. Morreu numa emboscada armada por uma volante, junto com a mulher Maria Bonita e outros cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos, pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região. Imagem: Benjamin Abrahão Botto/ Retratos do cangaço - Virgulino Ferreira, Lampião/ Domínio Público.
CANUDOS A história de Canudos começa por volta de 1893. Nesta época, no arraial de Canudos, no vale do rio Vaza-Barris, no interior da Bahia, reuniu-se um grupo de fiéis seguidores do beato Antônio Conselheiro, que pregava a salvação e dias melhores para quem o seguisse. Em 1896 o arraial já possuía cerca de 15 mil sertanejos que viviam de modo comunitário. Sobreviviam com a criação de animais e plantações. O rápido crescimento da comunidade de Canudos passou a incomodar os coronéis locais e a Igreja católica. Os latifundiários perdiam mão de obra enquanto a Igreja perdia seus adeptos. Imagem: Rsabbatini / Vila de Canudos/ Public Domain.
Padres e coronéis faziam pressão para que o governador da Bahia acabasse com Canudos. Na imprensa, os intelectuais e jornalistas condenavam os habitantes da comunidade sob a acusação de quererem restabelecer o regime monárquico e chamando os sertanejos de bandos de "fanáticos" e "degenerados". O governo da Bahia organizou expedições militares para destruir Canudos. Com a terceira derrota, a resolução do problema passou para a competência do governo federal. O arraial foi completamente destruído em 5 de outubro de 1897. Os sertanejos de Canudos, homens, mulheres, velhos e crianças foram massacrados pelos soldados, que tinham ordens para não fazer nenhum prisioneiro. Guerra de Canudos é um filme brasileiro de 1997, dirigido por Sérgio Rezende
ENQUANTO ISSO, NO SUL DO PAÍS... A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por uma empresa norte-americana, com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força política) da região e do governo. Para a construção da estrada de ferro, milhares de famílias de camponeses perderam suas terras. Este fato, gerou muito desemprego entre os camponeses da região, que ficaram sem terras para trabalhar. Outro motivo da revolta, foi a compra de uma grande área da região por um grupo de pessoas ligadas à empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade foi adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de suas terras. O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do governo. http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/guerra_contestado.htm
GUERRA DO CONTESTADO A Guerra do Contestado foi um conflito armado que ocorreu na região Sul do Brasil, entre outubro de 1912 e agosto de 1916. O conflito envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e estadual. Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa territorial entre os estados do Parará e Santa Catarina. Na área do Contestado, diante da crise e insatisfação popular, ganhou força a figura do beato José Maria. Este pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidade justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses sem terras. Imagem: Edson L. Pedrassani/ GNU Free Documentation License.
Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento. Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores. O fim da Guerra A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão. http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/guerra_contestado.htm
OS GRANDES CENTROS URBANOS SOFRIAM COM SÉRIAS QUESTÕES SOCIAIS A situação do Rio de Janeiro, no início do século XX, era precária. A população sofria com a falta de um sistema eficiente de saneamento básico. Este fato desencadeava constantes epidemias, entre elas, febre amarela, peste bubônica e varíola. A população de baixa renda, que morava em habitações precárias, era a principal vítima deste contexto. Preocupado com esta situação, o então presidente Rodrigues Alves colocou em prática um projeto de saneamento básico e reurbanização do centro da cidade. O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado pelo presidente para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade. http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/revolta_da_vacina.htm
REVOLTA DA VACINA A campanha de vacinação é obrigatória e colocada em prática em novembro de 1904. Embora seu objetivo fosse positivo, ela foi aplicada de forma autoritária e violenta. Em alguns casos, os agentes sanitários invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força, provocando revolta nas pessoas. Essa recusa em ser vacinado acontecia, pois grande parte das pessoas não conhecia o que era uma vacina e tinham medo de seus efeitos. Revolta popular As manifestações populares e conflitos espalham-se pelas ruas da capital brasileira. Populares destroem bondes, apedrejam prédios públicos e espalham a desordem pela cidade. Em 16 de novembro de 1904, o presidente Rodrigues Alves revoga a lei da vacinação obrigatória, colocando nas ruas o exército, a marinha e a polícia para acabar com os tumultos. Em poucos dias a cidade voltava a calma e a ordem. http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/revolta_da_vacina. htm Imagem: A Revista da Semana, publicada em 27/11/1904/ Revolta da Vacina/ Domínio Público.
REVOLTA DA CHIBATA A maior revolta ocorrida na Marinha durante o início da República teve como protagonistas os marinheiros, quase todos negros e mulatos, recrutados entre as camadas mais pobres da população. Na Revolta da Chibata, os participantes não queriam derrubar o governo, mas acabar com os maus tratos e a violência dos castigos físicos a que eram submetidos. Os integrantes sofreram intensa repressão. E João Cândido, líder do movimento, foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital dos Alienados. Imagem: Autor desconhecido/ Disponibilizado por Quibik/ Public Domain
O tenentismo mostrava seu inconformismo com a situação política e social do Brasil (corrupção e eleições fraudulentas) e desejavam afastar as oligarquias do comando do país. Por fim, o modernismo defendia a descrença nos valores oligárquicos e nos valores europeus, denunciavam os problemas sociais. http://www.mundovestibular.com.br/articles/6501/1/a-questao-social-na-republica-velha/paacutegina1.html
Na década de 1920, o movimento tenentista foi à primeira contestação aberta à República Oligárquica. Movidos pelo ideal de salvação nacional e pelo descontentamento dos problemas sociais e políticos os jovens oficiais do Exército, acreditavam que o caminho para salvar o país era sua ascensão ao poder. Assim, terminaram por liderar várias rebeliões começando com a Revolta do Forte de Copacabana em 1922, com a Revolta Paulista de 1924, e com a Coluna Prestes de 1925-27, culminando com a Revolução de 1930. Imagem : Autor desconhecido/disponibilizada por Viniciusmc/Domínio Público. http://www.mundovestibular.com.br/articles/6501/1/a-questao- Social-na-Republica-Velha/Paacutegina1.html
MOVIMENTO OPERÁRIO Sob a liderança dos anarquistas, ocorreu a maior greve de que se tem notícia na primeira metade do século 20 no Brasil. A paralisação, iniciada em junho de 1917, começou no setor têxtil, propagou-se rapidamente e atingiu a área portuária e o interior, envolvendo cerca de 50 mil trabalhadores. As principais reivindicações eram aumento de salários, proibição do trabalho infantil, jornada de oito horas, garantia de emprego e direito de associação. O governo reprimiu o movimento com todos os recursos de que dispunha, mobilizando a polícia, tropas militares e até a Marinha de guerra, mas não foi bem-sucedido. Teve de negociar, e algumas das principais reivindicações foram atendidas. http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u12950.shtml
QUESTÃO SOCIAL É CASO DE POLÍCIA. Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar. Embora pretendessem implantar um sistema políticoeconômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como casos de polícia. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.
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CONVENIO DE TAUBATÉ
REVOLTA DA VACINA
REVOLTA DA CHIBATA
REVOLTA DA CHIBATA