Torá e Ciência. Torá e Ciência



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Torá e Ciência Este capítulo foi acrescentado pelo mérito de nosso querido pai Sr. Jack Bisker Z l, que se dedicou muito a estes temas no final de sua vida. Neste capítulo serão trazidas matérias que foram escritas por ele e por aqueles que continuam o seu trabalho... Está escrito no Livro dos Salmos Quão importantes são Tuas obras, Hashem, Com sabedoria Tu as fizeste todas... (tradução seguindo a explicação do livro Tomer Dvora), Uma vez que Hashem usou de Sua sabedoria para a criação, ela é grandiosa e impressionante, sendo adequado refletir na criação e não desprezá-la (Tomer Dvora, no final do cap.2). Traremos alguns exemplos do conhecimento que se encontra em nossa Torá que, graças ao presente avanço tecnológico, podem ser confirmados cientificamente. Estes conhecimentos já se encontram há milhares de anos em nossos livros, muito antes de existir os meios tecnológicos necessários para alcançá-los. Como pode ser? O sábio e comentarista da Torá, Ramban, explica na introdução do livro Bereshit (Gênesis), que Moshe Rabeinu recebeu todos os conhecimentos sobre a criação junto com a Torá, tanto das criaturas superiores quanto das inferiores; 87

algumas destas sabedorias foram escritas de forma explícita e outras foram insinuadas de alguma maneira nas Escrituras. Parte desta sabedoria foi transmitida de geração em geração e escritas no Talmude ou nos Midrashim pelos nossos Sábios, e partes se perderam ao longo da história. Porém, de alguma maneira, tudo está codificado na Torá através de insinuações, numerologia, pelas formas das letras ou de suas modificações, etc. Está escrito no Zohar que Hashem olhou para a Torá e criou o universo (ou seja, a Torá é a planta do universo). 88

O ciclo menstrual [Trechos da palestra do Dr. Eli Yossef ShussHaim, para um grande público em Jerusalém, há vários anos atrás] O ciclo menstrual da mulher dura em torno de 28 dias, podemos dividir esses 28 dias em três etapas principais: a) a perda do sangue. O útero, o principal órgão do sistema reprodutor da mulher, é revestido internamente por uma membrana. Esta membrana de despedaça e sai para fora do útero, deixando pequenos vasos sanguíneos abertos. O sangue é expelido junto com os resíduos da membrana que revestia o útero. Este período dura, em geral, entre 5 e 7 dias; neste período a película interna do útero quase desaparece e o útero permanece descoberto e machucado. O corpo, então, começa a produzir células para fabricar uma nova película para o útero. b) a reconstrução da membrana interna do útero. Este período leva de 7 a 8 dias, os dois primeiros períodos juntos (a perda de sangue e a recomposição do útero) duram em geral de 12 a 14 dias, a metade de todo o ciclo menstrual. Ao terminar a recomposição do útero é iniciada a ovulação; o óvulo é levado pelo o organismo para o útero que já está pronto para recebê-lo. c) fecundação. O terceiro período dura em torno de 14 dias, o corpo se prepara para a fecundação e o sustento do 011

possível feto; porém, se não houve a fecundação, toda esta preparação será retirada do organismo da mulher e começará um novo ciclo. Os órgãos internos de nossos corpos possuem uma forte proteção natural contra seres estranhos (vírus, bactérias,etc.) que possam vir a prejudicá-los. No caso dos órgãos que chegam até o útero o corpo produz uma acidez elevada, matando estes seres estranhos e, desta maneira, protegendo a mulher. Quando o sangue passa por ali, ele neutraliza esta acidez e, neste período do ciclo menstrual, a mulher fica sem esta proteção contra todos esses agentes daninhos. O nível de acidez retorna ao seu nível adequado para a proteção da mulher no meio de seu ciclo menstrual, até o seu complemento. Estes dados são fatos que a medicina já conhece há mais ou menos 150 anos. Segundo as leis da Torá, a partir da saida do sangue do útero, o relacionamento matrimonial fica proibido até a sua finalização, e após isto ainda mais sete dias, e somente depois de terem passado sete dias sem ter visto sangue, a mulher pode se purificar na mikve e voltar a ter relações matrimoniais com seu marido. Nossos sábios já falavam de três etapas no ciclo menstrual: a. período de perda de sangue (que dura em geral de 5 a 7 dias), b. período de sete dias sem ver sangue, c. dia de purificação na mikve. É impressionante a compatibilidade dessas 010

