UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA FARMACOTÉCNICA HOMEOPÁTICA Princípios filosóficos da Homeopatia Vitalismo Concepção homeopática do processo saúde-doença. Farmacologia homeopática. Doutrina biológica e filosófica que contempla o fenômeno da vida. Nardeli Boufleur Vitalismo: os seres vivos possuem uma força particular que os mantém atuantes, o princípio ou força vital, distinta das propriedades físico-químicas do corpo. Força vital Força vital Unidade de ação que rege a vida. Energia que faz com que o ser humano mantenha um estado de saúde mantenha uma homeostase entre seus diferentes órgãos, funções e o meio. É a força vital que mantém o organismo em harmonia. Sem ela, o organismo não age, não sente e desintegra-se, sendo a força vital responsável pela integração dos diversos níveis dinâmicos da realidade humana (físico, emocional e mental). Saúde equilíbrio No estado de saúde, a força vital espiritual, que dinamicamente anima o corpo material, reina com poder ilimitado e mantém todas as partes em admirável atividade harmônica, nas suas sensações e funções. (parágrafo 9) O organismo material, destituído da força vital, não é capaz de nenhuma sensação, nenhuma atividade, nenhuma autoconservação. (parágrafo 10) Todas as sensações se derivam e todas as funções vitais se realizam unicamente por meio do ser imaterial (a força vital) que anima o organismo material tanto na saúde como na doença. (parágrafo 11) Força vital Força vital Doenças condição alterada, perturbação da força vital. Saúde - estado de equilíbrio dinâmico que abrange as realidades física e psicomental dos indivíduos em suas interações com o ambiente natural e social. A doença reflete, mediante os sintomas, o esforço da força vital na tentativa de restabelecer o equilíbrio. Os mecanismos de defesa do organismo são acionados (imune e endócrino). A força vital pode ser influenciada negativamente por fatores exógenos como ritmos de vida insalubres, alimentação de má qualidade, drogas etc. e por fatores endógenos como tristeza, irritabilidade, ódio etc. A força vital é favorecida por atividades artísticas, sono, alimentação e ritmos de vida sadios. 1
Noxas Noxas Agentes capazes de desequilibrar a força vital noxas. Classificação: natureza, resposta que provocam, terreno onde atuam e duração. Quanto à natureza: 1) Naturais: a) Físicas: meteorológicas (calor, frio, umidade) ou traumáticas (esforços físicos, contusões); b) Químicas: poluição, venenos, ácidos; c) Biológicas: micro-organismos, alimentos; d) Psíquicas: ansiedade, medos, frustrações. 2) Artificiais: medicamentos, radiações, eletricidade. Quanto à resposta que provocam: 1) Específicas: enfermidades locais 2) Inespecíficas: manifestações sistêmicas. Quanto ao terreno onde atuam: 1) Gerais: atuam em todos os indivíduos, como poluição, devastações, guerras 2) Individuais: somente indivíduos suscetíveis. Quanto a sua duração: 1) Agudas 2) Crônicas. Níveis dinâmicos As manifestações patológicas apenas acometem um organismo suscetível. Nem todos adoecem pela mesma ação hostil de um ambiente. pensamentos MENTAL Micro-organismos fatores necessários, mas não suficientes, para produzir doenças. Se, por algum motivo, a força vital estiver comprometida e outros fatores estiverem contribuindo para o desenvolvimento fúngico (umidade, ph, temperatura etc.), esses microorganismos, sempre presentes, parecem emergir e atacar, causando a micose. FÍSICO ações Força vital EMOCIONAL sentimentos Níveis dinâmicos Mental Emocional Físico Físico: órgãos respiratórios + importantes que a pele Emocional: depressão + importante que irritabilidade Mental: delírio ou paranoia + importantes que falta de coordenação ou letargia Saúde o ser humano em estado de saúde mantém uma homeostasia maravilhosa entre seus diferentes órgãos, funções e com o meio (harmonia atribuída à força vital). Doença é a exteriorização ou a manifestação através dos sintomas, do esforço que a energia vital está realizando para voltar à saúde. Agentes agressivos de qualquer natureza atuam sobre a energia vital, desequilibrando-a e determinando o surgimento de doenças. Sintomas tentativa natural do organismo de defender-se. 2
