RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

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Informações sobre o processo ;

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1/22 REQUERIMENTO REFª: Nome: Deolinda Ribas

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Conde. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

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Comércio. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

CONCLUSÃO

Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito do Tribunal Judicial de Esposende

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Secção de Comércio. Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO...

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CONCLUSÃO =CLS= Proc.Nº 2888/17.7T8AVR. Insolvência pessoa singular (Apresentação)

de Famalicão Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

I Violação do dever de apresentação à insolvência (alínea d) do nº 1 do artigo

Local do Porto. J2 Processo nº 5134/14.1TBVNG Insolvência de Francisco Germano da Silva e Maria Olinda Correia Botelho da Silva

Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de. Direito do Tribunal Judicial da Comarca de. Aveiro Juízo de Comércio de Oliveira de. Azeméis

Guimarães. do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

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do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

Transcrição:

2017 RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE) Tribunal da Comarca de Leiria Leiria - Juízo de Comércio - Juiz 3 Processo n.º 3769/16.7T8LRA Deolinda Ribas Florinda Conceição Parreira Silva Pereira 11-01-2017 Informações sobre o processo http://www.n-insolvencias.com/insolvencias/3769167t8ra;

Índice ÍNDICE... 2 1. INTRODUÇÃO... 4 2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DA INSOLVENTE... 5 2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE... 5 2.2. COMISSÃO DE CREDORES... 5 2.3. A ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA... 5 2.4. DATAS DO PROCESSO... 5 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª... 5 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS... 6 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS. 7 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA... 7 4. ANÁLISE DO ESTADO DA CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA... 9 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA... 10 6. CENARIOS POSSIVEIS E SUAS CONSEQUENCIAS PARA OS CREDORES... 10 7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO... 12 7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES... 12 7.2. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO... 13 7.3. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA... 15 7.5 DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE... 16 Informações sobre o processo 2

8 - INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)... 25 NÃO FORAM LOCALIZADOS QUAISQUER BENS NA ESFERA PATRIMONIAL DA INSOLVENTE.... 25 9 RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)... 25 Informações sobre o processo 3

1. INTRODUÇÃO A devedora Florinda Conceição Parreira Silva Pereira apresentou-se à insolvência, tendo sido proferida sentença em 06 de Janeiro de 2017. Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve elaborar um relatório contendo: a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º; b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos autos pelo devedor; c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência, e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários figuráveis; d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do mesmo; e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a tramitação ulterior do processo. Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores. Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem a administradora apresentar o seu relatório. A Administrador da Insolvência Informações sobre o processo 4

2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DA INSOLVENTE 2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE NOME Florinda Conceição Parreira Silva Pereira NIF 117 052 620 BI 7049066 MORADA Avenida Marquês do Pombal, 29 2C, 2410-152 Leiria ESTADO CIVIL Divorciada 2.2. COMISSÃO DE CREDORES Não nomeada 2.3. A ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA Deolinda Ribas NIF/NIPC: 175620113 Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 4710-358 Braga Telef: 253 609310 253 609330 917049565-962678733 E-mail: dribas@nadv.pt; Site para consulta: Informações sobre o processo ; 2.4. DATAS DO PROCESSO Declaração de Insolvência: Data e hora da prolação da sentença: 07-12-2016 pelas 15h25m Publicado no portal Citius 09-01-2017 Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 06-03-2017 pelas 12h00m Informações sobre o processo 5

3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS Dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor deve juntar, entre outros, documento em que se explicita a actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos últimos três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o que entenda serem as causas da situação em que se encontra. A devedora procedeu, de acordo com o disposto no nº 1 do artigo 24º do CIRE, à junção dos seguintes documentos: a) Assentos de nascimento da insolvente e da filha; b) Cartão de identificação da filha; c) Recibo de vencimento; d) Requerimento de protecção jurídica; e) Relação de credores; f) Citações e documentos de Agentes de Execução; g) Certificado de Registo Criminal. h) Relação de ações e execuções pendentes; i) Relatório médico e despesas médicas da filha; j) Contrato de arrendamento. Informações sobre o processo 6

