COMUNICAÇÃO NA LINHA ASSISTENCIAL Ministério da Saúde QUALIHOSP 2011 São Paulo, abril de 2011
A Secretaria de Atenção à Saúde/MS e a Construção das Redes de Atenção à Saúde (RAS)
As Redes de Atenção à Saúde Conceito: A Rede de Atenção à Saúde (RAS) é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, integrados por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão que buscam garantir a integralidade do cuidado. Conjunto de organizações que provê atenção coordenada de uma série de serviços de saúde a uma determinada população, e que é responsável pelos custos e resultados de saúde dessa população. (Shortell, 1996)
As Redes de Atenção à Saúde Fundamento normativo da RAS Art. 198 da CF/88: As ações e os serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único organizado de acordo com as diretrizes de descentralização, atendimento integral e participação da comunidade. Lei nº 8.080, 1990: Art. 7º, inciso II: (...) integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos, curativos, individuais e coletivos (...). Art. 10º aponta arranjos organizacionais para as redes loco-regionais através de consórcios intermunicipais e distritos de saúde como forma de integrar e articular recursos e aumentar a cobertura das ações. Portaria nº 4.279 de 31/12/2010: Estabelece diretrizes para organização da RAS no âmbito da SUS
As Redes de Atenção à Saúde Por que implantar uma RAS? Perfil epidemiológico brasileiro caracterizado por tripla carga de doenças: Persistência de doenças parasitárias, infecciosas e desnutrição, características de países subdesenvolvidos. Problemas de saúde reprodutiva, com mortes maternas e óbitos infantis por causas consideradas evitáveis. Desafio das doenças crônicas, com sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada e obesidade. Crescimento das causas externas em decorrência do aumento da violência e dos acidentes de trânsito.
As Redes de Atenção à Saúde Por que implantar uma RAS? Outras causas, além do triplo perfil epidemiológico: Envelhecimento da população.
A SITUAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE NO BRASIL
2005: 9% DA POPULAÇÃO IDOSA 2030: 15% DA POPULAÇÃO IDOSA Fonte: IBGE 2004
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: TRIPLA CARGA DE DOENÇAS Crescimento vertiginoso das condições crônicas Crescimento da violência e causas externas Manutenção de Doenças infecções/ parasitárias, nutricionais e problemas de saúde reprodutiva A CARGA DAS DOENÇAS NO BRASIL, ANOS DE VIDA AJUSTADOS POR INCAPACIDADE (AVAI) - 1998 DOENÇA OU CONDIÇÃO AVAI POR MIL HABITANTES INFECCIOSAS, PARASITÁRIAS E DESNUTRIÇÃO 34 14,8 CAUSAS EXTERNAS 19 10,2 CONDIÇÕES MATERNAS E PERINATAIS 21 8,8 DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS 124 66,2 TOTAL 232 100 % Fonte: SCHRAMM et al. (2004)
As Redes de Atenção à Saúde Por que implantar uma RAS? Os desafios a superar: Lacunas assistenciais e fragmentação das ações e serviços Financiamento público insuficiente, fragmentado e com baixa eficiência no emprego dos recursos Configuração inadequada dos modelos de atenção, marcada pela incoerência entre a oferta de serviços e as reais necessidades da população. Modelo atual não acompanha declínio das condições agudas e ascensão das condições crônicas
As Redes de Atenção à Saúde Por que implantar uma RAS? Os desafios a superar: (continuação) Fragilidade da gestão do trabalho, carência de profissionais alinhados às políticas de saúde e precarização dos vínculos profissionais Pulverização dos serviços nos municípios Baixa inserção da vigilância e promoção da saúde no cotidiano dos serviços de atenção, sobretudo na APS
As Redes de Atenção à Saúde As características da RAS: Formação de relações horizontais entre os pontos de atenção, tendo APS como centro de comunicação Centralidade nas necessidades de saúde da população Responsabilização por atenção contínua e integral
As Redes de Atenção à Saúde As características da RAS: (continuação) Cuidado multiprofissional Compartilhamento de objetivos e compromissos com resultados sanitários e econômicos
DESAFIO: Estabelecer coerência entre o modelo de atenção e efetividade, eficiência e qualidade sistêmica. gestão para assegurar PROMOVER A INTEGRAÇÃO DO SISTEMA Articular e integrar um conjunto de recursos, serviços e práticas clínicas capazes de contribuir para o processo de integração do sistema e a materialização dos seus princípios constitucionais Universalidade, Equidade e Integralidade. ESTRATÉGIAS FUNDAMENTAIS E INTER-RELACIONADAS QUE DEVEM ESTAR ENVOLVIDAS NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO: A conformação de Redes Integradas de Atenção a Saúde Atenção Primária à Saúde como eixo principal do sistema e como núcleo organizador das redes integradas.