três etapas com as três etapas fisiológicas que acontece com o organismo da mulher, não somente de forma cronológica como também no período de cada fase. O relacionamento matrimonial no período em que o interior do útero está machucado e delicado e o corpo da mulher sem a proteção natural (pois foi neutralizada pelo sangue, e mesmo após ter terminada a secreção do sangue ainda demora alguns dias até a acidez retornar ao nível desejado) podem causar sérios danos para a saúde da mulher e, inclusive, chegar a causar câncer em seu sistema reprodutor. Justo neste período o relacionamento matrimonial está proibido pela Torá, voltando a estar permitido após a purificação, que ocorre quando o organismo já está novamente preparado e protegido, e o útero recomposto. Não é por acaso que as pesquisas comprovam que a porcentagem de casos de câncer no útero de mulheres que cumprem estas leis estão muito abaixo da porcentagem em que esta doença ocorre em mulheres que não as cumprem. Durante toda a história do judaísmo houve uma grande preocupação no cumprimento rigoroso deste mandamento, chamado de pureza do lar. Mesmo sendo desconhecido todos os benefícios, que hoje são provados pela medicina. Em qualquer descoberta arqueológica onde havia assentamentos judaicos, ali se encontra uma mikve, com os mesmos critérios legais que até hoje em dia mantemos, porém sem o mesmo luxo com que é construído atualmente. 011

Uma vez que o Criador nos ordenou cumprir um mandamento, é óbvio que este mandamento não nos causará danos. A própria Torá nos ordena cuidar de nossa saúde. Hashem criou para o Homem um organismo adequado para os Seus mandamentos, porém não é este os motivos dos mandamentos, e sim um benefício lateral que nos dará condições para continuarmos vivendo e cumprindo com a nossa função. Brit-Milá O motivo de uma mitsvá (mandamento da Torá) está muito além da razão fisiológica. Através de uma mitsvá nos conectamos com Hashem para toda eternidade. Porém, mais uma vez, veremos a compatibilidade entre o nosso organismo e os mandamentos da Torá, no que se refere à mitsvá do brit milá. A CIRCUNCISÃO, A SAÚDE E A RELIGIÃO [Escrito por: Fernando Bisker, Miami] A circuncisão é um mandamento da Torá cumprido até hoje pela maioria dos judeus no mundo. Mesmo aqueles que não são judeus praticantes, que nem mesmo em Yom Kipur vão às sinagogas e não jejuam, fazem questão que seus filhos sejam circuncidados. 012

Nas últimas décadas, uma grande quantidade de nãojudeus, no mundo inteiro, já no hospital fazem a circuncisão nos seus filhos após o nascimento. A Torá comanda que todos os judeus façam a circuncisão, mas, no entanto, não o explica por motivos médicos, nem tampouco para benefícios da saúde. Porém, deixa clara a suma importância de realizá-lo. Com o desenvolvimento da ciência e da medicina, foi comprovado que a circuncisão protege, e protege muito. Um estudo feito pelo Instituto de Saúde dos Estados Unidos (NIH) (U.S. Centers for Disease Control and Prevention), publicado em um site do próprio Governo Americano, afirma, e até recomenda, que seja feita a circuncisão, e que este procedimento diminui em 44% o risco de se contaminar com AIDS, e muitas outras doenças, que não estamos citando aqui. Porém, aos interessados, poderei enviar via E-mail, na íntegra. todo o estudo [fernandobisker@gmail.com]. Por esta e outras razões, atualmente nos Estados Unidos 79% dos homens fazem a circuncisão. 013

Para concluir, gostaria de explicar que para os judeus, a circuncisão é um procedimento religioso, e que hoje em dia sabemos que tem um caráter médico também. Pelo judaísmo, e pelo misticismo judaico, existem dezenas de explicações espirituais ligadas à nossa alma. O simples procedimento médico não cumpre com a mitsvá de brit milá. Porém, aqueles que fizeram a cirurgia de fimose, sem um acompanhamento rabínico, devem procurar um rabino que conheça os procedimentos da Torá para fazer a parte religiosa, mesmo retroativamente. Mas não há motivo para preocupar-se, pois só necessitará ser feito o complemento religioso. E, para aqueles que são judeus, e estão para decidir como fazer o procedimento, não custa nada fazê-lo de uma maneira que inclua as questões médicas, mas também cumprindo com a parte religiosa. "Aquele" que escreveu a Torá há milhares de anos, e incluiu toda esta sabedoria médica de uma forma oculta, também criou muita sabedoria espiritual e energética, que mesmo não sendo vista, podemos acreditar que nela existe algo de bom para nos beneficiar. Pelo grande mérito do cumprimento do brit milá, seguindo a lei da Torá, receberemos vários benefícios em nossas vidas e também em nossas pós-vidas, como está escrito no Zohar e nos Midrashim. No Talmude (Tratado Nedarim 31b, na Mishná), está escrito que através do brit milá nós fazemos 13 014