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS A insolvente foi sócia do Centro de Formação Profissional Egas Moniz, Ldª, onde prestou serviços de formação até ao ano de 2013, data que o centro foi encerrado. Actualmente trabalha na sociedade Porcimais, Ldª, com a categoria de administrativa, e aufere o vencimento mensal bruto no valor mensal de 400,00, acrescido de duodécimos de subsídio de natal e de férias. 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da insolvência resultam da análise efectuada à informação colocada à disposição da Administradora de Insolvência (petição inicial e documentos fornecidos), bem como das diligências efectuadas por esta. Deste modo, indicam-se os motivos justificativos da actual situação de insolvência da devedora: A devedora é divorciada e vive juntamente com a sua mãe de 70 anos de idade e uma filha de 20 anos que se encontra à sua guarda e que sofre de síndrome de Aspager; A insolvente foi sócia do Centro de Formação Profissional Egas Moniz, Ldª, onde prestou serviços de formação até ao Informações sobre o processo 7

ano de 2013, data que o centro foi encerrado por dificuldades financeiras; Para além daquele trabalho, vendia produtos de cosmética da marca Avon ; No âmbito dessas actividades contraiu diversos créditos bancários os quais, por falta de rendimentos, não logrou cumprir; Atualmente trabalha na sociedade Porcimais, Ldª, com a categoria de administrativa e aufere o vencimento mensal bruto no valor mensal de 400,00, acrescido de duodécimos de subsídio de natal e de férias; Vive, com o agregado familiar, em casa arrendada, pela qual despende cerca de 200,00 mensais; Não recebe do pai da sua filha qualquer valor a título de pensão de alimentos o qual igualmente não comparticipa nas despesas médicas e medicamentosas; Recebe da Segurança Social o abono de família escalão 1 e bonificação no valor de 210,41 mensais; Encontram-se pendentes contra a devedora os seguintes processos de execução: o Processo n.º 6739/07.2TBLRA, a correr termos no Tribunal da Comarca Leiria Pombal - Juízo de Execução, em que é exequente o BPN- Banco Português de Negócios, S.A.; o Processo n.º 7560/06.0TBLRA, a correr termos no Tribunal da Comarca Leiria Pombal - Juízo de Execução, em que é exequente o Banco BPI, S.A.; o Processo n.º 15735/08.1YYLSB, a correr termos no Tribunal da Comarca Lisboa Lisboa - Juízo de Informações sobre o processo 8

Execução - Juiz 8, em que é exequente a sociedade Exotic Lobbie Ldª; Os acontecimentos supra expostos, levaram a que a Insolvente se visse totalmente impossibilitada de cumprir com as suas obrigações. 4. ANÁLISE DO ESTADO DA CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve a Administradora da insolvência efectuar uma análise do estado da contabilidade da devedora e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos pela devedora. Contudo, o presente dispositivo não tem aplicação porquanto não sendo a insolvente comerciante, não está obrigado legalmente a ter contabilidade organizada. No que se refere à informação financeira prestada pela devedora e que se encontra descrita em termos de activos e passivos, apesar de solicitadas, não foram entregues as declarações de IRS dos três últimos anos. Informações sobre o processo 9

5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA Tendo em conta o supra referido, designadamente, a circunstância do insolvente não ser comerciante, não se referenciou qualquer empresa de que aquele seja titular, não tendo, por isso, aplicabilidade o presente dispositivo. 6. CENARIOS POSSIVEIS E SUAS CONSEQUENCIAS PARA OS CREDORES A assembleia de credores de apreciação do relatório delibera sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de Insolvência. Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem como escopo a liquidação do património de um devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores. Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o património da devedora à data da declaração de insolvência, bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do processo. Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda [ 1 ], da conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art.º 46.º resulta que, em rigor, a 1 Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, 4.ª ed., p. 236-237. Informações sobre o processo 10

