TÍTULO: AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO HOMEOPÁTICO PREVENTIVO NO CONTROLE DA MASTITE SUBCLINICA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: Medicina Veterinária INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP AUTOR(ES): FERNANDA CORRÊA REIS ORIENTADOR(ES): MARCELA SENE ROCHA COLABORADOR(ES): JOELMA MOURA ALVAREZ
AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO HOMEOPÁTICO PREVENTIVO NO CONTROLE DA MASTITE SUBCLINICA Fernanda Corrêa Reis UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP Resumo: Dos sistemas agroindustriais do Brasil, o leite possui grande importância devido seu destaque econômico e social. Porém para alcançar seu potencial pecuário é importante o conhecimento das enfermidades que afetam os bovinos, como a mastite, pois esta é uma das doenças que mais causa perdas na produção leiteira. Caracterizada pela inflamação da glândula mamária, a mastite pode ser classificada em clínica ou subclínica. A mastite clinica possui sinais evidentes, como edema, elevação da temperatura, dor na região da mama, grumos e pus. Já a subclínica não apresenta alterações visuais, apenas na composição do leite, sendo diagnosticada através de testes auxiliares, como a Contagem de células somáticas. Para prevenção e tratamento da mastite o protocolo mais utilizado atualmente tem como base a correção do manejo e a terapia com a utilização de antibióticos, porém este causa a presença de resíduos no leite, sendo um risco para a saúde do consumidor e uma preocupação para as indústrias. A uso de terapias alternativas tem tido grande aprovação, pois visa bem-estar animal com técnicas menos agressivas. Entre estas terapêuticas a homeopatia possui grande destaque, por ser mais barato, capaz de prevenir a doença, fácil aplicação e não gerar resíduos nos alimentos, permitindo que estes sejam usados sem risco ao meio ambiente e a saúde humana. E foi por este motivo que realizamos este trabalho, afim de relatar por meio de dados quantitativos os resultados apresentados após a utilização da homeopatia, na prevenção e no controle da mastite subclínica, por meio do exame de contagem de células somáticas. Palavras-Chave inflamação, glândula mamaria, bovinos 1
1. INTRODUÇÃO: Dos sistemas agroindustriais do Brasil, o leite é um dos mais importantes, devido ao seu grande destaque econômico e social. Esta atividade é praticada em todo o pais, por mais de 1 milhão de propriedades rurais, gerando cerca de três milhões de empregos (VILELA et. al; 2002). Para que se alcance o potencial pecuário é importante o conhecimento das enfermidades que afetam os bovinos (LUCENA, 2010). A mastite é uma das doenças que mais prejudica a produção de leite, gerando graves prejuízos aos produtores e às indústrias (VOLTOLINI, 2001). Calcula-se que em média 17 a 20% das vacas na população mundial apresentem mastite em algum momento da vida (COSTA,1998), podendo levar a uma perda tão alta que pode chegar a quase 50% da produção leiteira (OLIVEIRA, et. al; 2011). Esta enfermidade se caracteriza pela inflamação da glândula mamária, sendo classificada em clinica ou subclínica. A mastite clinica possui sinais evidentes, como edema, hipertermia, dor, grumos e pus no leite. Já a subclínica apresenta alterações apenas na composição do leite (RIBEIRO, 2003), sendo diagnosticada através de testes auxiliares, como CMT (Califórnia Mastitis Test) ou CCS (Contagem eletrônica de células somáticas) (DIAS, 2007). O uso de antibióticos é uma das medidas conhecidas para o tratamento de mastite clínica (ALMEIDA et.al; 1999), porém tem contribuído para a presença de resíduos no leite, sendo um grande risco para a saúde do consumidor, além de uma preocupação para as indústrias (BORGES et. al; 2000). Esta crescente preocupação com os resíduos leva a uma busca por métodos alternativos (ALMEIDA, 1999 apud Costa et al., 1996) visando bem-estar animal com técnicas menos agressivas. Entre estas terapêuticas a homeopatia aparece com grande destaque, por ser mais barato, capaz de tratar mastite subclínica, e de fácil aplicação, além de não apresentar resíduos nos alimentos, permitindo assim que estes sejam usados sem risco ao meio ambiente e a saúde humana (ALMEIDA, 2010). 2
2. OBJETIVO: 2.1. Objetivo geral O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito do uso do tratamento homeopático em rebanho leiteiro, comparado ao tratamento convencional. 2.2. Objetivos específicos Realizar um levantamento de casos de mastite subclínica no rebanho. Avaliar a resposta dos animais ao tratamento homeopático preventivo. Levantar o número de vacas com mastite em tratamento homeopático em comparação às com tratamento convencional. 3
