Práticas de Manutenção do Cateter Central de Inserção Periférica em Unidades Neonatais e Pediátricas: Desafios na Atuação dos Enfermeiros

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Transcrição:

Práticas de Manutenção do Cateter Central de Inserção Periférica em Unidades Neonatais e Pediátricas: Desafios na Atuação dos Enfermeiros da Silva Dias, Camilla 1 da Conceição Rodrigues, Elisa 2 Moreira Christoffel, Marialda 3 1 Escola de Enfermagem Anna Nery/ Doutoranda do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, camillasd@hotmail.com 2 Escola de Enfermagem Anna Nery/ / Profa. Departamento Materno Infantil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, elisadaconceicao@gmail.com 3 Escola de Enfermagem Anna Nery/ / Profa. Departamento Materno Infantil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, marialdadnit@gmail.com Resumo: Introducão: Trata -se de um estudo recorte da Dissertação de Mestrado sobre as Práticas de Manutenção do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) em Unidades Neonatais e Pediátricas. As práticas de manutenção do cateter central de inserção periférica constituem práticas que vão desde a inserção do cateter até o fim da sua indicação, compondo um dos pilares que sustentam a segurança no uso desse dispositivo. Objetivos: descrever as dificuldades da práticas de manutenção dos PICC em unidades neonatais e pediátricas; analisar as implicações dessas dificuldade nas práticas de manutenção dos PICC para o cuidado neonatal e pediátrico. Material e Método: Estudo tipo Survey realizado em quatro instituições públicas do Rio de Janeiro. Participaram do estudo enfermeiros atuantes unidades neonatais e pediátricas. A coleta de dados ocorreu de janeiro à julho de 2015, através de questionário eletrônico, somente iniciada após a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa Nº CAAE: 36129214000005238. Os dados foram analisados descritivamente. resultados: Participaram do estudo o total de 74 enfermeiros, dos quais 44 (59,46%) atuantes em unidades neonatais e 30 (40,6%) em unidades pediátricas. A maioria das dificuldades das práticas de manutenção referidas pelos enfermeiros são devido a realidade institucional e a escassez de alguns recursos materiais. Conclusiones Há necessidade de promover a atualização dos enfermeiros para que possam revisar as práticas e atualizar os protocolos de manutenção do PICC com base nas melhores evidências científicas, garantindo assim a qualidade da terapia intravenosa em recém-nascidos e crianças. Palabras clave: Cateterismo Venoso Central, Enfermería Neonatal, Enfermería Pediátrica, Mantenimiento.