massa não abrange a totalidade dos bens do devedor susceptíveis de avaliação pecuniária, mas tão só os que forem penhoráveis e não excluídos por disposição especial em contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis, sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a impenhorabilidade não seja absoluta. São absolutamente impenhoráveis os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se encontrem na residência permanente do executado ( ). A signatária encetou diligências no sentido de averiguar a existência de bens no património dos insolventes, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e Repartição de Finanças, não tendo sido localizados quaisquer bens sujeitos a registo. O cenário possível que se apresenta para os credores é, pois, no sentido do encerramento do presente processo por insuficiência de bens da massa insolvente. Assim, considerando que: 1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de valores activos face ao Passivo acumulado; 2. Não havendo Plano de Pagamentos; a Administradora da Insolvência propõe que se delibere no sentido do encerramento por insuficiência de bens da massa insolvente. Informações sobre o processo 11

7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES Nas ações / execuções pendentes contra a insolvente não se discute qualquer questão cuja decisão que venha a ser proferida possa afetar a massa insolvente (no sentido de lhe acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que não se requer a apensação das mesmas. No que se reporta aos processos executivos, o pedido de apensação apenas se justificará em caso de dificuldade de apreensão para a massa insolvente dos bens penhorados no âmbito desses processos, o que, até ao momento não se verifica, pelo que não se requer a apensação dos mesmos. Sem prejuízo, nos termos dos n.ºs 1 e 4 do art.º 88.º do CIRE, foi já dado conhecimento ao: o o o Processo n.º 6739/07.2TBLRA, a correr termos no Tribunal da Comarca Leiria Pombal - Juízo de Execução, em que é exequente o BPN- Banco Português de Negócios, S.A.; Processo n.º 7560/06.0TBLRA, a correr termos no Tribunal da Comarca Leiria Pombal - Juízo de Execução, em que é exequente o Banco BPI, S.A.; Processo n.º 15735/08.1YYLSB, a correr termos no Tribunal da Comarca Lisboa Lisboa - Juízo de Execução - Juiz 8, em que é exequente a sociedade Exotic Lobbie Ldª; Informações sobre o processo 12

7.2. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante apreendido) ou não do vencimento da insolvente pessoa singular e, no caso de não apreensão, deverá constar, de forma sucinta, a justificação para a não apreensão. O vencimento deve ser apreendido com destino à satisfação dos credores dos insolventes, fazendo parte da massa insolvente que abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE). Na execução singular (art. 824ºdo C.P.C.) determina-se que a impenhorabilidade estabelecida no n.º 1 do preceito (2/3 dos vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante auferidos pelo devedor e bem assim das prestações periódicas auferidas a título de aposentação ou qualquer outra regalia social) tem como limite máximo o montante equivalente a três salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e, como limite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento (e o crédito exequendo não seja de alimentos), o montante equivalente ao salário mínimo nacional. Na execução universal em que a insolvência se traduz, e no caso particular em que é requerida a exoneração do passivo restante, estabelece a lei o princípio de que todos os rendimentos que advenham ao devedor constituem rendimento disponível, a ser afecto às finalidades previstas no art. 241º do C.I.R.E. (cumprimento das obrigações do devedor), excluindo porém Informações sobre o processo 13

desse rendimento disponível e logo dessa afectação do património do devedor ao cumprimento das obrigações para com os seus credores o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado familiar, não devendo essa exclusão exceder, salvo decisão fundamentada do juiz em contrário, três vezes o salário mínimo nacional. Uma diferença entre os dois regimes é de realçar, desde logo o facto da norma do C.I.R.E. não mencionar qualquer limite mínimo objectivo, aludindo antes a um conceito indeterminado o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado. Assim, considera-se adequado dever interpretar-se o art. 239º, nº 3, b), i) do C.I.R.E. no sentido de que a exclusão aí prevista tem como limite mínimo o que seja razoavelmente necessário para garantir e salvaguardar o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado familiar. Ora, verifica-se que, no caso concreto, a insolvente trabalha por conta de outrem, na sociedade Porcimais, Ldª, com a categoria de administrativa, e aufere o vencimento mensal bruto no valor mensal de 400,00, acrescido de abonos duodécimos de subsídio de natal e de férias. Desta forma, face ao entendimento supra manifestado e aos valores auferidos pela insolvente, considera-se não dever ser aprendido qualquer montante dos rendimentos auferidos por aquele, pois que o mesmo é imprescindível para o respectivo sustento condigno do agregado familiar. Informações sobre o processo 14

