A Revisão Previdenciária mais Lucrativa e Segura: Tempo Especial Professor Elias Evangelista
O QUE VOCÊ VAI APRENDER 1. Conceito e Fundamentos 2. Insalubridade X Agentes Nocivos 3. Agentes Nocivos: 4. ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE EXERCIDA EM CONDIÇÕES ESPECIAIS (qualquer tempo com base nas provas abaixo): Art. 258.IN77/2015. 5. Enquadramentos para reconhecimento da atividade especial
6. Observações relevantes da IN 77/2015 (para consulta) 7 LAUDOS/PROGRAMAS AMBIENTAIS/RISCOS 8. O STF e a questão do EPI 9. OBS - RISCOS FÍSICOS 10. Aposentadoria Especial e o contrato de trabalho: 11. Conversão 12. Decadência 13. Análise de PA LAUDO. Receberá o material de apoio: Petições, slides, planilhas e outros
Já treinamos mais de 10 mil advogados e já nos relacionamos com mais de 70 mil advogados Já atuamos de forma direta e indireta em mais de 8 mil aposentadorias Quem é Elias Evangelista?Pai da Laís, Advogado previdenciário há mais de 14 anos, contabilista, mestre em direito processual civil e empresário. Nos últimos 5 anos vem ajudando advogados a desenvolver a advocacia previdenciária em seus escritórios. Nesta jornada, transformamos a vida de centenas de alunos. Atuei como professor em cursos de graduação, pós graduação e EAD em várias Estados do Brasil Sou Fundado do IAPAJus Instituto de Aperfeiçoamento em Práticas da Advocacia
1. Conceito e Fundamentos concedida ao segurado que exerça ou tenha exercido atividade profissional em serviços considerados INSALUBRES, PERIGOSOS ou PENOSOS. (Lei nº 3.807 de 26/08/60) A aposentadoria especial será devida, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos. (Lei nº 9.032 de 28 de abril de 1995)
2. Insalubridade X Agentes Nocivos Insalubridade é conceito da legislação trabalhista e não é o mesmo que condições nocivas. Nocividade/agentes nocivos são conceitos de legislação previdenciária. A legislação previdenciária é mais restritiva. Tem por base a legislação trabalhista, mas tem conceitos PRÓPRIOS de habitualidade e permanência. Um trabalhador pode ter direito a receber adicional de insalubridade e não ter direito a receber aposentadoria especial. (Ex.: umidade - ruído menor 90 Dba)
3. Agentes Nocivos: São aqueles que possam trazer ou ocasionar danos à saúde ou à integridade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de natureza, concentração, intensidade e fator de exposição: Físicos; Químicos; Biológicos; Associação desses.
a)fundamentos - Pelo Decreto 3.048/99, a exposição aos agentes são : 1º Químicos (código 1.0) 2º Físicos (código 2.0) 3º Biológicos (código 3.0) Associações de agentes (código 4.0) (soma de agentes)
Depende de comprovação pelo segurado, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condição de efetiva exposição a agentes nocivos (químicos, físicos, biológicos ou associação destes), prejudiciais à saúde ou integridade física;
b) IN 77/215: Art. 246. A concessão de aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, dependerá de caracterização da atividade exercida em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período de quinze, vinte ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme o caso, podendo ser enquadrado nesta condição:
I - por categoria profissional até 28 de abril de 1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, conforme critérios disciplinados nos arts. 269 a 275 desta IN; e ou II - por exposição à agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou a associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, em qualquer época, conforme critérios disciplinados nos arts. 276 a 290 desta IN.
PRIMEIRO: I - Enquadramento por categoria profissional até 28 de abril de 1995: IN77/15. Art. 269. (...) I - quadro anexo ao Decretos nº 53.831, de 25 de março de 1964, a partir do código 2.0.0 (Ocupações); e II - Anexo II do Decreto nº 83.080, de 1979.
