É preciso aprender com a prática, pois embora você pense que sabe, só terá certeza depois de experimentar. Sófocles



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Transcrição:

- USJ PERÍCIA : MEDIAÇÃO CADERNO PERÍCIA E ARBITRAGEM É preciso aprender com a prática, pois embora você pense que sabe, só terá certeza depois de experimentar. Sófocles 8ª fase CCO USJ 2012/02 CRC/SC 17.694 profbrittes@gmail.com

NOMES E SIGLAS QUE PODERÃO SER MENCIONADAS DURANTE AS AULAS DE PERÍCIA NBC NBC T13 NBC P2 CFC JUÍZO RÉ AUTOR AUTO PETIÇÃO PETICIONÁRIA RELEVÂNCIA LAUDO LAUDA ZELO IMPUGNAÇÃO SRF CPP CES FCVS SFA - PRICE SACRE SAC PES CP PMT PV FV n i y CHS SPED ECD e-lalur quantum debeatur Dolo Fático Normas Brasileiras de Contabilidade; Normas Brasileiras de Contabilidade da Perícia Contábil; Normas Brasileiras de Contabilidade do Perito Contábil; Conselho Federal de Contabilidade; Refere-se ao Juiz; Refere-se a quem recebe o processo judicial; Refere-se a quem moveu a ação judicial; Refere-se todo o processo; Refere-se a uma correspondência ao Juiz; Pessoa que faz a Petição; Importância do fato; Refere-se ao parecer técnico do perito; Refere-se à página de livro impressa ou em branco ou cada lado de uma folha de papel Refere-se aos cuidados; Refere-se a invalidação; Secretaria da Receita Federal; Código Processo Penal Coeficiente de Equiparação Salarial Fundo de Compensação de Variação Salarial; Sistema Francês de Amortização; Sistema Francês de Amortização; Sistema de Amortizações Crescentes; Sistema de Amortização Constante; Plano Equivalência Salarial; Categoria Profissional; Prestação Valor Presente Valor Futuro Tempo Taxa Potenciação Troca o Sinal na HP-12c (positivo passa para negativo) Sistema Público de Escrituração Digital. Escrituração Contábil Digital Sistema Eletrônico Livro de Apuração do Lucro Real O montante devido, o quanto se deve pagar (juridiquês) Má-fé, fraudulenta. Que não está presente. profbrittes@gmail.com 2

<8 fase 2012-2>contabeisusj20091@yahoogrupos.com.br <8 fase 2012-2>contabeis200901@groups.live.com NBC NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE. Como se sabe, o Código de Processo Civil - CPC de 1939, já previa diversa disposição sobre a prova pericial. Com o advento do Decreto Lei que criou o Conselho Federal de Contabilidade, DL 9295/46 instrumento este, foi que definiu as atribuições do profissional contábil surgindo à figura jurídica do perito-contador, através de trabalhos técnicos de contabilidade, dentre os quais as perícia judicial e extrajudiciais. Tais disciplinamentos referiam-se respectivamente a Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T13 e P2. A T13 e P2 Tratam da Perícia Contábil ou da função profissional do perito contador e de assistente técnico. Tais resoluções resultam no ordenamento jurídico que vinculam o trabalho do profissional contador na elaboração de laudos, pareceres e relatórios periciais. profbrittes@gmail.com 3

Perícia não se confunde com auditoria. Embora tenham alguma semelhança nos métodos, a perícia contábil e auditoria têm uma boa diferença no que diz respeito aos seus propósitos. A Perícia serve a um questionamento, a uma necessidade, é uma tarefa requerida, que se destina a produzir uma prova técnica a fim de suprir uma eventualidade, com objetivo determinado. Já a auditoria tem objetivos mais amplos, de forma a evidenciar (ou não) a adequação de procedimentos técnicos e operacionais de determinada entidade. O trabalho pericial se distingue do trabalho de auditoria quanto à duração, à forma e aos fins. O renomado perito português Ricardo de Sá, autor de "Verificações e exames de escrita", distingue o perito do auditor ao considerar o primeiro como o "cão de caça" e o segundo como "cão de guarda". Ambas as funções, são de grande importância no mundo atual. Podemos resumir algumas diferenças entre perícia e auditoria como segue: PERÍCIA CONTÁBIL X AUDITORIA Diferença quanto ao: PERÍCIA AUDITORIA Propósito Específico: prova técnica Genérico adequação de procedimentos Exame Literal, concreto, sem Amostragem amostragem Documento Final Laudo Relatório ou Parecer Duração Determinado (temporário) Determinado ou Indeterminado Público Específico e restrito ás partes Específico ou Amplo profbrittes@gmail.com 4

PERITO CONTADOR Conceito: É o contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências da matéria periciada. O perito é a pessoa nomeada pelo juiz ou pelas partes (em caso de perícia extrajudicial). Como já afirmado anteriormente, o perito contador deve ser um bacharel em Ciências Contábeis, com devido registro no CRC regional de contabilidade. O Contador, na função de perito-contador ou perito-contador assistente, deve manter adequado nível de competência profissional, pelo conhecimento atualizado de Contabilidade, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia, da legislação relativa à profissão contábil e das normas jurídicas, atualizando-se permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, educação continuada e especialização, realizando seus trabalhos com a observância da eqüidade. PERÍCIA: Perícia advém do latim peritia, quer dizer: conhecimento proveniente da experiência, habilidade e talento; É uma Espécie de prova consistente no parecer técnico de pessoa habilitada a formulálo. Coneito: Segundo D Auria (apud ALBERTO, 2002:17) perícia é conhecimento e experiência das coisas, e por isso suas funções decorrem desses conhecimentos e experiências adquiridos. Assim Alberto (2002:19) dita que o conceito de Perícia é um instrumento especial de constatação, prova ou demonstração científica ou técnica, da veracidade de situações, coisas ou fatos. Mais adiante, conclui que o conceito de perícia contábil é: um instrumento técnico-científico de constatação, prova ou demonstração quanto à veracidade de situações, coisas ou fatos oriundos das relações, efeitos, haveres que fluem do patrimônio de quaisquer entidades. (2002:48) A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. (Item 13.1.1 da NBC T 13 Normas Brasileiras de Contabilidade). Portanto, a perícia contábil tem sua amplitude relacionada á causa que a deu origem. Assim, uma perícia que envolva questões tributárias levará em conta não somente a profbrittes@gmail.com 5