I. INTRODUÇÃO Este estudo trata-se de um recorte da Dissertação de Mestrado intitulada: Práticas de Manutenção do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) em Unidades Neonatais e Pediátricas. As práticas de manutenção do PICC são procedimentos que podem ser delimitados através de etapas que englobam desde cuidados referentes à permeabilização dos cateteres utilizando solução salina 0,9% para a lavagem do lúmen; como a troca do curativo e coberturas, além da avaliação diária do sítio de inserção do cateter afim de identificar as intervenções de enfermagem necessárias para o cuidado com o cateter (1). Podem ser definidas como um procedimento macro, pois depende de outros procedimentos para garantir o funcionamento adequado do dispositivo venoso central, os quais podem ser definidos, como: a estabilização do cateter ou fixação do cateter, lavagem (flushing); utilização de solução salina ou solução heparina, para a sua permeabilidade, ativação e desativação do cateter; curativos, trocas de intermediários (equipos, conexões, ou sistemas de infusão) e a remoção do dispositivo (2). Cabe ao enfermeiro que atua com estas faixas etárias do recém-nascido e da criança possuir conhecimentos específicos, pois devido as características peculiares tanto do recém-nascido quanto da criança, apresentam anatomia e fisiologia diferenciada, o que demanda uma assistência de enfermagem especializada para atender as demandas dos cuidados desta clientela (2). Além disso com o avanço tecnológico e o constante desenvolvimento científico dos recursos materiais utilizados na terapia infusional, os profissionais de enfermagem que atuam nessas áreas neonatal e pediátrica, precisam estar sempre em busca de novos conhecimentos para garantir a tomada de decisão na escolha dos dispositivos e das práticas adequadas para os procedimentos de manutenção do PICC, pois com esse avanço tem como consequência, cuidados de enfermagem mais complexos e que exigem maior segurança nos procedimentos invasivos para a garantia da sobrevivência (3). Para a realização desta prática, se faz necessário que o enfermeiro possua conhecimento sobre os tipos de cateteres existentes, conforme com a Resolução nº 258/2001 do Conselho Federal de Enfermagem do Brasil, nesta resolução destaca a responsabilidade do enfermeiro tanto no procedimento de inserção do PICC, mas também na manutenção do PICC (4). Diante desse contexto o presente estudo teve como objetivos: Descrever as dificuldades encontradas para realizar as práticas de manutenção dos cateteres centrais de inserção periférica nas unidades neonatais e pediátricas; e analisar as implicações das práticas de manutenção dos cateteres centrais de inserção periférica para o cuidado neonatal e pediátrico. II. MÉTODO Estudo quantitativo do tipo survey descritivo, cujo as características são a produção de descrições quantitativas de uma população pré-definida; utilização de instrumento pré-definido; desejando-se responder questões do tipo o quê ; porque como? e quanto? ; não se tem interesse ou não é possível controlar as variáveis dependentes e independentes; o objeto de interesse ocorre no presente ou no passado recente e o ambiente natural é o melhor lugar para se estudar o fenômeno de interesse (6). O método survey pode ser definido, como um estudo feito com amostra de pessoas, pela mensuração de suas opiniões (enquetes) a fim de serem analisadas para eventual intervenção naquela população (5). A população do estudo foi composta por Enfermeiros que atuavam em unidades neonatais e pediátricas e que realizavam o procedimento de manutenção do PICC no cotidiano assistencial.

Para a seleção dos participantes foi utilizada a amostragem não probabilística por conveniência. Esse tipo de amostragem pode ser aplicado quando os respondentes são pessoas difíceis de identificar ou grupos específicos (6). Os participantes foram divididos inicialmente em dois grupos: Enfermeiros que atuavam com a clientela pediátrica e Enfermeiros que atuavam com a clientela de neonatologia. Foi realizado em quatro instituições de saúde, públicas, de ensino e de referência para o atendimento de recém-nascidos e crianças, todos situados no município do Rio de Janeiro, Brasil. A coleta dos dados ocorreu durante os meses de janeiro à julho do ano de 2015. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário auto-administrado construído através de um software para programação de questionários eletrônicos online. A análise dos dados quantitativos foi descritiva e estatística através do Statistical Package for Social Sciences for Windows (pacote estatístico SPSS) versão 17.0, o qual está associado ao Software SurveyMonkey, sendo os dados apresentados sob a forma de quadros e de tabelas. Este estudo está de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Brasil, no que tange os aspectos éticos, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer n.816.499. III. RESULTADOS A pesquisa ocorreu em quatro Instituições de Saúde, as quais foram denominadas: A, B, C, D. A coleta dos dados iniciou-se pela Instituição A seguida pelas demais instituições, B C e D. Em todas as instituições a coleta de dados ocorreu simultaneamente tanto nas unidades neonatais como nas unidades pediátricas (FIGURA 01). Figura 01. Total dos Enfermeiros Participantes da Pesquisa, Rio de Janeiro, 2015. Fonte: Dados do formulário online da pesquisa. A população total de enfermeiros atuantes nas unidades neonatais e pediátricas das quatro instituições, cenários do estudo corresponderem ao quantitativo total de 174 enfermeiros. Após a aplicação