3. MÉTODO: O experimento aqui estudado foi aprovado pelo comitê de ética no número 094/17, sendo este realizado na fazenda Santa Paula, na rodovia João Martins Cortes, km 51, na cidade de Guaratinguetá, estado de São Paulo. Sendo utilizados 16 animais, Mestiços, criados a pasto e utilizados para produção de leite. A ordenha destes animais é feita manualmente, duas vezes ao dia, às 5:30h e outra às 16 horas. Sendo apenas realizada a lavagem dos tetos com água. Os animais foram separados em dois grupos, um grupo controle com 8 animais que não recebeu nenhum tratamento especifico para mastite subclínica, sendo tratados apenas os animais que apresentaram mastite clinica com antibioticoterapia. Estes animais foram identificados com um cordão da cor vermelha. No segundo grupo, os 8 animais, foram identificados com um cordame na cor verde e receberam tratamento homeopático preventivo para mastite subclínica da marca Orgânica Homeopatia, com o medicamento Estimulac, ministrado juntamente com o alimento na dosagem de 80 diárias. Sendo que este lote só recebeu tratamento homeopático curativo, com o medicamento Mamites, em caso de mastite clínica, na dosagem de 80gramas, ministradas 1 vezes ao dia. Foi feita a coleta do leite antes do início do tratamento e após um mês de tratamento, sendo esta enviada a clínica do leite na cidade de Piracicaba, para a contagem de células somática. A coleta foi realizada após o término da ordenha e de acordo com as normas apresentadas pelo manual de coleta do laboratório, onde a amostra de leite foi coletada diretamente do balde para o frasco de coleta. No entanto, antes ocorreu a homogeneização do leite no balde para em seguida ser colocado no frasco coletor, como é mostrado na imagem 1. Essa homogeneização é realizada transferindo o leite de um balde para o outro. Como pode ser visto na imagem 2 os frascos foram identificados individualmente, colocados em uma caixa e enviados por correio para o laboratório, chegando ao destinatário em 4 dias. O laboratório realizou as análises, que foram em seguida analisadas e compiladas em formas de gráficos e tabelas os relatórios serão analisados e os dados compilados. 4
Imagem 1: Coleta da amostra de leite para ser enviada ao laboratório Fonte: Própria autoria Imagem 2: Material preparado para ser enviado ao laboratório Fonte: Própria autoria 5
4. DESENVOLVIMENTO: Uma das principais doenças da bovinocultura é a inflamação da glândula mamária, conhecida como mastite (FREITAS, et.al; 2005), sendo a responsável por um elevado prejuízo econômico e a causa da queda na produção e da qualidade do leite. Um dos desafios no desenvolvimento de novas medidas para prevenir a mastite é a disponibilidade limitada de drogas (NÓBREGA, 2009) e a presença de resíduos que alguns medicamentos deixam nos produtos animais, como o leite, sendo um grande risco para os consumidores e uma preocupação para a indústria (BORGES et. Al; 2000). O antibiótico é a atualmente uma das principais fontes de resíduo no leite, sendo necessário o descarte total da produção pelo período de carência da medicação (NERO, 2007 apud VAM SCHAIK, 2002; HILLERTON, 1999). Como forma de prevenção alguns programas são aplicados, entre eles o manejo adequado, pré e pós-imersão dos tetos em solução antisséptica (pré e pós dipping), tratamento de vacas em período seco, descarte de animais com infecções crônicas (MULLER,2002). A homeopatia vem se destacando na medicina veterinária, tanto para animais de estimação quanto para animais de produção, devido a estas limitações causadas pelos medicamentos farmacológicos nos animais que produzem alimentos (ALMEIDA, 2005). Tendo, portanto, a homeopatia um grande valor por ser um medicamento com baixo custo, de simples aplicação, sem apresentar resíduos e por tratar a mastite subclínica, visando o seu controle (ALMEIDA, 2010). 6
5. RESULTADOS: Ao analisar a Tabela 1, verificou-se que a CCS das vacas do grupo controle e do grupo de tratamento suplementadas com homeopatia no período de 30 dias, os resultados não se diferenciaram estatisticamente entre a primeira e a segunda coleta (P>0.05). Porém ao se avaliar individualmente os grupos notou-se que houve uma diferença entre os valores das vacas tratadas e as não tratadas, sendo assim, neste caso o P 0,05. Já com relação a análise da composição do leite, onde foi avaliado a gordura, proteína, lactose, sólidos e extrato seco também não houve diferença estatística. TABELA 1. Analise média das Contagem Células Somáticas de vacas suplementadas e não suplementadas com produto homeopático. Fonte: Própria autoria 7