Provas: (enquadramento por profissão): art.270 IN 77/2015 1 Empregado: Formulário + CTPS ou Livro de registro de empregados; 2 Avulso: certificado de sindicato ou órgão gestor de mão de obra que agrupa trabalhadores avulsos, acompanhado de documentos contemporâneos. Ainda, poderá ser PPP;
c). SOBRE ENQUADRAMENTO PROFISSIONAL 1. art.270: Contribuinte individual. Fazer Prova, ano a ano, habitualidade permanência. E registro em conselho de classe (se for o caso); 2.art. 273: Telefonista, vigia, guarda...requisitos próprios deste artigo.
3. art.291: Períodos de descanso, férias, benefício acidentário, salário maternidade conta como tempo especial (se estava exercendo atividade especial antes); 4. Empresa extinta: possível apenas CTPS ou livro de registro e J.A se necessário;
SEGUNDO: II - por exposição à agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou a associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, em qualquer época, conforme critérios disciplinados nos arts. 276 a 290 desta IN.
IN 77/2015: Art. 278. Para fins da análise de caracterização da atividade exercida em condições especiais por exposição à agente nocivo, consideram- se: I - nocividade: situação combinada ou não de substâncias, energias e demais fatores de riscos reconhecidos, presentes no ambiente de trabalho, capazes de trazer ou ocasionar danos à saúde ou à integridade física do trabalhador; e
II - permanência: trabalho não ocasional nem intermitente no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do contribuinte individual cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, em decorrência da subordinação jurídica a qual se submete.
4. ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE EXERCIDA EM CONDIÇÕES ESPECIAIS (qualquer tempo com base nas provas abaixo): Art. 258.IN77/2015. Provas - Documentos: I - até 28 de abril de 1995: CTPS + Formulários antigos ou PPP emitido após 01/01/2004. (obs ruído exige LTCAT)
II entre 29/04/1995 à 13/10/1996: Formulários ou PPP; LTCAT apenas para ruído; Aceitação de laudos ambientais do 261 IN7, como Laudo da Justiça do Trabalho, laudo, Fundacentro, laudos individuais...nos termos deste artigo
III entre 14/10/1996 à 31/12/2003 Formulários ou PPP; LTCAT para qualquer agente nocivo; Aceitação de laudos ambientais do 261 IN7, como Laudo da Justiça do Trabalho, laudo, Fundacentro, laudos individuais...nos termos deste artigo
IV a partir de 01/01/2004: PPP, conforme estabelecido por meio da Instrução Normativa INSS/DC nº 99, de 5 de dezembro de 2003, em cumprimento ao 3º do art. 68 do RPS.
2.1 FORMULÁRIOS:. Emissão até 31/12/2003, um dos seguintes formulários emitidos em época própria: 1. DIRBEN-8030, regulamentado pela IN INSS/DC 39 de 26/10/2000 (emitidos entre 26/10/2000 e 31/12/2003); 2. DSS-8030, regulamentado pela OS INSS/DSS 518 de 13/10/1995 (emitidos entre 13/10/1995 e 25/10/2000); 3. DISES BE 5235, regulamentado pela Resolução INSS/PR 58 de 16/09/1991 (emitidos entre 16/09/1991 e 12/10/1995); 4. SB-40, regulamentado pela OS SB 52.5 de 13/08/1979 (emitidos entre 13/08/1979 e 11/10/1995);
5. Enquadramentos para reconhecimento da atividade especial: Tipos ou espécies de enquadramento Enquadramento profissional / atividade Enquadramento por exposição aos agentes Possível até 28/04/1995 (Resp 1658049/RS) Físicos Químicos Biológicos Associação de agentes
6. Observações relevantes da IN 77/2015 (para consulta) 1. Art.280: Exposição a ruídos: art.280 2. Art. 281:Exposição ocupacional a temperaturas anormais, oriundas de fontes artificiais 3. Art. 282. Exposição ocupacional a radiações ionizantes;
4.Art.283.Exposição ocupacional a vibrações; 5.Art.284: Exposição a agentes químicos e a poeiras minerais; 6. Art. 285: Exposição ocupacional a temperaturas anormais, oriundas de fontes artificiais
7. Art. 286. Exposição ocupacional a agentes nocivos de natureza biológica; 8. Art. 287: Exposição ocupacional aassociação de agentes; 9. Art. 288: Exposição aos agentes nocivos frio, eletricidade, radiações não ionizantes e umidade, o enquadramento somente será possível até 5 de março de 1997.
