APRESENTAÇÃO. Dom Dirceu Vegini Bispo Diocesano

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APRESENTAÇÃO A Diocese de Foz do Iguaçu, na Assembleia Diocesana, assumiu o Objetivo Geral das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e da Igreja no Regional Sul II da CNBB (PR), porém acrescentou, no mesmo, a Renovação Paroquial. O discípulo missionário de Jesus Cristo faz parte do Povo de Deus e vive sua fé em comunidade. Sem a pertença à vida comunitária, não há como concretizar o Reino de Deus, inaugurado, entre nós, por Jesus. A comunidade exerce a dimensão da acolhida e, ao mesmo tempo, é formadora de discípulos missionários, enviados em missão, sendo portadores da Boa Notícia do Mestre, em um tempo marcado pela mudança de época. Na busca por uma vida comunitária, é fortalecida a fraternidade. Em nossa Igreja Particular, ao assumirmos a Renovação Paroquial, queremos uma evangelização inculturada no mundo urbano. É preciso conhecer a cidade e sua realidade complexa. Tanto nos grandes centros urbanos como nos pequenos, é preciso, como diz o documento de Aparecida (DA), passar de uma pastoral de conservação para uma pastoral missionária, com ênfase na Evangelização (Cf. DA 370). E isso exige, como diz o mesmo documento, conversão pessoal e pastoral. Para atrair os distanciados para o encontro pessoal com Jesus Cristo, nossas paróquias necessitam se tornar comunidades vivas e dinâmicas. Queremos que a paróquia seja uma rede de comunidades: comunidade de comunidades, onde as pessoas acolhem a Boa Notícia de Jesus em sua realidade local. É preciso que estas comunidades se unam na partilha da fé e na missão para concretizarmos o caminho escolhido que é o da setorização da Paróquia, não só em unidades territoriais menores como também em comunidades afetivas e ambientais. Na setorização vamos continuar investindo nos Grupos de Família, os quais têm marcado positivamente a vida eclesial em nossa Diocese. O 12º Plano da Ação Evangelizadora para os próximos quatro anos é fruto da participação de muitos agentes de Pastoral das três Áreas Pastorais. A todos agradeço pela dedicação na elaboração deste plano, o primeiro que assino como Bispo Diocesano. Obrigado aos três Padres da Ação Evangelizadora de 2011, aos Padres coordenadores das áreas pastorais e a equipe ampliada de pastoral. Agora que temos um novo objetivo, sabemos por onde ir. O caminho foi apontado pelo planejamento. É preciso investir na decisão tomada, em unanimidade, na Assembleia Diocesana. O primeiro passo é divulgar o plano (19/02/2012) e depois concretizá-lo em todas as Paróquias de nossa Diocese. Todo plano tem início, meio e fim. O início é agora, o fim em 2015! Um excelente trabalho a todos, sempre unidos na Comunhão, Participação e Missão. Dom Dirceu Vegini Bispo Diocesano 2

I INTRODUÇÃO 1- A parte central do Documento de Aparecida é dedicada à Vida de Jesus Cristo nos discípulos missionários e, cada parte deste capítulo, retoma o discipulado missionário sob outros aspectos: a alegria do ser, a vocação, a comunhão e a formação. O discípulo missionário é o sujeito geral e transversal da missão, é, ainda, a existência normal e ordinária do batizado em todos os estratos, ambientes e atividades sociais, envolve o Bispo e a Diocese, os Sacerdotes (DA 201) e a Paróquia (DA 203), o Diácono (DA 205) e o Leigo (DA 209,213), os Consagrados e as Consagradas (DA 216, 217). Precisamos repensar profundamente a missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais (DA 11) e revitalizar nosso modo de ser católico (DA 13), intensificar nossa resposta de fé (DA 134). Somos discípulos missionários sem fronteiras (DA 376). Nossa Diocese quer continuar assumindo o compromisso de aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que permitam converter cada cristão em discípulo missionário (DA 362). 2 - Procurando caminhar com a Igreja presente no Paraná, queremos aplicar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e no Regional Sul II CNBB. A Assembleia do Povo de Deus no ano de 2011 assumiu como prioridade regional a Renovação Paroquial: por uma paróquia discípula, missionária e profética através da Igreja, em estado permanente de missão. Igreja: casa da iniciação à vida cristã; Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral; Igreja: comunidade de comunidades e Igreja: a serviço da vida plena para todos. 3 Em sintonia com tais inspirações, a Diocese de Foz do Iguaçu, em seus 33 anos,elabora seu 12º Plano de Ação Evangelizadora para os próximos quatro anos (2012 2015), comprometendo-se com as cinco urgências indicadas pelas Diretrizes da Ação Evangelizadora da CNBB (12º Plano nº 2) e a prioridade do Regional Sul II Renovação Paroquial. Como URGÊNCIA norteadora deste Plano teremos: PARÓQUIA, COMUNIDADE DE COMUNIDADES, e uma Pista de Ação: assumir a setorização da Paróquia. Para alcançar estes objetivos unimo-nos em uma ação pastoral de conjunto e orgânica para nos tornarmos fortalecidos na realização de nossa missão. 3

