PERCEPÇÕES DE GESTANTES SOBRE A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL RESUMO

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Transcrição:

PERCEPÇÕES DE GESTANTES SOBRE A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL BARRES, K. H ¹, DA SILVA, M. C.², DA SILVA, I. R. ³ INFANTINI, U. C.⁴, STREFLING, I. S. S. ⁵ ¹ Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil, kerolinhb@hotmail.com ² Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil, cancio.marcia@hotmail.com ³ Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil isa-roman@hotmail.com ⁴ Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil ullyinfantini07@hotmail.com ⁵ Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Bagé RS Brasil Ivanete25@gmail.com RESUMO Cabe à equipe de saúde que realiza o pré-natal, ao entrar em contato com uma mulher gestante, na unidade de saúde ou na comunidade, buscar compreender os múltiplos significados da gestação para aquela mulher e sua família. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever as percepções de gestantes sobre a importância o pré-natal. Trata-se de uma revisão sistemática, na base de dados SciELO, onde foram selecionados estudos relativos ao Pré-natal, saúde da mulher e assistência, tema percepções de gestantes sobre o pré-natal e sua importância, que se enquadraram nos seguintes critérios de inclusão, texto completo, Brasil, nos anos de 2004 a 2015. Mediante a leitura dos títulos, foram excluídos artigos que não se enquadraram ao objetivo proposto, obtendo-se 5 artigos científicos como amostra do estudo. Os resultados evidenciaram que, na primeira consulta da gestante, a equipe de saúde deverá proporcionar informações claras, seguras e atender à mulher de forma integral e acolhedora, engajando-a ao serviço. Palavras-chave: Saúde da mulher; Pré-natal; Assistência. 1 INTRODUÇÂO No ano de 2000 foi implantado em todo território brasileiro o Programa de Humanização do Pré-Natal e do Nascimento (PHPN), uma iniciativa do Ministério da Saúde. O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento fundamenta-se nos preceitos de que a humanização da Assistência Obstétrica e Neonatal é condição primeira para o adequado acompanhamento do parto e do puerpério. A humanização compreende pelo menos dois aspectos fundamentais. O primeiro diz respeito à convicção de que é dever das unidades de saúde receber com dignidade a mulher, seus familiares e o recém nascido. Isto requer atitude ética e solidária por parte dos profissionais de saúde e a organização da instituição de modo a criar um ambiente acolhedor e a instituir rotinas hospitalares que rompam com o tradicional isolamento imposto à mulher. O outro se refere à adoção de medidas e procedimentos sabidamente benéficos para o acompanhamento do parto e do nascimento, evitando práticas intervencionistas desnecessárias, que embora

tradicionalmente realizadas não beneficiam a mulher nem o recém nascido, e que com frequência acarretam maiores riscos para ambos. O PHPN, além da meta do atendimento humanizado, no modelo da atenção integral, incluía também a necessidade de melhorar as condições de atendimento às gestantes na rede pública de saúde, como forma de diminuir a mortalidade materna e perinatal. A razão de mortalidade materna no Brasil ainda era muito superior à dos países desenvolvidos, com a grande maioria dos óbitos maternos por causas obstétricas, ainda consideradas evitáveis. Segundo o MS Cabe à equipe de saúde, ao entrar em contato com uma mulher gestante, na unidade de saúde ou na comunidade, buscar compreender os múltiplos significados da gestação para aquela mulher e sua família. Segundo PICCININI (2012) é importante considerar que as questões de saúde física e emocional são aspectos inseparáveis durante esse processo de transição para a maternidade e de assistência pré-natal. Desta forma, considerando a gestação uma fase de desenvolvimento marcante na vida da mulher, do bebê e da família e levando em conta a importância da assistência pré-natal neste momento. O presente estudo teve como objetivo Conhecer a produção científica sobre as percepções de gestantes sobre a importância do pré-natal. 2 METODOLOGIA (MATERIAIS E MÉTODOS) Foi realizada uma revisão sistemática, na base de dados SciELO, onde foram selecionados estudos relativos ao tema percepções de gestantes sobre o pré-natal e sua importância, que se enquadraram nos seguintes critérios de inclusão, texto completo, Brasil, nos anos de 2004 a 2014. Mediante a leitura dos títulos, foram excluídos artigos que não se enquadraram ao objetivo proposto, obtendo-se cinco artigos científicos como amostra do estudo. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO No que se refere aos aspectos físicos, a assistência pré-natal se constitui em um fator fundamental para o desenvolvimento gestacional, como amplamente demonstrado pela literatura (BRASIL, 2001; 2006). Neste contexto, é importante destacar a presença dos profissionais de saúde que se constituem em principal referência para as gestantes. O papel destes profissionais será facilitado se pautado pela confiança da gestante em relação a eles. Relatos deixaram evidente a importância de uma boa relação profissional-paciente e da transmissão de informações sobre o processo da gestação e os procedimentos de parto e puerpério (PICCININI et al, 2012) Segundo DUARTE et al (2008) a representação das mulheres sobre o parto está repleta de ancoragens fundamentadas no sofrimento natural na hora do parto, vivenciado pelas próprias entrevistadas ou por pessoas com quem convivem. O medo da dor e do sofrimento se pauta nessas experiências pessoais ou nas referidas por outras mulheres, mas é minimizado diante da representação construída a partir da vivência nos serviços de saúde de que o foco do pré-natal é o bebê e não a mãe. O PHPN recomenda a proximidade geográfica com a residência da gestante como único critério de referência para o local de realização do controle pré-natal. Porem resultados mostram que fatores subjetivos, como a necessidade de segurança no momento do parto, foram mais importantes na hora da escolha do local para realização do pré-natal (ALMEIDA et al, 2009). De acordo com Silva et al (2014), as gestantes não citaram problemas de acesso geográfico ou econômico,

