Direito de Família e Sucessões na atualidade. Professoras Assistentes: Fabiana Domingues Cardoso e Fernanda Rocha Lourenço Levy



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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO Mestrado e Doutorado DIREITO DAS RELAÇÕES SOCIAIS -- 1 o Semestre de 2013 -- Direito de Família e Sucessões na atualidade Professor Titular: Professor Doutor Francisco José Cahali Professoras Assistentes: Fabiana Domingues Cardoso e Fernanda Rocha Lourenço Levy Início: 18 de fevereiro de 2013. 8h00 às 12h00 I APRESENTAÇÃO Desde tempos remotos a Família, base da sociedade e o início da formação do indivíduo, vem merecendo alterações e impondo modificações legislativas, de forma a adequar as leis e Tribunais aos novos arranjos e relações familiares. É a lei servindo o homem. Basta verificar, mais recentemente, nos últimos 50 anos aproximadamente, ou seja, na geração de muitos, expressivas modificações no sistema normativo a respeito do Tema. Veja-se, entre outras: Lei de Alimentos, nº 5.478/68, Lei do Divórcio, nº 6.515/77, Constituição Federal de 1988, Lei 8.069/90, Lei 9.278/96, Lei 8.971/98, Código Civil/02, Lei 10741/03, Lei 11.340/06, Lei 11.441/07, Lei 11.804/08, Lei 11.698/08, 12.318/10, Lei 12.344/10, Lei EC 66/10; e considere-se os diversos projetos pendentes de - 1 -

apreciação no Congresso Nacional, inclusive de codificação própria da matéria através do Estatuto das Famílias. De sua parte, o Direito das Sucessões, desde suas origens, encontra seu pressuposto e destino principalmente nas relações familiares, tanto assim que prestigiada a sucessão em favor dos parentes, impondo o Sistema Jurídico, inclusive, restrições à liberdade de testar. Daí sua intimidade e correlação com o Direito de Família. Sensível às transformações verificadas na sociedade, essas disciplinas: Família e Sucessões mereceram uma releitura para moldar seus contornos à esta nova realidade. Assim é que passaram a ser considerados os novos agrupamentos familiares, como irradiadores de efeitos jurídicos recíprocos, entre seus membros e em face de terceiros, acomodando-se os interesses de todas as pessoas envolvidas nesta nova família, com confirmação da igualdade de gêneros e de filhos, melhor interesse da criança etc.. É a dinâmica das relações familiares, interferindo diretamente nas relações jurídicas daí decorrentes. De um modo geral, o novo Direito acomodou a realidade brasileira em que significativa parcela da sociedade tem seu primeiro vínculo conjugal desfeito e constitui outra família, preservando os laços com anterior prole. Também se preocupou o Legislador (seguindo as diretrizes do Constituinte), com outra situação comum, consistente no expressivo número de famílias monoparentais. Em certa medida, garantidos os direitos fundamentais (como o de subsistência), foi um pouco abrandada, nas questões patrimoniais de família a interferência do Estado, abrindo, assim, um espaço maior de liberdade às pessoas. E, a intervenção do Estado continua nessa matéria a ser questionada por seus estudiosos. - 2 -

Ao contrário dessa perspectiva atual do Direito de Família, o Direito das Sucessões acabou por ser estruturado para atender aos interesses daquela família do passado. Fortaleceram-se proteções, por exemplo, historicamente fundamentadas nos cuidados à parte então mais fraca na relação conjugal aquela esposa. A seu turno, enxertando deslocadamente algumas regras a pretexto de se modernizar o texto, as inovações introduzidas pelas diversas emendas acabaram por retirar do Código sua identidade com o passado, sem, porém adaptá-lo ao presente, na medida em que se manteve a estrutura primitiva do projeto original. Aliás, diferentemente da parte de Família, onde firme foi a gestão de instituições para a adequação do texto à sociedade contemporânea, o Livro das Sucessões acabou merecendo pouca atenção, tendo esta indiferença refletido diretamente na sua falha estrutural. legislativo. Há, sem dúvida, um vício de origem neste trabalho E mesmo após dez anos de sua vigência, o Código Civil, se em seu advento afrontou as expectativas, deixou de solucionar velhos problemas, ao mesmo tempo em que faltou ao Legislador uma visão ampla da praxis, agora com certo amadurecimento e aplicação empírica, ainda permanecem as dificuldades, questionamentos e divergências, mas com mais autonomia dos operadores do Direito. Fato é que o direito sucessório mudou e também a família tradicional não é a única na sociedade atual. Mudanças há tempos reclamadas pela doutrina, outras nem tanto e algumas impostas verticalmente à sociedade, contrariando a tendência de nossa - 3 -