contabilidade em si, como também a legislação fiscal que rege a matéria relacionada aos exames. Em resumo, Perícia Contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião. O que se busca é uma opinião válida para atestar sobre a regularidade, irregularidade ou situação da riqueza individualizada. OBJETIVOS DA PERÍCIA CONTÁBIL Para traçar os objetivos da perícia contábil, Alberto (2002:46-49) disserta sobre os objetos da ciência contábil e afirma que o objeto, que caracteriza a natureza contábil da perícia, e que a faz ser intitulada de perícia contábil, é, sempre, aquele conjunto de situações, coisas ou fatos, que se refiram ao patrimônio total (o patrimônio propriamente dito) ou os haveres (o patrimônio parcial, que pode ou não equivaler ao patrimônio total) de qualquer entidade (o ente físico ou jurídico detentor da propriedade ou do direito a ela). Alerta o autor que não se pode confundir essa abrangência da perícia contábil, dada a amplitude do objeto da Ciência Contábil, com aquelas compartilhadas com outras profissões. Quanto aos fins perseguidos pelo perito, o autor afirma que vários são os fins para os quais se podem requerer uma perícia, mas como prova que ela vai ser, é preciso que se baseie em elementos verdadeiros e competentes. (SÁ, 2005:18). Analisando o Código Civil Brasileiro, em seu Art. 212, menciona que: Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante: Objetividade; Precisão; Clareza; Fidelidade; Concisão Confiabilidade inequívoca baseada em materialidades, e Plena satisfação da finalidade. Objetividade : caracteriza-se pela ação do perito em não desviar-se da matéria que motivou a questão. Precisão : consiste em oferecer respostas pertinentes e adequadas às questões formuladas ou finalidades propostas. Clareza : está em usar em sua opinião de uma linguagem acessível a quem vai utilizar-se de seu trabalho, embora possa conservar a terminologia tecnológica e cientifica em seus relatos. profbrittes@gmail.com 6

Fidelidade : caracteriza-se por não deixar-se influenciar por terceiros, nem por informes que não tenham materialidade e consistência competentes. Concisão : compreende evitar o prolixo e emitir uma opinião que possa de maneira fácil facilitar as decisões. Confiabilidade : consiste em estar à perícia apoiada em elementos inequívocos e válidos legal e tecnologicamente. Plena satisfação da finalidade : é, exatamente, o resultado de o trabalho estar coerente com os motivos que o ensejaram. Desta forma, pode-se resumir que a perícia contábil tem dois objetivos primordiais: 1. Levantar elementos de prova. 2. Subsidiar a emissão de laudo ou parecer. profbrittes@gmail.com 7

ATOS DE EXECUÇÃO DO TRABALHO PERICIAL PROVA é o elemento material para demonstrações de uma verdade, ou seja, é a consistência de um exame, de uma vistoria e avaliação, mostra a verdade dos fatos do processo na instância decisória e é utilizada se o objeto da questão o requerer. LAUDO OU PARECER é a peça escrita na qual o perito-contador expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da perícias, os estudos e as observações que realizou, as diligências realizadas, os critérios adotados e os resultados fundamentados, e as suas conclusões. Exemplo: Numa demanda societária, o perito é chamado para levantar a apuração de haveres de cada sócio. Este perito irá levantar elementos fáticos na contabilidade (mensuração dos valores de cada sócio) e, com base em tais fatos, emitir laudo ou parecer com a demonstração dos haveres dos sócios, porém, o perito deve ficar atento, o Juízo fará sua nomeação que deverá seguir os seguintes procedimentos: Retirada do Processo - se dará após cumprimento do prazo estipulado pelo Juízo, para indicação dos Assistentes e apresentação dos quesitos, o Perito será notificado via intimação AR ou via telefone para conhecimento e comparecer à Secretaria para retirar o processo ou manifestar algum impedimento, se houver; No caso de impedimento - o perito-contador ao ser nomeado deverá manifestar o seu impedimento para execução da perícia contábil, nos termos do item 2.4.1, e/ou ainda escusar-se dos serviços sempre que reconhecer não estar capacitado à altura do encargo confiado, conforme o item 2.2.3 da Resolução nº 857; Apresentação de Proposta de Honorários - aceito o encargo confiado, o Perito deverá apresentar por meio de petição, a sua proposta de honorários dentro do prazo estabelecido, geralmente de 05(cinco) dias, recomendando-se a apresentação de um plano de trabalho detalhado, estimando o número de horas previstas para a execução do trabalho, mediante avaliação dos serviços (item 2.5.1 da Resolução nº 857 NBC P2), considerando dentre outros os fatores da relevância, do vulto, do risco, da complexidade e outros fatores ou custos de laudos interprofissionais inerentes à elaboração do Trabalho; Pedido de redução/parcelamento ou Arbitramento pelo Juízo - havendo solicitação de redução ou parcelamento da verba honorária pela parte interessada, o Juízo submeterá (que diga o Senhor...) ao Perito que manifestará, por meio de petição se aceita a contraproposta. Não havendo acordo sobre o valor, o Juízo, considerando a necessidade da perícia, poderá arbitrar o valor ou então poderá nomear outro perito, se assim o desejar; Depósito dos Honorários e Início dos Trabalhos - havendo o acordo, após o depósito total ou da parcela inicial dos honorários, o perito será intimado a comparecer à instalação da perícia ou simplesmente ser intimado e retirar (com carga de responsabilidade) o processo do Cartório para o início dos trabalhos; profbrittes@gmail.com 8

