Trabalho Científico. Abstract. Key words. Dente decíduo. Traumatismo. Criança. Pais.



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Trabalho Científico Análise radiográfica da distância entre o canal mandibular e o primeiro molar inferior Radiographic analysis of the distance between the mandibular canal and the first molar 1 2 Thaysa Cristina ALMODIM ; Luiz Evaristo Ricci VOLPATO ; 3 4 Ana Thereza Sabóia Campos NEVES ; Maria Aparecida de Andrade Moreira MACHADO ; Resumo A atuação dos pais ou responsáveis é extremamente importante no prognóstico de casos de traumatismo dentário em crianças, pois na maior parte dos casos eles são os primeiros a detectar as lesões e podem encaminhar seus filhos mais prontamente para o atendimento odontológico. Foi avaliado, por meio da aplicação de um questionário, o conhecimento e as atitudes de um grupo de responsáveis (n = 86) por crianças que realizam tratamento odontológico na clínica da Faculdade de Odontologia de Cuiabá/UNIC em relação às lesões traumáticas mais comuns na dentição decídua. Os resultados obtidos demonstraram que existem deficiências de informação por parte dos pais ou responsáveis quanto aos cuidados odontológicos adequados após a ocorrência de traumatismo envolvendo dentes decíduos ou tecidos moles. Portanto, o cirurgião-dentista deve estar capacitado para orientar a comunidade sobre a importância do atendimento imediato após a lesão traumática na tentativa de diminuir a incidência destas injúrias e reduzir a gravidade de suas seqüelas, realizando o mais cedo possível e de maneira satisfatória o atendimento do paciente traumatizado. Unitermos Dente decíduo. Traumatismo. Criança. Pais. Abstract The role of parents is extremely important in the prognosis of dental trauma in children, because in most cases they are the first to detect these lesions thus they can send their children more readily to a dental evaluation. Throughout a questionnaire, theknowledge and attitudes of a group of parents (n = 86) of children treated in the clinic of the Dental School of Cuiabá / UNIC were inquired about the most common traumatic injuries the primary dentition. The results demonstrated a lack of parent's information about proper dental care after a trauma involving deciduous teeth or soft tissues. Therefore, the dentist must be able to guide the community about the importance of primary care after an injury in an attempt to reduce the incidence of these injuries and reduce the severity of its consequences, making possible a prompt and satisfactory career to trauma patients. Key words Deciduous Tooth. Injuries. Child. Parents. 1- Cirurgiã-dentista, Especialista em Odontopediatria (UNIC) 2 - Cirurgião-dentista, Mestre em Saúde e Ambiente (ISC- UFMT), Doutor em Odontopediatria (FOB-USP), Professor de graduação e pós-graduação em Odontologia UNIC. 3 - Cirurgiã-dentista, Especialista em Odontopediatria (FOB- USP), Professora de graduação e pós-graduação em Odontologia UNIC. 4 - Cirurgiã-dentista, Mestre, Doutora e Livre docente em Odontopediatria (FOB-USP), Professora Titular do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva FOB-USP. 10 Revista Inpeo de Odontologia Cuiabá MT V.3 N.1 P. 1-46 Jan Jul 2009

Thaysa Cristina Almodim; Luiz Evaristo Ricci Volpato; Ana Thereza Sabóia Campos Neves; Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado; Introdução Mais da metade das crianças de 12 anos de idade passa por algum tipo de traumatismo dentário, sendo 30% na dentição decídua1. A alta freqüência se dá porque nessa faixa etária, a criança está em uma fase de grandes descobertas, curiosidade e inquietação, o que a leva à exploração do ambiente que a cerca, não possuindo ainda coordenação motora suficiente para evitar quedas e promover sua autoproteção6. A lesão traumática é provavelmente a que causa maior impacto emocional na criança e em seus pais ou responsáveis1 que geralmente são os primeiros a entrarem em contato com a criança após a ocorrência do traumatismo dentário, apresentando-se por vezes emocionalmente abalados e inseguros quanto à conduta a ser tomada. É extremamente importante que estes pais ou responsáveis