7) LAUDOS/PROGRAMAS AMBIENTAIS/RISCOS PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; PGR: Programa de Gerenciamento de Riscos PCMAT: Prog. de Cond. e Meio Amb. de Trab. na Ind. da Const. LTCAT: Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho PCMSCO: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional R.ANUAL: Relatório Anual do PCMSO
EXEMPLO: PPP
Preenchimento
Preenchimento
8. O STF e a questão do EPI ARG 664335 Para o STF: Comprovando (caso concreto) que o uso do EPI é eficaz, não haverá caracterização da atividade como especial, exceto no caso de exposição ao agente agressivo RUÍDO.
9. OBS - RISCOS FÍSICOS São riscos que ocasionam danos à saúde (ruído perda da audição) ou à integridade física (eletricidade risco de morte), em razão da exposição e a respectiva intensidade de exposição. Exemplos: vibrações, ruído, ruído de impacto, calor (fontes artificiais), radiações ionizantes, pressões anormais, frio, umidade etc.
Eletricidade: Avaliação quantitativa. Exposição acima de 250 volts. Frio: Avaliação quantitativa. Exposição ao frio abaixo de 12º c. Umidade. Avaliação qualitativa. Anexo 10 da NR 15. Calor. Avaliação quantitativa. Anexo 3 da NR 15. Os limites de tolerância para exposição, leva em consideração o tipo de atividade desempenhada.
Enquadramento pelo RUÍDO: Até 31/12/2003, metodologia de apuração de acordo com a NR 15, nível de pressão sonora (NPS), maior que: Até 05/03/1997 níveis superiores a 80 db. De 06/03/1997 a 18/11/2003 níveis superiores a 90 db. De 19/11/2003 até hoje níveis superiores 85 db. De 01/01/2004, a metodologia de apuração deve ser a NEN Nível de Exposição Normalizado conforme dispõe a NHO 01 da Fundacentro.
Enquadramento pelo risco físico: Ruído => Atenção!!!! Sobre a metodologia utilizada para fins de apuração do nível de ruído, a Conselho Pleno do CRSS, na resolução 26/2018, determinou que cabe ao INSS o exercício do poder de polícia para obrigar as empresas a informarem a metodologia aplicada no PP, não recaindo tal obrigação nas costas do segurado, sendo permanente possível o reconhecimento do respectivo período, independentemente da metodologia adotada pelos empregadores. Db ou NEN, não importa em prejuízo para o segurado.
Enquadramento pelo risco físico: Ruído => Atenção!!!! A TNU, quando do julgamento do PUIL0505614-83.2017.4.05.8300/PE, decidiu que, a partir de 01/01/2004, é obrigatória utilização da NHO-01 da FUNDACENTRO como metodologia de aferição do agente agressivo ruído. A ausência da informação da metodologia no PPP será óbice ao reconhecimento do período como especial, salvo se apresentado o LTCAT.
Eletricista: A exposição ao agente físico eletricidade superior a 250V, e considerada especial, para fins de enquadramento e reconhecimento do período. O INSS só reconhece até 05/03/1997, o judiciário reconhece até os dias atuais. O INSS limita o reconhecimento até 05/03/1997, em razão do Decreto 2.172/97, não relacionar a eletricidade como agente prejudicial à saúde ou à integridade física.
