LEARNING ORGANIZATION NO CASO DE UMA INSTITUIÇÃO DE NIVEL SUPERIOR



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1. Introdução Observa-se crescente o prognostico de dirigentes organizacionais interessados em compreender e potencionalisar a capacidade de aprendizagem em suas organizações. É notória a preocupação gradativa para que as organizações se transformem em locais onde se ensina e se aprende em regime continuo e esse processo deve sempre envolver todos os indivíduos (ativos intangíveis) da organização. Nesta nova e emergente preocupação com a aprendizagem continua engloba-se atividades desenvolvidas em diversos tipos de organizações, evidenciando-se pelo incremento considerável do investimento das organizações em treinamento, pesquisa, marketing, gestão e informática, e na valorização de novos modelos gerenciais que empreguem a criatividade, o trabalho em equipe, a flexibilidade, o auto desenvolvimento e a autonomia. Evidencia-se, atualmente, que o preparo educacional e cultural de um país pode ser mais importante do que sua riqueza física. É necessário se educar para o auto-aperfeiçoamento e para a consolidação de uma liberdade consciente adequada a uma nova realidade, favorecendo, ao longo das experiências de ensino-aprendizagem, o desenvolvimento da solidariedade; da autoconfiança e, da capacidade criativa dos indivíduos. Significa formar pessoas críticas e responsáveis e, não, indiferentes ou conformadas com o mundo em que habitam; educar pessoas convictas de seu espaço criativo e de sua capacidade de transformação da sociedade. Torna-se relevante considerar que a função das instituições de ensino superior perante à sociedade do conhecimento denota, com nitidez, a necessidade de se empregar um novo paradigma educacional que deverá estar centrado na nova economia globalizada, cada vez mais suportada em informações e no conhecimento. Ele necessita, para as sociedades desenvolvidas ou emergentes, um processo contínuo e permanente de aprendizagem. É preciso qualificar as instituições de ensino superior como um lócus do saber, da liberdade acadêmica e/ou tecnológica e da inteligência, onde o convívio com a pesquisa na fronteira do conhecimento proporciona uma importante contribuição para se desenvolver o raciocínio criativo, independente e inovador. Mais ainda, na esfera desta nova sociedade, as instituições de ensino superior deverão fomentar o crescimento democrático do acesso ao conhecimento, como também à sua geração e difusão, de maneira que as necessidades educacionais da população sejam devidamente ampliadas, e que ocorra um maior equilíbrio entre a vocação tecnológica e a vocação humanística. Um fator importante que vem sendo tema para inúmeras discussões no ambiente acadêmico e/ou tecnológico, enfoca a reflexão se as instituições de ensino brasileiras estão educando adequadamente os profissionais do futuro para as velozes transformações sociais. Parece ocorrer um relevante hiato entre as IES e as empresas. As instituições de ensino superior precisam interagir com tais transformações, objetivando adequar a qualificação de alto nível das pessoas e a preparação delas para o mercado de trabalho e o mundo dos negócios (businesses), em especial, para a construção de empresas voltadas para o desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços. Dentro desta perspectiva, imbui-se à instituição de ensino superior proporcionar aos alunos oportunidades de desenvolver competências que possibilitem a inserção no mercado de trabalho e a participação em uma sociedade hiper competitiva. Decompondo esta linha de raciocínio, observa-se que a função de uma IES torna-se muito mais importante, uma vez que, 2