tipos de alianças com Hashem, entre outras expressões de grandezas existentes nesta mitsvá. Quantas estrelas foram criadas no céu? Em torno de 2000 anos atrás, Aristóteles dizia existir 2400 estrelas no céu; seus alunos, no entanto, disseram que seu mestre errou, argumentando que no céu existem em torno de 30000 estrelas. Em 1951, nos EUA, já falavam que existiam entre 3 a 4 milhões de estrelas. Em 1969, quando Amstrong foi à lua e viu o céu, estando fora da atmosfera, disse ser impossível calcular o número de estrelas existentes no céu. Porém, hoje em dia, a Nasa divulga ter um número de estrelas parecido com aquele que está escrito no Talmude. No Tratado Brachót 32b, a Guemará descreve todas as divisões espaciais e divulga o número de estrelas em cada uma. No total encontramos o seguinte número de estrelas: 1.064.340.000.000.000.000.000, este é o número de estrelas que foram criadas. 015

A constelação Plêíades Plêíades vista do telescópio Hubble No Talmude (Tratado Brachót 58b) a constelação Plêíades é chamada de Kimá. Perguntam na Guemará o significado do nome Kimá. Shmuel, um de nossos Sábios, responde que Kimá significa uma abreviação de duas palavras Ke-Mea : quase cem, ou seja, que possui em torno de 100 estrelas. Na Guemará é discutido se essas estrelas estão dispersas ou reunidas. O comentarista Rashi explica que nossos Sábios estão discutindo somente sobre as estrelas principais de Kimá 016

(Plêíades), que são em torno de 100, porém no total têm mais estrelas. A olho nu vemos em torno de 10 estrelas, porém a Torá, antes de existir o telescópio, já explicava como a constelação está estruturada, afirmando que, na realidade, existem nesta constelação muitas estrelas, e que 100 delas são consideradas as principais. No decorrer das gerações, desde a entrega da Torá até a epoca do Talmude, surgiu uma discussão em um dos dados transmitidos, se as principais estrelas de Plêíades, que não vemos a olho-nu, estão dispersas ou reunidas. Esta discussão nos prova que eles não tinham como conferir, pois não possuíam os meios tecnológicos necessários para examinar o que se passa no céu, como existe atualmente; mesmo assim, já sabiam que Plêíades era formada por mais estrelas, e quantas, entre elas, são as suas principais, pois assim consta na Torá oral. Constelação Plêíades vista menos aproximada 017

Quem descobriu o cometa Halley? O astrônomo Halley viveu em torno de 250 anos atrás. Faleceu em 1746, porém nos informou que em 1758 um cometa (que foi chamado em sua homenagem de cometa Halley ) iria retornar aos arredores da Terra, em torno de 70 anos depois de sua visita anterior. A descoberta de que um mesmo cometa pode nos visitar várias vezes foi tão grande quanto a descoberta do tempo que ele leva entre cada visita. Porém, na realidade, este cometa deveria ter outro nome... Há mais ou menos 1700 anos antes do astrônomo Halley existir, ou seja, em torno de 2000 anos atrás, dois de nossos Sábios na época dos Tanaim, Raban Gamliel e Rabi Yoshua, estavam viajando de barco, como relata o Talmude (Tratado Horaiót, 10). A viagem atrasou e a comida de Raban Gamliel acabou. No entanto, vendo que Rabi Yoshua tinha comida suficiente, pois havia levado consigo um pão feito com um tipo de farinha que sustenta o corpo por mais tempo, então lhe perguntou: Como você sabia que a viagem iria demorar mais?, Rabi Yoshua respondeu: A cada 70 anos passa um cometa que pode confundir os marinheiros que se guiam pelas estrelas, então até que percebam que é um cometa e retornem novamente à rota desejada certamente levaria algum tempo, portanto eu vim prevenido!. Rabi Yoshua já sabia que um cometa pode nos visitar várias vezes, e que justamente este cometa leva 70 anos 018

