NOVEMBRO 2008 ENTREVISTA PAULO ROLLO, VIAJANTE PROFISSIONAL O QUE FAZEM OS SOLITÁRIOS FLORIANÓPOLIS A NOSSA ILHA



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Meu nome é José Guilherme Monteiro Paixão. Nasci em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, Estado do Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1957.

Transcrição:

Publicação da associação brasileira de distribuidores volkswagen Ano 31 n 262 NOVEMBRO 2008 ENTREVISTA PAULO ROLLO, VIAJANTE PROFISSIONAL FLORIANÓPOLIS A NOSSA ILHA O QUE FAZEM OS SOLITÁRIOS

Sozinho sim, com prazer Entre as faces novas que o Brasil adquiriu na última década em conseqüência de sua estabilidade econômica e amadurecimento político-social, todas identificadas como imagens de sociedades sofisticadas, uma delas é bastante significativa para o varejo. Trata-se do grupo de brasileiros catalogado como single, isto é, pessoas que por uma razão ou outra, em fases diferentes da vida, moram sozinhas. Um contingente volumoso que representa aproximadamente 16% dos lares brasileiros e que consome produtos e serviços de primeira linha, exigindo um atendimento mais que diferenciado. Showroom entrevistou especialistas e foi atrás de estatísticas que revelaram dados surpreendentes sobre essas pessoas: os sozinhos já são uma tendência da população brasileira no total de arranjos familiares, segundo a Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo IPEA. A proporção de homens sozinhos cresceu de 5,4% para 7,6%, ou seja, 4,2 milhões de homens brasileiros no momento da enquete viviam sozinhos. Os domicílios formados por mulheres sozinhas são ainda mais expressivos: sua proporção passou de 6,2% em 1992 para 8,5% em 2007, e significa 4,7 milhões de mulheres vivendo sozinhas. Quem são essas pessoas, o que e como compram, o que desejam? Qual é, afinal, o seu potencial de consumo? Responder a estas perguntas e se adequar a estas necessidades é o desafio do marketing, das indústrias e do varejo dos mais diversos setores. As estatísticas fornecem algumas pistas para ajudar a entendê-los. A maioria são pessoas entre 35 e 54 anos, pertencentes às classes AB, das quais 53% são mulheres. Um grupo multivariável com diferentes estilos de vida. Uns são jovens que saem da casa dos pais em busca de independência ou para estudar, outros, jovens profissionais solteiros. Outra parte é composta por descasados de meia-idade, homens e, em maior número, mulheres contingencialmente sós, em fase de transição emocional, ou ainda pessoas que, após alguma separação, decidiram permanecer sós. Outro subgrupo dentro desse universo são os idosos. Por si só, um filão de mercado relevante e que já mereceu atenção desta revista. Apenas para recordar, diz o IBGE que os idosos são 10,5% da população brasileira, 18 milhões de pessoas com potencial de consumo de R$ 7,5 bilhões. Desses nem todos estão sós, mas os que estão, são chamados pelo marketing de sobreviventes solitários. Pessoas que já constituíram famílias, criaram filhos, separaram-se ou enviuvaram e que têm uma expectativa de vida mais elevada, com saúde, independência financeira para gastar e consciência sobre como e o que consumir. Em suma, quem ama os solitários ganha dinheiro com eles. Foi o que colocaram em prática já há alguns anos os segmentos de fast-food, delivery e imobiliário, por exemplo, passando a ofertar produtos especialmente para eles. Mas a maioria da indústria e do varejo nacional ainda não despertou para o potencial concentrado nos bolsos e na alma dos sozinhos, gente que precisa de muitos serviços, uma vez que não tem tempo para dedicar-se às tarefas do dia-a-dia e ninguém com quem dividi-las, e que exige muito, porque valoriza o dinheiro que ganha embora o gaste na mesa proporção. Afinal, é gente que investe em si mesma, com racionalidade e prazer. Conselho Editorial S H O W R O O M 3

CAPA REDENEws A PASSEIO 3 Recado A mensagem do Conselho Editorial. 5 Cartas O que dizem sobre Showroom. 6 Quem Passou Por Aqui Amigos e personalidades que visitaram a Assobrav e o Grupo Disal. 8 Gente Poucas pessoas têm a coragem, a determinação e o privilégio de fazer o que querem. Menos ainda as que conseguem manter um bom padrão de vida e acumular alguma riqueza levando o dia-a-dia de maneira leve e trabalhando com muito, muito prazer. Paulo Rollo é uma delas. Há 23 anos ele é um viajante profissional. Conhece 71 países, tornou-se um ótimo jornalista, fotógrafo e escritor, passou a ser empresário de si mesmo e nem pensa em parar: Estou vendendo esta propriedade uma linda chácara em Florianópolis com vista mais linda ainda porque quero viajar permanentemente, disse ele a Showroom, entre muitas outras revelações. 4 13 TechMania O que acontece nos laboratórios e pistas de testes da indústria automobilística, segundo o jornalista Fernando Calmon. 16 Consulta SEBRAE As dicas dos consultores do SEBRAE. 18 Capa A propaganda, as indústrias e o varejo começam a abrir os olhos na tentativa de entender um segmento muito particular da população que cresce dia a dia e ganha cada vez mais representatividade: os single. Pessoas que por uma razão ou outra, em fases diferentes da vida, moram sozinhas. Um contingente volumoso que representa aproximadamente 16% dos lares brasileiros. Onde e como vivem? Que lugares freqüentam? O que e onde compram? O que almejam? Estas perguntas precisam ser respondidas por todos aqueles que acreditam no poder dos single. Um grupo muito exigente, que gasta consciente, mas que consome muito e bem. 24 RH É premente a necessidade de treinar pesadamente os líderes. A sua preparação é uma questão de bom senso, pois a liderança competente é capaz de formar seguidores para melhor compor a equipe. Já, líderes despreparados arrastam pesados obedientes. 26 RedeNews O que acontece na Rede Volkswagen e no mundo automotivo. 32 A Passeio Destino badalado há anos, Florianópolis, a capital do estado de Santa Catarina, é bela e fascinante. Tem infra-estrutura de centro urbano, inclusive congestionamentos. Ao mesmo tempo, natureza exuberante com mangues, lagoas, dunas, morros e o melhor: praias. De águas mansas ou agitadas, urbanas ou quase desertas, em tons de azul e verde, de areias brancas ou escuras. Em Floripa, como é carinhosamente chamada, há uma miríade de possibilidades. Não à toa, atrai gente de todos os lugares e de todas as tribos, encantados com a ilha da magia. 38 Freio Solto A opinião, a crítica e a ironia do jornalista Joel Leite. 40 Novidades O que há de novo em eletrônica digital, periféricos de informática e outras utilidades. 41 Livros&Afins Nossas recomendações para a sua biblioteca, cedeteca e devedeteca. 42 Vinhos&Videiras A opinião abalizada de Arthur Azevedo, diretor executivo da ABS Associação Brasileira de Sommeliers SP, editor da Revista Wine Style e do site Artwine (www.artwine.com.br) 42 Mesa Posta Histórias de receitas e de cozinheiros.