Doença processo que pode ter se iniciado nos níveis emocional e mental dos indivíduos susceptíveis, e posteriormente se manifesta sob a forma de lesão orgânica. Alopatia o corpo físico é a dimensão do organismo humano, o ponto inicial da doença é revelado quando se identificam essas lesões. Assim, o ponto final do adoecer para a Homeopatia é o ponto inicial para a alopatia. A Homeopatia pode privilegiar a prevenção ao atuar sobre os níveis emocional e mental, por meio do fortalecimento da força vital. Quando um órgão nobre é atingido por uma doença, a força vital transfere o problema para um nível mais periférico para aliviar a agressão. A pele passa a ser a válvula de escape do organismo (muito frequente nas doenças crônicas). Um indivíduo com pouca vitalidade, acometido de crise emocional prolongada, poderá ter uma piora no seu estado mental. É uma angústia que se transformou em depressão, p. ex. o problema foi deslocado do nível emocional para o nível mental, uma vez que a força vital não estava fortalecida o suficiente para transferi-lo para o nível físico. A Homeopatia, ao fortalecer a vitalidade do indivíduo doente, restabelece o equilíbrio entre os 3 níveis. Pele importante no contexto geral do organismo Não atuar com medicamentos de uso tópico de forma paliativa (obstáculo à tentativa de cura). Ao remover a totalidade dos sintomas antes da cura do problema original (tristeza profunda, p. ex.), além de não curar, impedimos a identificação do simillimum. A supressão decorre da ação medicamentosa paliativa, que acarretará inibição ou remoção de sintomas antes da cura do problema original, fazendo com que ocorra seu retorno ou de outros problemas mais graves depois de certo tempo. Chamamos de metástases mórbidas as perturbações causadas pela supressão, que ao eliminar os sintomas faz uma reversão da ação mórbida a níveis mais profundos e perigosos. Na perspectiva homeopática, o clínico procura reforçar os mecanismos de defesa naturais ao agir na mesma direção da força vital, ou seja, o homeopata procura não suprimir os sintomas. 3
Indivíduo com amigdalites frequentes. Embora muitos indivíduos apresentem nas mucosas as bactérias, nem todos desenvolvem a doença. Poderá tomar antibióticos para exterminar as bactérias. Se o fator desencadeante foi um problema emocional, responsável pelo enfraquecimento da vitalidade, ocorrerá uma inibição dos sintomas, que retornarão mais tarde. Para o tratamento ser eficaz, deverá também agir sobre a causa do problema (emocional). Alguns homeopatas utilizam antibióticos para diminuir a população bacteriana num combate direto à doença. Em seguida, lançam mão do simillimum para o tratamento do doente (restabelecimento do equilíbrio dinâmico). Exemplo de como as terapêuticas homeopática e alopática podem, juntas, beneficiar o paciente. Alguns sintomas citados na matéria médica homeopática na patogenesia da Belladonna: Sintomas físicos: olhos vermelhos, pupilas dilatadas, latejos na cabeça com cefaleia intensa, rubor facial, boca seca com aversão à água, extremidades frias, insônia etc. Sintomas emocionais: angústia, irritabilidade excessiva etc. Sintomas mentais: superexcitação mental, delírios com alucinações visuais etc. Se um paciente com faringite e outro com intoxicação alimentar apresentarem sintomas encontrados na patogenesia da Belladonna, o médico homeopata prescreverá para ambos o mesmo medicamento homeopático preparado a partir dessa planta. Os pacientes são analisados em função de suas respostas específicas, de acordo com seus sintomas particulares. Processo de cura Os doentes não recebem medicamentos em função do nome da doença A homeopatia trata o doente, não somente a doença. Não existem doenças locais ou de órgãos, existem indivíduos doentes, com manifestações locais ou de órgãos. Doente: unidade formadora de corpo e mente, que sofre influência do meio externo. Aceita a existência de doenças quando são de sintomas e origem conhecida (p. ex., sarampo, dengue, coqueluche, meningite, caxumba). Cura reforçar os mecanismos de defesa naturais ao agir na mesma direção da força vital (não suprimir os sintomas). Os sintomas são o único meio pelo qual a enfermidade dá a conhecer o medicamento de que o paciente necessita. Os sintomas, que pertencem ao paciente, e não à doença, indicarão o medicamento. 4