para voltar. Portanto o cometa deveria chamar-se Cometa Rabi Yoshua!!! Vacina contra raiva, pasteurização Há cerca de 100 anos atrás o cientista Louis Pasteur fez, entre outras, as seguintes descobertas: A cura da raiva através de uma substância que existe no fígado do cachorro contaminado com a raiva, e também a vacina contra o veneno da cobra. Descobriu que quando esquenta um líquido acima de uma certa temperatura, mata os micróbios e etc., ou seja a pasteurização. Fontes na Torá: O Talmude (Tratado Baba Metsia, 29) nos ensina para não tomar água morna que está depositada em um utensílio de metal. O Rabino Chananel, que viveu em torno de 1000 anos atrás, nos explica que poderá causar um dano ao nosso corpo; porém, conclui o Rabino Chananel, se ferver a água já não terá mais problema. O Talmude (Tratado Yoma folha 84 - Mishná) nos ensina que uma pessoa ao ser mordida por um cachorro 001

contaminado pela raiva, para se curar teria que comer o fígado deste cachorro (mesmo não sendo kasher), mesmo no Shabat (quando não somos permitidos de matar um animal) e mesmo em Yom Kipur (quando estamos jejuando), uma vez que isto vai curá-la. Em casos de vida ou morte a Torá nos obriga a transgredir estas leis. Vemos, então, que o conhecimento de que a cura de uma doença pode ser encontrada na própria origem da contaminação já se achava mencionada no Talmude. O Para-raios [Escrito por: Sr. Jack Bisker Z"L e Fernando Bisker (Miami- EUA)] No dia 15 de junho de 1752, em meio a uma tempestade, Benjamin Franklin resolveu provar algumas de suas suposições científicas. O cientista, também escritor e diplomata, Benjamin Franklin (1706-1790) usou um fio de metal para empinar uma pipa de papel. Este fio estava preso a uma chave, também de metal, manipulada por um fio de seda. Franklin soltou o brinquedo junto com o filho e observou que a carga elétrica dos raios descia pelo dispositivo. A perigosa experiência, realizada em 15 de junho de 1752, comprovou à comunidade científica da época que o raio é apenas uma corrente elétrica de grandes proporções. Como cientista voltado à praticidade e à utilidade de suas descobertas, Franklin demonstrou ainda que hastes de ferro ligadas à terra, e posicionadas sobre ou ao lado 000

de edificações, serviriam de condutores de descargas elétricas atmosféricas. Estava inventado o para-raios. Em uma carta enviada a um amigo em Londres, Franklin sugeriu a ampla instalação dessas estacas de proteção contra a ação dos raios. A idéia espalhou-se rapidamente e, apenas um ano depois, foi construído o primeiro para-raios na Europa. Na Alemanha, a invenção chegaria alguns anos mais tarde, tendo sido o primeiro dispositivo instalado em Hamburgo no ano de 1769. Mas, vejamos se na Torá já existe alguma menção sobre os pára-raios. Na Tosefta (época da Mishná, escrito aproximadamente no ano 10 da era comum, há cerca de 2000 anos atrás, no Tratado Shabat capítulo 7 no. 10) está escrito que é possível com uma vara metálica cravada no chão, proteger-se dos raios. No Talmude está contida a explicação de como evitar que um raio caia e mate parte das galinhas, explicando que basta cravar uma vara de metal, que a mesma irá proteger a esta área dos raios. Caso houver interesse em se aprofundar em temas de Ciência e Torá, sugerimos que seja consultado o livro do R. Zamir Cohen, Silence Revolution, que parece já estar sendo traduzido para o português. 001

A Terra Está escrito no Zohar (Vaikrá 10a) que a terra é redonda como uma bola, existindo pessoas tanto em cima quanto embaixo, havendo entre as pessoas diferenças segundo as condições ambientais de onde vivem; mesmo que em certos locais da terra seja dia em outros noite, existem locais que sempre é dia, exceto um pequeno período que é noite. Desta passagem concluímos que já possuíamos o conhecimento de que o mundo é redondo, e que vivem pessoas nos dois lados, tanto em cima quanto embaixo, ou seja, que a força da gravidade, embora desconhecida, já era intuída; também, já se tinha conhecimento de que as pessoas diferem fisicamente segundo a diferença ambiental, e que parte do mundo é dia e parte noite, e que existem partes do mundo que o dia é mais longo do que a noite, e que a noite dura somente um curto período. Nos escritos de outras religiões, como por exemplo no Corão (escrito há cerca de 1300 anos), é afirmado que a terra é plana. Até mais ou menos 400 anos atrás, certas instituições condenavam quem falasse que o mundo era redondo, porém a Torá já há milhares de anos continua imutável, sendo possível atualmente comprovar a Sua veracidade. 002