Marketing cara a cara Quero cumprimentar o consultor João Abdalla Neto, do SEBRAE-SP por seu artigo Marketing um a um na micro e pequena empresa. É possível fazer?, publicado na edição de setembro (nº 260). Ele ensina que fazer marketing é uma coisa simples e que não necessariamente são precisos softwares de gestão sofisticados ou gente altamente especializada. Basta saber quem são e ouvir os clientes. E para isso é suficiente escrever, à mão mesmo, o nome deles em um caderno. Pronto, está feito um cadastro de clientes! Daí para frente é falar com eles. Perguntar o que acham da nossa empresa, onde falhamos, o que gostariam de encontrar em nossas prateleiras...meu avô e meu pai fizeram isso a vida inteira e construíram um belo patrimônio. Hoje eu tenho a empresa informatizada, mas se por qualquer razão essa facilidade tecnológica deixasse de existir, eu não teria dúvidas nem receio: começaria um caderno. Parabéns por transmitir um conceito sofisticado de maneira tão simples e verdadeira. José Luiz Comerciante Voyage Muito bonito o novo sedan da Volkswagen, o Voyage. Fui vêlo em uma concessionária e ele corresponde ao que vocês disseram na edição passada (Nº 261 Outubro 2008). Ele tem classe, é amplo e ao mesmo tempo tem aquele ar de modernidade. Parabéns! Espero que os juros voltem a cair para poder comprar o meu logo mais. Marcelo Ryt São Paulo SP Comportamento infantil Muito bom o artigo do psicólogo Armando Siqueira Neto Somos adultos? (Edição 261 Outubro 2008). De maneira elegante, ele deu um toque em muita gente que embora tenha idade cronológica madura, age como criança. Esse tipo de comportamento que foge às responsabilidades ou que coloca a culpa sempre nos outros é muito comum no ambiente de trabalho. Sem contar as mágoas por picuinhas e maledicências. Seria ótimo se todas as empresas tivessem um setor de RH que detectasse essas crianças e as tratasse para se tornarem adultos no sentido total da palavra. Ana Janira Borin São Paulo SP Destinos para a maioria dos bolsos Achei bem convidativas as ilhas Maldivas, especialmente quando apresentadas em fotos grandes e bonitas como na Revista Showroom (Seção A Passeio, Edição 261 Outubro 2008). Pena que o pacote turístico para lá não seja igualmente atraente. Sugiro que vocês façam reportagens sobre locais mais em conta, como Paraty ou Salvador, já retratados na Revista, assim, a maioria dos leitores terá a possibilidade de ver ao vivo e em cores as belezas que vocês mostram. Rui P. - Porto Alegre RS Publicação mensal da Ano 31 Edição 262 novembro de 2008 Conselho Editorial Antonio Francischinelli Jr., Carlos Alberto Riquena, Evaldo Ouriques, Juan Carlos Escorza Dominguez, Mauro I.C. Imperatori e Silvia Teresa Bella Ramunno. Editoria e Redação Trade AT Once - Comunicação e Websites Ltda. Rua Itápolis, 815 CEP 01245-000 São Paulo SP Tel (11) 5078-5427 editoria@tato.com Editora e Jornalista Responsável Silvia Teresa Bella Ramunno (13.452/MT) Redação - Rosângela Lotfi (23.254/MT) Projeto Gráfico e Direção de Arte Azevedo Publicidade - Marcelo Azevedo azevedocom@terra.com.br Publicidade Disal Serviços - Maria Marta Mello Guimarães Tel (11) 5078-5480 mmello@grupodisal.com.br Impressão Gráfica Itú Tiragem 6.000 exemplares Revista filiada à ABERJ Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte. As matérias assinadas são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a posição da Assobrav. Registro nº 137.785 3º Cartório Civil de Pessoas Jurídicas da Capital de São Paulo. Assobrav Av. José Maria Whitaker, 603 CEP 04057-900 São Paulo SP Tel: (11) 5078-5400 assobrav@assobrav.com.br Diretoria Executiva Presidente: Elias dos Santos Monteiro Vice-presidentes: Carlos Roberto Franco de Mattos Jr., Evandro Cesar Garms, Heloisa Souza Ribeiro Ferreira, Luiz Sérgio de Oliveira Maia, Mauro Pinto de Moraes Filho, Mauro Saddi, Nilo Augusto Moraes Coelho Filho, Rogério Wink e Walter Keiti Yaginuma. Presidentes dos Conselhos Regionais Região I: Antonio Carlos Nazzar Região II: Luiz Alberto Reze Região III: Alexandre Viel Região IV: Luis Maria Belisanda Região V: Helder Tenório Lins Região VI: Ignacy Goldfeld Região VII: Eric Braz Tambasco Conselho de Ex-Presidentes Sérgio Antonio Reze, Paulo Pires Simões, João Cláudio Pentagna Guimarães, Orlando S. Álvares de Moura, Amaury Rodrigues de Amorim, Carlos Roberto Franco de Mattos, Roberto Torres Neves Osório, Elmano Moisés Nigri e Rui Flávio Chúfalo Guião. Foto de capa: divulgação S H O W R O O M 5

Gerente master da VW Orvel Veículos, de Teófilo Otoni, MG, Ricardo Cunha, em movimentado encontro de base... Agenor Bacchin Jr., um dos titulares da VW Morumbi Motor, da capital paulista, em pose escolhida diante de obra de arte, reafirmando o bom gosto e a elegância da família... Jalcedir Novello, diretor da VW Panambra, do Rio Grande do Sul, presença notada nas reuniões técnicas, disposto para mais um estudo de mercado... O sucessor Guilherme Monteiro, da VW Vecol, de Cordeirópolis, SP, ganhando posições no Negócio Volkswagen e já assíduo às reuniões da marca... Jacson Drews, também sucessor e já atuando na diretoria da VW Carburgo, de Nova Hamburgo, RS, para uma visita minuciosa às empresas do Grupo Disal em São Paulo... 6

Rogério Tofic, do lendário departamento de Peças e Acessórios da Volkswagen do Brasil, para controlar um indício de incêndio... realmente, apenas um indício... O gerente administrativo da VW Dama, de Maringá, interior de São Paulo, Gerson Pignatti, em momento de pausa durante reunião do Programa Sinal Vermelho... Juarez Picanço, titular da VW Luson, de São José dos Pinhais, PR, para mais uma rodada de troca de informações entre as regiões que compõem a Rede VW... Titular da VW Pampa, de Passo Fundo, RS, Renato Bellotti, ajeitando os óculos para não perder nenhum detalhe da apresentação da Montadora sobre as perspectivas da marca... O consultor da T-Systems, Reginaldo Quideroli, controlando o tempo, que passa veloz, entre tantos compromissos... S H O W R O O M 7

Paulo Rollo Profissão: viajante À amizade, o mais elevado dos amores. Por Silvia Bella 8 Com esta dedicatória, o jornalista, fotógrafo, escritor e empresário de si mesmo Paulo Rollo abre o relato de sua invejada vida profissional no livro Volta ao mudo em 8.000 dias, lançado recentemente e por enquanto disponível apenas através do seu site www.paulorollo.com. Paulo é invejado não só porque é pago para viajar, mas porque é patrocinado por uma porção de empresas bacanas, para viajar de uma forma mais bacana ainda: de carro, apreciando as paisagens mais lindas do mundo e vivendo experiências interessantes, tudo muito diferente do que se espera de um executivo em viagens de negócios, enfrentando incontáveis reuniões e hospedando-se em hotéis luxuosos porém impessoais ou até mesmo de um jornalista especializado no setor automotivo, como é o caso dele, que tenha o compromisso de relatar técnica e precisamente as impressões do último test-drive. Claro que Paulo segue um roteiro e muitas vezes corre atrás do tempo perdido; também tem compromissos pré fixados, como dar coletivas de imprensa nas principais cidades que atravessam o seu trajeto e enviar textos e fotos para os inúmeros jornais e revistas com os quais colabora, mas tudo isso é feito com a leveza e o prazer de quem está muito à vontade em sua missão. E é exatamente esse Fotos: Jeanne Look e Paulo Rollo o clima transmitido em seu livro, que revela algumas das mais marcantes experiências que teve ao longo de 23 anos de aventuras e mais de um milhão de quilômetros rodados pelas estradas de 71 países. Escrito com a objetividade e o charme dos bons jornalistas, o livro é um excelente guia para os que como ele querem viver intensamente as diferenças naturais e culturais do planeta e constatar, acima de tudo, que o que vale nesta vida mesmo é contar com os outros. O tributo à solidariedade, à camaradagem e à confiança no confronto do semelhante fica claro em cada capítulo. Sem a ajuda de algumas pessoas que cruzaram o seu caminho em muitas situações de aperto, Paulo Rollo não teria, no mínimo, continuado sua viagem, muito menos superado a fome, o frio e a absoluta falta de dinheiro ou se livrado de terroristas na fronteira de um país centro-americano. Não teria, por fim, aprendido o que aprendeu. Revista Showroom: A vida que escolheu se deveu a que? Paulo Rollo: O principal motivo foi desde criança ter a curiosidade de conhecer o mundo, povos, culturas.