Processo de cura A primeira constatação de que o tratamento está sendo corretamente indicado acontece quando ocorre um aumento transitório dos sintomas, que logo a seguir desaparecem com a cura do paciente. Os homeopatas observam tendências dominantes que expressam os processos de cura das doenças crônicas. Sistematizadas por Constantine Hering (ajudou a estabelecer a homeopatia na América do Norte) À medida que a doença se torna crônica, existe uma progressão dos sintomas e desaparecimento desses sintomas, na ordem inversa do seu aparecimento indica que a doença está evoluindo para a cura. Leis de cura (Leis de Hering) Probabilidades ou tendências dominantes que ajudam o médico homeopata a acompanhar a evolução da doença. Ex: quadro de enxaqueca crônica (paciente com sintoma inicial de tontura e por último depressão, com a administração do simillimum, desaparecerá primeiro a depressão e depois a tontura). Leis de cura (Leis de Hering) Sintomas devem desaparecer na ordem inversa de seu aparecimento; A cura progride do alto do corpo para baixo; O corpo procura exteriorizar os sintomas, mantendo-os em suas partes mais exteriores (mucosa e pele); A cura progride dos órgãos mais nobres para os menos nobres; Antigos sintomas podem reaparecer. Agravação homeopática Exacerbação dos sintomas clínicos que o paciente apresentava antes do tratamento homeopático (sintomas antigos suprimidos). Prazo para aparecimento: desde uma hora até 10 dias após o início do tratamento. Sintomas agravados: mentais, gerais e locais. 5
Agravação homeopática Ação primária e reação secundária Agravação dos sintomas que o paciente apresentava na consulta ação do medicamento homeopático ou suspensão do tratamento alopático. Sintomas novos febre, diarreia, suor, vômitos (o doente parece pior mas se sente melhor). Atribuídos à própria patogenesia do medicamento. Hahnemann constatou que drogas administradas a indivíduos sadios provocavam duas fases distintas e suscessivas de sintomas, denominou de efeitos primário e secundário. Toda a força que atua sobre a vida, todo o medicamento afeta, em maior ou menor escala, a força vital, causando certa alteração no estado de saúde do homem por um período de tempo maior ou menor. A isto se chama ação primária. A esta ação, nossa força vital se esforça para opor sua própria energia. Tal ação oposta faz parte de nossa força de conservação, constituindo uma atividade automática dela, chamada ação secundária ou reação. (parágrafo 63). Efeito primário é a modificação de maior ou menor duração provocada por toda substância na saúde do indivíduo. Consequência direta da substância no organismo sintomas patogenéticos. Efeito secundário é a reação do próprio organismo ao estímulo que o altera. Primeiras referências à ação dupla e inversa das drogas século V a.c. por Hipócrates. A droga não faz a mesma coisa, neste instante, e no instante seguinte, agindo de maneira contrária a ela mesma, no mesmo indivíduo, sendo estas ações opostas uma à outra. Reação homeostática (restabelecer o equilíbrio perdido). Lei dos contrários e dos semelhantes Ex: adrenalina (s.c.) Efeito primário (químico) droga Efeito secundário (orgânico) neutralizar Efeito primário vasoconstrição, aumento da pressão sanguínea e do batimento cardíaco. Efeito secundário produção de acetilcolina, vasodilatação, diminuição da pressão sanguínea e do batimento cardíaco (mecanismos homeostáticos endógenos) feedback. Droga: qualquer substância capaz de promover alterações somáticas e funcionais nos organismos vivos. Ação primária doses elevadas Ação secundária baixo limiar sanguíneo ou eliminação (efeito rebote) intensidade maior. 6