ela é a legitima responsável pelo perfil dos profissionais que são formados e inseridos no mercado de trabalho. Dentro das atuais condições, a própria IES tem de assumir, gradativamente, o perfil de uma organização que aprende. Essa preocupação é recente no universo das IES brasileiras. Nas organizações que aprendem, as pessoas não são treinadas e mecanizadas para exercerem suas devidas funções, mas sim educadas a desempenharem com satisfação suas atividades, desenvolvendo a criatividade e o espírito de equipe, sendo respeitadas em sua individualidade e autonomia desenvolvendo assim um trabalho com excelência. O ambiente favorece a criação de objetivos compartilhados e socializados, gerando um sentimento de coletividade que permeia a organização oferecendo coerência às diferentes atividades, contribuindo para o engajamento e a participação das pessoas (ativos intangíveis) na resolução de problemas. Procurando entender melhor a função que as IES desempenham na atual sociedade do conhecimento, este artigo visou compreender as características do Modelo de Organização de Aprendizagem ou Learning Organization e verificar sua aplicabilidade, considerando o universo institucional do ensino superior brasileiro. A pesquisa foi realizada na esfera de uma Faculdade Tecnológica cearense no que se faz menção à identificação das práticas de aprendizagem organizacional. 2. Aprendizagem Organizacional Consoante Bernardes (1996), os estudos sobre Learning Organization, embora recentes, já contam com uma gama considerável de livros publicados em todo o globo e também nacionais. A modernidade do tema, no entanto, compromete uma avaliação crítica de médio prazo. Ciente desta limitação, é impossível se desconsiderar, no entanto, que alguns autores, por terem seus trabalhos sucessivamente citados, ou por acenarem com uma abordagem diferencial, podem até ser considerados clássicos no assunto, e, como tais, merecem ser aludidos, Senge (1990) e Garvin (1993), que escrevem abordando linhas específicas dentro do tema. A proposta Learning Organization busca integrar os esforços de uma organização que seja capaz de estar em permanente e continuo processo mutacional para se adaptar ao ambiente instável, através de um sistema, de estrutura e de profissionais que estão sempre aprendendo, adaptando-se, mudando. Senge (1990, p.11), afirma que as Learning Organization são instituições onde as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar os resultados que realmente desejam, onde surgem novos elevados padrões de raciocínio, onde a aspiração coletiva é liberada e onde as pessoas aprendem continuamente a aprender em grupo. O referido autor enfatiza o investimento de pessoal que tal modelo demanda, quando diz que as organizações só aprendem através de indivíduos que aprendem. O aprendizado individual não garante o aprendizado organizacional, mas sem ele não há como ocorrer o aprendizado organizacional. Uma definição bastante interessante de organizações que aprendem foi proposto por David Garvin, autor de Building a Learning Organization (1993). Segundo ele, organizações que aprendem são aquelas capacitadas a criar, a adquirir e a transferir conhecimentos e, ainda, a modificar seus comportamentos para refletir esses novos conhecimentos e insights. A definição pode parecer simples, mas a grande dificuldade é operacionalizá-lo no cotidiano organizacional, seja em uma empresa, uma IES ou um hospital Segundo Felício Junior (2002), dentro das organizações que aprendem a aprendizagem e o ensino diluem-se na rotina do cotidiano e estão presentes obrigatoriamente nos objetivos de 3

cada indivíduo. É assumido que todos têm conhecimento para contribuir e, como tal, compete a cada indivíduo partilhar e receber esse conhecimento. Independentemente da idade, da formação acadêmica, ou da posição hierárquica, todos são fontes e receptores de conhecimento e todos são peças-chave no sucesso da organização. À luz de Fleury (1994, p. 232), o conceito de uma instituição que aprende implica: Na superação do modelo taylorista de separação entre os que pensam e os que executam; envolve um processo contínuo de inovação e aprendizagem coletiva a ser realizado por todos os membros da organização; Em uma organização inovativa, qualificante, os objetivos organizacionais são explicitados e compartilhados. Há um comprometimento com o projeto de desenvolvimento organizacional, que é consistente com o projeto de desenvolvimento individual; e Processo de formação de gestores para as organizações que aprendem implica no desenvolvimento de habilidades de autoconhecimento da cultura organizacional. O livro A Quinta Disciplina, escrito por Senge há mais de uma década e já considerado um clássico, é ao mesmo tempo bastante pessoal e intensamente crítico com relação