7.3. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do incidente de qualificação da insolvência, na sentença que declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de qualificação, com carácter pleno ou limitado cfr. al. i) do art.º 36.º do CIRE. Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não declarou, desde logo, aberto aquele incidente. Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após a realização da assembleia de apreciação do relatório, o administrador da insolvência ou qualquer interessado deverá alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da qualificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas que devem ser afetadas por tal qualificação, cabendo ao juiz conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno, declarar aberto o incidente de qualificação da insolvência, nos 10 dias subsequentes. Sem prejuízo, regista-se, desde já a inexistência de indícios que fossem do conhecimento da administradora e passíveis de determinar a qualificação da insolvência como culposa. Informações sobre o processo 15

7.5 DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE A insolvente veio requerer a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto no art.º 235º e ss do CIRE. Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador da insolvência pronunciar-se sobre o requerimento. É possível delinear a seguinte factualidade com interesse para a emissão do presente parecer, face aos elementos documentais constantes do processo (petição inicial e informações prestadas pela insolvente, sentença que decretou a insolvência, petição inicial, bem como a relação provisória de credores apresentada nos termos dos art.ºs 154.º e 155º CIRE): 1. A devedora é divorciada e vive juntamente com a sua mãe de 70 anos e com uma filha de 20 anos que se encontra à sua guarda e que sofre de síndrome de Aspager; 2. Atualmente trabalha na sociedade Porcimais, Ldª, com a categoria de administrativa, e aufere o vencimento mensal bruto no valor mensal de 400,00, acrescido de duodécimos de subsídio de natal e de férias; 3. Não recebe do pai da sua filha qualquer valor a título de pensão de alimentos nem de comparticipação nas despesas médicas e medicamentosas; 4. Recebe da Segurança social o abono de família escalão 1 e bonificação no valor de 210,41 mensais; 5. Vive, com o agregado familiar, em casa arrendada pela qual despende cerca de 200,00 mensais; Informações sobre o processo 16

6. Tem as seguintes despesas mensais com a filha: a. Psiquiatra - 35,00; b. Medicamentos - 70,00; c. Psicólogo - 25,00. 7. Os seus credores e respectivos créditos são os seguintes: Credores Fundamento Montante Autoridade Tributária e Aduaneira - Procuradoria do Juízo de Comércio de Leiria Arrow Global Limited IVA vencido em 21/10/2010 Custas Conta de DO 35/0006491447710 Data Constituição Data Vencimento 2.744,64 31-12-2008 21-10-2010 2.454,69 01-03-2007 06-01-2017 Arrow Global Limited Contrato de mútuo 5.103,00 20-03-2007 06-01-2017 Avon Cosméticos Lda Banco BPI, S.A., Sociedade Aberta Banco BPI, S.A., Sociedade Aberta Banco BPI, S.A., Sociedade Aberta Banco Santander Totta SA Exotic Lobbie Lda Jorge Moura & Carlos Costa Ld.ª Logicomer, Gestão e Recuperação de Crédito, S.A. Maria da Purificação Rodrigues Henriques Meo - Serviços de Comunicação e Multimédia, S.A. Nos Comunicações, S.A. Novo Banco, S.A. Crédito relacionado pela insolvente Proc. Executivo n.º 7560/06.0TBLRA, cujo título executivo são duas livranças avalizadas pela insolvente Proc. Executivo n.º 1543/08.3TBLRA, cujo título executivo é uma livrança avalizada pela insolvente 74,64 N/D 16-04-2016 3.846,87 02-10-2006 12-10-2006 44.690,94 17-01-2008 28-01-2008 Proc. n.º 74383/08.8YIPRT 469,93 01-02-2017 06-01-2017 Crédito relacionado pela insolvente Crédito relacionado pela insolvente Crédito relacionado pela insolvente 6.667,28 N/D N/D 2.805,68 N/D N/D 5.545,51 N/D N/D Proc. n.º 18845/03.8YXLSB 4.071,98 06-02-2003 21-05-2003 Crédito relacionado pela insolvente 5.082,55 N/D N/D Facturação 1.023,53 19-04-2010 19-05-2010 Crédito relacionado pela insolvente Cartão de Crédito n.º 421510003382755 59,82 N/D N/D 6.569,10 11-01-2006 06-01-2017 Informações sobre o processo 17

