GRUPO X GRUPO DE ESTUDO DE SOBRETENSÕES, CORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO E INTERFERÊNCIAS (GSI) CONDICIONADORES HÍBRIDOS DE ENERGIA

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Transcrição:

GSI/ 20 17 a 22 de outubro de 1999 Foz do Iguaçu Paraná Brasil GRUPO X GRUPO DE ESTUDO DE SOBRETENSÕES, CORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO E INTERFERÊNCIAS (GSI) RESUMO CONDICIONADORES HÍBRIDOS DE ENERGIA Fausto Bastos Líbano* Flávio Becon Lemos Guilherme A. D. Dias PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) Neste trabalho apresentam-se aspectos gerais sobre a utilização de iltros híbridos de energia com parte ativa série para o condicionamento de grandes cargas não lineares conectadas aos sistemas de potência. Descreve-se as principais conigurações topológicas e suas características uncionais, obtêm-se equações importantes para projeto, simulações e resultados experimentais. PALAVRAS-CHAVE Filtro Ativo Filtro Híbrido Qualidade de Energia 1.0 INTRODUÇÃO Nos últimos anos a preocupação pela qualidade de ornecimento e consumo de energia elétrica tem aumentado de orma considerável, principalmente pela prolieração de cargas não lineares em todos os níveis dos sistemas de energia (doméstico, comercial e industrial). Estas cargas são importantes ontes geradoras da degradação da qualidade da energia utilizada, criando perturbações e/ou distorções na tensão e/ou corrente em unção de seu intercâmbio de energia reativa com o sistema ser muito variável, com valores eicazes maiores que os valores médios. Ainda que estas cargas não lineares, tenham sua etapa de entrada, na maioria das vezes baseadas em conversores eletrônicos de potência, com as conseqüências citadas anteriormente, sob outro ponto de vista permitem que os equipamentos e processos no qual azem parte sejam mais baratos, áceis de controlar e em alguns aspectos mais eicientes. Neste sentido os estudos sobre sistemas de iltragem de potência vêem buscando alternativas para atenuar estes problemas nas instalações e nos sistemas de energia. Principalmente na última década oram propostas novas possibilidades topológicas de iltros de potência assim como dierentes estratégias de controle, devido a evolução da tecnologia eletrônica tanto em nível de semicondutores de potência como em nível de circuitos de controle. Também, vêem sendo realizadas atualizações periódicas nas normas relativas a distorções e perturbações, com regulações cada vez mais estritas. A solução mais comum, ainda utilizada em algumas aplicações industriais para iltrar harmônicos de corrente e compensar a potência reativa na reqüência undamental, é a utilização de iltros passivos conectados em paralelo aos terminais das cargas não lineares. Um iltro passivo paralelo é basicamente constituído por um ou mais conjuntos de associações de componentes indutivos e capacitivos, de baixa resistência série, com o objetivo de reduzir perdas. Por outro lado, esta característica de baixo amortecimento pode dar lugar a ressonâncias entre as impedâncias do iltro e do sistema de alimentação provocando em algumas situações ampliicação ao invés de atenuação das distorções. A utilização de iltros ativos conectados em paralelo com o sistema de ornecimento de energia elétrica soluciona o problema das ressonâncias paralelo. Normalmente, estes iltros ativos são ormados por inversores uncionando como onte de corrente. Sua impedância de saída é alta diminuindo a possibilidade de ressonâncias entre iltro e linha nas reqüências harmônicas características de ordem baixa. Entretanto, um iltro ativo paralelo tem problemas derivados de sua implementação prática, entre eles está a construção de um inversor de corrente modulado por largura de pulso, de grande capacidade, com bom comportamento dinâmico e poucas perdas. Outro é a necessidade de potência nominal de aproximadamente 30% em relação a potência da carga que se busca iltrar. Estas características azem com que sua aplicação ique limitada a iltragem de cargas não lineares de baixa FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - PUCRS Av. Ipiranga 6681, Prédio 30, sala 150 CEP 90619-900 Porto Alegre, RS Tel.: (051) 320 3594 Fax: (051) 320 3540 e-mail: blibano@ee.pucrs.br