A primeira vez em que me caiu em mãos um Atlas eu me apaixonei; ficava viajando nas imagens e foi nascendo o desejo de conhecer os lugares pessoalmente. Só que eu não tinha grana para isso. Então comecei a viajar pelo Brasil de carona, em uma época em que ainda havia alguma segurança. Quando já tinha percorrido 18 Estados brasileiros, resolvi chutar o balde: vendi tudo o que tinha - e quando digo tudo, é tudo mesmo, até roupas que eu sabia que não ia precisar, discos e livros - e comprei uma passagem para a Europa. Cheguei na Espanha, que era o ponto mais curto e mais barato, mas meus planos já começaram a mudar ali. Eu tinha me programado para chegar na Espanha e imediatamente ir para Andorra, país que fica entre a Espanha e a França nos Pirineus, porque lá tem isenção de impostos e eu poderia comprar a moto que queria para rodar a Europa, mas já deu tudo errado e eu acabei indo para a Itália. Por sinal, foi esse episódio que me fez adotar um lema para todo e sempre: seguir o instinto; a situação do momento é que deve nos levar à ação seguinte. A partir de então eu aprendi a viajar sem muito planejamento... É mesmo? Todo mundo sonha em fazer uma grande viagem, não é verdade? Só que a metade das pessoas não realiza essa viagem por excesso de planejamento: Ah!, eu não sei se essa grana vai dar, se os dias que eu tenho de férias serão suficientes etc... Errado, faça um pequeno planejamento e parta: não fique pensando demais porque senão não sai. Você mesmo se auto-limita. Você é o oposto do Amyr Klink, que é o rigor em planejamento... O caso dele é diferente porque não tem como pedir ajuda a ninguém. Ele está sempre em alto mar. Eu não, conto sempre com a solidariedade das pessoas; se o carro quebrar, posso sempre pedir ajuda a alguém. Mesmo nos lugares mais remotos sempre dei um jeito. Mas enfim, minha filosofia para viajar o melhor possível é não ter muito planejamento, que é o grande barato de viajar. Você quer dizer, o fator surpresa? Sim e isso acontece comigo direto. Na primeira grande viagem que fiz, a surpresa foi a Colômbia. Eu estava na fronteira do Equador morrendo de medo, porque as informações que a gente tem sobre a Colômbia são terríveis. Bom, não só eu me apaixonei pela Colômbia e voltei lá várias vezes, como a coloco entre os cinco melhores países para conhecer. Realmente é surpreendente... É demais. Virei um embaixador da Colômbia e pode constatar, quando encontrar alguém que conhece a Colômbia você verá que a opinião é a melhor possível. A primeira vez que fui pra lá pensava em ficar cinco dias e acabei ficando três meses. Mas, me diga, mudando de planos assim, como fica a sua profissão, o seu ganhapão? No início eu não era um viajante profissional. Hoje cada viagem grande é um projeto e eu tenho um roteiro, prazos a cumprir, uma agenda a seguir, mas o sustento se dá através dos patrocínios, porque escrevendo, você sabe, (risos)... Então eu consigo subsídios através dos patrocínios e envio reportagens para 42 jornais e algumas revistas, inclusive estrangeiras, mas não é delas que vem o meu ganha-pão. São os patrocinadores que investem em um profissional que vai - de todo jeito, superando qualquer obstáculo que aparecer - levar a imagem deles a locais previamente estudados. Por isso, a cada tantos quilômetros percorridos existe uma coletiva de imprensa, uma solenidade com autoridades governamentais, enfim, momentos que garantem ampla divulgação às empresas que me apóiam nessas viagens, sem dúvida interessantes e inusitadas para a imensa maioria das pessoas. Mas no início, antes de ser famoso, antes de ter o texto aprovado pela imprensa, antes de ser um bom fotógrafo, como foi? Pois é, a primeira tentativa que fiz não deu em nada. Não consegui levantar um dólar para patrocinar minha primeira viagem pela Europa de moto. Daí o que fiz foi visitar a revista mais influente de motos à época, que se chamava Moto Show da Editora Três que depois virou Motor Show. O pessoal da redação foi super legal, o coordenador da revista adorou minha idéia, que é o Marc Petrier, um suíço que é meu amigo até hoje e é secretario da Federação Internacional de Motociclismo que tem sede em Genebra. Bem, o Marc me propôs o seguinte: você sabe fotografar? Não, respondi, mas estou disposto a aprender...então compra uma máquina fotográfica e escreve algumas reportagens; se forem boas a gente publica. Bom, pensei, pelo menos a minha idéia rolou. Tentei por mais um tempo procurar patrocínio, mas não consegui nada, então decidi ir com minha grana mesmo. Fui pra lá e, de cara, na Itália, pintou a chance de participar de um rally turístico pela Toscana. Participei, e ainda ganhei um troféu por ser o motociclista que vinha de mais longe. De conseqüência escrevi uma matéria e o pessoal da revista falou: Paulo adorei, não mudamos uma linha, suas fotos estão super legais e vamos publicar uma matéria de quatro páginas. Então eu já comecei muito bem no jornalismo. Meu primeiro texto publicado tinha quatro páginas. A partir daí, a revista Club Honda também quis uma matéria e logo em seguida uma revista italiana me pediu outro texto. Então, apesar de eu ter largado a escola oficial muito cedo, me tornei um autodidata e segui este caminho, tanto que no projeto S H O W R O O M 9