Características da Perícia Contábil Segundo Alberto (2002:35), são características gerais da Perícia: a) surge de um conflito latente e manifesto que se quer esclarecer; c) constata, prova ou demonstra a veracidade de alguma situação, coisa ou fato; d) fundamenta-se em requisitos técnicos, científicos, legais, psicológicos, sociais e profissionais; e e) deve materializar-se, segundo forma especial, à instância decisória, a transmissão da opinião técnica ou científica sobre a verdade fática, de modo que a verdade jurídica corresponda àquela. E, ainda (2002:35-36) relaciona como características especiais da Perícia: a) a delimitação da matéria sobre que recai já que são somente aquelas matérias cuja apreciação dependa de conhecimento especial do técnico; b) a iniciativa técnica, ou seja, a absoluta independência técnica nos processos, métodos e análises que leva a efeito; c) a limitação de pronunciamento, ou seja, a consonância da matéria examinada e da finalidade do exame com a forma própria e normalizada da espécie de laudo que registrará a conclusão; e d) o integral conhecimento técnico ou científico da matéria, complementado, necessariamente, com conhecimentos conexos a sua especialização e das disposições legais e normativa aplicáveis no caso concreto e à própria perícia. Sá (2005:236), expõe que os elementos contábeis são os que se encontram nos documentos, registros e demonstrações ; além do mais enfatiza que o Código Civil estabelece como prestações de contas, para as sociedades simples e demais outras: o inventário, o balanço patrimonial e o que denomina como Balanço de Resultados Econômicos ou Contas de Lucros e Perdas, conforme citações nos artigos 1.010 (sociedade simples) e 1.065 (sociedades limitadas). Sá, que fora ferrenho adversário da Lei 6.404/1976, no que tange aos aspectos contábeis, se regozija com a eliminação da expressão demonstrações financeiras substituída pela expressão demonstrações contábeis. (2005:236) Alberto leva em consideração os aspectos anunciados no art. 420 do CPC, quando especificou que a prova pericial ocorrerá mediante certas condições para a sua admissão, para o processo judicial, bem como estabelece fases de seu desenvolvimento, como profbrittes@gmail.com 9

prazos, regras formais de produção e apresentação; admite, ainda, o CPC que a prova pericial consiste no exame, vistoria ou avaliação. (2002:36). No aspecto admissibilidade afirma o autor que a prova pericial poderá ser indeferida quando não depender de conhecimento técnico ou se provado nos autos o fato pretendido pela prova pericial, ou ainda seja impraticável a sua realização, considerando, o magistrado, apenas um ato procrastinatório. (ALBERTO, 2002:37). Por outro lado, ainda que admitida por suas características, a prova pericial poderá ser dispensada pelo juiz quando as partes já produziram, através de pareceres, comprovação dos fatos desejados. (ALBERTO, 2002:37-38). profbrittes@gmail.com 10

NA ESTRUTURA DO PARECER PERICIAL, O PERÍTO NÃO DEVE: Omitir os fatos e, Emitir opinião. ITENS OBRIGATÓRIOS NA ESTRUTURA DO PARECER PERICIAL NBC T13.7.5 Identificação do processo e da partes; Síntese do objeto da perícia; Metodologia adotada para os trabalhos periciais; Identificação das diligências realizadas; Transcrição dos quesitos, no todo ou naqueles em discordância; Respostas aos quesitos; Conclusão. profbrittes@gmail.com 11

TIPOS DE PERÍCIAS MOLLATZ (1997, p.65) cita que as perícias contábeis se classificam em grupos de atuação. Podemos resumir os diferentes tipos de perícia em: 1. PERÍCIA JUDICIAL: Feita a comando do juiz, ou seja, origina-se sob a esfera judicial, visando esclarecer fatos ou produzir provas sobre a questão. Ela se motiva no fato de o juiz depender do conhecimento técnico ou especializado de um profissional para poder decidir. Estas perícias podem ser na: 1.1- Na Justiça Federal a) previdência - cálculo de aposentadorias e apuração de diferenças; b) crédito habitacional - SFH/SH, contratos, reajustes e saldo devedor; c) crédito educativo - cobrança, saldo devedor e diferenças; d) cobranças de encargos federais e outros; e) liquidação de sentença; 1.2 - Na Justiça Estadual a) contratos bancários; b) revisões e recálculo em cheque especial; c) capital de giro; d) CDCs; e) cédulas de crédito; f) leasing; g) prestação de contas; h) revisão de valores; i) indenizações; j) análise documental; k) falências; l) avaliações e liquidação de sentença, entre outros; 1.3 - Na Justiça do Trabalho a) instrução análises da relação de trabalho, demonstrando em que condições ocorreram; b) liquidação elaboração de cálculos de liquidação com base na sentença e recursos se houver. Exemplo: O juiz solicita ao Perito, revisão contratual da ação extrajudicial de mútuo, (financiamento imóvel) cuja ré é a Caixa Econômica Federal, onde solicita ao expert, que verifique a Evolução das Prestações e Saldo Devedor, seguindo os parâmetros e exigências da profbrittes@gmail.com 12

lei limitando-se ao contrato assinado entre as partes, como também solicita que o expert, responda os quesitos da ré, do autor e do juízo. Dentro deste tipo de Perícia, encontraremos alguns sistemas de financiamentos. O sistema de amortização é que define a forma de cálculo da prestação, quais sejam: 1.1.1 SISTEMA PRICE Definição: Segundo o Prof. Mário Geraldo Pereira, em sua dissertação de Doutoramento na USP, este sistema de amortização foi criado no século XVIII pelo filósofo, teólogo e matemático inglês Richard Price, incorporando a teoria de juros compostos nos empréstimos de pagamentos iguais e sucessivos. Segundo este mesmo estudioso a denominação Tabela Price é utilizada somente no Brasil, visto que em outros países é conhecido por Sistema Francês de Amortização, devido ao fato de ter se desenvolvido efetivamente na França, no século XIX. É o um Sistema de Amortização que incorpora juros compostos às amortizações de empréstimo e financiamento. Ou seja, é um sistema de prestações constantes, convencionando-se que com a ocorrência de pagamentos e deduzindo-se os juros sobre o saldo devedor, a diferença entre estes e o valor fixo da parcela é lançado a título de amortização A prestação inicial, pelo Sistema Price, pode comprometer até 25% da renda. FÓRMULA PRICE PMT = PV x ( 1 + i ) n x i (1 + i ) n - 1 Onde: PMT = prestação PV = Valor Principal I = taxa de juros n = tempo profbrittes@gmail.com 13