estejam preparados para atuar corretamente frente a um traumatismo dentário13, assim, justifica-se avaliar seu conhecimento e, conseqüentemente, a conduta adotada diante de um traumatismo dentário na dentição decídua. Revisão de Literatura Devido às particularidades do desenvolvimento cognitivo e motor do ser humano, a criança principalmente aquelas em idade precoce são naturalmente propensas a sofrer uma lesão traumática envolvendo a boca e tecidos peribucais. Vale ressaltar que a perda ou fratura dentária decorrente do traumatismo provoca grande impacto orgânico e emocional não 7, 12 apenas na criança, mas em toda a família. Dentre as causas de traumatismo mais relatadas pelos pacientes e seus responsáveis, destacam-se as lesões causadas por queda ao 5 andar/correr (43,3%), seguidas por brigas, acidentes automobilísticos e esportivos, choque contra objetos, quedas do carrinho de bebê, quedas da escada, quedas contra objetos duros e de superfície elevadas, maus-tratos, transtornos convulsivos, entre outros5, 17. Já os dentes mais comumente afetados 5,13 são os incisivos centrais superiores. Alguns autores observaram que 83,3% dos casos de traumatismo envolvia os incisivos centrais superiores, sendo que 57,9% das crianças apresentavam mais de um dente atingido. 81% das crianças apresentaram selamento labial deficiente e 66% oclusão anterior insatisfatória 2, 7. Também é comum os traumatismos dentários serem acompanhados por feridas abertas nos tecidos bucais, abrasão dos tecidos 2, 5, 17 faciais e até lesões perfuradas. É extremamente importante que os pais, responsáveis ou cuidadores de crianças estejam cientes das condutas a serem adotadas em caso de traumatismo dentário uma vez que na grande maioria dos casos são eles as primeiras pessoas a entrar em contato com a criança após o acidente. A negligência causada pelo desconhecimento das consequências destas injúrias, tanto para os dentes decíduos quanto para os permanentes sucessores, pode justificar o baixo percentual de crianças levadas ao atendimento odontológico após um traumatismo, sendo este o motivo da alta freqüência de incisivos decíduos com seqüelas de lesões traumáticas 9. Revista Inpeo de Odontologia Cuiabá MT V.3 N.1 P. 1-46 Jan Jul 2009 11

Conhecimento de Pais e Responsáveis Sobre Traumatismo em Dentes Decíduos Em pesquisa conduzida em Recife, maioria dos pais (86,7% de escolas públicas e 60,3% de escolas particulares) não tomou nenhuma atitude emergencial diante do traumatismo dentário na dentição decídua, com poucos deles buscando auxílio odontológico tardio, ou às vezes apenas um prontoatendimento 8. A importância da educação na adoção de uma postura adequada frente à ocorrência de traumatismos na dentição decídua já foi 14 descrita. Observou-se que pais de crianças não participantes de um programa odontológico educativo só procuravam por atendimento de urgência nos casos mais graves de traumas dentários. Nos casos menos severos, que não apresentavam envolvimento dentário, as crianças não eram levadas para avaliação odontológica, o que poderia acarretar problemas futuros como a reabsorção radicular patológica e a perda precoce do dente. Entretanto, os pais de crianças participantes do programa educativo recebiam orientação para que procurassem o serviço caso a criança apresentasse algum tipo de problema, inclusive traumatismos considerados de pouca gravidade, o que evidencia a importância da criança participar de um programa educativo/preventivo. Em outro trabalho envolvendo 487 pais de pacientes que haviam sofrido traumatismo em dentes decíduos, muitos não sabiam como agir, a maioria levando seu filho à Clínica Odontológica apenas em caso de dor ou 16 escurecimento dentário. Proposição Avaliar o conhecimento de um grupo de pais e responsáveis quanto a conduta a ser adotada diante de diferentes tipos de traumatismo na dentição decídua. Material e Método Previamente à execução do estudo, o projeto de pesquisa foi submetido à avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Cuiabá (CEP-UNIC), recebendo parecer favorável sob o Registro no 140/CEP/UNIC/2007; protocolo no 0307-115. Fizeram parte do estudo 86 pais ou responsáveis por crianças sob tratamento odontológico na clínica da Faculdade de Odontologia de Cuiabá UNIC no período de setembro 2007 á setembro de 2008. Cada pai foi esclarecido sobre a importância do estudo e de sua participação. Aqueles que concordaram em participar da pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, que reforça o compromisso ético de sigilo individual dos dados coletados. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um questionário específico individual abordando aspectos pessoais (idade e escolaridade) dos respondentes e cinco questões fechadas sobre sua conduta frente a lesões traumáticas na dentição decídua. Após a coleta, a análise estatística dos dados foi processada no programa Statistica for Windows v. 5.0. Resultados A distribuição dos pais segundo a faixa etária está apresentada na Figura 1. O gráfico evidencia que 51% dos pais têm idade entre 21 e 30 anos, 37% têm entre 31 e 40 anos e os 12% restantes estão divididos entre as faixas de 41 a 50 anos (5%), menores 20 anos (4%) e maiores de 51 anos (3%). 12 Revista Inpeo de Odontologia Cuiabá MT V.3 N.1 P. 1-46 Jan Jul 2009

Thaysa Cristina Almodim; Luiz Evaristo Ricci Volpato; Ana Thereza Sabóia Campos Neves; Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado; Figura 1 Distribuição dos pais, segundo a faixa estária (anos) 3% 4% 5% 37% 51% apresentada na Tabela 1. 44,2% dos pais lavaria o local, comprimiria com pano limpo e procuraria um dentista em seguida; 31,4% lavaria o local com água e comprimiria com gaze ou pano até parar o sangramento e 24,4% levaria a criança a uma farmácia ou pronto-socorro após lesão em tecidos moles ocasionada pelo traumatismo bucal. <20 21a30 31a40 41a50 >51 A distribuição dos pais ou responsáveis segundo a sua escolaridade está apresentada na Figura 2. O gráfico mostra que 65% destes tem o Ensino médio completo, 20% tem apenas o Ensino fundamental e 15% apresentam Ensino superior. Figura 2 Distribuição dos pais/responsáveis segundo a escolaridade 65% 15% 20% Fundamental Médio Superior A conduta adotada pelos pais após a ocorrência de traumatismo dentário em seus filhos na dentição decídua está apresentada nas tabelas 1 a 4 e na Figura 3. A distribuição dos pais segundo sua abordagem frente a lesões em tecidos moles decorrentes de traumatismo bucal na criança é Tabela 1 Distribuição dos pais segundo sua abordagem frente a lesões em tecidos moles decorrentes de traumatismo bucal na criança. Abordagem N % Lava o local com água e comprime com gaze ou pano até parar o sangramento Leva a criança a uma farmácia ou pronto-socorro Lava o local, comprime com pano limpo e procura um dentista Total Na ocorrência de fratura coronária de dentes decíduos, 62,8% dos pais coletaria o fragmento dentário e procuraria imediatamente um dentista; 27,9% apenas deixaria a criança sob observação e 9,3% não se preocuparia muito, pois o dente de leite será trocado futuramente. Tais dados são apresentados na Tabela 2. Tabela 2 Distribuição dos pais segundo sua abordagem frente à fratura de um dente decíduo. Abordagem N % Deixa a criança sob observação Não se preocupa muito, pois o dente de leite será trocado futuramente Coleta o fragmento dentário e procura imediatamente um dentista 27 31,4 21 24,4 38 44,2 86 100,0 24 27,9 8 9,3 54 62,8 Total 86 100,0 No caso de avulsão de dentes decíduos, 53,5% dos pais levaria imediatamente a criança e o dente embrulhado em um guardanapo ao dentista confiando que o profissional saberia Revista Inpeo de Odontologia Cuiabá MT V.3 N.1 P. 1-46 Jan Jul 2009 13