O ciclo da água [A matéria sobre o ciclo da água se encontra no princípio do livro Em memória ]. O sol No centro do sol a temperatura chega a 1.500.000 graus C. e em sua superficie chega a 6,000 graus C., porém antes do calor sair do Sol ele passa por uma camada protetora não deixando o calor sair em sua totalidade. Caso não houvesse esta camada protetora, o calor do sol queimaria toda a terra. Fonte cientifica: Livro Tsavá Hashmaim do Dr. Videl, página 26 e 27. Este conhecimento já se encontra na Torá, muito antes de possuirmos os meios tecnológicos necessários para analisar o que se passa dentro do sol. Fontes na Torá: a) No Midrash Bershit Rabá capítulo 6 está escrito que o sol tem uma proteção. b) No Talmude (Tratado Baba Metsia folha 86) está escrito que três dias depois que Avraham fez brit milá 003

(circuncisão) fazia muito calor, pois Hashem tirou a proteção do sol. A idade do universo [Escrito por Rony Bisker, formado em engenharia de obras hidráulicas pela UFRJ] Fui chamado para dar uma palestra para um grupo de jovens recém chegados a Israel. Estavam vivendo em um centro de absorção em Jerusalém, dedicado às pessoas que deixaram seus países e vieram viver em outra cidade, em outro país. Eram jovens inteligentes, bem preparados, com nível universitário, porém sem muito estudo de judaísmo. O conhecimento que possuíam nesta área, era o mesmo que tinham aos 14 anos, o que aprenderam no colégio judaico; um conhecimento que já estava esquecido parcialmente, apesar do esforço que os professores fizeram para educá-los nesta área. Seguramente,conheciam ciência muito bem. Aprenderam no secundário, também na universidade, lendo revistas, assistindo televisão e até se aprofundando em livros sobre o tema. 004

Eu sabia que seria perguntado sobre questões essenciais do judaísmo que aparentam ser contradições gritantes entre a ciência e o ensino da Torá. Não teria um trabalho fácil pela frente. Comecei a palestra parabenizando-os pela difícil decisão de deixarem seu país, sua cultura, seus amigos, e virem morar em um país até então desconhecido para eles. Logo entramos no tema que havia sido decidido para aquela noite, a comida kasher. Porém, como já esperado, 10 minutos depois de iniciada a palestra, perguntas sobre o tema de Torá e Ciência iam surgindo: A Torá pensava que a terra era plana?, Existem extra-terrestres segundo a Torá?. Também muitas vezes, não vinha em forma de perguntas, mas afirmações: A Torá e a Ciência são contraditórias. Mas a pergunta que imediatamente ascendeu os ânimos foi : Há quanto tempo existe o Universo? Como a Torá pode afirmar que são 6.000 anos se a ciência já provou que o mundo tem 15 bilhões de anos? Aqui eu já sabia que teria de deixar o tema escolhido de lado e entrar nesta pergunta, porque se não desenvolvêssemos o assunto, qualquer outro tema pareceria desnecessário. 005

Em essência, a Torá não busca a validação da ciência ou de outro conhecimento secular. A verdade existe em muitos níveis, e as verdades da Torá são independentes da análise científica. Sendo assim, então por que tentar fazer uma ponte entre a Torá e a ciência? A resposta seria que é necessario esclarecer os limites da Torá e os limites da ciência e comprovar que realmente não se contradizem. Quando nos referimos à ciência, em geral, nos referimos tanto aos experimentos científicos quanto aos conhecimentos científicos comprovados. Por exemplo, ao descobrir um fenômeno novo, a ciência vai tentar explicá-lo através da criação de teorias. Teorias estas que poderão ser descartadas ou comprovadas. Vamos citar mais exemplos para ficar mais clara esta diferença. Quando a ciência não sabia a forma da terra, havia teorias que a terra era plana e teorias que a terra era redonda. A teoria que a terra era plana também era chamada de ciência. Quando foi comprovado que a terra era redonda, foi comprovado que a teoria da terra plana estava errada, e a da terra redonda estava certa. A partir de então, quem dissesse que a terra é plana, não será aceito como um cientista sério... 006