Pavalorem, S.A. Descoberto de conta de DO n.º 8960145 454,78 10-01-2001 06-01-2017 Pavalorem, S.A. Juros 25,51 06-01-2017 17-02-2017 Pavalorem, S.A. Proc. Executivo n.º 6739/07,2TBLRA, cujo titulo 9.122,49 15-07-2007 29-10-2007 executivo é uma livrança Rino & Rino, Lda Crédito relacionado pela insolvente 2.762,76 N/D N/D Unicre Cartão Crédito relacionado pela Internacional de Crédito SA insolvente 1.132,43 N/D N/D 8. Encontram-se pendentes contra a devedora os seguintes processos; a. Processo n.º 6739/07.2TBLRA, a correr termos no Tribunal da Comarca Leiria Pombal - Juízo de Execução, em que é exequente o BPN- Banco Português de Negócios, S.A.; b. Processo n.º 7560/06.0TBLRA, a correr termos no Tribunal da Comarca Leiria Pombal - Juízo de Execução, em que é exequente o Banco BPI, S.A.; c. Processo n.º 15735/08.1YYLSB, a correr termos no Tribunal da Comarca Lisboa Lisboa - Juízo de Execução - Juiz 8, em que é exequente a sociedade Exotic Lobbie Ldª; 9. De acordo com a informação constante da certidão do registo de nascimento, a devedora nunca foi declarada insolvente nem nunca beneficiou anteriormente de exoneração do passivo restante. 10. De acordo com as informações constantes da certidão de registo criminal, a devedora não foi condenada por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Informações sobre o processo 18

Penal, nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração de insolvência ou posteriormente a esta data. 11. Apresentou-se à insolvência em 10 de Dezembro de 2016, a qual foi decretada por sentença proferida no dia 06 de Janeiro de 2017. *-* Isto dito: Dispõe o disposto no art.º 235º do CIRE, que se o devedor for uma pessoa singular, pode ser-lhe concedida a exoneração dos créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no encerramento deste. Os critérios de aplicação deste instituto estão previstos nos art.ºs 237.º segs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de insolvência, cumprir-se-á dessa forma o requisito da alínea c) do art.º 237.º. Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (aplicáveis por força do art.º 237º., alínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo. Nada consta nos autos ou foi apurado pela administradora de insolvência quanto a ter a devedora fornecido informações falsas a que se refere a alínea b) ou ter beneficiado anteriormente desta exoneração do passivo restante (alínea c)). Informações sobre o processo 19

A aplicação do disposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238.º do CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes situações: o devedor não cumprir o dever de apresentação à insolvência, com prejuízo para os credores, ou se não existir esse dever, se se tiver abstido dessa apresentação nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência, com prejuízo para os credores e sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoa singular, não está o insolvente obrigado a apresentar-se à insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal como flui do nº 2 deste mesmo preceito, pelo que não se cuida de verificar a verificação em concreto da parte inicial da alínea d). No que se reporta aos demais requisitos desta alínea d), de preenchimento cumulativo, são os seguintes: que o devedor/requerente não se apresente à insolvência nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência; que desse atraso resulte um prejuízo para os credores; que o devedor soubesse, ou pelo menos não pudesse ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria escrevem que para além da não apresentação à insolvência, a relevância deste comportamento do devedor, para efeito de Informações sobre o processo 20