Ex: cafeína (dose usual, bebida) Efeito primário estimulante Efeito secundário sonolência, desânimo (substância eliminada do organismo) Mais sonolento com o passar do tempo. Quanto mais estimulado ficar o indivíduo pela ingestão de café, mais sonolento ficará quando a cafeína não exercer mais sua ação no organismo. Droga de vida curta terá ação imediata. À medida que ingere novas doses, torna-se evidente o efeito rebote, após a suspensão abrupta da droga. Droga de vida longa, com excreção lenta, não produzirá tão evidentemente o efeito rebote, já que está sempre presente na circulação sanguínea. Círculo vicioso. Lei dos contrários Ex: usuário de ópio Fase primária diminuição da excitabilidade nervosa, abolição da dor, sonolência e estado particular de sonho. Fase secundária irritabilidade excessiva, dores espasmódicas, insônia, superexcitação mental. Para o organismo antagonizar os efeitos produzidos pela ação primária, tem de agir mais fortemente por meio de seus efeitos secundários. Doente Indisposto, sonolento, cansado Droga Efeito estimulante Suspensão ou eliminação da droga com efeito estimulante Melhora inicial dos sintomas -novas doses -uso prolongado -dependência -causa??? Para manter os sintomas primários vai aumentando a dose (tolerância). Piora dos sintomas Reação do organismo efeito secundário (depressor/rebote) As explicações para os efeitos observados com a abstinência da droga, refletem algumas implicações importantes para a dependência das drogas. Os sinais e sintomas de uma verdadeira abstinência da droga são, em geral, exatamente opostos aos efeitos agudos da droga, de modo que as drogas estimulantes podem provocar depressão por ocasião da retirada, enquanto os ansiolíticos podem causar ansiedade grave (Page, Curtis, Sutter & cols, 1999, p. 543). Segundo Hahnemann Prejudicial aos doentes; Piora da doença (pausa no tratamento); Efeito primário (ação do medicamento paliativo) induz manifestação de um efeito secundário do organismo, semelhante a doença. 7
Ex. do efeito rebote (secundário) após a suspensão da droga: Vários exemplos de intensificação da doença após a descontinuação ou suspensão abrupta de medicamentos. O efeito rebote, que é apenas a reação secundária de Hahnemann, é tido como um efeito indesejável (pouco estudado). Barbitúricos Indicação terapêutica: ansiedade, tensão e apreensão Efeito rebote: ansiedade, nervosismo e inquietude. Codeína Indicação terapêutica: tratamento da dor Efeito rebote: dores generalizadas. Corticosteroides via nasal (beclometasona, dexametasona) Indicação terapêutica: estados alérgicos e inflamatórios nasais (ex: rinite) Efeito rebote: congestão nasal contínua, aumento não habitual de espirros, ardor, secura ou outra irritação no interior do nariz. Farmacologia dos semelhantes Lei dos semelhantes Para Hahnemann, o verdadeiro e sólido método de cura está no emprego da lei dos semelhantes. Com a administração de uma droga capaz de provocar no homem sadio sintomas semelhantes aos que se deseja curar no doente, o organismo, por meio da reação secundária, reagirá contra a doença artificial provocada pela droga, semelhante à doença natural, eliminando-as e promovendo o equilíbrio orgânico. Doente Indisposto, sonolento, cansado Droga Efeito depressor Suspensão ou eliminação da droga com efeito depressor Melhora dos sintomas piora inicial dos sintomas (sintomas naturais + sintomas artificiais) Reação do organismo efeito secundário (estimulante/rebote) Farmacologia dos semelhantes Se os médicos tivessem sido capazes de refletir sobre esses tristes resultados do emprego de medicamentos antagônicos, teriam, então, há muito tempo descoberto a grande verdade: que é justamente no oposto de tal tratamento antipático dos sintomas da doença que deve ser encontrado o verdadeiro e sólido método de cura. Eles teriam percebido que, assim como uma ação medicamentosa antagônica tem alívio apenas temporário, agravando-se após sua ação, o procedimento oposto, o emprego homeopático dos medicamentos, de acordo com a semelhança dos sintomas deveria, necessariamente, realizar a cura duradoura e perfeita se, nesse processo, o oposto de suas grandes doses, as dose mais diminutas fossem empregadas (parágrafo 61). No início, Hahnemann não utilizava medicamentos diluídos e potencializados. Empregava drogas em concentrações elevadas agravação inicial dos sintomas. 8