cultura. Mudanças que dão maior coerência ao sistema, outras que o perturbam e exigem atenção do intérprete no sentido de deslindá-las. Temas como a inovadora restrição à liberdade de disposição de bens destinados aos herdeiros necessários (incluindo o cônjuge como herdeiro necessário, conforme o regime de bens), limitando em parte o direito de propriedade do testador, ao se exigir justa causa para as cláusulas de incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade sobre os bens da legítima. Ou ainda, as questões das uniões homossexuais e até mesmo a formalização desses relacionamentos pelo nosso tradicional casamento veio à lume em julgamento histórico no Supremo Tribunal Federal que reconheceu a união estável e dois homens. E daí, para surgirem casamentos civis pelo país foi um passo rápido. Outrossim, vale relembrar, que subsistem pontos polêmicos na interpretação da Lei 11.441/07, mas sem dúvida comemorados os avanços dela inerentes. E sem dúvida, ainda provoca calorosos debates acadêmicos e na prática, a adequada exegese da Emenda Constitucional 66/2010. Para encerrar, o campo fértil da jurisprudência contemporânea oferece novidades por vezes até inimagináveis há poucos anos atrás, como o debate sobre os efeitos jurídicos das relações poliafetivas (ou pluriafetivas), e até mesmo a dupla parentalidade é busca da harmonização entre o impacto da afetividade e a resistência do direito posto. Estudar o Direito das Sucessões e de Família neste novo contexto, é um desafio, tendo em vista já ter sido decantada, na doutrina, a divergência sobre pontos cardeais do instituto. - 4 -

E com o propósito de promover a reflexão destes institutos, procedendo à profunda análise crítica da sistemática normativa vigente e por vir, e dos valiosos precedentes, pretende-se trazer ao exame as questões práticas enfrentadas pelo operador do Direito, sem deixar de lado o embasamento teórico e acadêmico, necessário à formação do convencimento sobre as posições que devam ser adotadas. Boas-vindas aos Mestrandos, e esperamos poder interagir no desenvolvimento do curso, de modo a propiciar a reflexão dinâmica sobre os diversos, rotineiros ou intrincados aspectos, práticos e teóricos do Direito das Sucessões e da Família, que sem dúvida, hoje traz ao operador do Direito apetitosas questões polêmicas. II OBJETIVOS DO CURSO O objetivo de um curso de Pós-Graduação consiste, fundamentalmente, em preparar o aluno para a carreira docente e torná-lo um pesquisador independente. Para se acompanhar satisfatoriamente um curso de mestrado/doutorado, é necessário partir de um certo nível de conhecimento da matéria, o qual se presume tenha sido previamente adquirido. Esses conhecimentos serão sistematizados e aprofundados através de pesquisas, leituras, e estudos periódicos, para, então, promover-se a reflexão conjunta propiciando a integração dos alunos e do professor. - 5 -

Todos os temas propostos serão abordados, primeiramente, no plano predominantemente teórico, cujo conhecimento é absolutamente indispensável no grau da pósgraduação, para, na sequência ser somado o enfoque prático das questões formuladas, fornecido principalmente pela análise crítica da legislação, doutrina e jurisprudência, despertando o aprofundamento do estudo para as intrigantes questões que o código e outras novas legislações fizeram nascer. III ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO DO CURSO O curso se desenvolverá em aulas semanais, às segundas-feiras, das 08:00hs às 12:00hs, em calendário a ser oportunamente detalhado: Cada sessão será dividida em duas partes, com intervalo de 20 minutos aproximadamente entre ambas. Na primeira parte da aula, o professor e os alunos assistirão a uma exposição feita por professor ou um dos alunos, acerca de tema previamente estabelecido e que deverá ter a duração de aproximadamente 40 minutos. Um dos temas a respeito do qual o aluno desenvolverá sua exposição será o mesmo de seu trabalho final, que deverá ser entregue, impreterivelmente, até 10 de JULHO de 2013. O objetivo precípuo das exposições dos alunos é o de se observar o potencial didático de cada um e proporcionar a oportunidade para que o aluno se desiniba, desenvolva e se organize, em condições de transmitir seu conhecimento através de um raciocínio claro, com linguagem tecnicamente correta e ao mesmo tempo acessível. - 6 -

