São Paulo, dezembro de 2013 Versão 1
Sumário 1. Introdução... 1 2. Conceitos... 1 3. Objetivos... 1 4. Área de aplicação... 1 5. Responsabilidades... 2 6. Confidencialidade... 2 7. Comunicação... 2 8. Cadastro de clientes... 3 9. Disseminação da política... 3 10. Revisão e atualização... 4 11. Arquivamento, controle e conservação de documentação cadastral... 4
1. Introdução 1.1. A Lei 9.613/1998, que criou o Conselho de Atividades Financeiras - COAF, e suas alterações contidas na Lei 12.683/2012 dispõem sobre os procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades relacionadas aos crimes de lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Por definição da Lei, as pessoas físicas e jurídicas que prestem serviços de auditoria, mesmo que eventualmente, se submetem às condições para cumprimento destes procedimentos. A Lei também define sanções para as pessoas físicas e jurídicas, que venham a praticar estes atos ilícitos, ou, que, tendo conhecimento da prática, não comuniquem às autoridades competentes. 1.2. Por ser a Cnac uma entidade de auditoria cooperativa, que pertence ao Sistema Nacional de Crédito Cooperativo - SNCC, constituída no Brasil a partir do modelo estabelecido pelo parágrafo 1º do artigo 27 da Resolução CMN nº 3.859/10 com finalidade exclusiva para prestação de serviços de auditoria das demonstrações contábeis às cooperativas singulares e por não se submeter a órgão próprio regulador, o atendimento aos requisitos da Lei se dá pelas disposições previstas na Resolução 24, de 16 de janeiro de 2013, emitida pelo COAF. 2. Conceitos 2.1. Lavagem de Dinheiro (LD) é o processo pelo qual o criminoso transforma recursos ganhos em atividades ilegais em ativos com uma origem aparentemente legal. Essa prática geralmente envolve múltiplas transações, usadas para ocultar a origem dos ativos financeiros e permitir que eles sejam utilizados sem comprometer os criminosos. A dissimulação é, portanto, a base para toda operação de lavagem, que envolva dinheiro proveniente de atos ilícitos. 2.2. (FT) pode ser definido como a reunião de fundos ou de capital para a realização de atividades terroristas. Esses fundos podem ter origem legal - como doações, ganho de atividades econômicas lícitas diversas - ou ilegal - como as procedentes de atividades criminais (crime organizado, fraudes, contrabando, extorsões, sequestros, dentre outros). 3. Objetivos 3.1. Esta política tem por objetivo estabelecer as diretrizes da Cnac, que visem dotar a entidade de procedimentos eficazes, que possam mitigar o risco de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo nas operações realizadas com seus clientes de auditoria e terceiros, assim como evitar as penalidades previstas na Lei 12.683/2012. 4. Área de aplicação 4.1. A Cnac tem como atividade restrita a realização de serviços de auditoria das demonstrações contábeis em cooperativas singulares de crédito. Para realização destes trabalhos, são firmados convênio de auditoria com as centrais de cooperativas de crédito. No contexto da Resolução COAF nº 24/2013, estas centrais são qualificadas como clientes e as cooperativas singulares representam os beneficiários finais. 4.2. Os seguintes eventos são eleitos para monitoramento contínuo e aplicação dos procedimentos e controles: As operações de compra e vendas de bens móveis e imóveis vinculados ao ativo da Cnac. 1
Os procedimentos definidos para aceitação e operacionalização dos convênios de auditoria. Todas as operações que se enquadrem nas características citadas no item 7 desta política. 5. Responsabilidades 5.1. A definição das diretrizes e a aprovação desta política são alçadas do diretor da Cnac. 5.2. Todos os empregados, do nível estratégico ao operacional, são responsáveis pelo estabelecimento de um ambiente permanente de controle, no qual seja possível monitorar as operações e propostas de clientes, pessoas físicas e jurídicas, com vistas a identificar ações ilícitas relacionadas aos crimes de lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. 5.3. Os gerentes responsáveis pelos escritórios e o gerente da área administrativa e financeira devem enviar tempestivamente para a Sede da Cnac, por email, as informações sobre propostas e operações suspeitas de lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo. 5.4. Estas informações sobre propostas e operações suspeitas de lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo, identificadas nas transações da Cnac com seus clientes ou com terceiros, são centralizadas na gerência especialista em normas contábeis e de auditoria, que é a área responsável pela análise e monitoramento das operações e pelo envio das informações ao COAF. 5.5. No caso de ausência de informações durante o exercício, os gerentes responsáveis pelos escritórios e o gerente da área administrativa e financeira são responsáveis pelo preenchimento de declaração interna, anualmente, que suportem o envio, até 31 de janeiro do exercício subsequente, da declaração de não ocorrências ao COAF. 6. Confidencialidade 6.1. Tendo em vista o acesso a informações de caráter estritamente confidencial, relacionadas às transações e negócios realizados pela Cnac com seus clientes ou com terceiros, fica condicionado aos colaboradores a assinatura do Termo de Confidencialidade. 