seguinte eu já consegui alguns patrocinadores, que me permitiram não só viajar, que é a minha paixão, como viver disso. Você tem esta casa linda aqui em Florianópolis, criou raízes, virou catarinense? Não, eu continuo paulistano...não suporto que falem mal de São Paulo...se for um carioca, então...(risos) Só eu, você e outros paulistanos podemos falar mal daquela cidade, mas o fato é que apesar de eu gostar muito do silêncio e da qualidade de vida que tenho aqui, sou um andarilho, não consigo ficar em um só lugar por muito tempo... Quanto tempo você fica no quartel general e quanto tempo fora? Varia, mas, em média, cinco meses na estrada e sete meses aqui. Eu gostaria de ficar mais tempo na estrada do que aqui, por isso meu grande sonho é comprar um motor home. Aí terei uma casa com vista para aonde quiser. Porque sabe o que acontece? Eu aprendi a amar tantos lugares que sinto falta deles. Quer dizer que você está sempre pronto para sair? Sem dúvida, tenho sempre a mala pronta que, aliás, tem pouquíssima coisa. Outro erro que as pessoas cometem é levar muitas coisas. Numa viagem longa, de carro, por exemplo, menos é mais. Quanto menos coisas você levar, mais conforto você terá. O exagero de malas influi no consumo de pneus, de combustível, e se torna mais difícil encontrar as coisas quando se precisa delas.. Qual é a mala recomendada para umas três semanas de viagem? Umas 20 camisetas porque a lavanderia também é cara - que você enrola e não ocupam espaço, 20 cuecas, 10 pares de meias, um moletom, duas calças jeans, um par de tênis - porque quando aquele gastar, você compra outro - um par de chinelos e um sobretudo, gorro e um par de luvas de lã, dependendo para onde for. O pecado é que a gente vai passando pelos lugares e vendo coisas legais que quer comprar, como um livro, uma escultura, um quadro, então é bom ter espaço na mala para trazer algumas coisinhas de fora ou resistir à tentação. Uma idéia legal para ter um souvenir de cada país é comprar ímãs de geladeira. Não ocupa espaço e você pode olhar para os melhores momentos da sua viagem sempre. Cinco meses viajando...quanto 10 dinheiro é preciso levar? Essa última viagem que fiz consumiu, mais ou menos, 10 mil reais por mês, incluindo hospedagem, alimentação, combustível, pedágios, vistos e taxas para duas pessoas, o que dá 330 reais por dia. É bem pouco para duas pessoas, mas é bom que se ressalte: nesse esquema não existem hotéis de luxo, restaurantes caros, ingressos para espetáculos. Para viajar com pouco dinheiro é preciso ser despojado e economizar em pequenas e grandes coisas. Por exemplo, a Jeanne, minha mulher, é vegetariana, mas abriu mão da sua dieta durante a viagem, porque é muito difícil encontrar restaurantes vegetarianos em localidades pequenas, além de não se poder perder tempo procurando por eles. Porque, na verdade, nossas viagens são viagens de trabalho; a gente se diverte, mas tem um compromisso, uma agenda a cumprir. Então a Jeanne abriu uma honrosa exceção e comeu pequenas porções de peito de frango. Você leva alimentos no carro? Levo sempre frutas secas. É fundamental tê-las porque são fonte de energia, então faço um mix de castanha-do-pará, amêndoas, nozes, damasco, uvas-passa e claro, muita água. As pessoas não se dão conta, mas o ar-condicionado do carro e o sol são grandes agentes de desidratação. Quanto você consegue dirigir direto? Eu já fiz 1.300 km direto e sozinho, cruzando vários países da Europa. Você não tem mesmo medo do imprevisto, sei lá, uma dor de dente aguda... Legal você ter colocado isso. Muitas pessoas não sabem o quanto é barato fazer um seguro internacional, com assistência completa. Nessa última viagem usamos o seguro três vezes e em todas elas fomos atendidos pelos melhores especialistas. Inclusive se você for preso eles dão cobertura para pagar a fiança, contratam um advogado. Se precisar ficar internado em hospital por mais de quatro dias, eles pagam a passagem para que um familiar venha ficar com você e se você morrer também cuidam do repatriamento do corpo e despesas com funeral. Por isso, um seguro desse tipo é fundamental para quem pretende fazer viagens longas. Já a assistência do carro está garantida pela montadora ou parceiros que patrocinam a viagem junto à rede de concessionários da marca em praticamente todo o mundo, mas pequenos reparos você faz, certo? Errado. Entendo pouquíssimo de mecânica. Não acredito...(risos) Eu gosto de carros, me interesso por eles, mas a mecânica não me fascina. Então eu adoto o seguinte princípio: ando na velocidade permitida, faço todas as revisões, calibro pneus, troco óleo, filtros, confiro o balanceamento das rodas e checo constantemente os freios, acreditando que o carro não vai me deixar na mão e geralmente é assim. O carro é bem construído. É só não

abusar dele. Eu não brigo com os carros. Quando ele tem um problema, ele avisa. Dá uma engasgada ou começa a fazer um barulho diferente, então, ao primeiro sinal eu procuro uma concessionária da marca e se não achar uma logo, uma oficina. Então o carro para você é mesmo um veículo para levá-lo aonde quer ir... Exatamente. Quando eu vejo uma matéria nas revistas especializadas nunca me detenho na informação do quanto o carro faz de 0 a 100 ou qual é a velocidade máxima. O que eu gosto de saber é qual é o nível de ruído dele. Eu adoro carro silencioso. Você sempre começa as viagens no Brasil? Sim. Comecei todas as viagens aqui e foram 71 países percorridos, a exceção deste último projeto em que parti do México. O que faço é, a partir do ponto de largada, seja São Paulo ou mesmo Florianópolis, percorrer o território brasileiro em direção ao mar. Lá embarco o carro para o outro continente. Por exemplo, uma das viagens que fiz para a Volkswagen chamou-se Projeto China, quando a Volks fez uma planta para a produção do Santana lá. A viagem consistia em percorrer 100.000 km através de 22 países, entre os quais África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e China, o mais longo teste já realizado, até então, de automóvel em toda a América Latina. No final do percurso, o Santana GL 4 portas O Km foi desmontado e remontado e exibido no Salão do Automóvel de São Paulo, na primavera de 1994. A viagem foi interessantíssima e também teve os seus percalços logo de cara. Deixei o Brasil saindo pelo Uruguai e em seguida fui para a Argentina, percorrendo toda a Patagônia até a Terra do Fogo e visitando o extremo sul do Chile. Lembro de ter ficado impressionado com o desempenho e a economia do Santana, um carro ainda carburado. Usando gasolina Ultra, com 97.5 octanas e rodando entre 80 e 90 km/h constantes, obtive 15.2 km/l, realmente uma marca excelente. E você manteve essa marca por todos os 100 mil quilômetros? Não exatamente, porque, como disse, as surpresas aconteceram logo de saída. No Chile deveria embarcar o carro no porto de Valparaíso rumo à Austrália, no dia 8 de fevereiro de 1992. Cheguei à cidade no dia 7, mas o navio havia partido no dia 6, devido a uma mudança de agenda que eles não tiveram como me informar. Claro, ainda não havia internet nem celulares, mas o fato é que o próximo navio só zarparia de lá dentro de 42 dias. Conclusão, mudei a rota e fui para Buenos Aires, de onde embarquei o Santana para a África do Sul. Atravessei a África inteira com o Santana e as pessoas não acreditavam: todo mundo de 4 x 4 e eu com o Santanão super confortável! Antes de embarcar para a Europa e começar o caminho de volta, decidi visitar Mombaça, mais uma das belíssimas localidades africanas e foi lá que vivi uma das mais aterrorizantes experiências da minha vida. As pessoas haviam me alertado que a estrada que levava à Mombaça cruzava um parque natural, portanto, repleto de animais selvagens, e que era perigosa. Assaltos aconteciam com freqüência à noite. Bem, o caso é que faltavam uns 100 km para chegar a Mombaça quando um caminhão, com os faróis totalmente desregulados, me cegou completamente e eu acabei caindo em uma vala enorme. Os dois pneus do meu lado furaram. Não tive muito tempo para decidir: ou dormia no carro para trocar os pneus ao amanhecer, correndo o risco de ser assaltado e provavelmente assassinado ou trocava os pneus correndo o risco de ser devorado por um bando de leões; como se sabe, os leões caçam à noite e em bandos. Estava tentado a passar a noite dentro do carro, mas minha idéia mudou quando outro carro passou por mim diminuindo a marcha e me olhando de maneira suspeita. Com um medo incrível e a música a toda, pensando que assim pudesse espantar os leões, desci do carro e comecei a trocar os pneus. Fiz tudo o mais rápido possível e até hoje não sei de onde tirei tanta habilidade... De maneira geral, qual são os obstáculos mais comuns em suas viagens? Aduana é uma coisa terrível em todo lugar, mas em países subdesenvolvidos é pior ainda. Recentemente perdi 16 horas na Venezuela. Alguns anos atrás, nesse quesito a América Central estava nas trevas, já melhorou bastante, mas continua um horror. O funcionário tem um computador diante dele para checar informações, mas nunca funciona. Acho que é só para jogar paciência, porque eles colocam um monte de carimbos... Você já teve problemas sérios com segurança em fronteiras? Vários. Não diga, mesmo sendo jornalista? Especialmente por isso. Quase fui preso, para dizer o mínimo...estava andando por uma estrada pela qual não podia trafegar... Mas você sabia? Sabia, mas não imaginava o perigo... Eu tinha a informação de que a estrada era deserta, mas não sabia que era completamente esburacada, o que me obrigava a andar muito devagar. Estava na Guatemala indo para San Salvador justamente na estrada fronteiriça tomada pela guerrilha, mas eu jamais pensei que eles, os guerrilheiros, estivessem lá, de metralhadoras em punho. Uma coisa de filme! Me mandaram descer do carro com as mãos na nuca e começaram a revirar tudo o que levava. Minhas malas foram jogadas na estrada e os documentos que trazia se espalharam. Um deles encontrou meu passaporte e com o cano da metralhadora na minha cara começou a me fazer perguntas numa velocidade e agressividade estonteantes. Expliquei que era jornalista e que escrevia sobre carros e turismo e que estava a caminho para a Guatemala e de lá para o México. Não sei como tive a presença de espírito de dizer que do México voltaria imediatamente para o Brasil porque não tinha nada a fazer nos Estados Unidos, um país do qual não gostava. O chefe imediatamente acrescentou: nós também os detestamos. A partir daí se estabeleceu um tipo de negociação entre nós. Eles quiseram meu equipamento fotográfico. Eu disse que a mim faria muita falta, mas se eles precisavam dele, tudo bem. No fim o chefe do grupo disse: El hermano brasileño puede seguir con sus cosas. No hay problema e começaram a jogar minhas coisas dentro do carro. Segui pela estrada dirigindo como um autômato, esperando que a qualquer momento uma rajada de metralhadora me atingisse as costas. Bem, cheguei são e salvo, mas duas semanas depois, dois jornalistas americanos foram assassinados exatamente naquela região. Certamente você teve experiências boas também, S H O W R O O M 11