II A DIOCESE E SUA REALIDADE 4 A realidade de nossa Diocese é marcada por luzes e sombras. As luzes nos motivam andar sempre em frente. As sombras afligem-nos, mas não nos confundem, as grandes mudanças que experimentamos (DA 20). Sabendo que 57.6% da população vive em área urbana da cidade de Foz do Iguaçu e 42.4% da população está distribuída nos outros municípios: Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Medianeira, Matelândia, Itaipulândia, Céu Azul, Missal, Ramilândia, Vera Cruz D Oeste, Diamante D Oeste, Santa Helena e São José das Palmeiras (IBGE 2010). Nossa missão é a evangelização de todos, dando uma particular atenção à Pastoral Urbana. 5 A cidade de Foz desenvolveu-se impulsionada pela construção da hidrelétrica de Itaipu e por outros fatores característicos da região: o comércio transfronteiriço; o crescimento do turismo etc. Notam-se algumas constantes em seu crescimento: a forte mobilidade humana; o crescente número de faculdades e universidades; o desenraizamento das pessoas; a construção de vínculos frágeis entre as pessoas e entre estas e o território; pouco compromisso político e social; forte sentimento de provisoriedade, por parte de muitos; a perda das raízes culturais e da tradição familiar; o anonimato; o contrabando; delinquência juvenil e exploração sexual; o tráfico de drogas, de armas e de pessoas; a violência, que ocupa um lugar preocupante. Foz é uma cidade multiétnica (mais de 72 etnias) e multicultural. Essa realidade provoca nas novas gerações mudanças significativas, tanto no âmbito pessoal quanto social, fatos esses que lhes imprimem uma nova identidade. 6 A população dos municípios do interior, oriunda de várias regiões do Brasil, trouxe uma grande riqueza religiosa e cultural. Hoje essa mesma população experimenta uma debilidade de suas estruturas, valores, estilos de vida e sentimento de pertença. A terra não é mais suficiente para todos; a concentração de terras nas mãos de poucos, as novas tecnologias e a exploração da mão-de-obra provocam a saída dos jovens das comunidades do interior para cidade. O processo migratório recomeça rompendo vínculos e tradições de uma cultura de subsistência e de desbravamento, passando para a agroindústria. Com tais mudanças exige-se 4

adaptação nos horários de atendimento e trabalho pastoral. Em alguns municípios lindeiros, constatam-se problemas similares aos das grandes cidades como: a insegurança, a indiferença religiosa, a violência, a ilegalidade, a corrupção, o crescimento de denominações religiosas que nem sempre estão comprometidas com o autêntico anúncio do Evangelho. III URGÊNCIA NA AÇÃO EVANGELIZADORA 07 O 12º Plano da Ação Evangelizadora assume, para o período 2012-2015, as cinco urgências indicadas pelas diretrizes da Ação Evangelizadora da CNBB e a prioridade do Regional Sul II Renovação Paroquial. IV OBJETIVO GERAL e SUA FUNDAMENTAÇÃO 08 OBJETIVO GERAL: EVANGELIZAR, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à Luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, na Renovação Paroquial rumo ao Reino definitivo. 09 FUNDAMENTAÇÃO: EVANGELIZAR, sempre foi e continuará sendo uma tarefa desafiadora. A Conferência de Aparecida faz uma autocrítica da evangelização que queremos que faça sempre parte de nossas reflexões: constatamos o escasso acompanhamento dado aos fiéis leigos em suas tarefas de serviço à sociedade, percebemos uma evangelização com pouco ardor, sem novos métodos e expressões e a uma espiritualidade individualista. Preocupante é termos muitas comunidades privadas da Eucaristia dominical e a escassez de vocações ao ministério e à vida consagrada e na evangelização persistem linguagens pouco significativas para a cultura atual (DA 100). Onde está a relevância de nossa identidade para o mundo? A partir de nossa identidade católica devemos dar novo impulso à evangelização para que seja muito mais missionária, em constante diálogo com todos os cristãos e a serviço de todos os homens e mulheres. Anúncio e diálogo são elementos constitutivos da evangelização (DA 237). Evangelização, portanto, é somar forças para a promoção e libertação de toda a humanidade. 5