7. Comunicação 7.1. As operações realizadas pela Cnac com seus clientes e com terceiros eleitas para monitoramento e comunicação são restritas, em função da Cnac ter como atividade a auditoria das demonstrações contábeis de cooperativas de crédito domiciliadas no Brasil. Estas instituições são autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil - Bacen e se submetem a regras específicas de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo editadas pelo Conselho Monetário Nacional - CMN. 7.2. Sem qualquer análise, são eleitas para comunicação às autoridades competentes, as operações e as propostas, mesmo se não realizadas, relacionadas ao pagamento ou recebimento por meio de cheque ao portador ou em espécie, de valor igual ou superior a R$ 30.000,00, inclusive referentes à compra ou venda de móveis ou imóveis que integram o ativo da Cnac. 7.3. Após análises, são eleitas para comunicação às autoridades competentes, as operações e as propostas para prestação de serviços, pagamentos ou recebimentos que apresentem as seguintes características: 2
Operações que possam configurar atividades ou negócios não usuais dos clientes. Operações cuja origem ou fundamentação econômica ou legal não sejam claramente aferíveis. Operações incompatíveis com o patrimônio ou com a capacidade econômico-financeira do cliente. Operações com cliente cujo beneficiário final não é possível identificar. Operações envolvendo pessoa jurídica domiciliada em jurisdições consideradas pelo Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o (GAFI) de alto risco ou com deficiências estratégicas de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo ou países ou dependências considerados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) de tributação favorecida e/ou regime fiscal privilegiado. Operações envolvendo pessoa jurídica cujos beneficiários finais, sócios, acionistas, procuradores ou representantes legais mantenham domicílio em jurisdições consideradas pelo GAFI de alto risco ou com deficiências estratégicas de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Resistência, por parte do cliente ou demais envolvidos, ao fornecimento de informações ou prestação de informação falsa ou de difícil ou onerosa verificação, para a formalização do cadastro ou o registro da operação. Operações injustificadamente complexas ou com custos mais elevados que visem a dificultar o rastreamento dos recursos ou a identificação do seu real objetivo. Operações aparentemente fictícias ou com indícios de superfaturamento ou subfaturamento. Operações com cláusulas que estabeleçam condições incompatíveis com as praticadas no mercado. Qualquer tentativa de burlar os controles e registros exigidos pela legislação de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, inclusive mediante: fracionamento; pagamento em espécie; pagamento por meio de cheque emitido ao portador; ou outros meios. 8. Cadastro de clientes 8.1. As informações do cadastro dos clientes serão atualizadas a cada 12 (doze) meses, e conterão ao menos: a) razão social e nome de fantasia; b) número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; c) endereço completo; e, d) identificação dos membros da diretoria executiva. 9. Disseminação da política 3
9.1. A disseminação da política e dos conceitos relacionados a prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo tem por objetivo promover a conscientização e comprometimento de todos os colaboradores da Cnac. Os principais objetivos são: Destacar a importância do entendimento das operações e a responsabilidade de cada colaborador neste processo. Possibilitar a identificação de situações que representem indícios de lavagem de dinheiro. Disseminar conhecimentos sobre os normativos vigentes e as penalidades impostas às entidades, e informar sobre a operacionalização e as ações direcionadas para a prevenção à lavagem de dinheiro. 10. Revisão e atualização 10.1. É revisada no mínimo anualmente como proposta da diretoria ou em decorrência de fatos relevantes. Na revisão desta política são considerados os resultados dos testes das auditorias das demonstrações contábeis, as experiências da área administrativa e financeira, as legislações e as normas aplicáveis vigentes. 10.2. Os documentos internos derivados desta política e os recursos utilizados na prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo são revisados, por proposta da diretoria ou por sugestões encaminhadas pelos colaboradores. 11. Arquivamento, controle e conservação de documentação cadastral 11.1. Os cadastros, registros e documentos internos derivados desta política e que suportam o envio de declaração anual de não ocorrência, são mantidos e conservados durante o período de 5 (cinco) anos, contados a partir do dia do envio da informação. Última atualização: 17 de dezembro de 2013 4