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- Estatuto dos Congressistas: conjunto de normas que estabelecem direitos, imunidades, incompatibilidades e prerrogativas. O objetivo é garantir a independência dos membros do Poder Legislativo. - Regime jurídico dos membros do Congresso Nacional.

- Prerrogativas: estabelecidas em favor da instituição parlamentar em si, garantem a independência do congressista perante outros poderes (Silva). - São irrenunciáveis e o parlamentar a detém enquanto estiver no exercício da função. a. inviolabilidade: deputados e senadores são invioláveis civil e criminalmente por suas opiniões, palavras e votos. - Também conhecida como imunidade material, esta prerrogativa exclui o crime cometido nestas situações. - Atenção em 2016, a Primeira Turma do STF recebeu denúncia contra o deputado federal Jair Bolsonaro por

incitação ao crime de estupro e queixa-crime injúria. - No caso, entendeu-se que as declarações não tinham relação com o exercício do mandato e foram veiculadas na imprensa, não incidindo, no caso, a imunidade material. b. Imunidade formal: impede o processo - é uma prerrogativa processual. Envolve a disciplina da prisão e do processo de congressistas. - Prisão: parlamentares não podem ser presos a não ser em flagrante de crime inafiançável neste caso, os autos serão remetidos em 24 horas à Casa respectiva, para que se

resolva sobre a prisão (voto da maioria dos seus membros). - Esta imunidade perdura da diplomação até o encerramento definitivo do mandato. - Ex: Sen. Delcídio do Amaral foi reconhecido o estado de flagrância em razão da prática de crime permanente e inafiançável (Ação Cautelar n. 4.039). - Processo: desde a diplomação, os deputados federais e senadores são submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. - Se a denúncia for recebida (crime ocorrido após a diplomação), o STF dá ciência à Casa, que poderá sustar

o andamento da ação. - Para sustar o andamento da ação penal, é necessário o voto da maioria dos membros da Casa. Este pedido deverá ser feito por partido político representado na Casa e o pedido deve ser apreciado em até 45 dias de seu recebimento pela Mesa. - A sustação implica na suspensão do prazo prescricional, enquanto durar o mandato. c. Prerrogativa de foro: desde a expedição do diploma, deputados e senadores são julgados pelo STF. Esta prerrogativa diz respeito às ações penais (qualquer crime),

e mesmo se o crime tiver ocorrido antes da diplomação, o STF atrai a competência. - Após o término do mandato, não há mais foro privilegiado; observe que o STF (AP n.396) já entendeu que se o parlamentar renunciar ao mandato com a intenção de deslocar a competência, a renúncia, apesar de legítima, configura abuso de direito (ou seja, o STF prossegue no julgamento). - Renúncia de mandato: ato legítimo. Não se presta, porém, a ser utilizada como subterfúgio para deslocamento de competências constitucionalmente definidas, que não podem ser objeto de escolha pessoal.

Impossibilidade de ser aproveitada como expediente para impedir o julgamento em tempo à absolvição ou à condenação e, neste caso, à definição de penas (AP n.396). d. Limitação ao dever de testemunhar: os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. e. Isenção de serviço militar: a incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

- Estado de sítio: mesmo em situação de legalidade extraordinária, os parlamentares mantém as suas imunidades. - Nestas situações, porém, as imunidades poderão ser suspensas mediante o voto de 2/3 dos mesmbros da respectiva Casa, em relação a atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional e que sejam incompatíveis com a execução da medida (veja o art. 53, 8º, CF/88). - No recinto do Congresso, a imunidade é absoluta. - Deputados estaduais têm as mesmas imunidades asseguradas aos parlamentares federais.

- Os vereadores tem imunidade material apenas dentro do Município. - Incompatibilidades: regras que impedem o congressista de exercer certas atividades ou praticar certos atos durante o curso do mandato (Silva). - Estão previstas no art. 54 da CF/88 e podem ser classificadas em incompatibilidades funcionais, negociais, políticas e profissionais. Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior; II - desde a posse: a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.