10 A tarefa essencial da evangelização inclui a opção preferencial pelos pobres, a promoção humana integral e a autêntica libertação cristã (DA 146). Devemos ampliar o conceito de pobre em nossa realidade, não há só pobreza material,o Documento de Aparecida nos indica também os novos: Migrantes, Enfermos, Dependentes químicos, Detidos em prisões, mas também há, a pobreza de ordem moral. Afinal todos os membros da comunidade paroquial são responsáveis pela evangelização dos homens e mulheres em cada ambiente (DA 171), onde deve cumprir sua missão evangelizadora. 11 No processo de renovação paroquial, tendo em vista a ação missionária, somos conclamados a criar uma rede de comunidades em toda a nossa diocese, que sejam casa e escola de comunhão, anunciadoras da boa nova e promotoras da justiça e da solidariedade. A Conferência de Aparecida aposta no papel missionário da paróquia, aponta para a superação das dificuldades existentes através de mudanças estruturais. O Documento de Aparecida propõe que todas as paróquias se tornem missionárias, fonte dinâmica do discipulado missionário. A paróquia é chamada a ser a boa samaritana porque toda autêntica missão unifica a preocupação pela dimensão transcendente do ser humano e por todas as suas necessidades concretas. Assim, cada paróquia deve concretizar em sinais solidários seu compromisso social. 12 A meta do 12º Plano de Ação Evangelizadora é trabalhar para que nossa Diocese, em seu todo e em suas muitas expressões particulares, seja uma Igreja verdadeiramente discípula e missionária de Jesus Cristo em seu território de missão. Isso requer uma profunda conversão pastoral e missionária dos membros da Igreja e também de suas instituições e organizações pastorais, para irem além de uma pastoral voltada mais para a conservação daquilo que tem. É preciso adotar uma nova atitude e preocupação pastoral, que estabeleça claros objetivos missionários em todos os níveis e âmbitos da vida eclesial. V URGÊNCIA GERAL PARA OS QUATRO ANOS. 13 URGÊNCIA: Paróquia, Comunidade de Comunidades 6

Pista de Ação principal: Assumir a Setorização da Paróquia. Queremos perguntar-nos, como está a paróquia, a nossa paróquia? Conhecemos bem a realidade, pelo menos a realidade religiosa, de nossa paróquia? Há nela vazios, espaços ou situações não atendidas pela ação de nossa Igreja? Nossa paróquia chega ao final de cada ano, com as mesmas pessoas ou pode constatar, com alegria, que novos sinais de vida foram despertados e foram integrados novos membros à família de Deus? Existem iniciativas para a formação do povo na fé, das crianças aos adultos? Nossa paróquia é animada por verdadeiro ardor missionário? 14 A paróquia é, na expressão local e concreta, aquilo que a Igreja é no seu todo. Nela, a Igreja manifesta, de maneira próxima e perceptível, sua vida e sua missão. Ela é uma comunidade organizada de batizados, de bens espirituais, simbólicos e materiais, de organizações e iniciativas que fazem a Igreja acontecer num determinado espaço e contexto. Se a paróquia vai bem, a Igreja também vai bem, se vai mal, a Igreja vai mal. A Igreja corre o risco de rodar no vazio e de ser reduzida a uma série de estruturas, instituições e organizações, sem chegar às pessoas concretas, se as paróquias não viverem bem sua identidade e missão e não forem a expressão de comunidades vivas e dinâmicas, ou se tiverem carência de objetivos e organização pastoral. Vale, pois, a pena darmos uma atenção especial à paróquia, com suas múltiplas realidades, realizando nela e através dela o processo de conversão pastoral e missionária, pedido na 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe. 15 A renovação da Paróquia é essencial para que nossa Diocese, grande comunidade de muitas comunidades de discípulos missionários de Jesus Cristo, possa realizar bem sua missão em todos os municípios que a compõem. Em vista da importância do tema e da necessidade de tratá-lo com mais tempo, para alcançar melhores frutos, é conveniente que a temática da paróquia se estenda para os 04 anos pastorais: 2012-2015. É também oportuno que se façam indicações metodológicas a serem aplicadas ao longo deste período pela equipe de Ação Evangelizadora da Diocese. Queremos lembrar também que em 2012, a Igreja estará lembrando os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, ocasião em que será de grande proveito retomar as grandes intuições e Documentos do Concílio para estudar, aprofundar e confrontar com o caminho feito de lá para cá, sob a 7

perspectiva das ações do povo de Deus. Este olhar sobre as paróquias poderá ser parte desse processo, certamente será muito proveitoso para nossa Diocese. 16 As definições da paróquia poderiam ser diversas. Cabe-lhe bem o conceito de comunidade missionária dos discípulos de Cristo no mundo atual. Trata-se de comunidade de pequenas comunidades, famílias, pessoas, grupos, organizações e instituições, que testemunham a variedade, a riqueza e a beleza dos dons de Deus e estão a serviço da missão recebida de Cristo. Essa mesma missão se expressa na diocese, confiada ao bispo, sucessor dos Apóstolos, e à universalidade da Igreja, confiada ao pastoreio do Sucessor de Pedro. A paróquia é também o conjunto de organizações, estruturas e iniciativas pastorais a serviço da vida e da missão da Igreja. Ela é o ícone visível daquilo que a Igreja de Jesus Cristo é em sua totalidade e em seu ministério humano-divino. Evidentemente, nenhuma paróquia se basta a si mesma, nem realiza sozinha e autonomamente a sua missão, mas o faz em comunhão com a Igreja particular, reunida em torno do bispo (a diocese), e em comunhão universal com a Igreja, reunida em torno do Papa. Contudo, a Paróquia é a Igreja na base, onde a vida e a missão da Igreja acontecem, é a célula viva da Igreja, lugar privilegiado no qual todos os batizados têm a possibilidade de fazer uma experiência concreta do encontro pessoal com Cristo e da comunhão eclesial. Por isso, independente das inúmeras dificuldades, é urgente que a paróquia se torne, cada vez mais, comunidade de comunidades vivas e dinâmicas de discípulos missionários de Jesus Cristo. 17 Entre as formas de renovação está a urgência de sua setorização em unidades territoriais menores, com equipes próprias de animação e de coordenação que permitam maior proximidade com as pessoas e grupos que vivem na região. Sabemos que nem sempre é fácil passar de uma paróquia centralizada em um único prédio, onde acontecem todas as atividades, a uma paróquia comunidade de comunidades espalhadas por todo o seu território. Importa, porém, investir na descentralização, seja iniciando experiências significativas, seja reconhecendo, no dia a dia das comunidades, o que já existe (DGAE 101). 8