Conhecimento de Pais e Responsáveis Sobre Traumatismo em Dentes Decíduos como agir; 22,1% procuraria o dente avulsionado, guardá-lo-ia em leite e procuraria imediatamente um dentista; 19,8% ficaria muito nervoso e não teria ação; 2,3% guardaria o dente e quando pudesse levaria a criança ao dentista e 2,3% reimplantaria o dente avulsionado em seu alvéolo, procurando um dentista imediatamente (Tabela 3). Tabela 3 Distribuição dos pais segundo sua abordagem frente a avulsão de um dentes decíduo. Em caso de mobilidade aumentada do dente decíduo após a ocorrência de traumatismo, 73% dos pais procuraria um dentista para radiografar e observar se haverá problemas com o dente permanente ainda não erupcionado e 27% apenas aguardaria para ver a evolução do quadro (Figura 3). Figura 3 Distribuição dos pais segundo sua abordagem frente à mobilidade dentária após trauma em dentes decíduos. 27% Abordagem N % Fica muito nervoso e não tem ação 17 19,8 Acha o dente, guardao em leite e procura imediatamente um dentista Leva imediatamente a criança e o dente embrulhado em um guardanapo ao dentista, ele saberá o que fazer Guarda o dente e quando puder leva a criança ao dentista 19 22,1 46 53,5 2 2,3 73% Recoloca o dente na boca e procura o dentista imediatamente 2 2,3 Total 86 100,0 No caso de escurecimento da coroa do dente decíduo após acidente traumático; 84,9% dos pais procuraria o dentista; 10,5% não adotaria conduta alguma e ficaria tranqüila contanto que a criança não reclamasse de dor e 4,6% não se preocuparia pois o dente é de leite (Tabela 4). Tabela 4 Distribuição dos pais segundo sua abordagem frente ao escurecimento de dentes decíduos após acidente traumático. Abordagem N % Não se preocupa, pois o dente é de leite Como a criança não reclama de dor, fica tranqüilo Procura o cirurgião dentista, ele saberá o que fazer 4 4,6 9 10,5 73 84,9 Total 86 100,0 Aguarda para ver o que acontece Procura um dentista para radiografar e observar se haverá problemas com o dente permanente Discussão 88% dos pais participantes do estudo têm idade entre 21 e 40 anos, como pôde ser visto na Figura 1. Esse resultado era esperado considerando que as crianças atendidas nos dias em que o questionário foi aplicado têm idade inferior a 11 anos. Quanto ao nível de instrução formal, apresentado na Figura 2, verificou-se que 85% dos pais/responsáveis apresentaram um baixo grau de escolaridade, tendo cursado apenas o ensino fundamental (20%) e o ensino médio (65%). Este resultado também era esperado considerando a clientela que busca atendimento nas clínicas odontológicas universitárias composta em sua maioria por cidadãos de baixa renda e baixa escolaridade. 14 Revista Inpeo de Odontologia Cuiabá MT V.3 N.1 P. 1-46 Jan Jul 2009

Thaysa Cristina Almodim; Luiz Evaristo Ricci Volpato; Ana Thereza Sabóia Campos Neves; Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado; Frente a uma lesão traumática envolvendo lesão em tecidos moles e sangramento bucal, situação apresentada na Tabela 1, somente 44,2% da amostra optou por lavar o local e comprimir com pano limpo, procurando prontamente um cirurgião-dentista. 24,4% dos responsáveis procuraria uma farmácia ou serviço de emergência (Pronto Socorro), enquanto 31,4% somente comprimiria o local com um pano ou gaze até parar o sangramento, não procurando um profissional ou serviço de saúde, que poderia prestar um primeiro atendimento e orientações quanto ao risco da criança adquirir a doença tétano pela possível contaminação do local onde ocorreu o traumatismo. Em lesões dessa natureza, é comum a necessidade de remoção de resíduos, o controle da hemorragia ou a sutura da lesão para propiciar uma melhor cicatrização do ferimento. Também pode ser necessária a proteção contra o tétano através da imunização passiva ou da soroterapia com antitoxina tetânica9, 10. Assim, a população precisa ser melhor esclarecida sobre esses aspectos visto que 31,4% não procuraria qualquer serviço de saúde na situação descrita acima. Após a fratura de dentes decíduos, 62,8% dos pesquisados relataram que coletariam o fragmento dentário e procurariam imediatamente um cirurgião-dentista. Em pesquisa envolvendo 60 pais de alunos e funcionários de seis estabelecimentos de ensino em São Paulo quanto à urgência de atendimento em caso de fraturas dentais em dentes decíduos, constataram que apenas 43,5% dos pais acreditavam ser urgente a ocorrência. 