à administração convencional, desafiando a própria possibilidade dos gerentes poderem controlar, de alguma forma, um sistema humano complexo. Sua proposta é desafiadora, deixando nítido um compromisso fundamental em desenvolver uma série de sofisticadas habilidades de aprendizagem individuais e coletivas, que em grande parte estavam ausentes nas organizações convencionais. Senge (1990, p. 13), considera que o interesse por A Quinta Disciplina, na verdade, surgiu pela forma com que conecta o imperativo da aprendizagem e da geração de conhecimento com ferramentas e métodos específicos que permitem novas formas de pensar e interagir. A aprendizagem organizacional é caracterizada por Senge (1990) mediante cinco disciplinas. O autor considera que disciplina é um conjunto de práticas de aprendizagem, através das quais a pessoa se modifica, adquirindo novas habilidades, conhecimentos, experiências e níveis de consciência. As cinco disciplinas da aprendizagem organizacional sugeridas pelo autor são: Domínio Pessoal, Modelos Mentais, Visão Compartilhada, Aprendizagem em Equipe e Pensamento Sistêmico. A disciplina do Domínio Pessoal resume-se à clareza dos objetivos pessoais, à necessidade das capacidades pessoais se expandirem para se obterem os objetivos desejados, que direcionam esforços em oposição à atual realidade, gerando o princípio de tensão criativa, estabelecendo um elo de ligação entre a realidade e o desejado. Quando se enfoca o trabalho efetivo da disciplina Domínio Pessoal, sempre se está confrontando a visão pessoal e a realidade presente. Os Modelos Mentais são generalizações que as pessoas utilizam para melhor compreenderem o mundo em que vivem e suas relações. São imagens, pressupostos e histórias que o indivíduo traz em sua mente sobre si mesmo, de outras pessoas, das instituições e de diversos outros aspectos do mundo e da vida. Eles constituem verdadeiros mapas mentais cognitivos com os quais se navega por meio de ambientes complexos da vida. Os Modelos Mentais de cada indivíduo são alimentados por crenças e valores que operam desde o nascimento e se prolongam ao logo da vida de cada um. Nesses modelos mentais, estão presentes as crenças que modelam os pensamentos sobre como as coisas são e funcionam. Resume-se em refletir, esclarecer continuamente e melhorar a imagem que cada indivíduo tem do mundo, formatando uma nova modelagem de seus atos de decisões. 4

A Visão Compartilhada enfatiza a importância da comunhão de propósitos e é definida por Senge (1990) em função do companheirismo em torno de objetivos concretos e legítimos que levem as pessoas a se empenharem em conjunto e por livre vontade. O treinamento e o desenvolvimento de inteligência e habilidades coletivas são maiores do que a soma das inteligências e habilidades individuais. Na verdade, uma visão é realmente compartilhada quando uma equipe possui uma mesma imagem e todos os componentes assumem um compromisso mútuo de manterem essa visão, não só individualmente, mas também em conjunto. Segundo Senge (1990), a Visão Compartilhada é vital para a organização de aprendizagem, porque proporciona o foco e a energia para o aprendizado. Dessa forma, devese salientar a importância da aprendizagem generativa, conceituada pelo autor como a expansão da habilidade de criar, em contraposição à aprendizagem adaptativa ou reativa, que ocorre sem a orientação de um objetivo comum. A Aprendizagem em Equipe resume-se na transformação das aptidões coletivas ligadas ao pensamento e à comunicação, de forma que grupos de pessoas possam desenvolver inteligência e capacidade maiores do que o somatório dos talentos individuais. O Pensamento Sistêmico é a base da organização da aprendizagem, pois é a disciplina de integração que permite uma visão de conjunto das estruturas e, portanto, de inter-relações para que se possam buscar soluções através de ações e mudanças na estrutura. Resume-se em criar um método de analisar a linguagem sendo descritas e compreendidas as forças e inter-relações que formatam o comportamento e os sistemas. Esta por sua vez, permite mudar os sistemas com maior eficácia e agir conforme o processo do mundo natural e econômico. Senge ainda afirma que as proposições para Learning Organization