visto que há duas unidades básicas na área, tornando o deslocamento mais acessível às gestantes. Elas trouxeram à tona dificuldades de acesso provocadas pela limitação de senhas, pois as entrevistadas chegavam à unidade de saúde às 5h da manhã para tentar garantir o atendimento. Problemas relacionados ao tempo de espera prolongado para atendimento foram referidos pelas gestantes como os principais fatores dificultadores da assistência pré-natal, correspondendo ao acesso funcional. Para Viera et al. (2011), ao facilitar o acesso das mulheres aos programas de saúde, o profissional também estará qualificando a assistência, e realizando o acolhimento à gestante. Deverá oferecer respostas às dúvidas das futuras parturientes, e dar apoio à mulher, em decorrência do medo que a gravidez pode gerar, pois o acolhimento é um dos objetivos que norteiam o acompanhamento no pré-natal. A importância atribuída a participar ou não das consultas e atividades propostas pela equipe de saúde no pré-natal irá determinar o êxito do profissional e a qualidade de vida que a gestante deseja para si e família. Observamos que, embora os locais de assistência especializada às gestantes sejam distantes de seus lares, elas demonstram a importância que atribuem à participação, sendo assíduas nas consultas. Já no estudo de Piccinini et al ( 2012), ficou evidente, nos relatos das gestantes, que não estava previsto no acompanhamento pré-natal o atendimento de suas demandas emocionais. Ao fazerem menção a esses aspectos, as gestantes se referiram à equipe médica, a familiares e amigos, ou à necessidade de buscar apoio emocional fora do serviço de rotina dos hospitais e postos de saúde onde eram atendidas. Considerando a emergência desses temas nas entrevistas, é importante ressaltar a relevância de se constituir um espaço formal e sistemático junto aos locais de atendimento ao pré-natal, a fim de que se tenha um serviço integral à gestante, que não se restrinja a questões de saúde física. As gestantes do presente estudo relataram a importância da ultrassonografia como um procedimento pré-natal capaz de fortalecer os laços emocionais com o bebê. As gestantes usuárias do serviço público querem contar com recursos que possam diminuir seu desconhecimento em relação às condições de saúde de seu bebê e propiciar-lhes uma gestação mais tranquila. As ultra-sonografias trazem esta possibilidade e são por isso extremamente valorizadas por elas. No entanto, esse exame não é previsto pelo PHPN. (ALMEIDA et al, 2009). SILVA et al (2014), enfatiza que os profissionais de saúde devem acolher a gestante, de modo a conhecê-la pelo nome, procurando saber os motivos de sua vinda à unidade. Atitudes simples como sorrir e dar boas-vindas suscitam mais abertura para a usuária relatar com a devida confiança suas necessidades de saúde. Uma boa comunicação e a interação de profissionais e gestantes evidenciam satisfação da assistência prestada sob a óptica das entrevistadas. No estudo de ALMEIDA et al (2009), em relação a escolha do local do parto, foram observados desvios no fluxo referência/contra-referência estabelecido pelo PHPN, que prevê critérios que se limitam à disponibilidade de vagas nos hospitais indicados pelas unidades básicas. Dada a importância da continuidade da atenção pré-natal/parto, o programa precisa considerar esses desvios como evidências para tomada de decisão. Ainda, mesmo quando a gestante busca os hospitais que lhe são indicados, o binômio pré-natal/parto não é, em sua maioria, contemplado pelos serviços, uma vez que as unidades básicas realizam encaminhamentos formais aos hospitais ditos de referência, que não se concretizam.