A partir desta distinção, podemos então dizer que não há contradição entre a Torá e a ciência, se uma teoria da ciência não estiver de acordo com a Torá. Somente haveria contradição se uma teoria comprovada estivesse em desacordo com o que está referido na Torá. Então, o Big-Bang, teoria comprovada por Penzias e Wilson, dois pesquisadores da Bell Laboratories, finalmente resolveu uma grande disputa que a Torá tinha com a ciência. Por mais de 20 séculos os cientistas acreditaram que o universo era estático, ou seja, que o mundo sempre existiu, enquanto os judeus acreditavam que o mundo foi criado e começou a existir. Então, em um espaço de 40 anos, entre 1920 e 1960, mesmo com a resistência dos principais físicos, incluindo Albert Einstein, a teoria do universo estático, de que ele sempre existiu, foi por água abaixo. Um dos cientistas que conseguiram comprovar a teoria do Big Bang, Arnold Penzias, era um judeu ortodoxo. Os cientistas, hoje em dia, crêem que o universo antes do Big-Bang, estava todo condensado em um minúsculo ponto. Justamente como Ramban, Rabino que viveu no século XI, descrevia o início da criação, que o mundo inteiro tinha um tamanho menor que um grão de mostarda (Gênesis1:1). 007

Bem, já estávamos prontos, depois desta pequena introdução, a entrarmos no tema da idade do universo. A ciência, atualmente, aceita que o universo tem aproximadamente 14 bilhões de anos. Enquanto a Torá diz que tem 5770 anos e mais 6 dias! Bem, por mais que a data da ciência seja aproximada, não creio que alguma conta possa chegar perto do valor afirmado pela Torá... Então, como resolver esta grande diferença? Nesta hora, percebi que todos faziam o sinal de sim com as cabeças, parecendo que eles perceberam que eu havia entendido a pergunta deles. Isso, por si só, já foi um grande alívio para eles; pois, viram que eu não estava fugindo do tema, tentando me esquivar ou responder a esta ou a outro tipo de pergunta. Depois desta introdução que fizemos, aposto que vocês também pensaram que nem voltaríamos mais à pergunta do título deste texto... Saber a idade do universo, só tem sua relevância para a prática do judaísmo por contradizer a ciência, porém nenhuma das mitsvót depende desta informação. Portanto, a Torá não responde a esta pergunta diretamente, porém os grandes Sábios, 008

ao longo dos séculos, abordaram este tema. Vamos citar alguns deles abaixo. Maharal, que viveu no século XV, nos traz que o tempo, por ser parte da Criação de Deus, é relativo, e de acordo com a teoria da relatividade o tempo se expande e também se contrai. A partir deste conceito, Gerard Schroeder (Em 1965, Schroeder recebeu seu Ph.D. do Massachusetts Institute of Technology em fisica nuclear e em ciências terrestre e planetaria) calculou que para o tempo de 6 dias no centro do universo passariam 15 bilhões de anos nas bordas do universo. A causa disso seria a massa gigantesca no centro do universo que comprimia o tempo... Bem, esta explicação já entra na área dos Doutores em Fisica... quem quiser se aprofundar pode entrar no google e buscar pelo nome dele... Nós, simples mortais, seguimos buscando outras visões, mais fáceis de captar para esta pergunta. Rav Akiva Tatz, aborda por outro ângulo. Ele afirma que, uma vez que o sol e os astros só foram criados no quarto dia, e a Torá diz claramente que as regras da natureza, como as conhecemos hoje, só foram estabelecidas no sétimo dia, e elas não se aplicavam aos primeiros 6 dias. Portanto, ao observarmos o mundo hoje, com as leis da natureza que conhecemos, não podemos saber o que ocorreu nos 6 primeiros dias. 011

Rav Shimon Schwab, resolve a questão com a diferenca entre anos terrestres e anos celestiais. Os 6 primeiros dias da criação se referiam a anos celestiais enquanto que os 6000 anos se referem a anos terrestres. Estes dias celestiais seriam bilhões de anos terrestres, conforme veremos abaixo. Esta explicação está baseada no Rav Itschak de Ako, que viveu no século XI, e traz que o mundo tem bilhões de anos, mais precisamente, 15 bilhões, 340 milhões e 500 mil anos!!! Como Rav Itschak de Ako chegou a este número? Ele leu a American Scientific dos últimos anos? Claro que não, ele viveu há quase mil anos. Respire fundo e veja as contas abaixo... Segundo o Sefer Hatmuna (por volta do século XII), o mundo terá 7 ciclos de 7 mil anos cada. Estamos no último. Portanto já se passaram 6 ciclos antes da criação de Adam Harishon (o primeiro homem). Então 6 ciclos x 7 mil anos = 42.000 se passaram antes deste ciclo em que estamos (no ano 5770). Seguimos? perguntei ao grupo, pois me pareceu que nem todos já estavam acompanhando... Porém, já nao havia mais risinhos no ar. As pessoas estavam tentando escutar cada palavra, já com certa reverência a tanta informação sobre o assunto de fontes tão antigas. 010