6. CONCLUSÕES A homeopatia pode se apresentar um eficiente método para o controle da mastite subclínica, porem devido ao seu grande número de variáveis neste trabalho não foi observado diferença estatística entre os grupos analisados. Podendo ser justificado pela dosagem ou tempo insuficiente para que o organismo do animal responda com seu mecanismo de defesa. Sendo necessário a realização de novos experimentos para se determinar se os resultados são eficazes ou não. 8
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALMEIDA, A. C. et. al. Atividade de bioterápicos para o tratamento de mastite subclínica bovina. Disponível em: http://orgprints.org/23061/1/almeida_atividade.pdf. Acesso em: 10 de março de 2017. Belo horizonte. 2010. ALMEIDA A. C. et. al. Eficácia de tratamento homeopático no controle da mastite subclínica em bovinos. Disponível em: http://revistas.bvsvet.org.br/vetnot/article/view/9154. Acesso em: 15 de março de 2017. Uberlândia. 2005 ALMEIDA A. C. et. al. Tratamento de mastite subclínica em bovinos utilizando bioterapia. Disponível em: http://www.unifenas.br/pesquisa/revistas/download/artigosrev2_99/pag199-203.pdf Acesso em: 10 de março de 2017. Alfenas. 1999. BORGES G. T; SANTANA A. P; MESQUITA A. J. DE. Ocorrência de resíduos de antibióticos em leite pasteurizado integral e padronizado produzido e comercializado no estado de Goiás. Disponível: https://www.revistas.ufg.br/vet/article/view/236/3373. Acesso em: acesso em 12 de março de 2017. Goiânia. 2000. COSTA E. O. Importância da mastite na produção leiteira do pais. Disponível: http://revistas.bvs-vet.org.br/recmvz/article/download/3381/2586. Acesso: 10 de março de 2017. São Paulo. 1998. COSTA, E. O, MANGERONA, A. M., BENITS, N. R. et al. Avaliação de campo de quatro tratamentos intramamários de mastite clínica bovina. A hora Veterinária, ano 16, n.93, p.19-21, 1996 DIAS R. V. C. Principais métodos de diagnóstico e controle da mastite bovina. Disponível em: https://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/acta/article/download/255/95. Acesso em: 25 de março de 2017. Rio grande do norte. 2007. FREITAS M. F. L. et. al. Perfil de sensibilidade antimicrobiana in vitro de staphylococcus Coagulase positivos isolados de leite de vacas com Mastite no agreste do estado de Pernambuco. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=s15199940201200030 0010&Ing=pt&nrm=iso. Acesso em: 15 de março de 2017. São Paulo. 2005. HILLERTON, J. E. et al. Detection of antimicrobial substances in individual cow and quarter milk sample using Delvotest microbial inhibitor test. Journal of Dairy Science, Savoy, v. 82,n.4, p.704-711,apr.1999. LUCENA R. B. Doenças de bovinos no sul do Brasil: 6.706 casos. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pvb/v30n5/a10v30n5. Acesso em: 20 de março de 2017. Santa Maria. 2010. 9
MULLER E. E. Qualidade do leite, células somáticas e prevenção da mastite. Disponível em: https://docs.ufpr.br/~freitasjaf/artigos/qualidadeleitem.pdf. Acesso em: 20 de março de 2017. Maringá. 2002. NERO L. A., MATTOS M. R., BELOTI V., BARROS M. A. F., FRANCO B. D. G., Resíduos de antibióticos em leite cru de quatro regiões leiteiras no Brasil. Ciência e tecnologia de alimentos, vol.27, num.2, abril-junio,2007,pp.319-393 Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas,Brasil. NÓBREGA D. B. Utilização de composto homeopático no tratamento da mastite bovina. Disponível em: http://200.144.6.109/docs/arq/v76_4/nobrega.pdf. Acesso em: 16 de março de 2017. São Paulo. 2009. OLIVEIRA C. M. C. Prevalência e etiologia da mastite bovina na bacia leiteira de Rondon do Pará, estado do Pará. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0100736x2011000200002&script=sci_abs tract&ting=pt. Acesso em: 12 de março de 2017. Pará. 2011. RIBEIRO M. E. R. Relação entre mastite clínica, subclínica infecciosa e não infecciosa em unidades de produção leiteiras na região sul do rio grande do sul. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/cast/article/view/606. Acesso em: 12 de março de 2017. Rio grande do sul. 2003. VAN SCHAIK, G.; LOTEM, M.; SCHUKKEN, Y. H. Trends in somatic cells count, bacterial counts, and antibiotic residue violations in New York State during 1999-2000. Journal of Dairy Science, Savoy, v.85, n.4, p.782-789, abr. 2002. VILELA D; LEITE J. L. B; RESENDE J. C. Políticas para o leite no brasil: passado, presente e futuro. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/duarte_vilela/publication/267935852_ POLITICAS-PARA-O-LEITE-NO-BRASIL-PASSADO-PRESENTE-E- FUTURO.pdf. Acesso em: 10 de março de 2017. Maringá. 2002. VOLTOLINI T. V. Influência dos estádios de lactação sobre a contagem de células somáticas do leite de vacas da raça holandesa e identificação de patógenos causadores de mastite no rebanho. Disponível em: http://189.126.110.61/actascianimsci/article/download/10553/11299. Acesso em: 25 de março de 2017. Maringá. 2001. 10