2 potência (<100 kva). Por outro lado, para algumas aplicações de baixa potência, o custo deste tipo de sistema de iltragem pode inclusive ser maior do que a própria carga, o que inviabiliza seu uso de orma extensiva. Como uma alternativa as limitações dos iltros conectados em paralelo, passivos e ativos, e para potências médias e grandes (>100 kva), oram propostos e vêem sendo pesquisados sistemas de iltragem híbrida. Estes sistemas são ormados pela associação de iltros passivos e ativos, com o objetivo básico de melhorar as características de iltragem da parte passiva mediante uma parte ativa de pequena potência em relação a potência da carga. Neste trabalho estão apresentadas topologias, equações básicas, simulações e resultados experimentais. 2.0 - FILTROS HÍBRIDOS Um iltro híbrido é ormado por uma associação de iltros ativos e passivos, podendo ter dierentes conigurações e unções de iltragem. Com estes busca-se compensar as limitações de ambos empregados por separado. Os iltros híbridos com parte ativa série atuando como impedância ativa tem sido bastante pesquisados, pois permitem modiicar o comportamento harmônico do sistema com uma parte ativa de pequena potência. Com tal característica, os harmônicos da corrente de carga tem um caminho de menor impedância pelo iltro passivo. Possíveis harmônicas de tensão, previamente existentes no sistema, icam isoladas da carga. Estas associações permitem melhoram as características de compensação dos iltros passivos, diminuindo ortemente as possibilidades de ressonâncias série ou paralela, devidas a onte ou carga, respectivamente. Eles combinam a robustez dos iltros passivos com a eiciência dos iltros ativos melhorando a coniabilidade do sistema como um todo. 2.1 Filtro Híbrido Ativo Série (FHAS) Esta associação é mostrada na Fig. 1. O objetivo principal desta combinação entre iltros ativo série e passivo paralelo é azer com que o iltro ativo opere como um curto-circuito para correntes na reqüência na undamental e um circuito aberto para correntes harmônicas de baixa ordem. Nesta coniguração, as harmônicas de corrente são orçadas a circularem através do iltro passivo paralelo, permitindo isolamento harmônico entre onte e carga. Além disto, o iltro ativo série pode ser dimensionado somente para uma ração da potência de compensação, sendo o custo total do sistema é limitado. 2.2 Filtro Híbrido Ativo Paralelo (FHAP) Esta associação é mostrada na Fig. 2. Nesta coniguração, os iltros passivo e ativo estão conectados em série e ambos em paralelo com a linha de potência. Como o iltro passivo opera como impedância ativa, e numa situação ideal de controle como uma resistência ativa, isto permite que o iltro ativo regule a quantidade de harmônicos luindo pelo iltro passivo atuando no seu ator de qualidade. A corrente circulando através do iltro ativo é a mesma que do iltro passivo, i.e., correntes harmônicas mais corrente reativa na reqüência undamental, dependendo do projeto do iltro passivo. O iltro ativo série também pode ser associado para proporcionar sintonia a iltros passivos previamente instalados ora de sintonia. 3.0 ANÁLISE QUANTITATIVA A combinação de um iltro ativo série mais um ou vários iltros passivos paralelos é analisada em unção do circuito equivalente monoásico representado na igura 3. Analisando este circuito com base no Teorema de Superposição, pode-se separar a contribuição harmônica de cada onte de energia nas principais variáveis do circuito. Para o caso da onte de corrente harmônica da carga, que teoricamente é a principal onte geradora de harmônicas de corrente, obtêm-se o primeiro termo do segundo membro das equações (1), (2) e (3), sendo a contribuição harmônica da onte de tensão considerada no segundo termo do segundo membro das respectivas equações. Na análise assume-se que o iltro ativo série é constituído por um inversor operando com onte de tensão controlada em corrente com grande largura de banda, comportando-se como uma onte de tensão controlada ideal, v FA. A carga não linear (por exemplo um retiicador de potência) é representada por uma onte de corrente, i C, devido a presença de uma grande indutância em seu lado de CC. A impedância equivalente dos iltros passivos paralelo é Z e a impedância equivalente da onte é Z S. Esta orma de iltragem diere dos sistemas de iltragem ativa série ou iltragem ativa paralelo convencionais, porque nestas os iltros são controlados para atuar como onte de tensão (idealmente impedância série interna pequena) ou onte de corrente (idealmente impedância paralela interna grande) respectivamente. Nos iltros híbrido com parte ativa série o comportamento de impedância ativa pode ser obtido acrescentando a linha uma tensão harmônica proporcional aos harmônicos de corrente que circulam por ela. O iltro ativo tem a unção de isolamento harmônico entre a onte e a carga e os iltros passivos tem a unção de compensação harmônica, também podendo ter a unção de compensador do ator de deslocamento.