9,3% dos pais relataram que não se preocupariam muito por se tratar da dentição decídua, que será trocada futuramente, enquanto 27,9% dos pais deixariam a criança somente em observação, não procurando outro tipo de ajuda3. Outro autor, avaliando o conhecimento de 654 pais e/ou responsáveis em relação à presença de trauma em dentes decíduos, constatou que 86,7% pais de escolas públicas e 60,3% de escolas particulares não tomaria nenhuma atitude emergencial diante do traumatismo dentário, com poucos deles buscando auxílio odontológico tardio, ou às vezes apenas um pronto-atendimento8. Injúrias traumáticas podem determinar seqüelas para os dentes decíduos, que variam de uma hiperemia pulpar inicial até processos necróticos e infecciosos da polpa e do periodonto que poderão se refletir na descoloração coronária. Além destas, podem ainda ocorrer reabsorção radicular patológica, obliteração pulpar, anquilose e até mesmo dilaceração do dente decíduo, sem contar as possíveis seqüelas para o dente permanente sucessor9. Assim, segundo os autores, a ignorância dos pais quanto a tais conseqüências justificaria o baixo número de crianças levadas a um atendimento odontológico após um traumatismo, sendo este o motivo da alta freqüência de incisivos decíduos com seqüelas de lesões traumáticas. No caso da avulsão completa do dente decíduo, apresentada na Tabela 3, mais da metade dos pesquisados (53,5%) levariam imediatamente o filho e o dente embrulhado em guardanapo ao dentista, percentual maior que os 45% encontrados em trabalho anterior3. 19,8% dos pais ficariam sem ação, não sabendo sequer qual atitude tomar enquanto 2,3% guardariam o dente e somente em outro momento levariam a criança ao dentista, não tendo o fato como urgência. Com relação ao reimplante imediato do dente decíduo após a avulsão, apenas 2,3%, dos pais adotariam tal conduta. Revista Inpeo de Odontologia Cuiabá MT V.3 N.1 P. 1-46 Jan Jul 2009 15

Conhecimento de Pais e Responsáveis Sobre Traumatismo em Dentes Decíduos Assim, considera-se que somente 22,1% dos pais ou responsáveis teriam a abordagem considerada mais adequada4, localizando o dente decíduo, armazenando-o em leite e procurando com urgência um profissional para saber qual seria a conduta correta. Quando questionados sobre o escurecimento coronário pós traumatismo (Tabela 6), a grande maioria (84,9%) procuraria auxílio, sendo que 15,1% não se preocuparia pelo dente ser temporário ou por a criança não sentir dor. Tal alteração de cor é muito freqüente após o traumatismo, sugerindo hemorragia interna, podendo surgir aproximadamente três semanas após o trauma, sendo ou não reversível10. Ao serem questionados sobre a mobilidade aumentada após o traumatismo (Tabela 7), 26,7% dos pais não procurariam um profissional, mas aguardariam para ver o que aconteceria. Já 73,3% dos participantes levariam a criança ao cirurgião-dentista para realização de exame radiográfico e avaliação de possível dano à dentição permanente. Em levantamento de 798 prontuários do Centro de Pesquisa e Atendimento Odontológico para Paciente Especiais - UNICAMP, os autores verificaram que os pais de crianças de 0 a 60 meses não participantes do programa educativo só procuravam por atendimento de urgência em casos mais graves de traumatismo dentário, nos casos menos severos as crianças não eram levadas para avaliação odontológica, o que poderia acarretar em problemas futuros como a reabsorção patológica da raiz e a perda precoce do dente. Entretanto, os pais de crianças que faziam parte do programa preventivo recebiam orientação para que procurassem assistência caso a criança apresentasse algum problema, inclusive traumatismos considerados de pouca gravidade, o que evidencia a importância da criança participar de um programa odontológico preventivo14. Conclusão A partir da análise dos resultados obtidos, considerando a amostra e a metodologia empregada parece-nos lícito concluir que: Após lesão em tecidos moles com sangramento bucal, 44,2% dos responsáveis procuraria um cirurgião-dentista; Após fratura do dente decíduo, 62,8% dos responsáveis coletariam o fragmento e procurariam imediatamente um cirurgião-dentista; Após avulsão de dente decíduo, somente 22,1%, teriam uma abordagem adequada, localizando o dente, armazenando-o em leite e procurando de imediato um profissional; 84,9% dos responsáveis procurariam auxilio frente ao escurecimento do dente decíduo traumatizado; 73,3% dos