12 aquelas que fazem a gente continuar acreditando no ser humano... Sem dúvida, e várias vezes. Aliás, como disse, eu conto muito com a solidariedade e a compreensão dos outros. Muita gente me ajudou, especialmente nas primeiras viagens, quando era mais jovem, pouco experiente e falava apenas português, mas um episódio em particular me marcou muito: parte de minha primeira grande viagem foi custeada com meu próprio dinheiro, dinheiro que conseguia fazendo frilas e permutas, mas a maior parte do tempo, tinha bem pouco no bolso. Isto aconteceu na Flórida, nos Estados Unidos, quando o carro quebrou e precisei esperar o seu conserto sem um níquel sequer. Estava há praticamente três dias sem comer e dormindo na praia quando um dos donos da oficina, todos árabes, me propôs que dormisse dentro do carro, e ainda me perguntou: você está com fome? Não, respondi, mas assim mesmo ele pediu duas pizzas grandes e um litro de Coca-Cola. Comi, envergonhado, mas a gentileza daquele homem não parou aí. Chegou a ir embora no seu carro, mas deu meia volta e parou na minha frente. Me deu um aperto de mão e disse que eu deveria sair, me distrair um pouco e procurar um hotel. Quando largou minha mão percebi que tinha 100 dólares. Nossa!, é realmente surpreendente... Pois é, e confesso que tive preconceito no início. Pensei: ih!, árabes, dancei. Mas o fato é que por terem sido nômades por muito tempo, são sensíveis com quem está longe de casa, além de ser notória a generosidade desse povo quando nos recebem em sua casa. Tive outros momentos geniais também, como passar um Natal na casa da super estrela Kim Bassinger. Ela não estava, infelizmente, mas seu secretário particular na época, Caio Ferrari, que é brasileiro, viu meu carro com chapa de São Paulo circulando por San Diego e foi falar comigo. E, no Brasil, como é viajar? Ah! eu gosto muito do Brasil. Foi por onde comecei. Conheço tudo, só me falta o Amapá. A única coisa triste no nosso país é que somos os motoristas mais irresponsáveis do mundo. Não é a toa que a gente lidera estatísticas de morte no trânsito. E temos também agravantes, como no Nordeste, em que animais atravessam as estradas. Já passei por várias situações desse tipo, então, se cabe uma recomendação, é a seguinte: viaje sempre a oitentinha e só de dia. Às vezes, as estradas menores são mais seguras e mais fáceis de transitar do que as principais. Em Goiás, por exemplo, isso é um fato. Há estradinhas, que no mapa aparecem como muito pequenas, em excelente estado. É possível encurtar o seu trajeto optando por uma estrada dessas em até 100 km, sem risco algum. E na América Latina, como estão as estradas? Bem melhores que as nossas, sendo que a Venezuela tem as melhores. Além de bemcuidadas são estruturalmente bem planejadas, com muitas retas e pistas largas. Além da Colômbia, que outros países você recomenda visitar? Quais são os destinos, na sua opinião, que surpreendem pela primeira, segunda e terceira vez que se visitam? Como país, o meu preferido é a África do Sul, e como continente a Europa, mas os Estados Unidos são ótimos para serem percorridos de carro. Claro que não poderia deixar de citar países fascinantes e ainda pouco visitados como a Turquia, a Namíbia, a República Tcheca e a Irlanda. Está pronto para partir de novo? Claro, posso sair amanhã. (risos). Tenho em andamento um projeto muito interessante, que é viajar com dois carros daqui até os EUA ou até um dos países da Europa - ainda não está definido rodando só com Etanol. E por que dois carros? Porque mais dois profissionais me acompanharão desta vez. Serão um documentarista e um engenheiro que farão, respectivamente, o registro jornalístico e o registro técnico da viagem. Então, estamos pensando em relatar detalhes fascinantes e pitorescos como quantos giros o motor deu durante o percurso, quantas vezes abrimos as portas, quantas vezes mudamos de marcha etc. É um projeto muito legal, ainda mais agora que o Brasil está à frente do mundo com a tecnologia do combustível verde. A Suécia, por exemplo, já declarou que até 2010 terá todos os carros movidos a etanol... Já se sabe quais serão as empresas patrocinadoras dessa nova aventura? Por enquanto essa informação é reservada, mas há bastante interesse sim de vários patrocinadores porque a idéia é de fato bem legal.

O pequeno que vale pelo grande E Dentro de pouco tempo, uma palavrinha em inglês downsizing, redução em português começará a circular com freqüência na hora de escolher os motores. Tudo pela necessidade de diminuir o consumo de combustível fóssil e a conseqüente emissão de gás carbônico (CO2). Por Fernando Calmon ste subproduto não-tóxico da combustão é um dos indutores do aquecimento da atmosfera. Ainda há polêmicas sobre o assunto, infelizmente politizado. De qualquer forma, como a conta na hora de reabastecer poderá ser menor, vale apoiar. A idéia central é reduzir a cilindrada, mantendo potência, torque e resposta ao acelerador para que o motorista não sinta que a economia de combustível venha associada à menor agilidade do carro. Essa é uma preocupação sempre presente e tende a se realçar porque a transmissão também é alongada com o mesmo objetivo de melhorar o consumo. A estratégia de downsizing levará à substituição de motores V8 por V6 e V6 por 4 cilindros. Motores de quatro cilindros também terão redução de cilindrada, mas com apenas 1.200 cm 3 alcançará o mesmo desempenho de um de 2.000 cm 3. Para tanto, volta ao palco o turbocompressor que Fiat e VW já utilizaram em modelos produzidos no Brasil. Essa peça é composta por uma turbina acionada pelos gases de escapamento, ligada pela mesma árvore a um compressor. A energia antes desperdiçada serve, assim, para eliminar grande parte da dificuldade de um motor para captar ar. Nas altitudes elevadas é ainda mais útil por compensar a menor pressão atmosférica. Em geral o engenheiro vale-se da cilindrada maior, que exige mais combustível para entregar potência. Os primeiros turbocompressores eram apenas voltados para o puro aumento de desempenho. Contudo, levavam a um atraso na resposta ao acelerador, em baixas rotações, pelo volume insuficiente de gases de escapamento nessa condição. Depois evoluiu bastante. Hoje, dois desses componentes trabalhando em paralelo ou em série não são tão raros, sempre focando em abreviar o tempo de resposta. O downsizing exigirá bem mais, em especial abaixo de 1.500 rpm, quando o motorista aperta o pedal do acelerador e quer que a potência apareça logo. A novidade é o compressor elétrico capaz de gerar ar suficiente para as palhetas da turbina, enquanto os gases de escapamento ainda não atingiram volume e pressão suficientes. A empresa inglesa Controlled Power Technologies apresentou com sucesso essa pequena peça num congresso de engenharia, na Alemanha, em setembro último. O segredo está na eficiência ainda maior de transmissão de torque, ampliando a vantagem inerente ao motor elétrico que toca o compressor. O resultado final impressiona: operando independentemente da rotação do motor a combustão, o minicompressor sai de sua marcha-lenta (5.000 rpm) para 70.000 rpm em menos de 0,35 segundos. A partir daí o turbocompressor passa a atuar com desenvoltura em apenas 0,25 segundos. Para o motorista a sensação é de estar utilizando um motor beberrão de grande cilindrada, só que o gasto de combustível será tão frugal quanto o de um bem menor. O sistema, ainda caro, vai estrear nos modelos de baixo e médio volumes de produção, porém deve se estender adiante aos demais. Fernando Calmon é engenheiro e jornalista especializado, tendo começado em 1967. Colunista desde 1999 de uma rede de 41 jornais, revistas e sites brasileiros. Correspondente para América do Sul do site Just-Auto (Inglaterra). Conferencista e consultor técnico de automóveis, de mercado automobilístico e de comunicação. S H O W R O O M 13