18 As CEBs são estruturas de Igreja. É a Igreja na base ; células de estruturação eclesial (Medellin 15; Documento de Aparecida 178). São comunidades porque é aí que se experimenta a sociabilidade básica das relações fundadas na reciprocidade e na gratuidade (Doc 92 da CNBB), é permanente não transitória, como o grupo. É Eclesial porque lá estão presentes os elementos essenciais de uma Igreja: a Fé, o Anúncio, a Celebração, a Comunhão e a Missão. São de Base porque são formadas pela base social da Igreja: os batizados, povo de Deus e também porque são a base estruturante da Igreja. Sem comunidade não haveria Igreja. Tais características mostram a diferença entre CEBs e grupos, sejam de famílias ou qualquer outro). As novas Diretrizes afirmam que elas são a forma privilegiada de vivência comunitária da fé, inseridas no seio da sociedade sob a perspectiva profética (DGAE 102). Junto com as CEBS, existem outras formas válidas de pequenas comunidades e, inclusive, redes de comunidades de movimentos de grupos de vida, de oração e de reflexão da Palavra de Deus (DA 180, citado em DGAE, 103). Em uma Igreja comunidade de comunidades é imprescindível o empenho por uma efetiva participação de todos nos destinos da comunidade, pela diversidade de carismas, serviços e ministérios (DA 162). Por isso, é preciso promover a diversidade ministerial, para que todos trabalhem em comunhão, formação e funcionem em comissões, assembleias pastorais e conselhos, tanto no âmbito pastoral como no econômico-administrativo. A articulação das ações evangelizadoras através da pastoral orgânica, em conjunto, evitam qualquer tipo de competição (DGAE 104). 19 Como Outras pistas de ação se propõem: 19.1 - Estimular e fortalecer os conselhos das paróquias e comunidades, como um meio de articulação da ação evangelizadora descentralizada e, por isso, menos burocrática; 19.2 - Estimular o protagonismo dos leigos, através da sua participação, no planejamento, nas decisões e na avaliação e não somente na execução; 19.3 - Fortalecer a Pastoral Familiar como meio de ajudar a família a se tornar a primeira e fundamental experiência de comunidade; 19.4 - Inspirar as comunidades a agir no modelo das CEBS, uma vez que, além de todos os elementos eclesiais, levam ao compromisso social em nome do Evangelho e são expressões visíveis da opção preferencial pelos pobres; 9

19.5 - Apoiar grupos de jovens para que se formem líderes na comunidade; 19.6 - Organizar pastoral da acolhida; 19.7 - Dar ênfase e apoio ao serviço da caridade Cáritas; 19.8 - Apoiar e acompanhar o serviço aos dependentes químicos através da Pastoral da sobriedade. Há ainda outras sugestões de ações como: promover encontros paroquiais para os pequenos grupos mobilizados pela equipe diocesana; fortalecer os Conselhos Comunitários de Pastoral (CCPs); possibilitar a presença da Igreja nas residências de novos moradores ou mesmo na dos antigos através de celebrações (Palavra e Eucaristia), novenas, momentos de convivência cristã, dando preferência aos que têm dificuldade para sair de casa como doentes e idosos; incentivar criação de novos pequenos grupos; investir na comunicação de massa para ocupar espaços que possam ser usados pelos católicos. VI OBJETIVOS ESPECÍFICOS 6.1 Paróquia, Casa da Iniciação à Vida Cristã. Pista de ação: Adaptar a catequese com crianças e adolescentes em conformidade com o processo de iniciação cristã, fazendo com que a inspiração iniciática e catecumenal seja mais forte que a sacramentalista. 20 A paróquia é o espaço normal no qual os batizados vivem a sua condição de discípulos de Jesus Cristo, expressam sua fé e se organizam para viver a caridade e testemunhar a esperança, é o lugar onde se fazem a experiência pessoal e comunitária do encontro com Deus, por meio de Jesus Cristo, no dom do Espírito Santo. Por isso, a paróquia tem a missão de formar nos cominhos do Evangelho todos os batizados para que permaneçam fiéis e unidos a Cristo e à Igreja e tornem-se, de fato, missionários do Evangelho para o mundo. Nessa missão de despertar e formar discípulos missionários de Jesus Cristo devem ser envolvidas todas as forças vivas da Paróquia pessoas, grupos, organizações e instituições, todas elas devem ser casa para formação dos discípulos missionários. A paróquia, naturalmente, em comunhão com o Plano de Ação Evangelizadora da Diocese, precisa adequar seu próprio processo evangelizador e missionário, portanto é 10