Evitar a agravação dos sintomas: medicamentos diluídos e potencializados (dinamização). Rara a ocorrência de sintomas primários perceptíveis, a não ser em indivíduos muito suscetíveis. O medicamento dinamizado é o estímulo necessário para despertar a reação vital no sentido da cura. Com a diluição da droga, a agravação é controlada e com a potencialização, a reação orgânica é estimulada ainda mais no sentido da cura. O medicamento dinamizado, semelhante à enfermidade, faz com que o efeito primário passe despercebido, a não ser nos indivíduos mais suscetíveis; entretanto, desperta o efeito secundário do organismo. Essa é a razão de seu uso. Medicamento homeopático Doente Indisposto, sonolento, cansado Cura Informação medicamentosa depressora/efeito primário depressor Reação do organismo efeito secundário estimulante Comparação entre medicamento alopático e homeopático ALOPATIA Mecanismo de ação: droga-receptor, natureza química Efeitos: curva dose-resposta Posologia: doses ponderais (relacionam a massa da substância), segundo cinética Efeitos secundários: efeitos colaterais HOMEOPATIA Mecanismo de ação: estimula todo o organismo, natureza física, reacional Efeitos: tudo ou nada Posologia: segundo evolução do quadro clínico, diluição Efeitos secundários: agravação inicial Teoria dos miasmas Hahnemann desenvolveu a teoria dos miasmas para explicar a existência das doenças crônicas. Doentes crônicos nem sempre respondiam de maneira satisfatória ao simillimum, apresentando recidivas. Observou que o quadro sintomático apresentado por eles era apenas um aspecto parcial e episódico da verdadeira enfermidade que permanecia oculta. Com exceção das doenças crônicas provocadas por abuso de drogas ou hábitos de vida insalubres, Hahnemann identificou 3 miasmas responsáveis pela eclosão das doenças crônicas: sífilis, sicose e psora. Teoria dos miasmas Miasmas não são propriamente doenças, mas estados que condicionam o organismo a apresentar certas enfermidades. Um paciente poderá ter um miasma ou uma combinação deles. Miasma, ou diátese crônica, representa a predisposição, congênita ou adquirida, que os tecidos têm de reagir de modo especial a certos estímulos, como expressão da susceptibilidade individual, ou seja, miasma é o estado crônico patológico que evolui dentro de dados padrões reativos, caracterizado por elevada predisposição a determinadas doenças. Consistem etapas fisiopatológicas do mesmo problema inicial, que progride em decorrência da persistência de estresses internos e externos. Teoria dos miasmas A psora instala-se quando o organismo esgota suas possibilidades defensivas, procurando alívio por meio de fenômenos episódicos e alternantes de descarga de toxinas. O estado reacional refere-se a alergias e manifestações cutâneas, serosas e mucosas. A sicose instala-se quando o organismo altera a quantidade ou qualidade das eliminações ou bloqueia as toxinas em órgãos ou regiões circunscritas, originando neoformações. O estado reacional relaciona-se com as excrescências verrucosas (verrugas, condilomas, etc.) A sífilis instala-se quando o organismo tenta livrar-se das toxinas ou adaptar-se ao estresse persistente, sacrificando os próprios tecidos. O estado reacional está relacionado com a tendência à destruição dos tecidos (úlceras, fístulas, furúnculos, etc.). 9
Evolução natural da doença A energia medicamentosa Problemas mentais: mal estar generalizado, dores difusas, imprecisas e variadas, irritabilidade, denotando uma queda inicial do estado geral e uma sensação indefinida de não estar bem. Problemas funcionais: sintomas que refletem uma disfunção no funcionamento orgânico (azia, náuseas, vômitos, alterações do ritmo de funcionamento intestinal, erupções cutâneas, taquicardia, entre outros). Problemas lesionais: as queixas acima podem vir acompanhadas de lesões orgânicas, como úlcera gástrica, duodenal e intestinal, fibromas uterinos, cirrose hepática, aprofundamento da doença do indivíduo. O principal entrave para explicar cientificamente o fenômeno homeopático está nas diluições elevadas. (Aumento da concentração aumento do efeito farmacológico) Com o processo de dinamização (doses mínimas potencializadas), até mesmo na ausência de moléculas da droga original, ocorre uma ação farmacológica de sinal contrário, a reação secundária. Como explicar a ação homeopática de substâncias ausentes em uma solução???? Difícil responder com o conhecimento científico atual. Não