Marketing contemporâneo Responda rapidamente: vender é transformar seus produtos e serviços em dinheiro? Ou vender é atender a expectativa de seus clientes? 16 S Por Wlamir Bello e você optou por transformar em dinheiro sua mercadoria, você pratica o marketing tradicional. Tem que descobrir clientes para seus produtos ou serviços e quanto mais clientes você conquistar será melhor para sua empresa. Sabemos que, no mercado contemporâneo, não se vende mais como antigamente, e é cada vez mais difícil conquistar novos clientes. Os clientes de hoje têm muitas opções e estão cada vez mais exigentes. O marketing contemporâneo recomenda que sua oferta de mercado atenda a uma necessidade ou desejo do seu cliente. É o marketing de momento. Marketing de momento é entender e atender o cliente. No mundo moderno só existem dois tipos de empresas: as empresas que mudam e as empresas que fecham. Acompanhar mudanças e comportamento do cliente é gerenciar o mercado, é entender e atender o mercado. É o marketing de momento. Que preço você pagaria por um guardachuva que lhe foi oferecido em um dia bonito, de sol, sem nenhuma nuvem? Que preço você pagaria por este mesmo guarda-chuva no instante que começa a chover e você está a pé, indo para uma reunião importante? É o momento que decide a compra. Vendedores ambulantes praticam a estratégia mais recomendada nos dias de hoje - possuem mercadorias que atendem ao momento da venda: guarda-chuva em dia de chuva, água em dia de muito calor, camisa de time de futebol na data do jogo do time e assim por diante. A pratica gerencial também é a mais moderna, ou seja, o estoque atende somente a demanda. É praticamente on-line. Tudo isto porque o ambulante sabe que não pode ter mercadoria que não tenha aceitação, ou que não atenda o seu cliente. Porque o ambulante sabe que não pode errar - compromete o seu faturamento e em conseqüência o seu negócio. Pergunto: E a micro e pequena empresa pode errar? O vendedor ambulante está sempre buscando formas alternativas em seu negócio. Explico: como o número de assaltos a motoristas de automóveis vem crescendo cada vez mais, os motoristas dirigem seus automóveis com os vidros fechados. Qual foi a forma alternativa que os ambulantes criaram para estabelecer novamente a linha de venda para os motoristas? Criaram berços para os produtos serem colocados no retrovisor dos automóveis e assim eliminaram mais esta barreira imposta pelo mercado. É o momento. É o momento que determina qual é a melhor solução para seu cliente, e em conseqüência para seu negócio. As mudanças do mundo moderno são mais rápidas. O marketing contemporâneo recomenda que se gerencie estas mudanças e se faça os ajustes necessários em seu negócio de acordo com estas mudanças. O que é bom para o cliente hoje, amanhã já não pode ser bom. É necessário entender as razões, os valores, as expectativas de seus clientes, o momento. Por quê? Porque só existem dois tipos de empresas no mundo moderno: as empresas que mudam e as empresas que fecham. Wlamir Bello é consultor do Sebrae-SP

O poder e a graça dos sing 18 O marketing está se debruçando cada vez mais sobre os nichos. Não mais a massa, mas sobre cada indivíduo [ou quase] com suas peculiaridades, anseios, hábitos e atitudes de consumo. Ainda embasbacadas com a ascensão da classe C, a propaganda, as indústrias e o varejo começam a abrir os olhos na tentativa de entender outro segmento específico da população: os single e seus desdobramentos. Pessoas que por uma razão ou outra, em fases diferentes da vida, moram sozinhas. Um contingente volumoso que representa aproximadamente 16% dos lares brasileiros. Por rosângela LOTFI

le Os sozinhos já são uma tendência da população brasileira no total de arranjos familiares, segundo a Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e divulgada em setembro último. A proporção de homens sozinhos cresceu de 5,4% para 7,6%, ou seja, 4,2 milhões de homens brasileiros no momento da enquete viviam sozinhos. Os domicílios formados por mulheres sozinhas são ainda mais expressivos: sua proporção passou de 6,2% em 1992 para 8,5% em 2007, e significa 4,7 milhões de mulheres vivendo sozinhas. Quem são essas pessoas, o que e como compram, o que desejam? Qual é, afinal, o seu potencial de consumo? Responder a estas perguntas e se adequar a estas necessidades é o desafio do marketing, das indústrias e do varejo dos mais diversos setores. Beth Furtado, diretora de planejamento da QG Propaganda, agência do Grupo Talent, psicóloga com especialização em marketing, varejo, distribuição, ponto-de-venda e comportamento de compra, autora dos livros Singularidades no varejo, Horizontes de consumo e o mais recente Desejos contemporâneos, diz que as empresas têm que descobrir os subgrupos dentro desse universo. Quando a propaganda olha o todo, não consegue enxergar, fica míope. Dentro do grupo de pessoas denominadas single, há um perfil distinto. É um nicho volumoso, não uma massa uniforme, que desafia a customização massificada, pois são pessoas que cada vez mais querem coisas com a sua cara. Diferentes estilos de vida As estatísticas fornecem algumas pistas para ajudar a entendê-los. A maioria são pessoas entre 35 e 54 anos, pertencentes às classes AB, das quais 53% são mulheres. Um grupo multivariável com diferentes estilos de vida. Uns são jovens que saem da casa dos pais em busca de independência ou para estudar, outros, jovens profissionais solteiros. A característica mais relevante desse subgrupo em especial é o fato de serem autocentrados. Outra parte é composta por descasados de meia-idade, homens e, em maior número, mulheres contingencialmente sós, em fase de transição emocional, ou ainda pessoas que, após alguma separação, decidiram permanecer sós. Outro subgrupo dentro desse universo são os idosos. Por si só, um filão de mercado relevante, que merece um capítulo à parte. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são 10,5% da população brasileira, 18 milhões de pessoas com potencial de consumo de R$ 7,5 bilhões. Desse montante nem todos estão sós, mas os que estão, são chamados pelo marketing de sobreviventes solitários. São as pessoas que já constituíram famílias, criaram filhos, separaram ou enviuvaram e têm uma expectativa de vida mais elevada, com mais saúde e com independência financeira para gastar e consciência sobre como e o que consumir. São pessoas mais fiéis à tradição, com pouca tolerância à demora e ao barulho, que reagem bem à oferta de produtos e diferenciais de compra. Em sua maioria, possuem recursos em reserva para compras de maior valor agregado e são mais confiáveis no pagamento. Isso porque são previsíveis em seus gastos e se programam muito melhor do que os jovens. S H O W R O O M 19