indispensável preparar pessoas para ajudar nesse processo, não faltando impulsos na Igreja para promover a renovação missionária das paróquias. 21 Será dado, portanto, destaque especial ao trabalho evangelizador da Paróquia, o qual terá inicio no processo de iniciação à vida cristã, através de uma catequese eficaz, como se recomendou a Conferência de Aparecida (286-300). A catequese, como processo contínuo na formação da fé, deve estender-se a todas as fases da vida da pessoa. É importante tomar consciência sobre o que já existe e o que falta para que os fiéis recebam formação ao longo dos anos e nas diversas etapas da vida. Nossa preocupação constante será concentrada nos esforços para a superação do analfabetismo religioso em nossa Igreja. A experiência feliz e confortadora da fé será incentivo à busca do esclarecimento e ao conhecimento das verdades fundamentais da fé e da moral, da liturgia e da oração. A Sagrada Escritura e o Catecismo da Igreja Católica precisam tornar-se referência e companhia constante para os católicos em nossas comunidades. 22 A Iniciação Cristã não se esgota na preparação aos sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia. Ela refere-se à adesão a Jesus Cristo. Esta adesão deve ser feita uma primeira vez, mas refeita, fortalecida e ratificada tantas vezes quantas o cotidiano exigir (DGAE 41). Nos dias atuais, a catequese de inspiração catecumenal (DA 294), que equivale ao processo de iniciação cristã, adquire grande importância, não limitada a crianças, por isso é importante desenvolver, em nossas comunidades, um processo de iniciação na vida cristã, que conduza ao encontro pessoal com Jesus Cristo, portanto, é preciso dar grande valor à relação interpessoal no seio de uma comunidade eclesial. As pessoas não buscam em primeiro lugar as doutrinas, mas o encontro pessoal, o relacionamento solidário e fraterno, a acolhida, a vivência implícita do próprio Evangelho (DGAE, 85/86/89). 23 Como Outras Pistas de ação se propõem: 23.1 - Investir na formação de lideranças, principalmente os catequistas no anúncio da doutrina cristã e na formação continuada; 23.2 - Desenvolver um itinerário de catequese permanente, envolvendo as diversas linhas de pastoral, a partir do Querigma (Primeiro anúncio da Boa-Notícia). 11

23.3 - Aperfeiçoar a Catequese pré-matrimonial; Outras sugestões: formação e preparação dos catequistas iniciantes com diversas etapas e envio; aprofundamento para lideranças sobre a relação pessoal com a Palavra de Deus, a comunidade e o serviço; desenvolver atividades que permitam a aproximação e a integração das pastorais com a comunidade como: café comunitário, espaços de convivência ou feiras de pastoral. Com isso será possível perceber e encaminhar aqueles que necessitam iniciar ou completar seu processo de iniciação, motivar os jovens que estão engajados e, através deles, atrair os mais afastados, integrando-os às pastorais e movimentos, dando-lhes responsabilidade com o apoio da comunidade. Estabelecer um possível trabalho de unidade entre as paróquias, no sentido de conceder ao adolescente ou ao adulto o sacramento, quando esses estiverem de fato conscientes de seus valores. 6.2 Paróquia em Permanente Estado de Missão. Pista de Ação: Priorizar, na realização da missão permanente, os grupos de família. 24 Busca-se, portanto, não se tratar, de conceber a atitude missionária ao lado de outros serviços ou atividades, mas de dar a tudo que se faz um sentido missionário, estabelecendo, nesse conjunto de atividades desenvolvidas, algumas urgências que ajudem todos os batizados a efetivamente se reconhecerem como missionários (DGAE 35). A Igreja é indispensavelmente missionária (DA 347). Ela existe para anunciar, por gestos e palavras, a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. Fechar-se à dimensão missionária implica fechar-se ao Espírito Santo, sempre presente, atuante, impulsionador e defensor (Jo 14,16; Mt 10,19s; 30). Em Aparecida, a Igreja renovou o seu propósito de estar a serviço do Evangelho do Reino de Deus com novo ardor, novos métodos e novas formas. Somos discípulos missionários de Jesus Cristo no meio de nossos povos para que nele encontremos vida plena. Diante dos tempos novos e condições culturais mudadas, devemos rever seriamente nossas maneiras de ser e viver a vida e a missão eclesial, é preciso superar cansaços e formas inadequadas e ineficazes de evangelizar e fazer pastoral e imprimir à ação pastoral uma decidida preocupação missionária (DA 365-379) 25 Se isso vale para a Igreja como um todo, vale também, e especialmente, para a paróquia, comunidade de comunidades. Esse processo de conversão 12