1.1.2 SISTEMA DE AMORTIZAÇAÕES CONSTANTES SAC Definição: Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em progressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra de amortização que permanece constante. FÓRMULA SAC: Para achar a PMT, primeiro tem que encontrar a Amortização Assim: Amortização = PV/n PMT = Amortização + Juros OBS: No SAC, a PMT e Amortização são Constantes 1.1.3 Sistema de Amortizações Crescentes - SACRE Definição: O sistema SACRE foi desenvolvido com o objetivo de permitir maior amortização do valor emprestado, reduzindo-se, simultaneamente, a parcela de juros sobre o saldo devedor. A prestação inicial, no SACRE, pode comprometer até 30% da renda. Entretanto, ao longo do contrato verifica-se que, a partir de um determinado período de recálculo, o valor da prestação calculada no sistema SACRE começa a diminuir, enquanto que a do sistema Price aumenta sempre. O valor da prestação obtém-se através da seguinte fórmula: profbrittes@gmail.com 14

CONTINUAÇÃO DOS TIPOS DE PERÍCIAS: 2. PERÍCIA ARBITRAL Feita a comando do árbitro ou da parte que a solicitou, visando subsidiar elementos para a arbitragem. Como exemplo de perícia arbitral, aquela em que duas empresas solicitam ao árbitro nomeado de comum acordo entre as partes a determinação de haveres numa rescisão de contrato, cuja cláusula previa arbitragem com base na Lei 9.307/1996. 3. PERÍCIA ADMINISTRATIVA É realizada fora do Poder Judiciário, onde o meio da prova é sua principal finalidade. feita a comando de uma ou mais partes interessadas, visando produzir as constatações necessárias. Este tipo de perícia ocorre em casos de sócios, onde um desconfia do trabalho do outro, ou até mesmo entre empregado e patrão, sendo assim, o perito é contratado para descobrir suposta irregularidade. O trabalho do perito é investigar as respectivas causas, e desvendar as suposições ocorridas. Como exemplo de perícia administrativa, aquela em que um sócio solicita ao perito que levante o fundo de comércio da empresa, para basear uma proposta de aquisição de quotas de capital de outro sócio. Outro exemplo é o Lucro Cessante que é o pagamento a terceiro em conseqüência da perda ou diminuição da capacidade de trabalho em função de danos pessoais, que é responsabilidade do profissional quando do exercício de sua profissão. É o que deixou de ganhar. Exemplo no anexo: 9 Impugnação de Notificação Fiscal 4. PERÍCIA EXTRAJUDICIAL É livremente contratada entre as partes em litígio e/ou entre particulares, sua origem é a necessidade de uma opinião técnica especializada sobre um fato controverso. Este tipo de perícia se processa através de exames que podem ser genéricos ou específicos. 5 PERÍCIA CONTÁBIL JUDICIAL. É um importante ramo da Contabilidade, e, para sua realização, faz-se necessário profissional especializado que esclareça questões sobre o patrimônio das pessoas físicas e jurídicas. Para a execução da Perícia Contábil, o profissional utiliza um conjunto de procedimentos técnicos, como: pesquisa, diligências, levantamento de dados, análise, cálculos, por meio de exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. A conclusão da Perícia Contábil é expressa em laudo pericial, esclarecendo controvérsias. No entendimento de Sá (1997, 63): Perícia contábil judicial é a que visa servir de prova, esclarecendo o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seu julgamento, objetivando fatos relativos ao patrimônio aziendal ou de pessoas. profbrittes@gmail.com 15

Ainda segundo o mesmo autor, o ciclo da Perícia Contábil Judicial compõe-se de três fases: Primeira Fase é a Preliminar: a) a perícia é requerida ao juiz pela parte interessada; b) o juiz defere a perícia e escolhe o perito; c) as partes formulam quesitos e indicam seus assistentes; d) os peritos são cientificados da indicação; e) os peritos propõem honorários e requerem depósitos; f) o juiz estabelece prazo, local e hora para o início. Segunda Fase é a Operacional: a) início da perícia e diligências; b) curso do trabalho; c) elaboração do laudo. Terceira Fase é a Final: a) assinatura do laudo; b) entrega do laudo; c) levantamento dos honorários; d) esclarecimentos (se requeridos); Em todas as fases, existem prazos e formalidades a serem cumpridas. A manifestação do perito sobre os fatos devidamente apurados se dará através do Laudo Pericial, onde, na condição de prova técnica, servirá para suprir as insuficiências do magistrado no que se refere aos conhecimentos técnicos ou científicos. profbrittes@gmail.com 16

COMPETÊNCIA DA PERÍCIA EXTRAJUDICIAL E ARBITRAL A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de competência exclusiva do Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade. Obviamente, isto não significa que somente o profissional de contabilidade irá participar de uma perícia, em que várias áreas de conhecimento são necessárias. Assim, uma perícia que exija conhecimentos da área contábil e de matemática financeira (por exemplo), pode ser executada, concomitantemente, pelo Contador e por um Economista, cada um em sua área de especialização. Cabe à Fiscalização do CRC verificar se os Contadores estão procedendo regularmente conforme os preceitos das Normas de Auditoria e Perícia (técnicas e profissionais) na elaboração de seus laudos e, também, coibir atuação de Leigos e Técnicos em Contabilidade neste segmento específico da profissão contábil. NO EXERCÍCIO DA PROFISSIONAL O PERÍTO CONTADOR DEVE lembrar sempre do CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL, visto na disciplina da sétima fase. profbrittes@gmail.com 17

PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PERÍCIA RESOLUÇÃO 858/99 O planejamento das atividades da perícia a ser efetuada é essencial para a coordenação de trabalhos entre os peritos. Entretanto, mesmo que a perícia seja executada somente por uma pessoa, esta deve fazer o planejamento, visando otimizar seu tempo e buscar adequadamente as formas de trabalho mais indicadas para que a perícia seja executada no prazo determinado pelo juiz ou pelo cliente/contratante. O planejamento deve considerar os seguintes fatores relevantes na execução dos trabalhos: a) o conhecimento detalhado dos fatos concernentes à demanda; b) as diligências a serem realizadas; c) os livros e documentos a serem compulsados; d) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de perícia a serem aplicados; e) a equipe técnica necessária para a execução do trabalho; f) os serviços especializados, necessários para a execução do trabalho; g) os quesitos, quando formulados; e h) o tempo necessário para elaboração do trabalho. Exemplo : Em perícia judicial, o juiz determina o levantamento de balanço patrimonial de uma das partes envolvidas (pessoa jurídica), em data de 31.12.2003. O perito indicado deverá organizar, no mínimo, o seguinte planejamento: 1. Solicitação á parte envolvida dos livros diário e razão do ano de 2003, bem como da documentação contábil relacionada. 2. Estimar, com base no porte da pessoa jurídica e suas atividades, o número de horas necessárias aos procedimentos de levantamento do balanço, para que o cumprimento do prazo fixado pelo juiz seja executado a contento. 3. Verificar, nos autos, a causa que deu origem ao pedido do juiz, para conhecer os detalhes. 4. Se as atividades da pessoa jurídica envolverem alguma especialidade técnica no ramo contábil (como, por exemplo, se a parte for uma cooperativa), o perito deve ter os conhecimentos pertinentes á legislação específica da matéria. 5. Verificar no próprio local da perícia (contabilidade da empresa), se esta possui estrutura adequada para atendimento e execução dos procedimentos, disponibilidade de acesso aos arquivos, etc. O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que novos fatores o exigirem ou recomendarem. profbrittes@gmail.com 18

Quando do planejamento dos trabalhos deve ser realizada a estimativa dos honorários de forma fundamentada, considerando os custos e a justa remuneração do contador. Para maiores detalhes, leia o tópico seguinte. HONORÁRIOS MODELO DE ORÇAMENTO Uma das dificuldades da maioria dos peritos é calcular adequadamente seus honorários, de forma justa e coerente. A prática é que possibilitará ao profissional a aproximação de tal cálculo á realidade. Porém, apenas a título de exemplo, formula-se o seguinte cálculo: Fazendo o planejamento dos trabalhos, o contador estimou as seguintes horas: 1. Análise dos autos: 3 horas 2. Confecção das comunicações ás partes e demais atos processuais: 2 horas 3. Exames e diligências: 20 horas 4. Reunião com outros peritos: 3 horas 5. Elaboração do Laudo: 5 horas Total estimado: 33 horas O contador deve, então, dividir o seu custo profissional mensal pelas horas de atividades disponíveis no mês (deduzido de uma margem para treinamento e procedimentos administrativos em torno de 25%). Se o seu custo corresponder a: R$ 4.000,00 relativo aos seus próprios custos pessoais de manutenção (alimentação, vestuário, moradia, lazer, saúde, educação, dependentes); R$ 1.000,00 relativo aos custos dos materiais de trabalho (assinatura de periódicos, gastos com treinamento, internet, material de expediente, deslocamento); O custo total mensal de sua atividade será de R$ 5.000,00. Considerando uma estimativa de atividades de 8 horas por dia útil (de segunda a sexta-feira), e uma média de 20 dias úteis por mês, o total de horas disponíveis para atividades será de: 20 dias úteis x 8 horas = 160 horas/mês Entretanto, parte de tais horas serão consumidas com procedimentos administrativos e treinamento, não remuneráveis. Supondo-se um percentual de horas não remuneradas de 25%, então o número de horas efetivamente remuneráveis serão de 160 x (1 25%) = 120 horas/mês. profbrittes@gmail.com 19

Então o seu custo-hora será: R$ 5.000,00 (custo total da atividade) Dividido por 120 horas/mês Igual a R$ 41,67/hora Este é o custo hora, mas não significa que o contador deva cobrar este valor. Recomenda-se que, na fixação de preço por hora de atividade, leve em conta os seguintes acréscimos: 1. Férias anuais: 12% sobre o valor/hora. 2. Margem de risco para atividade (horas ociosas e excesso de horas aplicadas sobre a estimativa): 20% sobre o valor/hora. Desta forma, o preço/hora do perito, neste exemplo, seria fixado em R$ 41,67 + 12% + 20% = R$ 55,00/hora. Então, seus honorários seriam fixados como segue: Total de horas estimadas a serem aplicadas: 33 horas Preço/hora: R$ 55,00 Total dos honorários: 33 x R$ 55,00 = R$ 1.815,00. Observar que, se a execução dos trabalhos de perícia envolver viagens, deverão ser estimados o custo de tais deslocamentos, incluindo alimentação, hospedagem, passagens e outros gastos relacionados. Nota final: Alguns Sindicatos de Contabilistas mantém tabelas com base de honorários mínimos. O perito deverá respeitar tais tabelas, de forma a preservar a ética profissional de honorários em relação ao custo hora mínimo. Entretanto, pode cobrar honorários superiores, já que o custo hora efetivo de sua atividade, por questões específicas (como necessidade de especialização e treinamento contínuo) podem ser maiores dos que os indicados em tais tabelas. MODELO DE ORÇAMENTO DE HONORÁRIOS PERICIAIS Conforme a NBC-P-2 item 2.5.2.1, a petição referente á proposta de honorários deverá ser acompanhada de orçamento discriminado. Baseado no exemplo do tópico anterior, e considerando que a perícia envolverá uma viagem, cujo custo é de R$ 80,00 e envolverá despesas de alimentação e hospedagem de R$ 120,00, teremos o seguinte modelo de orçamento: DEMONSTRATIVO DE HONORÁRIOS PERICIAIS DESCRIÇÃO Base Horária ou Valor R$ Estimativa de Horas Técnicas 33 horas profbrittes@gmail.com 20