Há o relevante grupo de idosos single, com boa saúde e independência financeira para gastar. São pessoas mais fiéis à tradição, com pouca tolerância à demora e ao barulho, que reagem bem à oferta de produtos e diferenciais de compra. 20 Beth Furtado, diretora de planejamento da QG Propaganda. Fenômeno urbano Seja como for, alerta Beth Furtado, os single são um fenômeno urbano restrito aos grandes centros. Mas não é um fenômeno de isolamento; há diversas situações aí como pessoas que curtem morar sozinhas, pessoas com muito potencial de consumo que não escoam recursos para pagamento de pensões ou sustento dos filhos. E há ainda aqueles cheios de compromissos financeiros, enfim, uma reprodução da sociedade: há os que gastam com indulgências, tipo vinhos, chocolates, doces, panificação sofisticada, comidinhas diferenciadas, viagens etc. Em síntese, é um grupo que ainda precisa ser melhor analisado para que a indústria e o varejo detectem oportunidades para atender a seus diferentes estilos de vida. Fracionados Ao varejo cabe analisar quem é o seu cliente e qual é o perfil do local onde a loja está ou estará instalada. Qual é a classe econômica dominante nesse local, a idade média das pessoas, se há predominância de homens ou de mulheres, se há maior concentração de famílias ou de solteiros, se é um bairro eminentemente residencial ou se há também comercio, entre outros fatores que devem ser analisados. Pois como todos os outros grupos sociais, os solitários decidem suas compras influenciados pelas características pessoais, que incluem a idade e o estágio da vida, ocupação, renda, estilo de vida, personalidade e auto-estima. O varejo da área de alimentação foi o primeiro a acordar para esse filão e a oferecer frutas fatiadas, préembaladas, comida pronta e semi-pronta em porções menores. Os solitários respondem comprando 40% dos produtos embalados individualmente. Quem ama os solitários ganha dinheiro com eles O fast-food e o delivery de comida são outros exemplos de setores que acordaram para os solitários. Ainda é difícil para a maioria das pessoas sozinhas comer em restaurantes, pois muitas vezes são ignoradas pelos garçons, e outras tantas vezes são salvo dos olhares das outras pessoas, assim, vão ao fast-food, pedem comida de dentro do carro ou usam a entrega em casa. O setor imobiliário é outro que despertou para esse grupo. Na Construtora Tecnisa, 83% dos lançamentos buscam atender a população single. Por outro lado, há os segmentos que ainda estão devendo essa atenção. O de bebidas alcoólicas, por exemplo, poderia oferecer mais opções de garrafas menores, assim como o setor de produtos de limpeza. O problema desses setores é que estão muito focados na grande massa da classe C e desconectados dos outros nichos. Eles não se deram conta de que está surgindo um segmento adeptos do que chamamos low cost (baixo custo), justamente essas pessoas sós, da classe AB que, em sua maioria, têm um trato mais racional com o dinheiro e procuram produtos baratos. Compram em lojas de bairro ou fazem compras em um único lugar que tenha diversidade de produtos de diferentes segmentos, ressalta Furtado. Bom preço, qualidade e atendimento Para a psicóloga especialista em administração, o que mais se vê é a extinção da classe média como foco da propaganda. Esse grupo adepto do baixo custo - subgrupo dos solitários -, consumidores exigentes que buscam preços melhores e qualidade, até concorda em adquirir produtos mais caros se isto

Os adeptos do chamado low cost (baixo custo) são pessoas sós da classe AB que, em sua maioria, têm um trato mais racional com o dinheiro e procuram produtos baratos. Compram em lojas de bairro ou fazem compras em um único lugar que tenha diversidade de produtos de diferentes segmentos. significar durabilidade, conforto ou praticidade, mas acabam pertencendo à classe média e a propaganda tem falhado ao não dirigir-se a eles. O mesmo acontece com o subgrupo de singles mais velhos, que têm uma situação mais configurada e gastam mais com cuidados de saúde e de alimentação e reservam dinheiro para emergências. Ou ainda as pessoas em transição do momento de vida - homens e mulheres separados sem filhos - que se preocupam em não exaurir a capacidade financeira. Todas essas pessoas, por mais interessantes que pareçam aos olhos do marketing, não são todas ricas, a maioria pertence à classe média, que valoriza o quanto custa ganhar dinheiro. Mesmo os jovens independentes, que gastam com lazer, estão preocupados, mais cedo que as gerações anteriores, em pagar uma previdência privada. Compras, um momento de lazer. Não de constrangimento Esse uso racional do dinheiro se reflete na compra de vestuário e de móveis, onde lojas com o perfil das internacionais Zara (de roupas) ou IKEA (de móveis), uma espécie de Tok&Stock de baixo custo que alia a conveniência de encontrar tudo em um só lugar com móveis de tamanho e design diferenciados, incluindo entrega e montagem, são bons exemplos de atendimento a esses subgrupos que formam a turma dos solitários. As compras são um momento de lazer para eles, que precisam de conveniência e agilidade, sem que isso signifique uma experiência fria e sem graça como acontece nas concessionárias, um setor que ainda nem absorveu outro grupo importante como as mulheres que, sempre, acompanhadas de homens ou não, recebem um atendimento desatento, critica Beth. Com o subgrupo dos solitários há boas oportunidades para o varejo automotivo. A maioria deles busca SUVs e sedans. E como é um grupo que viaja muito, há oportunidade de vender serviços de manutenção para antes das viagens e depois das viagens. Como as mulheres representam 53% desse subgrupo, há ótimas oportunidades de vender pacotes de manutenção programadas. Já para homens e mulheres, uma boa oferta é vender o seguro do carro aliado ao seguro da casa, pois costumam haver uma carência imensa de prestadores de serviço confiáveis. E entendendo as particularidades dessas pessoas, que ficam o dia inteiro fora, no trabalho, oferecer esses serviços também fora do horário comercial, explica a especialista. O mercado ainda é míope e não vê o lado do consumidor, não há suficientes serviços em horários diferenciados especialmente para os single, que não têm tempo de cuidar da casa, embora a casa deles precise funcionar do mesmo jeito que as casas de famílias tradicionais. Atração on-line A maioria dos solitários assiste menos televisão e tem hábito de uso de internet mais intensivo que outros grupos. Este é um enfoque importante para o varejo de modo geral, mas particularmente para automotivo. Para atrair esses clientes, campanhas de internet, anúncios ou links patrocinados em sites de notícia e informação são importantes, afirma Beth, ressaltando que a própria arquitetura do varejo precisa se voltar para eles. É o caso de lojas de roupas infantis. Nenhuma delas atrai os pais solteiros. Já no exterior, Em sua maioria, os idosos single possuem recursos em reserva para compras de maior valor agregado e são mais confiáveis no pagamento. Isso porque são previsíveis em seus gastos e se programam muito melhor do que os jovens. há lojas onde os frufrus, o rosa, os babados, dão lugar a um ambiente esportivo que não apenas chama a atenção dos homens, como os deixam mais confortáveis para comprar presentes para seus filhos. S H O W R O O M 21