pastoral precisa iniciar pela tomada de consciência sobre a natureza e a missão eclesial da paróquia, já mencionada neste texto. Torna-se necessária, portanto, uma corajosa e ampla verificação da realidade atual da paróquia, sobre o que existe e o que já se faz de bom, analisar onde há falhas e deficiências e constatar onde e como é preciso fazer mais e melhor. É bom ter presente algumas interrogações: Qual é o significado da paróquia no espaço da cidade em que ela se encontra? Ela é expressão viva e dinâmica da vida eclesial no meio desse povo? Torna-se necessário um planejamento de iniciativas para promover e alcançar, com fé, paciência e perseverança, a renovação missionária das paróquias. Fundamental é envolver nesse planejamento toda a comunidade paroquial, o Conselho Paroquial de Pastoral, as diversas representações de comunidades menores, as associações, os grupos e movimentos pastorais, entre outros, para se alcançar, com mais eficácia, o objetivo proposto. 26 Para tanto, a equipe de ação evangelizadora deve estar sempre atenta a oportunas orientações. Destaque-se ainda que, antes de renovar estruturas, é preciso renovar pessoas, mentalidades e posturas, trata-se de desenvolver uma nova cultura pastoral que tenha sempre presente a preocupação missionária. Onde estão os outros que não aparecem e não participam? Essa deve ser uma de nossas preocupações constantes. O que podemos fazer por eles para que retornem à Igreja? E o que podemos fazer por aqueles que nunca foram alcançados ou envolvidos pelo anúncio do Evangelho? Deveria haver alegria na paróquia cada vez que alguma pessoa a mais começa a participar da vida da Igreja. Quantas coisas bonitas temos em nossa Igreja para ser acolhida e vivida, como dom e graça, para ser expandida, de maneira missionária, ao nosso redor, para que nossas comunidades paroquiais sejam verdadeiramente missionárias! Disse o Papa Bento XVI, na abertura da Conferência de Aparecida: a Igreja sente-se discípula e missionária desse amor: missionária somente porque antes é discípula, capaz de deixar-se atrair, com renovado enlevo, por Deus que nos amou e nos ama por primeiro (1 Jo 4,10). A Igreja cresce muito mais por atração, como já dito, não por fazer proselitismo. 27 Uma coisa é certa: o futuro de nossa Igreja e da Paróquia depende também de nosso ânimo missionário hoje. Por isso mesmo, a preocupação 13

missionária não pode deixar de colocar seu foco na formação religiosa das crianças e dos jovens. Os casais e as famílias católicas devem merecer toda a atenção e apoio para que façam de seus lares verdadeiras células de vida cristã, elas são a primeira escola da fé para as novas gerações. Um grande trabalho missionário será realizado quando os pais cristãos fizerem bem a sua parte, iniciando os filhos nas verdades da fé e introduzindo-os na vida da igreja. 28 Como Outras Pistas de ação se propõem: 28.1 - Preparar e capacitar as lideranças para a missão, por exemplo, empenhar-se na criação do COMIPA (Conselho Missionário Paroquial) e Infância Missionária em cada paróquia. 28.2 - A paróquia deve favorecer o acolhimento das pessoas, seja nas celebrações litúrgicas, nas comunidades, nas secretarias paroquiais, nas horas de sofrimento e de dor e em todos os momentos, procurando estabelecer horários compatíveis a todos. 28.3 - Missionarizar - Incentivar o espírito missionário - em todas as atividades da paróquia, priorizando as áreas afastadas e os afastados. 28.4 - Articular e fomentar o trabalho com a juventude no âmbito da diocese e da paróquia. 28.5 - Criar e Fortalecer os grupos de Famílias. Para criar e fortalecer grupos de famílias, propomo-nos a realizar as seguintes atividades: verificar as necessidades das famílias do grupo; verificar, junto com catequistas, como está a catequese no grupo ou na sua quadra; ver se em seu setor ou sua quadra, ainda não há um grupo de famílias e convidar alguma pessoa vizinha para algum momento de oração, para a novena, para um encontro de oração ou estudo com o livro da diocese destinado aos grupos; observar se há pessoas doentes e que desejam a visita do Padre ou do ministro; observar se há famílias sendo aliciadas para abandonarem a fé cristã e a Igreja; observar se o agente do dízimo está entregando regularmente os envelopes; convidar os membros do grupo a participarem do processo permanente de missão; incentivar a participação dos membros dos movimentos de espiritualidade; conscientizar os católicos(as) que o cultivo da fé nos movimentos de espiritualidade é para melhor inseri-los à vida da paróquia, da comunidade, destacando que a base encontra-se nos grupos de famílias. 14