4 CONCLUSÃO Ao concluir o presente estudo, verificou-se que, na primeira consulta da gestante, a equipe de saúde deverá proporcionar informações claras, seguras e atender à mulher de forma integral e acolhedora, engajando-a ao serviço. Isso influenciará positivamente na decisão da gestante em realizar o acompanhamento no pré-natal. Percebemos que alguns fatores auxiliam nessa decisão, como: disponibilidade de acesso ao serviço, oferta de exame confirmatório, qualidade da assistência prestada pelo serviço público de saúde, empatia pela equipe e estabelecimento de vínculo com os profissionais de saúde. Evidenciou-se também que a dificuldade de acesso funcional, o descumprimento dos horários de funcionamento e a falta de profissionais de saúde afetam muitas vezes a assistência pré-natal e ameaçam o direito à saúde das gestantes. O enfermeiro, ao receber a mulher para a confirmação da gestação, assume importante papel ao desenvolver ações de saúde no pré-natal, prevenindo, protegendo, recuperando e promovendo a saúde. Através dos resultados dessas ações desenvolvidas com as gestantes, o enfermeiro poderá avaliar a qualidade da assistência prestada. Destaca-se a importância de se avaliar sistematicamente a assistência prénatal às gestantes. Isto pode ser feito abrindo-se um espaço para escutar essas gestantes e também os profissionais envolvidos na assistência. Estas informações são muito importantes para que se aprimore o pré-natal, se possa conhecer as motivações das gestantes que não aderem a ele, e se consiga oferecer um pré-natal de qualidade para todas as gestantes. Compreender este período, não só é de extrema relevância para as questões imediatas de saúde da própria gestante e do bebê, mas também para a própria maternidade, paternidade e desenvolvimento do bebê. 5 REFERÊNCIAS Assistência Pré-natal: Manual técnico/equipe de elaboração: Janine Schirmer et al. - 3ª edição - Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde - SPS/Ministério da Saúde, 2000.66p. ISBN: 85-334-0138-8 ALMEIDA, Cristiane Andréa Locatelli de and TANAKA, Oswaldo Yoshimi. Perspectiva das mulheres na avaliação do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento.Rev. Saúde Pública [online]. 2009, vol.43, n.1, pp. 98-104. ISSN 1518-8787. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Programa de humanização no pré-natal e nascimento. Brasília, 2000a. Acessado em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/parto.pdf. Acesso: 29 de setembro 2015 DUARTE, Sebastião Junior Henrique and ANDRADE, Sônia Maria Oliveira de. O significado do pré-natal para mulheres grávidas: uma experiência no município

de Campo Grande, Brasil. Saude soc. [online]. 2008, vol.17, n.2, pp. 132-139. ISSN 1984-0470 PICCININI, Cesar Augusto; CARVALHO, Fernanda Torres de; OURIQUE, Luciana Rubensan and LOPES, Rita Sobreira. Percepções e sentimentos de gestantes sobre o pré-natal. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2012, vol.28, n.1, pp. 27-33. ISSN 0102-3772. SILVA, Maria Zeneide Nunes da; ANDRADE, Andréa Batista de and BOSI, Maria Lúcia Magalhães. Acesso e acolhimento no cuidado pré-natal à luz de experiências de gestantes na Atenção Básica. Saúde debate [online]. 2014, vol.38, n.103, pp. 805-816. ISSN 0103-1104. VIEIRA, Sônia Maria; BOCK, Lisnéia Fabiani; ZOCCHE, Denise Azambuja and PESSOTA, Camila Utz. Percepção das puérperas sobre a assistência prestada pela equipe de saúde no pré-natal. Texto contexto - enferm. [online]. 2011, vol.20, n.spe, pp. 255-262. ISSN 0104-0707.