caminham também pela defesa do aumento da função das empresas partindo do envolvimento sistêmico das mesmas frente a sociedade, de um modo generalista. A preocupação incide não apenas em motivar as pessoas para que estas melhorem os seus desempenhos na empresa, mas também com a finalidade de desenvolverem e realizem o seu potencial de vida e de crescimento individual humano. Quando desenvolvidas conjuntamente, as disciplinas de aprendizagem podem resultar em um impacto relevante e mensurável a cerca do desempenho. Na verdade, todas as disciplinas são importantes. Segundo Senge (1990, p. 27) houve muitos esforços para elevar uma ou outra à categoria de mais importante mas eu acredito que isso só serviu para provar que uma fica limitada sem as outras. Visualiza-se que é de fundamental importância que as cinco disciplinas funcionem conjuntamente. Apesar disso parecer mais fácil de ser dito do que ser feito, é preciso reconhecer que o pensamento sistêmico reforça cada uma das outras disciplinas, mostrando que o todo pode ser maior que a soma das partes (SENGE, 1990, p. 21). Torna-se necessário mencionar a relevância que uma organização que aprende possui perante ao ambiente acadêmico ou tecnológico da atualidade. Freire (1997) considera essa questão ao descrever que entre aluno e professor há uma troca mútua de conhecimentos e questionamentos, onde quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. O autor citado considera que o professor precisa respeitar a autonomia dos educandos, favorecendo a participação na resolução de problemas e questões que lhes envolvam, além de tomar decisões pertinentes ao modo como está acontecendo a aprendizagem e a troca de conhecimentos. O trabalho do professor se dá com os alunos e não sobre eles ou do professor consigo mesmo. 5

3. Estudo de caso em uma Faculdade Tecnológica cearense Fundamentado no referencial teórico, foi viável o desenvolvimento de um modelo conceitual aplicável a uma instituição de ensino superior, alicerçado no conceito do modelo gerencial learning organization e adaptado do objetivo principal proposto pelo autor (FELÍCIO JUNIOR, 2002). O modelo conceitual da pesquisa de campo enfoca a importância da interação de uma instituição de ensino superior com seu ambiente externo e as cinco disciplinas de Senge (1990). Para cada disciplina, foram propostas, com base na literatura, algumas variáveis que objetivam caracterizar uma instituição de ensino superior como uma learning organization. As disciplinas e as variáveis analisadas se encontram na tabela 1. TABELA ESPAÇAMENTO ESTA LINHA EM BRANCO Disciplinas do modelo Variáveis analisadas Domínio pessoal Competência e habilidade, política de recrutamento e seleção, metas pessoais. Modelos mentais Estrutural, reflexão e indagação, geração de mudanças. Visão compartilhada Estratégia, resultado do treinamento, comunicação interna Aprendizagem em equipe Ambiente de aprendizagem, compartilhamento do conhecimento, habilidade conjunta. Pensamento sistêmico Aprendizagem, treinamento, competência interdisciplinar. Fonte: Adaptado de Senge (1990) Tabela 1 Disciplinas e Variáveis analisadas A coleta de dados foi realizada no período de 01 a 15 de abril de 2007. Entre os instrumentos de pesquisa possíveis, optou-se pelo questionário, devido à facilidade de aplicação do mesmo na instituição objeto de estudo deste trabalho. O questionário foi composto de 15 questões, de múltipla escolha, dispostas em 5 blocos distintos, correspondendo a cada uma das 5 disciplinas. Responderam ao questionário um total de 36 profissionais, sendo 26 do corpo docente e 10 do corpo administrativo. Procurou-se aplicar o questionário num ambiente caracterizado pela informalidade e descontração no próprio local de trabalho do respondente, de forma a se obter respostas mais autênticas e consistentes com a cultura da instituição. 4. Análise dos dados A análise da Faculdade Tecnológica cearense, no contexto deste trabalho, foi baseada nos dados obtidos com a aplicação do questionário, tendo sido feitas análises qualitativas e quantitativas: As perguntas do questionário, do bloco 1 ao bloco 5, apresentaram três possibilidades de resposta. Foram dados os seguintes escores às respostas: 2 (dois), para aquela que mais se aproximava da proposta conceitual; 1 (um), para aquela que ficava numa posição intermediária; e 0 (zero), para aquela que mais se distanciava da proposta conceitual. A menor média obtida na análise de todas as variáveis foi de 0,89 e a maior foi de 1,68, num total de 2,0. Para uma melhor análise dos resultados obtidos para cada variável, procurou-se classificar as respostas em três intervalos distintos, conforme mostrado abaixo. 6