Outras metas importantes são: assumir ou auxiliar a preparação para os sacramentos; viabilizar a catequese nos grupos de famílias; desenvolver relacionamentos humanos permanentes, como amizades, ajuda e valorização das pessoas, dando ênfase ao respeito às diferenças; desenvolver atividades pastorais no interior dos grupos de famílias; procurar envolver nos grupos todas as forças vivas da paróquia ou comunidade; participar das manifestações públicas de fé da Igreja como: Romarias, Corpus Christi etc. A organização pertence ao pároco e/ou vigários em unidade com o CPP nas respectivas paróquias. A Equipe da Ação Evangelizadora da Diocese acompanhará o desenvolvimento dos trabalhos fornecendo subsídios e formações que facilitarão a realização da missão. 6.3 Paróquia a Serviço da Vida Plena para Todos. Pista de ação: Defender e promover a dignidade da vida humana, desde a fecundação até a morte natural. 29 As pastorais sociais deverão, ao longo destes quatro anos, desenvolver nas paróquias este objetivo.a vida é dom de Deus. O Evangelho da vida está no centro da mensagem de Jesus. Amorosamente acolhido cada dia pela Igreja, há de ser fiel e corajosamente anunciado como Boa Nova aos homens de todos os tempos e culturas (EV,1). As condições de vida de muitos abandonados, excluídos e ignorados em sua miséria e dor, contradizem com o projeto do Pai e desafiam os discípulos missionários a maior compromisso a favor da cultura da vida (DA 358/DGAE,66). Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10,10), o sentido desse texto do Evangelho traduz a missão de Jesus e, por extensão também a missão da Igreja. Em meio a um mundo marcado por tantos sinais de morte e inúmeras formas de exclusão, a Igreja, em todos os seus grupos, movimentos e associações, animados por uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral (DA 401) tem a importante missão de defender, cuidar e promover a vida, em todas as suas expressões (DGAE,106). 30 Queremos olhar, de forma especial a família, patrimônio da humanidade. Os trabalhadores, trabalhadoras e os migrantes, requerem respeito e ajuda para constituírem-se como pessoas dignas de tratamento sem distinção, pois as diferenças devem ser acolhidas sem preconceito e discriminação nas mais diversas 15

esferas. A preservação da natureza e o cuidado com a ecologia humana. Lembramos ainda sobre a necessidade de incentivar os leigos e leigas no campo político, formando-os para tal, no sentido de trabalharem para o bem comum. Urge uma presença mais efetiva da Igreja em regiões suburbanas, especialmente nas favelas. Consiste também em tarefa de grande importância a formação de pensadores e pessoas que estejam em níveis de decisão: o mundo universitário, o mundo da comunicação, empresários, políticos, dirigentes sindicais e comunitários e o mundo da cultura. Para tanto, faz-se mister um bom conhecimento da Doutrina Social da Igreja (síntese das DGAE, 117-120). 31 Paróquia e caridade pastoral. A paróquia deve ser o lugar da acolhida de todos, da prática de todas aquelas belas qualidades do Bom Pastor. A caridade deve ser pessoal, mas também comunitária e organizada; por isso, não devem faltar obras sociais e outras iniciativas de solidariedade social e de voluntariado, mesmo porque a caridade precisa estar atenta à promoção da dignidade da pessoa e dos direitos humanos. Faz parte da vida da paróquia a responsabilidade pastoral partilhada com toda a comunidade e também a boa administração dos bens materiais de que a paróquia precisa para viver e para cumprir sua missão. Por isso, a Igreja pede que, em cada paróquia, haja, além de um Conselho de Pastoral (Cân. 536), também um Conselho de Assuntos Econômicos (Cân. 537). 32 Como outras Pistas de ação se propõem: 32.1 - Fortalecer na paróquia e comunidades as pastorais sociais e atividades ligadas à Cáritas; 32.2 - Estimular as lideranças das comunidades para que conheçam a Doutrina Social da Igreja; 32.3 - Ter uma pastoral social estruturada, orgânica e integral, tanto em âmbito diocesano quanto paroquial, dotada de recursos humanos e materiais suficientes; 32.4 - Criação de Pastoral indigenista; 32.5 - Criação da pastoral universitária; 32.6 - Especial atenção precisa ser dada à Pastoral Carcerária, Comunidades terapêuticas, sem-terras etc, pois elas são mediação importante para uma presença 16