3.4 Aposentadoria especial Eletricista: PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. EXPOSIÇÃO A AGENTE NOCIVO. RUÍDO. ELETRICIDADE. COMPROVAÇÃO. OBSERVÂNCIA DA LEI VIGENTE À ÉPOCA DA PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE. EPI INEFICAZ. VERBAS ACESSÓRIAS. IMPLANTAÇÃO IMEDIATA DO BENEFÍCIO. VI - Quanto à conversão de atividade especial em comum após 05.03.1997, por exposição à eletricidade, cabe salientar que o artigo 58 da Lei 8.213/91 garante a contagem diferenciada para fins previdenciários ao trabalhador que exerce atividades profissionais prejudiciais à saúde ou à integridade física (perigosas), sendo a eletricidade uma delas, desde que comprovado mediante prova técnica. Nesse sentido, o Colendo Superior Tribunal de Justiça, em sede de recurso repetitivo, manifestou-se pela possibilidade de contagem especial após 05.03.1997, por exposição à eletricidade: Resp nº 1.306.113-SC, julgado em 14.11.2012, DJe 07.03.2013, rel. Ministro Herman Benjamin. (TRF 3ª Região, DÉCIMA TURMA, APELREEX - APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA - 2243900-0001740-95.2014.4.03.6106, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL SERGIO NASCIMENTO, julgado em 25/07/2017, e-djf3 Judicial 1 DATA:02/08/2017)
10. Aposentadoria Especial e o contrato de trabalho: Sentença: JFSP: 0006838-53.2016.4.03.6183 (...) Contudo, a par do reconhecimento do direito à aposentadoria especial, FICA ADVERTIDA A PARTE AUTORA DE QUE A IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO PRESSUPÕE O AFASTAMENTO DAS ATIVIDADES RELACIONADAS AO AGENTE NOCIVO ORA RECONHECIDO, como determina 8º do artigo 57 da Lei n. 8.213/91. O que significa que o retorno à atividade especial implicará automática suspensão do benefício de aposentadoria especial. (...)
11. Conversão: Mais comum é a conversão do tempo especial em comum. Vamos lá: Jorge trabalhou em atividade especial de nocividade mínima por 15 anos e mais 15 anos de tempo comum. Neste caso, devemos converter o tempo especial, para ser somado ao tempo comum.
A TABELA DE CONVERSÃO Atividades a converter DE 15 ANOS Máxima DE 20 ANOS Média DE 25 ANOS Mínima MULTIPLICADORES PARA 15 PARA 20 PARA 25 PARA 30 (MULHER) PARA 35 (HOMEM) 1,00 1,33 1,67 2,00 2,33 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40
Conversão mais comum é a conversão do tempo especial em comum. Tempo especial que será convertido = 15 anos. 15 x 365 = 5475 dias de tempo especial 5475 dias x fator multiplicado 1,40 = 7665 dias de TC Vamos achar isso em anos 7665/ 365 = 21 anos Portanto Jorge tem 15 anos de comum + 21 anos que foram convertidos do especial para comum, totalizando 36 anos de tempo de contribuição comum. Jorge estará aposentado!
LOGO Para o homem, regra geral, o tempo de labor especial deve ser acrescido de 40% (pois 35/25 anos = 1,4). Já para a mulher, o acréscimo é de 20% (pois 30/25 anos = 1,2). Para a revisão de aposentadorias é necessário o prévio pedido perante o INSS? NÃO. Atualmente, adota-se o entendimento de que o INSS tem o dever de informar amplamente o segurado de seus direitos previdenciários (Lei 8.213/91, art. 88) no momento da concessão aposentadoria, razão por que não há necessidade de ingressar com um prévio pedido de revisão no INSS. Daí decorre o interesse processual.
12. DECADÊNCIA - 10 anos - Exceto: Questão não analisada na via adm.(stj) Ministro Hermam Benjamim, a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça entendeu pela inaplicabilidade do prazo decadencial para o reconhecimento do tempo especial pretendido pelo segurado. Segundo o voto do relator, como a questão não foi objeto de análise do âmbito administrativo, apenas a prescrição qüinqüenal é operada, não havendo falar em decadência - AgRg no REsp 1407710 / PR
Observações Finais
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