Base Horária R$ 55,00 Soma 1. Total Estimativa x Base Horária R$ 1.815,00 Outras Despesas: Bilhetes de Passagem R$ 80,00 Alimentação e Hospedagem R$ 120,00 Soma 2. Total das Despesas R$ 200,00 TOTAL DOS HONORÁRIOS (1+2) R$ 2.015,00 Para modelo de petição de honorários periciais, abra a pasta Modelos desta obra, e acesse o respectivo modelo de petição de honorários. RESPONSABILIDADE DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS As despesas de perícia fazem parte dos custos processuais, cabendo ás partes prover tais despesas, antecipando-lhe o valor, que ficará consignado em juízo. O artigo 33 do Código de Processo Civil dispõe: Art. 33 - Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz. Parágrafo único - O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa remuneração. O numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária, será entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua liberação parcial, quando necessária. PRESCRIÇÃO DE HONORÁRIOS Prescreve em 1 ano a percepção de honorários periciais, conforme inciso III do 1º do art. 206 do CC. HONORÁRIOS PAGOS DIRETAMENTE AO PERITO PELA PARTE Sob hipótese alguma o perito nomeado pelo juiz deve aceitar receber os honorários periciais diretamente da parte, mas sim sempre através de depósito judicial comprovado nos autos. O recebimento dos honorários direto da parte pode abalar a credibilidade do Perito. Obviamente, esta situação não se aplica ao perito assistente, pois este normalmente recebe os seus honorários diretamente da parte que o indicou. Desta forma, o Perito do juiz pode e deve requerer que os honorários finais sejam creditados diretamente em sua conta bancária pela parte, mas com comprovação nos autos. Esta comprovação é feita pela parte mediante petição dirigida ao Juiz comprovando a satisfação dos honorários periciais. LEVANTAMENTO PARCIAL DOS HONORÁRIOS PERICIAIS profbrittes@gmail.com 21

O Perito, quando a perícia implicar em dispêndios de locomoção para outras localidades para sua realização, ou depender de contratação de auxiliares, pode peticionar ao Juiz requerendo o levantamento parcial dos honorários previamente depositados para custear a perícia. solicitação. Neste caso, deve elaborar uma petição neste sentido, justificando sua HONORÁRIOS A FINAL Ocorrem situações em que o Perito nomeado é solicitado a realizar a perícia ás suas expensas e receber os honorários no final, ou seja, quando o processo for concluído Esta prática é adotada pela Justiça do Trabalho onde não existe a possibilidade de requerer honorários prévios a não ser em situações especiais. Os honorários a final são comuns nos processos onde o autor não tem condições de arcar com o ônus da perícia. Neste caso, se o autor for vencedor da demanda o réu arca com o custo dos honorários que são incluídos na conta final em nome do Perito. Em caso de insucesso do autor o Perito não receberá seus honorários. Observe que não existe obrigatoriedade do Perito realizar a perícia sem depósito prévio, mas isto pode fazer com que o Juiz deixe de nomeá-lo para outros trabalhos. PARCELAMENTO DE HONORÁRIOS Numa situação em que a parte que deve arcar com o ônus da perícia não tiver condições de efetuar o depósito prévio integralmente, o juiz pode conceder, ouvido o Perito, o parcelamento dos honorários. Tal parcelamento comumente é feito em duas ou três parcelas, sendo a primeira como honorários prévios, a segunda na entrega do laudo e a terceira após 30 dias da entrega do laudo. HONORÁRIOS PROVISÓRIOS Quando o Perito constatar que o trabalho é por demais complexo e ser difícil a estimativa dos honorários previamente, pode pedir honorários prévios provisórios e ao concluir seus trabalhos peticionar ao Juiz o arbitramento dos honorários definitivos, requerendo, na oportunidade a intimação da ou das partes para efetivação do depósito complementar. PROCEDIMENTOS Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil. profbrittes@gmail.com 22

Tal procedimento abrange, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria: exame vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. EXAME - análise de livros, registros das transações e documentos. VISTORIA - diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial. INDAGAÇÃO - busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto da perícia. INVESTIGAÇÃO - pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias. ARBITRAMENTO - determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico.mensuração - ato de quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações. AVALIAÇÃO - ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas. CERTIFICAÇÃO - ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional. Desta forma, numa perícia contábil, o perito pode utilizar-se de um ou mais procedimentos, buscando fundamentar as conclusões a que chegará. 18. DEMONSTRATIVO DE HONORÁRIOS PERICIAIS DESCRIÇÃO Base Horária ou Valor R$ Estimativa de Horas Técnicas Horas Base Horária R$... Soma 1. Total Estimativa x Base Horária R$... Outras Despesas: Bilhetes de Passagem R$... Alimentação e Hospedagem R$... Soma 2. Total das Despesas R$... TOTAL DOS HONORÁRIOS (1+2) R$... Nome e assinatura do perito CRC UF BASE DOS EXAMES profbrittes@gmail.com 23

O perito contábil utilizará, em seus exames, dos registros e demonstrações contábeis (livros diário e razão), podendo, também, servir-se de outros elementos para produção de provas, como: 1. Registros de escrituração fiscal (livro de entrada e saída de mercadorias, livro de apuração do ISS, Livro de Apuração do Lucro Real LALUR, etc.). 2. Documentação que dá suporte á contabilidade (notas fiscais, recibos, contratos, etc.). 3. Livros exigidos por legislação (livro de registro de empregados, atas de reunião de sócios, etc.) 4. Outros livros e controles mantidos pela entidade onde está sendo procedido á perícia, como tabelas de preços, controles de estoques, estatísticas de vendas. Um cuidado especial na utilização de livros e documentos que não tenham autenticação ou que sejam produzidos por uma das partes em litígio, é que se reconheça sua autenticidade, mediante rubrica do responsável pelo referido documento ou livro (contabilista responsável ou representante legal da entidade). Outro detalhe é que os livros obrigatórios (como Diário e Livro de Inventário) devem estar devidamente autenticados pelo órgão competente, e os livros cujo registro não é obrigatório (como o Razão), devem ter as formalidades para sua aceitação (como termos de abertura e encerramento devidamente assinados por contabilista responsável). TRIBUTAÇÃO DOS HONORÁRIOS DO PERÍTO IMPOSTO DE RENDA: Os honorários recebidos são tributáveis pelo Imposto de Renda, devendo ser retido o IRF respectivo, por ocasião do depósito judicial. O perito, pessoa física, poderá deduzir, em livro caixa, as despesas pertinentes á perícia realizada (como por exemplo, as despesas de viagem), desde que comprovadas por documentação hábil e idônea. Neste sentido, a Solução de Divergência da SRF, adiante transcrita: SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA Nº 04, DE 12 DE MARÇO DE 2004 (DOU DE 16.03.2004) ASSUNTO: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF EMENTA: PROFISSIONAL AUTÔNOMO. HONORÁRIOS DE PERITO JUDICIAL. LIVRO CAIXA. Será retido na fonte, pela pessoa física ou jurídica contratante, o imposto de renda sobre a importância total posta à disposição do perito, quando do depósito profbrittes@gmail.com 24