24 E A preparação do líder é uma questão de bom senso, pois líderes despreparados arrastam pesados obedientes. Por Armando Correa de Siqueira Neto m qualquer época, a boa liderança sempre foi admirada em razão dos resultados obtidos nas mais variadas circunstâncias. Não obstante, houve um preço a se pagar; a história já demonstrou consideravelmente que o modelo autoritário de gestão de pessoas prevaleceu majoritariamente até bem pouco tempo, em razão do nível de submissão a que se expunha boa parcela dos trabalhadores. O esquema manda-obedece existente desde meados do século dezoito, com o surgimento da indústria na Inglaterra, manteve-se sustentado pela mentalidade passiva do empregado. Havia, pois, uma combinação razoável entre sujeição e autoritarismo, resultando em ampliação de postos de trabalho e produção de bens. A força capitalista e o crescente consumo regeram a orquestra do desenvolvimento produtivo e tecnológico. Interesses mútuos fizeram prevalecer a melodia que ditou o modelo de gestão de muitos funcionários em incontáveis companhias. O tempo, contudo, passou inexoravelmente, trazendo consigo mudanças significativas (notadamente a era da informação). Em velocidades que exorbitam atualmente, as transformações fazem alcançar uma nova perspectiva no profissional do século XXI, levando-o a modificar seu pensamento e comportamento. Hoje se requer bem mais do que a simples ordem. É chegado, portanto, o momento de se rever o cenário e, sobretudo, a forma mais acertada de se preparar as lideranças, a fim de se fazer justiça, haja vista ser possível perceber, com facilidade, o sem número de líderes despreparados, causando mal-estar em seus liderados e em si próprios. Fere, frustra e assusta. O silêncio sobre tal situação, todavia, não faz ocultar aquilo de que se tem pavor. Obstáculos à liderança atual Diariamente emerge uma ponta do véu que tenta manter em sigilo a deficiência organizacional encravada no árido campo dos recursos humanos. Destacam-se alguns pontos na análise dos obstáculos contemporâneos: 1) Falta de conhecimento sobre a liderança: competências como comunicação, cobrança, motivação, aprendizagem, confiança, maturidade etc são fundamentais, e, quando ausentes ou em baixo nível, fazem limitar os resultados e a sua correspondente qualidade; 2) Medo: a incompetência causada pela falta de conhecimento anula o líder, que responde inconvenientemente com tirania, apatia ou bondade excessiva; 3) Falta de experiência: embora seja possível acelerar a vivência no cargo, requer-se um tempo mínimo para que a liderança se ajuste adequadamente, porém, a imaturidade presente em diversos colaboradores (mesmo com boa capacidade técnica) marcha contra o projeto da responsabilidade pessoal, dificultando a evolução tão necessária. Destaca-se, afinal, a necessidade premente de treinar pesadamente cada líder. A sua preparação é uma questão de bom senso, pois, a liderança competente é capaz de formar seguidores para melhor compor a equipe. Líderes despreparados arrastam pesados obedientes. O primeiro tipo de liderado, mais consciente do crescimento e do relacionamento qualitativo, reúne forças internas para executar as atividades mais rapidamente, sem perder de vista a qualidade pertinente. O segundo tipo, entretanto, empreende por obrigação advinda externamente, e é prudente avaliar a sua estatística produtiva, considerando-se demora, desperdício e outros itens desfavoráveis. Logo, um faz ganhar muito, de vários lados, o outro... Armando Correa de Siqueira Neto é psicólogo, diretor da Self Consultoria em Gestão de Pessoas, professor e mestre em Liderança pela Unisa Business School. Co-autor dos livros Gigantes da Motivação, Gigantes da Liderança e Educação 2006. E-mail: selfcursos@uol.com.br

26 VW Saga Entre as 150 melhores empresas para trabalhar O grupo Saga, que controla concessionárias Volkswagen nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, em Goiás, Brasília, Uberlândia e Araguari, em Minas Gerais, Porto Velho e Cuiabá, foi eleita uma das 150 melhores organizações para se trabalhar no Brasil, segundo pesquisa das revistas Exame e Você S/A, versão 2008. Considerado o maior estudo do gênero no País, e realizado há 12 anos pela Editora Abril, puderam participar este ano empresas que atuam no Brasil ou no exterior há mais de cinco anos e que tivessem, no mínimo, 100 funcionários. O resultado da pesquisa considera três critérios principais, que envolvem resposta dos colaboradores a um questionário, visita técnica às empresas e entrevistas com os responsáveis pelo departamento de Recursos Humanos de cada organização. A existência de perspectivas de crescimento profissional e oportunidades de carreira iguais para ambos os sexos justifica a premiação do grupo Saga e reafirma o conceito de que a organização é uma verdadeira casa de amigos não só para seus clientes, mas principalmente para seus colaboradores, conforme afirmou Dadson B. Moraes, Gestor Nacional de RH do Grupo. Motos Fym Também por consórcio A FYM Motos do Brasil é mais uma das parceiras do Consórcio dos Concessionários Volkswagen, produto da Disal Consórcios, a quarta maior administradora de consórcios de veículos do País e exclusiva da Rede Volkswagen. Os planos oferecidos para as motos FYM são os de 60 meses e os grupos em andamento. A média de consorciados já ultrapassa os 500 por mês, o que sinaliza um bom início de negócios. No primeiro semestre deste ano, foram comercializadas três mil cotas para as motos FYM. Isso se deve à alta das taxas de juros, que desestimulam o financiamento, analisa José Walmy da Silva Junior, diretor de Vendas e Marketing do CCVW. O diretor presidente da FYM Motos do Brasil, Joacyr Drummond, ressalta que um plano de consórcio possibilita aos consumidores a aquisição de sua motocicleta FYM. Aplicamos um aporte inicial de recursos, de cerca de R$ 10 milhões, para a instalação de revendedores por todo o País, além da criação de mecanismos que facilitem a aquisição dos modelos, como o consórcio. O Modelo FY 150 T-18 (scooter) pode ser adquirido com 60 parcelas de R$ 106.67. Maiores informações sobre o Consórcio Nacional FYM Motos podem ser obtidas nas 55 concessionárias da marca espalhadas pelo Brasil.

VW Itacuã Novo show room Mil e cem metros quadrados. Esta é a área, totalmente construída dentro dos padrões mundiais da Volkswagen, do novo show room da VW Itacuã em Ribeirão Preto. Localizado no cruzamento das Avenidas Presidente Vargas e Itatiaia, região nobre da cidade, o espaço agradou de tal forma aos clientes que mesmo após a inauguração oficial, em agosto, o continuaram visitando por ressaltar, devido à ambientação e à luz, os modelos da linha.. De fato, a freqüência de pessoas na loja mais que dobrou nos últimos dois meses. Razão de sobra para que a diretoria da empresa festeje o investimento. A inauguração foi um sucesso. Contamos com muitos executivos da Assobrav, da Fábrica, autoridades e personalidades da região e de inúmeros clientes, mas é no dia-a-dia da operação que estamos vendo o quanto este novo espaço foi um excelente investimento. Estamos ainda mais próximos dos nossos clientes, prestando serviços com mais conforto e eficiência, comemora Timothy G Copley, um dos titulares da Itacuã. VW Auto Lafaiete Mostra força do novo Gol em rally A performance do Gol foi apreciada na VI Etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade, realizada em setembro na cidade de Ouro Branco. Ao lado do piloto Leandro Brustolin, o diretor da VW Auto Lafaiete, Luiz Cláudio Pires Nogueira participou de duas provas especiais a Super prime e a Shake down. Foi simplesmente inacreditável a experiência de estar dentro de um Gol, voando baixo pelas estradas de terra, disse o jovem empresário. Depois da prova, o Novo Gol ficou exposto no estande da equipe durante o fim de semana em que aconteceu a VI Etapa e foi a sensação do imenso publico presente. Acho que o Novo Gol não poderá ficar de fora do próximo campeonato, pois o carro é robusto, apesar (e além) de ser bonito, acrescentou Luiz Cláudio. Realmente, na única prova especial em asfalto do País, o Gol fez o melhor tempo de todas as categorias 4x2, levando o troféu Fiat de velocidade. Sabemos que é difícil trazer uma equipe de pilotos oficial da Montadora para participar do Campeonato Brasileiro, mas seria importante, pois nossos principais concorrentes, Fiat e GM, estão participando e promovendo um grande marketing dos seus produtos. Temos certeza de que o novo Gol tem tudo para liderar o campeonato, afirmou Luiz Cláudio. S H O W R O O M 27