Seminário Internacional Saúde, Adolescência e Juventude: promovendo a equidade e construindo habilidades para a vida

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Transcrição:

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência Seminário Internacional Saúde, Adolescência e Juventude: promovendo a equidade e construindo habilidades para a vida 18 de outubro de 2013 Brasília, Brasil

Art 1º Conceito Legislação Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência: Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas. Art 3º Princípios a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas; b) A não-discriminação; c) A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade; d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade; e) A igualdade de oportunidades; f) A acessibilidade; g) A igualdade entre o homem e a mulher; h) O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade.

Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência: Art. 6º Mulheres com deficiência 1.Os Estados Partes reconhecem que as mulheres e meninas com deficiência estão sujeitas a múltiplas formas de discriminação e, portanto, tomarão medidas para assegurar às mulheres e meninas com deficiência o pleno e igual exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. 2.Os Estados Partes tomarão todas as medidas apropriadas para assegurar o pleno desenvolvimento, o avanço e o empoderamento das mulheres, a fim de garantir-lhes o exercício e o gozo dos direitos humanos e liberdades fundamentais estabelecidos na presente Convenção. Art. 7º - Crianças com deficiência 1.Os Estados Partes tomarão todas as medidas necessárias para assegurar às crianças com deficiência o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, em igualdade de oportunidades com as demais crianças. 2.Em todas as ações relativas às crianças com deficiência, o superior interesse da criança receberá consideração primordial. 3.Os Estados Partes assegurarão que as crianças com deficiência tenham o direito de expressar livremente sua opinião sobre todos os assuntos que lhes disserem respeito, tenham a sua opinião devidamente valorizada de acordo com sua idade e maturidade, em igualdade de oportunidades com as demais crianças, e recebam atendimento adequado à sua deficiência e idade, para que possam exercer tal direito.

Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência: Art. Artigo 23 Respeito pelo lar e pela família 1.Os Estados Partes tomarão medidas efetivas e apropriadas para eliminar a discriminação contra pessoas com deficiência, em todos os aspectos relativos a casamento, família, paternidade e relacionamentos, em igualdade de condições com as demais pessoas, de modo a assegurar que: a) Seja reconhecido o direito das pessoas com deficiência, em idade de contrair matrimônio, de casar-se e estabelecer família, com base no livre e pleno consentimento dos pretendentes; b) Sejam reconhecidos os direitos das pessoas com deficiência de decidir livre e responsavelmente sobre o número de filhos e o espaçamento entre esses filhos e de ter acesso a informações adequadas à idade e a educação em matéria de reprodução e de planejamento familiar, bem como os meios necessários para exercer esses direitos. c) As pessoas com deficiência, inclusive crianças, conservem sua fertilidade, em igualdade de condições com as demais pessoas.

Estatuto da Criança e do Adolescente Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 11.185, de 2005) 1º A criança e o adolescente com deficiência receberão atendimento especializado. 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

Reflexões A deficiência e as etapas do ciclo de vida não podem ser fatores estanques para o aval social de exercer os direitos sexuais e reprodutivos. O contexto deve ser avaliado e as circunstâncias também, além disso, são sujeitos de direitos e desejos que possuem autonomia e liberdade de escolha. O tabu presente na sociedade impede um diálogo aberto com as famílias, o Estado e as pessoas. Torna-se mais evidente o silêncio sobre o tema da sexualidade sobretudo diante da deficiência, na qual os mitos e estereótipos são carregados. A adolescente ou jovem com deficiência torna-se duplamente vulnerável, em relação aos seus direitos sexuais e reprodutivos principalmente pelos estigmas sobre sua sexualidades e suas escolhas, o que ocorrem em muitos momentos de serem considerados indefesos, inocentes e assexuados.

Reflexões O olhar carregado de preconceitos é também vitimizador e violador de direitos, e aparece sob a égide da proteção. Por tanto, a mobilização de todas as pessoas envolvidas, a importância do poder público e da sociedade participarem de discussões acerca da saúde dos adolescentes e jovens, dos seus direitos e de suas escolhas tornam-se fundamentais para a quebra de paradigmas e a possibilidade de ressignificar conceitos. Exemplificação: Estudo de caso sobre esterilização forçada de uma adolescente com deficiência.

Obrigada! pessoacomdeficiencia@sdh.gov.br (61) 2025-3684