Compromissos Prioritários do Governo na SAS O3 Redes prioritárias: Materno-infantil (Rede Cegonha); Saúde Mental: enfrentamento do crack, álcool e outras drogas; Urgência e emergência
Compromissos Prioritários do Governo na SAS As três redes e suas idéias- força: RMI: Pré-natal de qualidade;gestante não perambula; parto seguro; direito a acompanhante; seguimento RAPS:ampliação do cuidado à saúde e reinserção social RUE: acesso com classificação de risco e resolutividade
Rede Cegonha Crack e Outras Drogas Rede de Urgência e Emergência COMPONENTES E INTERFACES DAS REDES DE ATENÇÃO Qualificação/Educação Informação Regulação ATENÇÃO PRIMÁRIA 17
IMPLEMENTAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS - RUE
Rede de Atenção às Urgências e Emergências - RUE Conceitos Emergência: Constatação médica de agravo à saúde que representa risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, nesse sentido tratamento médico imediato. Urgência: Ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. Objetivo: articular e integrar todos os equipamentos de saúde para ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência/emergência nos serviços de saúde de forma ágil e oportuna. A implementação da RUE consistirá em um processo de reorganização da oferta/demanda com distribuição coerente dos equipamentos de saúde para dar conta dos desafios sanitários atuais onde os quadros relativos às urgências são de alta relevância epidemiológica e social.
Componentes e Interfaces da Rede de Atenção às Urgências e Emergências 1. Promoção e prevenção 2. Atenção primária: unidades básicas de saúde 3. UPA 24h 4. SAMU 192 5. Portas hospitalares de atenção às urgências e leitos de retaguarda 6. Atenção domiciliar e hospitais-dia/outros equipamentos sociais Acolhimento com classificação de risco e resolutividade
SAMU 192 UPA 24H HOSPITAL ATENÇÃO DOMICILIAR Componentes e Interfaces da Rede de Atenção às Urgências e Emergências Promoção e prevenção Acolhimento Qualificação/Educação Informação Regulação ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
PARA QUALQUER REDE É FUNDAMENTAL O TEMA DA COMUNICAÇÃO NA LINHA ASSISTENCIAL GESTÃO OU COORDENAÇÃO DAS LINHAS DE CUIDADO GESTÃO DA LINHA DO CUIDADO Tecnologias ou recursos a serem consumidos durante o processo de assistência ao beneficiário nas diversas etapas do processo de produção da saúde (promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação), operando vários serviços e funcionando de forma articulada
LINHAS DE CUIDADO PACIENTE CRÍTICO GESTANTE PACIENTE CLÍNICO PACIENTE CIRÚRGICO TRAUMA HOSPITAL COMO ESTAÇÃO CUIDADORA DA REDE
GARANTIA DE COMUNICAÇÃO NA LINHA ASSISTENCIAL ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTOR DO CUIDADO RESPONSABILIZAÇÃO PROJETO TERAPÊUTICO MULTIDISCIPLINAR PRONTUÁRIO ÚNICO E COMPARTILHADO ARTICULAÇÃO ENTRE AS EQUIPES E COMUNICAÇÃO discussão casos clínicos e temas DIRETRIZES E PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS POP E FLUXOS ADMINISTRATIVOS E DE APOIO COORDENAÇÃO DO CUIDADO- dupla coordenação (enfermeiro e médico) e sua articulação com outras LC e demais serviços
GARANTIA DE COMUNICAÇÃO NA LINHA ASSISTENCIAL CUIDADO HORIZONTALIZADO MODELO DE GESTÃO MAIS HORIZONTAL colegiados gestão CONTRATOS DE METAS E COMPROMISSOS INTERNOS (HOB, OS) com avaliação de resultados assistenciais e de eficiência (MP,TO, utilização BC e CTI, desospitalização. ARTICULAÇÃO COM AS REDES DE ATENÇÃO Atenção domiciliar, serviço social, distrito sanitário/esf PAPEL DE QUALIFICAÇÃO DA REDE: devolução pacientes e discussão de casos (apoio e solidariedade)
GESTÃO COMUNICATIVA NA LINHA ASSISTENCIAL É FUNDAMENTAL PARA MELHORES RESULTADOS DESDE A ENTRADA NO HOSPITAL ATÉ A SAÍDA SÃO MUITOS OS RECURSOS A SEREM APORTADOS (GESTÃO, COORDENAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO CUIDADO, INTEGRAÇÃO ENTRE AS EQUIPES, RELAÇÃO COM OS USUÁRIOS, ARTICULAÇÃO COM A REDE, ETC) PARA GARANTIR A ADEQUADA COMUNICAÇÃO E OS RESULTADOS DESEJADOS ATENÇÃO RESOLUTIVA E DE QUALIDADE PARA OS USUÁRIOS E UM AMBIENTE DE TRABALHO COOPERATIVO E ARTICULADO DENTRO DO HOSPITAL QUE SEJA PARTE E EQUIPAMENTO EFETIVO DA REDE
MELHORAR A COMUNICAÇÃO NA LINHA ASSISTENCIAL COM O USUÁRIO ENTRE OS TRABALHADORES DE SAÚDE E EQUIPES DOS TRABALHADORES COM A GESTÃO DO HOSPITAL E DO HOSPITAL COM A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE VÁRIAS FERRAMENTAS E EXPERIÊNCIAS
MELHORAR A COMUNICAÇÃO NA LINHA ASSISTENCIAL TEMOS É QUE APROVEITAR ESTAS EXPERIÊNCIAS E FERRAMENTAS PARA APRIMORAR A GESTÃO DO CUIDADO EM NOSSAS UNIDADES DE SAÚDE, SEJAM HOSPITAIS OU OUTRAS E ISSO DEPENDE NÓS
Alzira de Oliveira Jorge Diretoria de Atenção Especializada DAE Secretaria de Atenção à Saúde Ministério da Saúde Email: alzira.jorge@saude.gov.br