Foi considerado que: Média entre 1,41 e 2,0: a variável mostrou alto grau de concordância com o modelo proposto; Média entre 1,10 e 1,40: a variável mostrou médio grau de concordância com o modelo proposto; Média entre 0,89 e 1,09: a variável mostrou baixo grau de concordância com o modelo proposto. A classificação acima foi também utilizada por (TERRA, 2000), (FELÍCIO JUNIOR, 2002). Considera-se que esta classificação ajuda a visualizar os pontos que precisam ser mais bem trabalhados na instituição pesquisada, na busca de se aproximar do modelo gerencial proposto. A figura 1 mostra o resultado das disciplinas do modelo, aplicada a Faculdade Tecnológica cearense. 1,80 FACUDADE TECNOLÓGICA CEARENSE CENTEC 1,60 1,40 1,20 MÉDIAS 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,64 0,20 0,14 0,29 0,53 0,00 Domínio pessoal Modelos mentais Visão compartilhada Aprendizagem em equipe Pensamento sistêmico Figura 1 Resultado das disciplinas do modelo aplicada a Faculdade Tecnológica cearense. Pode-se observar pela Fig. 1 que a disciplina que mais se aproximou da proposta conceitual foi o Domínio Pessoal, que atingiu uma média de (0,64), num total de 2,0 (referência máxima), representando 32,4% do total, sugerindo que existe uma pequena preocupação dos colaboradores pesquisados que compõem o quadro funcional da instituição quanto a serem maestros da sua própria vida profissional. As média das variáveis do bloco 1 Domínio Pessoal, citadas na tabela. 1, ficaram entre 66,66% e 13,80% do modelo proposto. Com isso, todas as variáveis do bloco 1 Domínio Pessoal se enquadraram em um patamar abaixo da categoria Baixo Grau de Concordância com a proposta conceitual. Este resultado, demonstra que a análise da Faculdade Tecnológica cearense quanto ao Domínio Pessoal foi bastante incompatível com uma organização que aprende. Conforme a Fig. 1 a média do bloco 2 - Modelos Mentais foi de 0,20, que corresponde a 10,1% da proposta conceitual, sugerindo a constatação de que existe também uma desconsiderável preocupação da instituição quanto à sua capacidade de se adaptar em função de aceleradas mudanças, não enfatizando a questão da mudança inovadora como fator primordial de vantagem competitiva. A média das variáveis do bloco 2 Modelos Mentais, ficaram entre 5,55% e 16,66%. Com isso, o bloco 2 Modelos Mentais enquadra-se também em um patamar inferior a categoria Baixo Grau de Concordância com a proposta conceitual. 7

Estes números, demonstram que a análise da Faculdade Tecnológica cearense quanto ao Modelos Mentais está entre as disciplinas menos compatíveis com o modelo proposto pelo autor. De acordo com a Fig. 1 a média do bloco 3 - Visão Compartilhada foi de 0,14 (7,4%), tendo sido a pior disciplina avaliada na pesquisa. Dentre as três variáveis analisadas, ressalta-se a Comunicação Interna, que obteve a segunda média mais baixa da pesquisa, antecedida pela Compartilhamento do Conhecimento. A média das variáveis do bloco 3 Visão Compartilhada ficaram abaixo de 0,89 num total de 2,0. Com isso, o bloco 3 Visão Compartilhada enquadrou-se em um nível inferior a categoria Baixo Grau de Concordância com a proposta conceitual. Este resultado, demonstra que a análise da Faculdade Tecnológica cearense quanto à Visão Compartilhada mostrou resultados muito incompatíveis com uma organização que aprende. Tomando como referência a Fig. 1 a média do bloco 4 - Aprendizagem em Equipe foi de 0,29, tendo sido a terceira pior disciplina avaliada na pesquisa. A média das variáveis do bloco 4 Aprendizagem em Equipe, ficaram abaixo de 0,89. Com isso, o bloco 4 Aprendizagem em Equipe enquadrou-se posicionalmente abaixo da categoria Baixo Grau de Concordância com a proposta conceitual. As médias das variáveis do bloco 4 Aprendizagem em Equipe, ficaram entre 