indeferimento liminar, depende ainda, em qualquer destas hipóteses, de haver prejuízo para os credores e de o devedor saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe «qualquer perspectiva séria da melhoria da sua situação económica». Está aqui em causa apurar se a não apresentação da devedora à insolvência se pode justificar por ela estar razoavelmente convicta de a sua situação económica poder melhorar em termos de não se tornar necessária a declaração de insolvência [ ] Importa, pois, verificar se a apresentação da requerente à insolvência se verificou nos seis meses seguintes à verificação desta situação e, em caso negativo, se e desse facto advieram prejuízos para os credores. Ora, o conceito de prejuízo pressuposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples vencimento dos juros, que são consequência normal do incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum prejuízo de outra ordem, projetado na esfera jurídica do credor em consequência da inércia da insolvente (consistindo, por exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no período que dispunha para se apresentar à insolvência). Entende-se que o simples acumular do montante de juros não integra o conceito de prejuízo a que se refere o art. 238, nº 1, al. d) do CIRE. [ ]. Com efeito, a mora resultante do atraso no pagamento, em abstracto, contribui sempre para o avolumar da dívida, designadamente em virtude dos juros que lhe estão associados, Informações sobre o processo 21

em especial quando estamos perante dívidas a instituições financeiras. Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibilidade de cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE), lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. arts. 804 e segs. do Cód. Civil), o que se traduz no aumento quantitativo do passivo do devedor. Não pode, pois, considerar-se que o conceito normativo de prejuízo previsto na alínea d) do nº 1 do artº 238º do CIRE inclua no seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o crédito de capital, sob pena de se estar a esvaziar de sentido útil a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores). É que se tivesse sido essa a finalidade da lei, bastaria ter estabelecido o indeferimento liminar do pedido de exoneração do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se apresentar à insolvência no período de seis meses posterior à verificação dessa situação. Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis meses após a verificação da situação de insolvência) não é suficiente para se poder considerar preenchido o requisito aqui em análise, uma vez que tal representaria, estar a valorizar-se um prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores como requisito autónomo do indeferimento liminar do incidente. Informações sobre o processo 22

Tratando-se o prejuízo dos credores de um requisito autónomo deste indeferimento liminar, acrescerá o mesmo aos demais requisitos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já estão contidas num desses outros requisitos. Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta do devedor, devendo apurar-se se esta se pautou pela licitude, honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua situação económica, só se justificando o indeferimento liminar caso se conclua pela negativa. Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento liminar do pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo que estava já impossibilitado de satisfazer. São estes comportamentos desconformes ao proceder honesto, lícito, transparente e de boa-fé, os quais, a verificarem-se na conduta do devedor, impedem que a este seja reconhecida a possibilidade, preenchidos os demais requisitos do preceito, de se libertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a sua reabilitação económica. Como tal, o que se sanciona são os comportamentos que impossibilitem, dificultem ou diminuam a possibilidade de os credores obterem a satisfação dos seus créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida caso tais comportamentos não ocorressem. Informações sobre o processo 23

Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, nada foi apurado no sentido que aponte para que a insolvente não tenha adotado uma atitude de licitude, honestidade, transparência e boa-fé no que respeita à sua situação económica. Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer elemento que aponte no sentido da culpa da devedora na criação ou agravamento da situação de insolvência está também preenchida a alínea e) do art.º 238.º. Não consta, ainda, que a devedora tivesse sido condenada por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta data alínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE. Por último, não resulta que a devedor tenha violado qualquer dos deveres de informação, apresentação ou colaboração previstos no CIRE alíneas i) e g) do artº 238.º Os pressupostos formais previstos no CIRE estão preenchidos e não há elementos que levem a signatária a emitir parecer que pudesse concluir pelo indeferimento do pedido. Assim, sendo tendo em conta que nada há que aponte no sentido de ter mantido uma conduta contrária ao Direito, emite-se parecer no sentido que deve ser concedido à insolvente a possibilidade de após o período de cinco anos previsto no art.º. 239, n.º 2 do CIRE, se exonere dos compromissos que até então não lhe seja possível saldar. Informações sobre o processo 24

8 - INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) Não foram localizados quaisquer bens na esfera patrimonial da insolvente. 9 RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) Em anexo Informações sobre o processo 25