3 SISTEMA DE POTÊNCIA FILTRO HÍBRIDO ATIVO SÉRIE Vs Is Vc = K I Sh Vt IL L L 100 mh 1 mω Zs 1:6 0.64 mh 220/ 127 V - 50 Hz Lr Cr I R L 8 Ω CARGA NÃO LINEAR 10 kw Vdc FILTROS ATIVOS FILTRO PASSIVO FIGURA 1 - Filtro híbrido ativo série. 5 th 1.9 mh 70 µf SISTEMA DE POTÊNCIA FILTRO HÍBRIDO ATIVO PARALELO Vs Is Vt I L L L 100 mh 1 mω Zs 0.64 mh 220/ 127 V - 50 Hz Lr Cr R L 8 Ω CARGA NÃO LINEAR 10 kw Vdc I 1:6 Vc = K I Sh FILTROS ATIVOS FILTRO PASSIVO 5 th 1.9 mh 70 µf FIGURA 2 - Filtro híbrido ativo paralelo. i S Z S v FA=Ki Sh + _ v T i C I Sh = Z Ch K+Z S+Z.I + 1 S Sh K+Z +Z.V (1) + _ v S Z 5 º i 7 º pa i C (Z +K).Z V Th = - V FA = S Ch K+Z S+Z.I + Z S K.Z K + Z S + Z. I Ch + Sh K+Z +Z.V (2) K K + Z S + Z.V (3) Sh Sistema de Potência Filtro Híbrido Ativo Série Carga não Linear FIGURA 3 - Circuito equivalente monoásico de um FHAS. A partir das equações (1), (2) e (3) veriica-se que se o iltro ativo série é controlado tal que K >> Z, as harmônicas da corrente de carga se vem orçadas a luir para o iltro passivo paralelo em vez de circular pela onte. Também veriica-se que se o iltro série

4 pode ser controlado tal que a resistência K seja muito maior que a impedância da onte, Z S, e a impedância da onte não terão eeito nas características de compensação do iltro passivo paralelo. Também, as harmônicas do entorno previamente existentes no sistema não poderão luir para o iltro passivo paralelo, diminuindo ortemente as possibilidades de condições ressonantes entre onte e iltro passivo paralelo. De orma equivalente, como as harmônicas da corrente de carga não podem luir para a onte ou para outros iltros passivos do sistema, a possibilidade de condições ressonantes entre carga e onte também reduz-se drasticamente. O iltro ativo série atua de orma equivalente a uma resistência de amortecimento para as harmônicas, ajudando na solução de problemas do uso de iltros passivos paralelo empregados sozinhos, tais como ressonâncias paralelo e drenagem de harmônicas da rede. As equações também indicam que se o iltro ativo série pode ser controlado tal que K >> Z S e K >> Z, então as tensões harmônicas da onte V Sh são aplicadas somente sobre o iltro ativo série, não aparecendo na tensão terminal do iltro passivo paralelo V Th. Neste caso, as tensões harmônicas aplicadas sobre o iltro ativo série são dadas pelo somatório de tensões harmônicas geradas pelas harmônicas da corrente de carga luindo na impedância do iltro passivo Z, Z I Ch, mais as tensões harmônicas da onte. Considerando K idealmente ininito pode-se obter as seguintes equações I Sh = 0 (4) V Th = - Z I Ch (5) V FA = Z I Ch +V Sh (6) O primeiro termo no lado direito da equação (6) está relacionado com a impedância do iltro passivo paralelo e depende de seu ator de qualidade Q. Um alto valor de ator de qualidade Q, produz um pequeno requisito de VA nominais para o iltro ativo série. O segundo termo do lado direito da equação (6) depende das harmônicos de tensão da onte V Sh, os quais não aparecem nos terminais do iltro passivo paralelo mas sobre o iltro ativo série. Assim, o iltro ativo série isola as harmônicas da corrente da carga do sistema de potência e vice-versa. Devido a ação de isolação harmônica do iltro ativo série, o iltro passivo paralelo pode ser projetado independentemente da impedância da onte. Esta estrutura é uma alternativa interessante para aplicações onde ja existam sistemas de iltragem passiva, uma vez que é possível instalar um iltro ativo série no sistema de potência com carga produtora de