eficaz da Igreja junto à numerosa população reclusa em condições desumanas (síntese das DGAE 110-116). Outras sugestões: promover uma maior integração das pastorais sociais, a partir da Cáritas; incentivar em todos os ambientes a discussão sobre a Campanha da Fraternidade e sua temática, promovendo a responsabilidade de assumir compromissos com a defesa da vida, tendo como base a Doutrina Social da Igreja; incentivar os profissionais católicos a assumirem verdadeiramente a missão da Igreja; formar a pastoral familiar a respeito dos casais em segunda união; educar crianças e adolescentes sobre a solidariedade. 6.4 Paróquia, lugar de Animação Bíblica da Vida e da Pastoral. Pista de ação: Oportunizar a aquisição da Bíblia para todos, acompanhando a formação bíblica, possibilitando maior familiaridade com a Palavra de Deus, seja a nível pessoal e ou comunitário. 33 Anunciar a Palavra de Deus e testemunhá-la pela vida é a primeira e mais importante missão da Paróquia; é Jesus Cristo que, através da Comunidade paroquial, e nela, quer continuar a ser o anunciador e mestre da Boa Nova. A Igreja vive da Palavra de Deus, como vive da Eucaristia, Pão da vida. O anúncio da Palavra desperta e alimenta a fé, a vivência da Palavra frutifica nas boas obras e no bom testemunho do cristão no mundo. Sem um serviço constante e amoroso à Palavra de Deus, a fé esfria, a moral se desvia, as organizações eclesiais perdem o seu sentido e a comunidade fica desorientada. De São Jerônimo aprendemos que ignorar as Escrituras, é ignorar a Cristo. Toda a pastoral paroquial deve ser motivada, animada e impregnada pela Palavra de Deus. Ela deve ter lugar central na Igreja (VD 72-89). Antes de tudo, é na paróquia que deve ser proclamado constantemente, e integralmente, o Querigma cristão. O anúncio e a acolhida da Palavra de Deus acontecem de modo privilegiado na Liturgia, com a proclamação das leituras bíblicas e a homilia (VD 52-71), mas também são vivamente recomendadas a leitura e estudo bíblico pessoal ou em grupos e a prática da leitura orante da Palavra de Deus (VD 86-87). 34 A paróquia seja a casa da Palavra de Deus, nela ressoa-se constantemente a Palavra revelada, que é acolhida com fé e testemunhada de 17

muitas formas pelas obras da fé, esperança e caridade. Por isso, devem ser muitas as iniciativas paroquiais a serviço do anúncio da Palavra de Deus, voltadas para quem ainda não recebeu o primeiro anúncio, ou também para quem já está em um processo de iniciação à vida cristã, ou está precisando e querendo se alimentar sempre de novo na Palavra da Vida. A formação e alimentação na fé, nas diversas etapas da vida dos fiéis, são as primeiras e indispensáveis missões da paróquia. É, pois, no contato eclesial com a Palavra de Deus que o discípulo missionário, permanecendo fiel, vai encontrar forças para atravessar um período histórico de pluralismo e grandes incertezas (DGAE 47). A Igreja no Brasil quer investir, cada vez mais, na formação de todos os católicos para que, nas mais diversas formas de seguimento e missão, sejam agentes deste contato vivo, apaixonado e comprometido com a Palavra de Deus (DGAE 92). 35 Como outras Pistas de ação se propõem: 35.1 - Capacitar leigos e leigas para exercer o ministério da Palavra para que as comunidades sejam alimentadas e formadas pela Palavra de Deus; 35.2 - Privilegiar o método da Leitura Orante com seus quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação; 35.3 - Assumir a animação bíblica em todas as pastorais, movimentos e serviços; 35.4 - Melhorar a qualidade das homilias nas celebrações eucarísticas; 35.5 - Oferecer subsídios através dos meios de comunicação e outros instrumentos para que todos possam ter maior compreensão da Escritura; 35.6 - Aproveitar o site da Diocese, o jornal diocesano e o blog do SAV para informar-se sobre as atividades diocesanas e disponibilizar subsídios formativos. Outras sugestões: promover encontros específicos para as pastorais de modo que seus integrantes identifiquem mais claramente a própria vocação, missão à luz da Palavra de Deus. VII - CONCLUSÃO 36 - No rosto de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, maltratado por nossos pecados e glorificado pelo Pai, nesse rosto doente e glorioso, com o olhar da fé, podemos ver o rosto humilhado de tantos homens e mulheres de nossos povos e, ao mesmo 18

tempo, sua vocação à liberdade dos filhos de Deus, à plena realização de sua dignidade pessoal e à fraternidade entre todos. A Igreja está a serviço de todos os seres humanos, filhos e filhas de Deus. 37 - Quando falamos em Plano de Ação Evangelizadora, precisamos recordar que evangelizar não é um ato individual e isolado, mas profundamente eclesial e comunitário. O Documento de Aparecida afirma que não há discipulado (seguimento de Jesus Cristo), sem comunhão, sem comunidade (DA 156). A nossa fé em Jesus nos chegou por meio da comunidade eclesial e ela nos dá uma família. A fé nos liberta do isolamento e nos conduz à comunhão. A Igreja necessita renovar-se constantemente em sua vida e ardor missionário, transformando-se em redes de comunidades e promovendo a conversão pastoral para que se desenvolva, nos cristãos batizados, o amadurecimento no seguimento a Jesus Cristo e a paixão por anunciá-lo. 38 - Toda mudança é um processo que requer tomada de consciência pessoal, decisão e esforço para que, de fato, aconteça em nossas vidas. Como forma de renovação da paróquia, sugerimos alguns passos interessantes, como a setorização das paróquias em unidades menores, com equipes de animação, comunidades de famílias e leigos preparados para atender à necessidade de evangelização e servir àqueles que vivem situações aflitivas, nos diferentes meios em que possam estar. Por isso, a nossa decisão é valorizar ainda mais as nossas comunidades. A renovação das paróquias exige a reformulação de suas estruturas para que se torne uma rede de comunidades e grupos capazes de se articular, conseguindo que seus membros se sintam realmente discípulos missionários de Jesus Cristo. 19

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