judicial efetuado para tal fim. As despesas necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, inclusive com a contratação de outros profissionais sem vínculo empregatício, desde que sejam comprovadas com documentação hábil e idônea, bem como escrituradas e relacionadas pelo perito em livro Caixa, poderão ser deduzidas, para fins de apuração da base de cálculo do imposto de renda, no recolhimento mensal obrigatório (carnêleão), caso receba rendimentos sujeitos a essa forma de recolhimento, e na Declaração de Ajuste Anual. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 8134, de 27 de dezembro de 1990, art. 6º; Lei nº 8541, de 23 de dezembro de 1992, art. 46; Lei nº 9250, de 26 de dezembro de 1995, arts. 4º e 8º; Decreto nº 3000, de 26 de março de 1999, arts. 75 e 718; Parecer Normativo CST nº 392, de 29 de abril de 1970; e Ato Declaratório Normativo CST nº 16, de 27 de julho de 1979. REGINA MARIA FERNANDES BARROSO Coordenadora-Geral 202.2 INSS Como a prática de perícia é sujeita á inscrição obrigatória no INSS, a pessoa jurídica pagadora de honorários periciais deverá reter o INSS respectivo, no ato do depósito judicial dos honorários ao perito pessoa física, até o limite da tabela de retenção do INSS. IMPEDIMENTO DO PERITO CONTADOR NO CUMPRIMENTO DE SUAS FUNÇÕES O perito-contador está impedido de executar perícia contábil, devendo assim declarar-se, ao ser nomeado, escolhido ou contratado para o encargo, quando: a) for parte do processo; b) houver atuado como perito-contador assistente ou prestado depoimento como testemunha no processo; c) o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou em linha colateral até o segundo grau, estiver postulando no processo; d) tiver interesse, direto ou indireto, imediato ou mediato, por si ou qualquer de seus parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou em linha colateral até o segundo grau, no resultado do trabalho pericial; e) exercer função ou cargo incompatíveis com a atividade de perito-contador; e f) a matéria em litígio não for de sua especialidade. Quando nomeado em Juízo, o perito-contador deve dirigir-lhe petição, no prazo legal, justificando a escusa. profbrittes@gmail.com 25

Quando indicado pela parte, não aceitando o encargo, o perito-contador assistente deve comunicar ao Juízo, a recusa, devidamente justificada. INDEPENDÊNCIA DOS TRABALHOS PERICIAIS O perito-contador e o perito-contador assistente devem evitar e denunciar qualquer interferência que possam constrangê-los em seu trabalho, não admitindo, em nenhuma hipótese, subordinar sua apreciação a qualquer fato, pessoa, situação ou efeito que possam comprometer sua independência. quando: RECUSA ÉTICA O perito-contador e o perito-contador assistente não devem aceitar o encargo 1. Constatarem que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não permitem assumir o encargo, sem prejuízo do cumprimento dos prazos dos trabalhos nomeados, indicados, escolhidos ou contratados; e 2 - Ocorrer motivo de força maior. SUBSTITUIÇÃO O perito pode ser substituído quando (art. 424 CPC): assinado. I - carecer de conhecimento técnico ou científico; II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi Entretanto, no caso do item II supra, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo. NOMEAÇÃO MÚLTIPLA Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um assistente técnico. (art. 431-B do CPP, acrescentado pela Lei 10.358/2001). PRAZO JUDICIAL O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo. Desta forma, o perito nomeado precisa compatibilizar seus outros trabalhos de perícia com o prazo fixado pelo juiz, para que não deixe de executar no prazo hábil seus serviços, entregando o laudo. O PERITO ASSISTENTE profbrittes@gmail.com 26

A contratação do perito-contador é de iniciativa da parte interessada e indicá-lo como seu assistente técnico é facultativo. haver: Desta forma, por exemplo, numa demanda fiscal, sujeita à perícia, poderá 1. O perito-contador, nomeado pelo juiz. 2. Um perito assistente, nomeado livremente pelo fisco. 3. Um perito assistente, nomeado livremente pelo contribuinte. Os peritos assistentes, também chamados assistentes técnicos, são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição (art. 422 CPC). A intervenção legal do Perito-Contador assistente no processo se dá nos termos do parágrafo único do artigo 433 do Código do Processo Civil, quando apresentar o seu parecer técnico sobre o Laudo Pericial e encaminhado por meio de petição da parte: Art. 433 - O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. Parágrafo único - Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo. (redação dada pela Lei 10.358/2001). PRAZO DE NOMEAÇÃO JUDICIAL Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito, indicar o assistente técnico. ASSINATURA CONJUNTA A assinatura em conjunto no laudo pericial contábil, por parte do peritocontador assistente exclui a possibilidade da emissão de parecer pericial contábil contrário, em separado. O perito-contador assistente não tem obrigação de assinar conjuntamente o laudo pericial contábil, pois, mesmo sendo a perícia-contábil uma prova técnica, e terem-se valido os profissionais dos mesmos procedimentos, nem sempre a redação dada pelo perito contador é idêntica àquela entendida correta, ou mais adequada, pelo perito-contador assistente. Cria-se, neste caso, um impedimento à assinatura em conjunto do laudo pericial contábil. profbrittes@gmail.com 27