harmônicas e com iltros passivos paralelo ou capacitores corretores do ator de deslocamento já em operação, com o objetivo de melhorar suas características de iltragem. Também esta estrutura pode ser aplicada a múltiplas cargas produtoras de harmônicas conectadas a um mesmo barramento. Dessa orma a corrente circulando pelo iltro ativo resulta ser somente a undamental da carga, ou seja I C. O cálculo da potência aparente nominal do iltro ativo série, considerando um sistema triásico equilibrado, pode ser quantiicado pela equação (7) S FA = 3.V FA. I C = 3.V Sh + Z I Ch. I C (7) Escrevendo a equação anterior sob a orma de somatório obtêm-se S FA = 3. V + Z I I (8) n n 2 2 Shtotal h Ch. C h h Na prática um valor de K grande pode exigir uma quantidade de VA nominais do iltro ativo série (equação 3 - V FA ) que se oponha a sua concepção inicial de ser um iltro ativo de baixa potência. Também um valor de K elevado exige que o iltro ativo série tenha que gerar picos de tensão elevados em curtos intervalos de tempo, o que é diícil de implementar na pratica, principalmente em inversores de grande potência. Desta orma, existe um compromisso entre a potência do iltro ativo série, sua aixa de resposta em reqüência e as características de iltragem na otimização do projeto do sistema de iltragem como um todo. 3.1 Análise em Freqüência Com base nas principais equações do sistema podem ser realizadas análises do comportamento de suas principais variáveis. Por exemplo, a corrente da onte em unção da corrente de carga e da tensão da onte. 2.5 I Sh / I Ch 2 1.5 1 0.5 15 10 5 K = 0,05 pu K = 0,5 pu K = 5 pu L S = 0,02 pu 1 10 / b 100 Figura 4 - Resposta em reqüência de I Sh / I Ch. ISh / VSh K = 0,05 pu K = 0,5 pu K = 5 pu LS = 0,02 pu 1 10 / b 100 Figura 5 - Resposta em reqüência de I Sh / V Sh.

5 4.0 SIMULAÇÕES O comportamento em regime permanente e transitório do circuito de controle proposto e das estruturas de potência híbrida série e híbrida paralela oram veriicadas por simulação computacional. Os circuitos de potência e suas respectivas constantes usadas nas simulações do controle de iltragem direta das correntes da onte estão quantiicadas nas Figs. 1 e 2. Em todas simulações oi considerado que a onte de tensão não contém harmônicas e que o ganho K do iltro ativo é 2. Nas iguras 6 e 7 estão representadas ormas de onda de simulações em regime permanente para um FHAS associado a um retiicador não controlado (10 kw - 290 Vcc) com iltragem indutiva e iltragem indutiva mais capacitiva no lado de corrente contínua respectivamente. encontram valores menores que 4% em relação a potência da carga. Um detalhe das ormas de onda de corrente de onte e de carga do FHAS com seus respectivos espectros harmônicos, geradas nas mesmas condições que as apresentadas nas iguras 6 e 7, estão representadas nas iguras 8 e 9. FIGURA 8 - Formas de onda de I S e I L e espectro para um retiicador não cont. com iltro L no lado de CC, considerando um FHAS. FIGURA 6 - Formas de onda de FHAS em um ret. não controlado com iltro L no lado de CC. FIGURA 7 - Formas de onda de FHAS em um retiicador não controlado com iltro LC no lado de CC. Nos dois casos oi possível dar ormato muito próximo ao de uma onda senoidal para as ondas de corrente da onte, embora ainda exista um pequeno nível de distorção harmônica nas mesmas. Também se pode veriicar que o nível de tensão manejado pela parte ativa dos sistemas de iltragem é reduzido e que quantiicando a potência manejada por esta se FIGURA 9 - Formas de onda