Uma vez que estes anos se referem a um período anterior à criação do homem então a contagem deles seria de acordo com os anos Divinos. Um dia Divino vale mil anos terrestres (segundo fontes judaicas de 2000 anos atrás, Midrash), portanto quanto um ano Divino vale? Vamos lá, regra de três, todos nos aprendemos no colégio... 1 ano = 365 ¼ dias. Se um dia vale 1000 anos, então 365 ¼ valem 365.250 anos. Ou seja um ano Divino vale 365.250 anos terrestres. Seguimos? Portanto, os 42 000 anos multiplicados por 362.250 anos resultam em 15.340.500.000 anos!!! No ano de 1100 este valor já circulava pelos meios dos alunos do Ramban, o Rav Itschak de Ako... Bem, neste ponto já sentia que a questão havia sumido. Somente precisava fazer um sumário do que falamos. Podemos resumir as opiniões dizendo que algumas interpretações vão de acordo com a cosmologia atual (Dr. Schroeder) enquanto outros deixam a questão em aberto (R. Shimon Schwab), outros ainda dão outros tempos distintos dos 6 mil anos usuais (Ramban). Seria correto então dizer que nós não 011

sabemos, definitivamente, a partir de uma perspectiva da Torá, como calcular o tempo de 6 dias relativo a interpretação dos dias da criação. Um judeu pode, neste contexto, ser completamente aberto para a tabela de tempo segundo a cosmologia moderna, uma vez que vai de acordo com a opinião de vários Sábios de Torá, sem necessariamente decidir decisivamente em favor dela. Nesta hora me pus à disposição de quem quisesse seguir o tema, fornecendo meu email aos jovens. E senti uma grande satisfação de poder participar de um debate com pessoas abertas à opiniões diferentes das suas, aproximando as mentes e, consequentemente, os corações.[ronybisker@gmail.com] Para finalizar este capítulo traremos uma matéria que aborda o enfoque da Torá em relação à ciência. A Torá e os Conhecimentos científicos [Escrito por: Sr. Jack z l e Rony Bisker] Os nossos Sábios e Rabinos de todos os tempos reconheceram a importância de examinar o mundo físico para promover o conhecimento da Torá, e há uma fartura de escritos sobre este assunto. Muitos dos nossos maiores Rabinos demonstraram isto através do conhecimento de Medicina, Matemática, Astronomia, Linguistica, Música, Filosofia, 012

Psicologia e Agricultura. Somente é necessário estudar Talmude para perceber quão eruditos e cultos eram os nossos Sábios. Em essência, a Torá não busca a validação da ciência, ou de outro conhecimento secular. A verdade existe em muitos níveis, e as verdades da Torá são independentes da análise científica. Sendo assim, então, por que tentar fazer uma ponte entre a Torá e a ciência? A resposta para isto está inerente na sabedoria da Torá, e a visão do mundo do judaísmo que, pela sua natureza busca a revelação da unidade do mundo desde a unidade de D us até as suas criaturas mais interconectadas [Robbs, Itzchak J., Living in Divine Space (Vivendo no Espaço Divino)]. A Torá incute a idéia da unidade em todos os aspectos da vida, desde as disciplinas práticas até as místicas e a sabedoria da Torá. De fato, a fonte fundamental de todo o conhecimento e sabedoria é a Torá, como está escrito: Ocupe-se com ela mais e mais, pois tudo está nela [na Torá] (Pirkei Avot, 5:26). Hoje em dia, há um grande ímpeto de compreender o conhecimento científico à luz da Torá. Veja o que afirmavam nossos sábios sobre o assunto : 013

Maimônides (Rambam, 1135-1204), nos seus tempos, desejava estudar as ciências naturais como uma forma de abordar as maravilhas da criação e a sabedoria infinita do Criador. Rabino Bachia Ibn Pakuda (1050-1120), no seu grande trabalho Os Deveres do Coração, ele defende o estudo da natureza e outros aspectos do universo físico como uma forma de interiorização do conceito de bondade Divina. O Maharal de Praga (1525-1609) escreve o seguinte: O homem deve estudar tudo que permite que ele entenda a natureza do mundo. A pessoa é obrigada a fazê-lo, pois toda a natureza é o trabalho de D us. Deve-se compreender tudo para, através disto, reconhecer o seu Criador. O Gaon de Vilna (1720-1797) (um dos maiores sábios dos últimos 1.000 anos) era um grande defensor do estudo de todas as artes e ciências como uma forma de melhorar o entendimento do Divino. Portanto, ao procurar uma linguagem em comum com a ciência, nós não estamos procurando a validação do ponto de vista da Torá, mas sim, procurando revelar insights novos e valiosos na natureza da realidade. Quanto mais profunda a nossa compreensão das ciências e das artes, mais significativo se torna 014