FLUXOGRFAMA DA PERÍCIA CONTÁBIL Tendo em vista a diversidade de procedimentos e questões judiciais, nem sempre o fluxo apresentado adiante irá corresponder, exatamente, a todos os processos que envolvam perícia contábil. Mas, de forma genérica, podemos considerar que o fluxo pericial tende a ser: 1. PEDIDO DE PERÍCIA solicitado a pedido de uma das partes, ou por solicitação do juiz..2 NOMEAÇÃO DO PERITO JUDICIAL o juiz, após o deferimento da perícia, nomeia o perito, intimando-o para apresentação da proposta de honorários. 3 APRESENTAÇÃO DOS QUESITOS PELAS PARTES E INDICAÇÃO DO ASSISTENTE PERICIAL as partes: 1. relacionam os quesitos (perguntas) ao perito e 2. indicam o assistente pericial. profbrittes@gmail.com 28

4 ACEITAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROPOSIÇÃO DE HONORÁRIOS o perito elabora uma petição, aceitando a sua nomeação e propondo seus honorários, ou declinando do cargo. 5 INTIMAÇÃO DAS PARTES PARA PRONUNCIAMENTO DA PROPOSTA DE HONORÁRIOS DO PERITO as partes devem se pronunciar sobre os honorários do perito concordando ou não. 6 INTIMAÇÃO DO PERITO JUDICIAL MANIFESTAÇÃO DAS PARTES Se houver alteração nos valores de honorários aprovados pelas partes, o perito deverá manifestar sua concordância ou não com os valores alterados. 7 FIXAÇÃO DO PRAZO PARA DEPÓSITO DOS HONORÁRIOS o juiz intima a parte que arcará com o ônus da perícia para que efetue o depósito judicial do valor correspondente. Vide modelo de petição de honorários, no diretório Modelos desta obra. 8 CONCESSÃO DE PRAZO PARA INÍCIO DA PERÍCIA o juiz fixa o prazo de início e final da perícia (entrega do laudo), intimando tanto o perito quanto os assistentes. 9 PERÍCIA PROPRIAMENTE DITA na data e hora convencionadas, os peritos iniciam os exames. 10 ELABORAÇÃO E ENTREGA DO LAUDO Findo os exames, o perito elabora o laudo, respondendo aos quesitos. Faz sua entrega mediante protocolo. Vide modelo de petição de entrega de laudo, no diretório Modelos desta obra. 11 SOLICITAÇÃO DO LEVANTAMENTO DE HONORÁRIOS No mesmo momento em que entrega o laudo, o perito requisita o levantamento de honorários depositados em juízo. 12 INTIMAÇÃO DAS PARTES: MANIFESTAÇÃO SOBRE CONTEÚDO DO LAUDO as partes se manifestam sobre o conteúdo do laudo, apresentando parecer de seus assistentes técnicos. 13 INTIMAÇÃO DO PERITO MANIFESTAÇÃO SOBRE QUESTIONAMENTO DAS PARTES SOBRE PONTOS DO LAUDO o perito se manifesta, através de petição, sobre os pontos solicitados pelas partes. PRAZO DA PERÍCIA Os prazos, em geral, são determinados pelo juiz, com exceção daqueles previstos no CPC - Código do Processo Civil. O artigo 421 do CPP dispõe: do laudo. Art. 421 - O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega profbrittes@gmail.com 29

1º - Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito: I - indicar o assistente técnico; II - apresentar quesitos. 2º - Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio (art. 432 do CPC). O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento (art. 433 do CPC). Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo (parágrafo único do art. 433 do CPC). TERMO DE DILIGÊNCIA O termo de diligência é o documento, encaminhado ás partes, relacionando os livros, documentos e dados que serão necessários ao início da perícia. A eventual recusa no atendimento de diligências solicitadas, ou qualquer dificuldade na execução do trabalho pericial devem ser comunicadas, com a devida comprovação ou justificativa, ao Juízo, em se tratando de perícia judicial ou à parte contratante, no caso de perícia extrajudicial ou arbitral. O perito-contador e o perito-contador assistente manterão registros dos locais e datas das diligências, nomes das pessoas que os atenderem, livros e documentos examinados ou arrecadados, dados e particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, quando julgarem necessário. O termo de diligência pode ser apresentado diretamente à parte ou ao diligenciado, por qualquer meio pelo qual se possa documentar a sua entrega. O diligenciado é qualquer pessoa ou entidade que possua os elementos e informações necessários para subsidiar o laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil. Através da Interpretação Técnica 01 da NBC T13, o CFC especificou definição e aplicabilidade do Termo de Diligência. nesta obra. Para obter modelos de termo de diligência, consulte o diretório Modelos PETIÇÕES profbrittes@gmail.com 30

1. CABEÇALHO As solicitações feitas em determinado processo judicial se chamam petições. Uma petição tem uma estrutura básica, a seguir descrita. - Identificação da Vara onde está tramitando a ação - Tipo de ação - Número do Processo - Partes envolvidas - A que se refere a petição 2. CORPO - Identificação do Perito - O que se requer 3. ENCERRAMENTO - Formalização com a frase: Termos em que pede juntada e deferimento. - Data e assinatura do perito 4. DICAS - Utilize frases simples, evitando estender-se além do necessário para clareza da petição. - Papel no padrão A4. - A fonte a ser utilizada é a Times New Roman, tamanho 13. - Margens: inferior e superior: 2,5 cm; esquerda e direita: 3 cm. - Evite deixar o encerramento em folha isolada. O LAUDO CONSENSUAL Laudo consensual é aquele elaborado em conjunto com os Assistentes Técnicos, ou uma equipe de peritos e assinado por todos sem ressalvas, ou seja, chegam a um consenso sobre a matéria objeto da perícia. DIVERGÊNCIAS ENTRE PERITOS Havendo divergências do laudo pericial contábil, o perito-contador assistente transcreverá o quesito objeto de discordância, a resposta do laudo, seus comentários e, finalmente sua resposta devidamente fundamentada. profbrittes@gmail.com 31