Em seguida à exposição, haverá debates entre os alunos, orientados pelo professor, a respeito do tema que foi objeto da exposição. Para tanto, todos os alunos deverão ter estudado previamente o tema objeto da exposição trazendo suas reflexões, participando, inclusive, com o fornecimento de material pesquisado e precedentes jurisprudenciais, eventualmente não indicados pelo expositor. Esta etapa dos trabalhos é de extrema importância. A riqueza das discussões é fundamental para o desenvolvimento dos Mestrandos. Durante esses debates, o professor intervirá o mínimo possível e os pós-graduandos deverão expressar-se fundamentadamente e com clareza, demonstrando o conhecimento da matéria e a pesquisa previamente realizada. Na sequência, se fará um intervalo acima referido. Após o intervalo, serão cobradas dos alunos as respostas das questões apresentadas pelo professor na semana anterior, as quais deverão, necessariamente, ser entregues por escrito na sessão em que serão discutidas. A entrega das respostas das questões propostas (semanalmente), DIGITADAS e com indicação bibliográfica de obras compatíveis com a complexidade do tema, é obrigatória e constitui em uma das condições para que o desempenho do aluno seja avaliado positivamente. E, ao lado da investigação na doutrina, nacional e estrangeira, e da consulta à jurisprudência, mostra-se útil e produtiva a pesquisa a projetos de lei sobre a matéria com análise, inclusive, dos respectivos relatórios e pareceres de comissões parlamentares. Além de viabilizar o mais detalhado exame a respeito de problemas relevantes, esta etapa de debates sobre as questões - 7 -

propostas, proporciona ao curso uma dinâmica interessante, permitindo a troca de experiência pessoal/profissional e a maior proximidade entre os participantes, enriquecendo o conhecimento e a convivência acadêmica. Ainda neste etapa dos trabalhos, e com certa frequência, serão apresentados textos específicos, ou precedentes diferenciados, sobre os quais os alunos deverão promover uma análise crítica e verificação de sua eventual harmonia, ou não, em relação a posição de outros autores ou julgados, desenvolvendo, conforme o caso, relatório específico sobre o material analisado. III.a. Da comunicação: Grupo Virtual E-group A maioria das informações pertinentes às aulas e à disciplina, como as questões de seminários, artigos, julgados, alterações referentes às aulas e sua forma, novidades jurídicas e troca de ideias pertinentes à disciplina serão enviadas pelo professor através do grupo criado para tanto, bem como postados no site www.cahali.adv.br no link de Espaço Acadêmico, mediante a inserção da senha: 2013pos1. O e-group também será utilizado pelos discentes como veículo para troca de informações e discussão sobre o material encaminhado. ATENÇÃO: esta ferramenta é essencial e indispensável para o bom acompanhamento e interação da turma com o professor e disciplina. O endereço do grupo é: cahali-puc-pos-famsuc-2013-i Seu e-mail será adicionado automaticamente. - 8 -

IV CONTEÚDO DO CURSO -- PROGRAMA O curso pretende ser abrangente, abordando as questões atuais pertinentes ao Direito de Família e ao de Sucessões, sem prejuízo da análise de demais disciplinas pertinentes à matéria, além de toda a diversidade de seus efeitos. Apresenta-se, pois, um conteúdo básico, consistente nos temas a serem objeto de exposição pelos alunos, mas no desenvolver dos trabalhos, de forma interativa o curso poderá abordar outros aspectos relacionados à matéria. V AVALIAÇÃO São quatro (4) os itens a serem submetidos à avaliação, cuja análise em conjunto levará à nota final, a saber: 1. Uma prova escrita no final do semestre; 2. Análise dos trabalhos semanais e trabalho final, consistente este em monografia, digitada, de no mínimo 35 laudas, com assento em bibliografia nacional e estrangeira e em jurisprudência, a respeito do mesmo tema que foi objeto da exposição; 3. Comentário a um acórdão (ou sentença) selecionado pelo aluno sobre o tema, a ser entregue até 22 de Abril de 2013, em trabalho digitado, com aproximadamente 5 laudas de observações, indicando bibliografia nacional e estrangeira e jurisprudência se existente, e; 4. Exposição do aluno e seu desempenho nos debates e respostas às questões. Será considerado aprovado, recebendo os créditos correspondentes à matéria, o aluno que obtiver média final igual ou superior a 7,0 (sete). - 9 -