podemos descartar a existência de um fenômeno reprodutível. Essa reprodutibilidade vem sendo demonstrada por meio de experimentos biológicos. Ensaios clínicos duplo-cego têm mostrado a eficácia dos medicamentos homeopáticos em relação aos placebos. Medicamento homeopático 100 -n molar n= grau de dinamização (diluições sucessivas, seguidas de agitações) O limite de Avogadro é superado quando n>12 (não existem mais moléculas da droga). Ação do medicamento homeopático não depende da presença de moléculas. Existe uma informação, algum tipo desconhecido de energia, uma vez que os organismos vivos reagem a ela. Energia produzida pelas agitações pode ser responsável pela transferência das informações medicamentosas à solução. 2 linhas de pesquisa que tentam explicar o fenômeno das ultra-diluições homeopáticas: a hipótese molecular e a energética. Hipótese molecular: Alterações estruturais nas moléculas do solvente tamanho e ângulo (técnicas de ressonância magnética nuclear) OU Modificações na auto-organização das moléculas de água após as dinamizações (formação de clusters) 10
Água é composta por uma mistura de aglomerados de moléculas de diferentes dimensões, formadas por ligações de hidrogênio e de moléculas de água livre que não estão conectadas por essas ligações. Esses aglomerados de moléculas de água formam um sistema fechado denominado de cluster. Alterações dessas estruturas mudanças no comportamento da água. Água límpida: mistura de clusters que possuem uma estrutura. Ao adicionar um soluto a uma solução aquosa, as moléculas do solvente se dispõem ao redor das moléculas do soluto e essa organização se mantém após muitas diluições. Quanto não há mais soluto em solução, os clusters de água determinam as características dessa solução (diferente da solução aquosa pura). Cada cluster de água é específico para uma determinada substância. Hipótese não-molecular (energética): Informação exerce um papel de significante biológico capaz de gerar modificações fisiológicas, após sua interpretação pelo organismo. Propriedades físico-químicas das substâncias são transmitidas nas dinamizações. Matriz da informação mediadora da informação receptor da informação Leis de Arndt e de Schultz Hahnemann afirmou que os efeitos primários e secundários dos medicamentos dependem da dose em que são administrados. Em 1920 essa constatação foi confirmada pelo farmacologista Hugo Schultz. Experiências com leveduras: seu crescimento dependia da concentração de substâncias tóxicas que recebiam, ou seja, enquanto doses pequenas estimulavam o crescimento, doses grandes o inibiam. Lei da Farmacoterapia: Toda excitação provoca sobre a célula um aumento ou uma diminuição na sua função biológica em relação à atividade fraca ou forte da excitação. Leis de Arndt e de Schultz Rudolf Arndt, fisiologista, baseando-se na Lei da Farmacoterapia de Schultz, enunciou a Lei Biológica Fundamental: As pequenas excitações provocam a atividade vital, despertando-a. As excitações médias aumentam-na As excitações fortes anulam-na em parte As excitações exageradas anulam-na totalmente. 11
Os raios X causam tumores e, paradoxalmente, essa mesma radiação, em pequenas doses, é utilizada no tratamento de diversas neoplasias. Esse tratamento foi descoberto em 1896, por Emil Grubbe, professor de química e estudante da Faculdade Médica Hahnemann, de Chicago, uma instituição homeopática de ensino. A função das grandes doses é contrária à das pequenas doses. A atropina em doses fortes dilata a pupila e em doses fracas a retrai; a digitalina em doses elevadas acelera o batimento cardíaco e em doses fracas o retrai. A Lei Biológica Fundamental explica a ação dupla e inversa das drogas de acordo com a dose. Fundamental para a compreensão do funcionamento das doses mínimas homeopáticas. Não é o medicamento que cura, é o organismo reagindo ao medicamento que neutraliza a doença semelhante a ele. Somente o médico com seus conhecimentos poderá, com possibilidade de êxito, escolher a dose e a dinamização medicamentosa, e daí a necessidade de que as dinamizações sejam bem feitas e exatas para que o médico possa acreditar em sua experiência clínica e saber que diluição deverá usar. 12