dos critérios de inclusão a amostra foi composta por 142 enfermeiros, sendo 86 de unidades neonatais, e 56 de unidades pediátricas. No entanto, da amostra de 142 enfermeiros, 74 (44 de unidades neonatais e 30 de unidades pediátricas) participaram do estudo, responderam o questionário online. (FIGURA 01). O Quadro 01 descreve as dificuldades encontradas na prática para realizar o procedimento adequado de manutenção no CCIP. Para a construção desse quadro, foi necessário criar categorias agrupando as respostas, pois não havia nenhuma alternativa de resposta estipulada, sendo questões abertas para a resposta dos enfermeiros. Quadro 01. Distribuição das Práticas dos Enfermeiros das Unidades Neonatais e Pediátricas segundo as Dificuldades Encontradas para Realizar o Procedimento de Manutenção do Cateter Central de Inserção Periférica, Rio de Janeiro, 2015. INSTITUIÇÕES DE SAÚDE DIFICULDADES ENCONTRADAS NA PRÁTICA DO PROCEDIMENTO DE MANUTENÇÃO Unidades Neonatais Unidades Pediátricas n (%) n (%) Falta de Recursos Materiais 15 34,09 9 30,00 Necessidade de Treinamento e Atualização da Equipe de Enfermagem Inexistência de POP- procedimento operacional específico 9 20,45 6 20,00 6 13,64 12 40,00 Conscientização da Equipe de Enfermagem 4 9,09 6 20,00 Ausência de registro de Enfermagem 2 4,55 - - Insuficiência do Quantitativo de Enfermeiros 2 4,55 - - Não Encontraram Dificuldades 15 34,09 3 10,00 Fonte: Dados do formulário online da pesquisa. Nas unidades neonatais, as categorias que mais se destacaram foram: a falta de recursos materiais, sendo especificado o curativo filme transparente, com 15 (34,09%), das respostas; a necessidade de treinamento e atualização da equipe de enfermagem, com 9 (20,45%), e inexistência de um Procedimento Operacional Padrão POP específico para realizar a manutenção do PICC, com 6 (13,64%). E, 15 (34,09%), dos enfermeiros responderam não ter dificuldades para realizar os procedimentos de manutenção nessas unidades (QUADRO 1). Nas unidades pediátricas, apenas 03 (10,00%) enfermeiros, descreveram que não tinham dificuldades para realizar os procedimentos de manutenção do PICC. Dentre as dificuldades mais respondida pelos enfermeiros foram: 12 (40,00%) a inexistência de um POP específico para realizar a manutenção do PICC; 9 (30,00%) a falta de recursos materiais; 6 (20,00%) a necessidade de treinamento e atualização