o nosso conceito da Torá. Quanto mais aprendemos Torá, maior é a nossa apreciação das leis e da estética da natureza. O objetivo, em muitos casos, é simplesmente mostrar, em princípio, que aquilo que parece ser duas visões de mundo diferentes, na realidade, são duas descrições das mesmas idéias e fenômenos. Um exemplo disso seria o número de dimensões que existem no universo. O conceito aceito até aproximadamente 100 anos atrás era que o universo tinha 3 dimensões, as 3 dimensões espaciais. Enquanto a Torá, conforme verificaremos abaixo, afirma que são 5. Fora estas 3 espaciais, o tempo e a espiritualidade também são dimensões. Embora Einstein tivesse revelado (há 100 anos atrás) que o tempo também é uma dimensão e que o espaço e tempo formam uma única dimensão, a ciência também precisa entender a alma como uma dimensão. É explicado na Cabalá que quando D us revelou os Dez Mandamentos, a quintessencia da moral e ética da Torá, todas as dimensões da realidade física e espiritual foram vistas pelo povo como algo um e único. E o povo viu os sons do trovão e relâmpago, e uma nuvem densa sobre a montanha, e o som de um shofar vindo da montanha (Êxodo). 015

A palavra fumaça [a nuvem densa sobre a montanha],(עשן) em Hebraico é Ashan. Ela é compreendida de 3 letras que formam um acrônimo das várias dimensões da realidade, como foi ensinado pelo Sefer Yetsirá(3:3): (ע) Ain representa Olam (,(עולם o mundo, ou o espaço (3 dimensões). dimensão). ש) Shin ) representa Shaná (,(שנה ano ou tempo, (uma (נ) Nun representa Nefesh (,(נפש que é entendido como uma dimensão espiritual, tão real quanto as outras dimensões físicas (uma dimensão). Espero que este texto possa servir de introdução para as pessoas interessadas em entrar neste caminho de Torá, sem deixar de lado o entendimento científico. Todas as sabedorias existentes em nosso mundo, de alguma forma, vêm nos expressar o entendimento da atuação de Hashem (Rav Moshe Chayim Luzzatto). Portanto, estas sabedorias são, na verdade, um auxílio para o entendimento de conceitos espirituais mais elevados. 016

A Criação Cada vez mais, com o avanço tecnológico, podemos ver a complexidade da criação. Toda esta criação foi estruturada pelo Criador para nos dar condições de alcançar o objetivo esperado por Ele. Portanto toda a criação é somente um meio para alcançar este objetivo. Se toda esta complexa criação é somente o meio para alcançar um objetivo, imaginem o quão grandioso é este objetivo que para alcançá-lo foi necessária toda esta incrível criação... Podemos começar a entender um pouco do prazer que as almas terão no Olam-Habá (Mundo Vindouro), pois este foi o objetivo do Criador em Sua criação: proporcionar para as Suas criaturas um prazer completo para toda a eternidade. Para chegar a esse máximo prazer foi determinado pelo Criador que seria necessário conquistá-lo, pois o prazer que recebemos de algo que conquistamos é maior do que o prazer que recebemos de algo que nos foi entregue sem esforço. Portanto o nível deste prazer será proporcional ao esforço investido pela pessoa no cumprimento das Mitsvót. A Torá foi entregue, através do Povo de Israel, para toda a humanidade. Embora o Povo de Israel tenha o dever de cumprir todos os mandamentos da Torá, existem sete mandamentos com os quais a Torá compromete toda a humanidade para cumprir: 017

1) Não comer um animal, ou partes dele, enquanto ele está vivo. 2) Não maldizer a D us. 3) Não roubar. 4)Estabelecer leis sociais e tribunais de justiça. 5) Não assassinar (mesmo a um feto). 6) Não praticar relações sexuais ilícitas. 7) Não praticar a idolatria. Cumprindo com o nosso dever entraremos em harmonia com o Criador, fazendo jus a toda esta complexa criação. Então, estaremos prontos para nos conectar com o incrível objetivo preparado por Ele. (o livro se encontra a venda online no site da Sefer) http://www.sefer.com.br/prodvar.aspx?codigo_produto=11173 018