responsáveis levariam a criança ao cirurgião-dentista para fazer uma radiografia e avaliar a ocorrência de algum dano à dentição permanente frente ao aumento da mobilidade do dente decíduo após traumatismo. Assim, de acordo com os dados obtidos e a literatura consultada, conclui-se que ainda existe uma deficiência de informações por parte dos pais e responsáveis quanto aos cuidados odontológicos adequados após o traumatismo em dente decíduo, não se atribuindo ao fato sua real importância. Dessa forma, o cirurgiãodentista deve estar capacitado para orientar a comunidade sobre a importância do atendimento imediato após trauma, na tentativa de evitar o aumento destas injúrias e reduzir a gravidade das seqüelas, realizando o mais cedo possível e de maneira satisfatória o atendimento do paciente traumatizado. 16 Revista Inpeo de Odontologia Cuiabá MT V.3 N.1 P. 1-46 Jan Jul 2009

Thaysa Cristina Almodim; Luiz Evaristo Ricci Volpato; Ana Thereza Sabóia Campos Neves; Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado; Referências 1. Andreasen JO, Andreasen FM. Fundamentos de traumatismo Dental: Guia de tratamento passo a passo. Vol. 2; Porto Alegre: Artmed; 2001. 2. Andreasen JO, Andreasen FM. Textbook and color atlas of traumatic injuries to the teeth. 3 ed. Copenhagen: Mosby; 1994. 3. Batista DCR, Wanderlei MT, Rodrigues CRMD. Avaliação do conhecimento de pais e escolas sobre traumatismos em dentes decíduos. JBP-Revista Ibero-americana de Odontopediatria & Odontologia do Bebê 2005; 8 Suplemento: 6. 4. Corrêa MSNP, Dissenha RMS, Weffort SYK. Saúde bucal do bebê ao adolescente: Guia de Orientação. São Paulo: Santos; 2005. 5. Costa LRRS, Corrêa MSNP, Ribeiro RA. Traumatismo na dentição decídua. In: Corrêa MSNP. Odontopediatria na primeira infância. São Paulo: Santos, 1998; cap. XXXVII, p. 527-47. 6. Duarte A. et al. Caderno de Odontopediatria: Lesões traumáticas em dentes decíduos: tratamento e controle. São Paulo: Santos, 2001. 7. Franzin LCS, et al. Tipo de Traumatismo Dentário e sua Etiologia em Bebês. In: JBP-Revista Ibero-americana de Odontopediatria & Odontologia do Bebê 2005; 8 Suplemento: 10. 8. Granville-Garcia AF. Prevalência e fatores associados ao traumatismo dentário em crianças de 1 a 5 anos da Cidade do Recife PE. Tese de Doutorado. Recife: Faculdade de Odontologia da Universidade de Odontologia de Pernambuco. 2003 10. McDonald RE, Avery DR, Hennon DK. Tratamento dos traumatismos dos dentes e tecidos de suporte. In: Mc Donald RE, Avery DR. Odontopediatria. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001. p. 342-83. 11. Nogueira JA, Nogueira R, Gillet A. Aspectos Clínicos dos Traumas dentais na 1º infância. JBP - Jornal Brasileiro de Odontopediatria & Odontologia do Bebê 2002; 2(6). 12. Provenzano MGA et al. Avaliação de traumatismos dentários em crianças assistidas em um Pronto Atendimento Odontológico. In: Anais Eletrônicos do V Encontro Nacional de Odontologia para Bebês UEL. Resumo nº. 38, 2004. 13. Sanchez ALSF, Farinhas JA, Souza IPR de. Intrusão e avulsão em dentes decíduos relato de caso. RBO 2002; 59(1): 54-6. 14. Scarpari CEO, Possobon RdeF, Moraes ABAde. Ocorrência de traumatismos em dentes decíduos de crianças atendidas no Cepae- FOP- Unicamp. JBP- Rev. Ibero-am. Odontopediatr Odontol Bebê 2004; 7(35): 33-40. 15. Takahashi K, Costa MMTM, Percinoto C. Protocolo de atendimento de dentes decíduos avulsionados. JBP-Revista Iberoamericana de Odontopediatria & Odontologia do Bebê 2005; 8 Suplemento: 19. 16. Valle MAS, Lopes SO. Orientando traumatismos em dentes decíduos através de folder educativo. JBP-Revista Ibero-americana de Odontopediatria & Odontologia do Bebê 2005; 8 Suplemento: 9. 17. Walter LRF, Ferelle A. Issao M. Odontologia para o Bebê. São Paulo: Artes Médicas, 1996. 9. McDonald RE, Avery DR. Odontopediatria. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. Endereço para Correspondência Luis Evaristo Ricci Volpato Rua Almirante Henrique Pinheiro Guedes Nº 303 Bairro Duque de Caxias CEP78.020-780 Tel: (65) 362 21538 8114 5244 Email: Odontologiavolpato@uol.com.br Revista Inpeo de Odontologia Cuiabá MT V.3 N.1 P. 1-46 Jan Jul 2009 17