da equipe de enfermagem e 6 (20,00%) a conscientização da equipe de enfermagem sobre a importância de realizar tal procedimento sobre o funcionamento adequado do PICC (QUADRO 1). As unidades neonatais quando comparadas com as unidades pediátricas apresentaram dificuldades distintas para realizar as práticas de manutenção do PICC. Nas unidades neonatais, 15 (34,09%) descreveram a falta de recursos materiais e 9 (20,45%) a necessidade de treinamento e atualização da equipe de enfermagem, enquanto que nas unidades pediátricas, 12 (40,00%) descreveram a inexistência de um POP, específico para realizar a manutenção do PICC e 9 (30,00%) também descreveram a falta de recursos materiais, com umas das principais dificuldades destacadas pela maioria dos participantes do estudo. Para minimizar as dificuldades encontradas para a realização do procedimento de manutenção do CCIP, o enfermeiro tem como os principais desafios dessa atuação com o PICC: precisa centralizar as suas ações em seu papel de educador, enfatizando a importância desse procedimento, além de treinar a equipe de enfermagem sobre está prática, pois muitas vezes a falha desses procedimentos, implica em grandes complicações para o recém-nascido e criança, podendo ocasionar a retirada precoce do dispositivo (7). Os procedimentos de manutenção do PICC demandam que a equipe de enfermagem esteja sempre em atualização para construção dos conhecimentos científicos, além que as instituições de saúde proponham e fomentem treinamentos para a equipe com essa finalidade. Pois algumas complicações são oriundas das práticas realizadas sem evidências científicas, para desenvolver a melhor prática são necessários que estes treinamentos sejam frequentes, anuais, devido os avanços tecnológicos e achados dos estudos mediante as práticas do PICC (3). Os protocolos devem ser específicos para a manutenção do PICC, além de ser de grande importância para o profissional enfermeiro. Nos protocolos devem estar bem descrito todo o passo-a-passo, bem detalhado de como deverá ser realizado todos os procedimentos sobre o uso do PICC, pois são instrumentos essenciais para garantir o respaldo e a autonomia profissional, mediante a qualquer complicação com o PICC (8). IV. CONCLUSÃO Posto isso, sabe-se que o enfermeiro possui o respaldo legal para o manuseio do PICC, desde que possua o conhecimento científico que respalde a sua tomada de decisão referente aos procedimentos de manutenção desse dispositivo intravenoso. Portanto, há necessidade de promover a atualização dos enfermeiros para que possam criar, revisar e atualizar as práticas e protocolos sobre a manutenção do PICC, além da criação de grupos de terapia infusional, com a responsabilidade de elaboração e atualização desses protocolos. Afim que todos os envolvidos no processo sejam beneficiados, planejando medidas para que possam diminuir as dificuldades e os desafios encontrados nas práticas de manutenção do PICC, propondo soluções com base nas melhores evidências científicas, para uma maior qualidade da terapia intravenosa em recém-nascidos e crianças. Destaca-se como limitação importante do estudo, que a amostra não é representativa do município do Rio de Janeiro havendo necessidade de ampliação da pesquisa para outras unidades. REFERÊNCIAS 1. Silva AM, Matuhara AM, Vicentin AH, Machado AF, Freitas CB, Silva CPR, et al. Diretrizes práticas para terapia infusional. São Paulo, 2013. [Cited 2017 Abr 10]. 2 Infusion Nurse Society. Infusion Therapy Standards of Practice, 2016.

3 Gomes AVO, Nascimento MAL. Central venous catheterization in Pediatric and Neonatal. Intensive Care Units. Rev esc enferm USP (Online) [internet] 2013 [Cited 2017 Jun 20] 47(4):794-800. Available from:http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en_0080-6234-reeusp-47-4-0794.pdf. doi: 10.1590/S0080-623420130000400004. 4 COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução 258/2001, dispõe sobre a Inserção de Cateter Periférico Central, pelos Enfermeiros. (Online) [internet]. 2001 [Cited 2017 Mai 17]. Available from: http://novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-2582001_4296.html. 5 Freitas H, Oliveira M, Saccol Az, Moscarola J. O método de pesquisa survey. Revista de Administração da USP (Online) [internet] 2000 set [Cited 2017 Mar 5] 35 (3): 105-102. Available from: http://www.spell.org.br/documentos/ver/16542/o-metodo-de-pesquisa-survey. 6 Turato, ER. Métodos Qualitativos e Quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública: São Paulo, v.39, n.3, p. 507-14, 2005. 7 Barbosa, JP. A importância do enfermeiro no manuseio do PICC na unidade de terapia intensiva neonatal. Revista de pesquisa: o cuidado é fundamental online: Rio de Janeiro, v.3, n.2, p. 1827-34, Abr/jun, 2011. 8. Oliveira CR, Neves ET, Rodrigues EC, Zamberlan KC, Silveira A. Inserted central cateter in pediatrics and neonatology: Possibilities of systematization in a teaching hospital. Esc Anna Nery (Online) [internet] 2014 jun [Cited 2017 Mai 5] 18(3). Available from: http://www.scielo.br/pdf/ean/v18n3/en_1414-8145-ean-18-03- 0379.pdf. doi: 10.5935/1414-8145.20140054.