0,00% e 27,7%, salienta-se que a Compartilhamento do Conhecimento obteve a média mais baixa da pesquisa. Estes prognósticos configuram a análise da Faculdade Tecnológica cearense no tocante a disciplina Aprendizagem em Equipe dispares em relação ao modelo de gestão proposto pelo autor. Segundo a Fig. 1 a média do bloco 5 - Pensamento Sistêmico foi de 0,53, que corresponde a 26,8% da proposta conceitual, sinalizando que a instituição funciona de forma assistêmica. O pensamento sistêmico ajuda a enxergar as coisas como parte de um todo e é vital para o processo de aprendizagem organizacional. A média das variáveis do bloco 5 Pensamento Sistêmico, ficaram entre 16,6% e 44,4%. Portanto, o bloco 5 Pensamento Sistêmico enquadrou-se numericamente inferior a categoria Baixo Grau de Concordância com a proposta conceitual. Este resultado, demonstra que a análise da Faculdade Tecnológica cearense no tocante a Pensamento Sistêmico projetou resultados desfavoráveis segundo o modelo proposto pelo autor. 5. Conclusões Este trabalho teve como escopo analisar o comportamento da Faculdade Tecnológica cearense comparativamente com as características essenciais de uma organização que aprende. Para a realização da análise, foi elaborado um modelo conceitual, com enfoque no autor Peter Senge. O modelo conceitual proposto visava mostrar a importância da interação de uma instituição de ensino superior com seu ambiente externo e as cinco disciplinas de Senge. Verifica-se que a Faculdade Tecnológica cearense tem várias características que se distanciam de uma organização que aprende. Entretanto, apresenta potencial para se aproximar do modelo gerencial Sengeriano, não obstante, deve-se levar em consideração que a Faculdade Tecnológica cearense se apresenta como uma instituição jovem, podendo esta juventude, ser uma das causas desta distância. Observa-se através da pesquisa, que ainda são grandes as barreiras a serem ultrapassadas para a implementação das organizações de aprendizagem, propiciando ambientes que favoreçam a criação de objetivos compartilhados, gerando um sentimento de coletividade que permeia a organização e dá coerência às diferentes atividades, contribuindo para o engajamento e 8

participação ( vestir a camisa ) das pessoas e auxiliando-as a resolverem os problemas juntas e com maior eficiência e eficácia do que se fossem resolver isoladamente. Sabe-se que uma IES deve trabalhar em função da comunidade em que está inserida, utilizando sua criatividade para encontrar soluções inovadoras para os mais variados problemas sociais, apresentando-se como um agente ativo e transformador da educação. Neste contexto, espera-se, que este trabalho, tenha contribuído para a reflexão sobre a necessidade, no Brasil, de IES que atendam aos reais anseios da sociedade e para a melhor compreensão dos processos de aprendizagem nas organizações em geral. Em particular, para a Faculdade Tecnológica cearense, acredita-se que o diagnóstico realizado possa sensibilizar a direção da instituição, gerando uma busca contínua pelas características do modelo proposto de uma Learning Organization. Referências BERNARDES, M.E.B. Learning Organization em empresa brasileira: um estudo de caso. 1999. Dissertação (Mestrado em Administração) - Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. FELÍCIO JUNIOR, J. Learning organization numa instituição de ensino superior: Uma proposta empreendedora. 2002. Dissertação (Mestrado em Administração) Programa de Pós-graduação em Administração, Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo. FLEURY, M. T. L. Inovação e Gestão o perfil do gestor de uma learning organization. Revista Brasileira de Administração Contemporânea. Anais XVII ENANPAD Recursos Humanos, p. 223-233, 1994. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 5 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. GARVIN, D. A. Building a Learning Organization. Harvard Business Review, p. 78-91, Jul./Aug. 1993. SENGE, P. M. A Quinta Disciplina: arte, teoria e prática da organização de aprendizagem. São Paulo: Best Seller, 1990. TERRA, J. C. C. Gestão do Conhecimento: o grande desafio empresarial: uma abordagem baseada na aprendizagem e na criatividade. São Paulo: Negócio Editora, 2000. 9