de I S e I L e espectro para um retiicador não cont. com iltro LC no lado de CC, considerando um FHAS. O comportamento transitório do FHAS associado a um retiicador não controlado com iltragem indutiva em seu lado de corrente contínua esta mostrado nas iguras 10 e 11, para os casos de degrau de 50% no módulo da corrente de carga, positivo e negativo respectivamente. A partir das iguras 10 e 11 é possível veriicar que com uma estratégia de controle adequada é possível obter a estabilização do sistema após três períodos, considerando a reqüência undamental do sistema. Em outras simulações de comportamento transitório, com dierente iltragem no lado de CC do retiicador não controlado, e para o FHAP, também oi possível conseguir operação estável aproximadamente no mesmo intervalo de tempo. 5.0 - RESULTADOS EXPERIMENTAIS O comportamento prático de um FHAS, está mostrado em dois conjuntos de ormas de onda. No primeiro representa-se comportamento da iltragem em

6 nível de controle, mostrando-se a corrente da onte, harmônicas e resultante em dierentes situações: para um retiicador não controlado com iltro L em seu lado de CC, igura 11, para um retiicador controlado com ângulo de disparo de aproximadamente 45 o com iltro L em seu lado de CC 12. tensões harmônicas de reerência geradas pelo controle. FIGURA 13 - I La e I Sa para carga somente com iltro passivo. FIGURA 11 - I Sah *, I add, I sa, retiicador não controlado. FIGURA 14 - V Sa e I Sa para carga com iltros ativo e passivo. 6.0 - CONCLUSÕES FIGURA 12 - I Sah *, I add, I sa, retiicador controlado. Em todos casos oi possível detectar as harmônicas de corrente da onte com um bom nível de precisão o que caracteriza a validade da estratégia de controle. O segundo conjunto de ormas de onda representa o comportamento do FHAS em nível de potência, considerando como carga não linear um retiicador não controlado, triásico em ponte, de 10 kw e 290 V. A igura 13 mostra a corrente de carga (I La ) e a corrente da onte (I Sa ) quando somente o iltro passivo esta sendo utilizado como elemento de iltragem. A igura 14 mostra o comportamento da tensão da onte (V Sa ) e da corrente da onte (I Sa ) quando iltros ativo e passivo estão em operação. Nesta igura é possível veriicar que há uma aproximação da orma de onda da corrente da onte à uma orma de onda senoidal, porem ainda existe um pouco de distorção harmônica nesta orma de onda, principalmente devido a não idealidade dos inversores que coniguram a parte ativa do sistema, as quais não conseguem reproduzir com precisão as Este artigo descreve conigurações topológicas de iltros híbridos de potência com parte ativa série. Com uma estratégia de controle adequada este sistema apresenta como vantagens sobre outras estruturas de iltragem sua simplicidade e o baixo custo. Com ela oi possível obter um comportamento aceitável na iltragem de cargas não lineares de potência. Considerando a carga não linear com etapa de entrada composta por retiicador triásico não controlado de diodos, é possível atender as recomendações de correntes harmônicas da norma IEEE - 519. Com base nas simulações e nos resultados experimentais pode-se veriicar que resultados promissores oram obtidos. 7.0 - BIBLIOGRAFIA (1) Líbano, F. B., Simonetti, D. S. L. e Uceda, J. Frequency-domain analysis o hybrid ilter systems, Proc. o IEEE/PESC,Vol.2,pp.1142-1148, 1996. (2) Líbano, F. B., Cobos, J. A. e Uceda, J. Simpliied Control Strategy or Hybrid Active Filters, Proceedings o IEEE/PESC, Vol. 2, pp. 1102-1108, 1997.