VI TEMAS PARA EXPOSIÇÃO Cada aluno deverá apresentar um tema relativo ao Direito das Sucessões, e um tema relativo ao Direito de Família, à exceção de dois dos assuntos devidamente indicados. IV.a. Temas de Direito das Sucessões: 1. O direito sucessório do cônjuge orientações predominantes e questões ainda polêmicas. 2. O direito sucessório decorrente da união estável orientações predominantes e questões ainda polêmicas. 3. A identificação da legítima, e suas garantias (inclusive com relação às cláusulas testamentárias estabelecidas para gravar o patrimônio). 4. A invalidação da partilha em inventário judicial e extrajudicial (inclusive pela superveniência de herdeiro). 5. Planejamento patrimonial como instrumento de organização da sucessão e prevenção de conflitos relativos a herdeiros, dissolução do casamento e/ou união estável de sócio/acionista etc. (tanto com relação a patrimônio titulado em nome de pessoa física, como também com relação a holding patrimonial, empresas familiares e participação em outras empresas com ou sem maioria do capital/ações - tema comum em família e sucessões; o aluno que escolher este assunto, terá uma única apresentação, inclusive com período de exposição estendido, por abranger os dois temas). 6. A Lei 11.441/2007: questões polêmicas na atualidade; seu confronto com a reforma do Código de Processo Civil e propostas de revisão (tema comum em família e sucessões; o aluno que escolher este assunto, terá uma única apresentação, inclusive com período de exposição estendido, por abranger os dois temas). IV.b. Temas de Direito de Família: 1. Regime de bens questões polêmicas (separação obrigatória x separação legal, mutabilidade, partilha de FGTS, indenizações, previdência privada, honorários etc.). - 10 -

2. A EC 66/2010 e seus reflexos na complexidade das questões que envolvem a dissolução da sociedade conjugal. 3. A paternidade socioafetiva x biológica - aplicações e repercussões. 4. Alimentos questões polêmicas, inclusive quanto às formas de execução. VII BIBLIOGRAFIA BÁSICA CAHALI, Francisco José e HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes - Direito das Sucessões, 4 a ed., São Paulo: RT, 2012.. Curso de Arbitragem. São Paulo: RT. 2 ed. 2012. CAHALI, Yussef Said, Separações Judiciais e Divórcio. São Paulo: RT.12ª ed. 2011.. Dos Alimentos. São Paulo: RT. 7ed. 2012.. CAHALI, Francisco J. (coord.) Doutrinas Essenciais: Família e Sucessões. São Paulo: RT. 2011. CARDOSO, Fabiana Domingues. Regime de bens e Pacto Antenupcial. São Paulo: Gen/Método. 2010. CUNHA, Rodrigo da; MADALENO, Rolf. Direito de Família. Processo, teoria e prática. Rio de Janeiro: Forense. 2008. DE ALMEIDA CAMARGO NETO, Theodureto. et al. Grandes Temas de Direito de Família e Sucessões. São Paulo: Saraiva. 2011. DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias, São Paulo: RT. 9 a. ed., 2013.. Manual das Sucessões. São Paulo: RT,. 2 ed. 2011.. Incesto e Alienação Parental. São Paulo: RT. 2007. HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Morrer ou Suceder - Passado e Presente da Transmissão Sucessória Concorrente. São Paulo: RT. 2011. GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil. V. 6. São Paulo: Saraiva. 2 ed. 2012; GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. v. 06. São Paulo: Saraiva. 10 ed. 2013.. Direito Civil Brasileiro. v. 07. São Paulo: Saraiva. 7 ed. 2013. GURGEL, Fernanda Pessanha do Amaral. Direito de Família e o Princípio da Boa-fé Objetiva. Curitiba: Juruá. 2009. - 11 -

LAGRASTA NETO, Caetano. et al. Direito de Família. São Paulo: Atlas. 2 ed. 2012. LEITE, Eduardo de Oliveira. Comentários ao Novo Código Civil Do Direito das Sucessões Arts. 1.784 a 2.027. XXI. Coord. Sálvio de Figueiredo Teixeira, Rio de Janeiro: Forense, 2003. LEVY, Fernanda R. L. Guarda de Filhos. Os conflitos no exercício do poder familiar. São Paulo: Atlas. 2008. LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil. Família e Sucessões.v.5. São Paulo: Saraiva. 7 ed. 2012. LOBO, Paulo. Direito Civil. Famílias. São Paulo: Saraiva. 4 ed. 2012. ROLF, Madaleno. Curso de Direito de Família. Rio de Janeiro: Forense. 4 ed. 2011. SILVA, Regina Beatriz Tavares da. Divórcio e Separação. São Paulo: Saraiva. 2 ed. 2012. TARTUCE, Flavio. Manual de Direito Civil. São Paulo: Gen/Método. 3 ed. 2013.. SIMÃO, Fernando. Direito Civil. v. 5 e 6. São Paulo: Gen/Método. 8 e 6 ed. 2013. Revista Brasileira de Direito das Famílias e Sucessões, Belo Horizonte: Ed. Magister/IBDFAM; http://www.ibdfam.org.br - 12 -