MINISTÉRIO DA SAÚDE PLANO DE REDUÇÃO DO SÓDIO EM ALIMENTOS PROCESSADOS



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Transcrição:

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Em termos globais, a redução do consumo de sódio pelas populações tem ocupado posição de destaque entre as prioridades de saúde pública, tendo em vista a relação direta do consumo alimentar com o aumento da morbimortalidade por doenças crônicas. Nesse sentido, essas iniciativas vêm sendo apoiadas e estimuladas por organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), buscando, também, a articulação de iniciativas regionais e globais para que os impactos dessas políticas sejam globalizados. No âmbito das Américas, o Ministério da Saúde vem participando da iniciativa de redução do consumo de sal conduzido pela Opas, iniciada em 2009, com destaque para as discussões do monitoramento do consumo de sal e sódio no continente e das políticas para sua redução, que reforçaram a construção de sistemas de monitoramento baseados nas diferentes bases de dados existentes nos países e na incorporação de novas fontes primárias e secundárias para permitir análises mais detalhadas da situação dos países e de suas políticas de redução. O Plano de Redução do Sódio em Alimentos Processados é componente do Plano de Redução do Consumo de Sal pela População Brasileira, cujo sistema de monitoramento e avaliação deve adotar estratégias interligadas e constitui-se de um conjunto de instrumentos para o acompanhamento e análise dos processos do, com vistas a avaliar periodicamente o desempenho de suas atividades, o alcance das metas propostas e os resultados e efeitos com base em indicadores de consumo alimentar, perfil nutricional dos alimentos processados e fatores de risco da população. Nesse sentido, são necessárias fontes primárias e secundárias de informações para acompanhar o consumo alimentar da população, o conteúdo de sódio nos alimentos, a adição de sal à mesa e durante a preparação dos alimentos e o acompanhamento dos impactos da redução sobre internações hospitalares e óbitos, bem como as prevalências de doenças e agravos relacionados ao consumo excessivo de sódio. Para cada eixo de intervenção, serão definidos indicadores, assim como seus mecanismos e instrumentos de avaliação, metas e responsabilidades institucionais em sua execução, que serão detalhados, em particular, para a melhoria do perfil nutricional dos alimentos processados em relação ao teor de sódio, na sequência deste documento. Eixo - Consumo de alimentos A avaliação do consumo de alimentos em nível nacional é de caráter transversal, tendo como principais fontes as pesquisas de gastos familiares e ingestão dos alimentos. Sempre que possível, serão utilizadas informações que possam ser desagregadas em função de grupo etário, consumo dentro e fora do domicílio, renda familiar e recortes regionais. As Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF), realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada 5 anos, por meio de seus módulos de despesas com alimentos e, mais recentemente, de consumo efetivo de alimentos serão fundamentais neste análise. Tendo em vista aspectos como o consumo domiciliar e o conteúdo de sódio, assim como critérios de vulnerabilidade de públicos específicos (particularmente crianças), foram selecionadas doze categorias de

alimentos para os quais o consumo e de perfil nutricional devem ser pactuados e monitorados prioritariamente no âmbito deste Plano. Até o momento, estão disponíveis somente as estimativas referentes à POF 2002/03 em relação ao consumo de sódio, contudo as análises dos dados da última Pesquisa (2008/09), revelarão o retrato mais atual deste consumo, assim como da participação das categorias de alimentos. Destaca-se, porém, que as evidências das publicações já lançadas, de despesas e de aquisição alimentar domiciliar, apontam, em relação a 2002/03, um expressivo aumento no consumo de alimentos processados, que representará um aumento ainda maior na participação deste grupo no consumo de sódio pela população. Além disso, informações indiretas adicionais sobre o consumo de alimentos podem ser obtidas a partir de dados provenientes da indústria e do comércio interno de alimentos, principalmente no que se refere à informações econômicas, tais como a participação no mercado, que podem contribuir para um retrato mais completo das principais fontes de sódio entre os alimentos processados e os impactos potenciais da redução em seus teores em cada categoria. Gráfico Participação das categorias de alimentos, excluídos os temperos e caldos à base de sal, na ingestão diária de sódio da população brasileira (POF 2002/03/ Tabela Brasileira de Composição de Alimentos Taco).

Tabela Categorias e alimentos prioritários para pactuação e monitoramento da redução do teor de sódio. Categorias Pães Caldos e temperos Laticínios Biscoitos Margarina vegetal Embutidos Massas semi-prontas Bolos Maionese Snacks Derivados de cereais Refeições prontas Alimentos Bisnaguinhas Pão de forma Pão francês Caldo para preparo de refeição Tempero completo Bebidas lácteas Queijo petit suisse Queijo mussarela Requeijão Biscoitos salgados (cream cracker) Biscoitos recheados Biscoitos maisena Salsicha Presunto Hambúrguer (normal e light) Empanados Lingüiça Salame Mortadela Macarrão instantâneo Bolos prontos Preparação para bolo Batata frita Salgadinhos de milho Cereais matinais Pizza Lasanha Papa infantil salgada Sopas

CRITÉRIOS PARA A ELABORAÇÃO DA PROPOSTA PRELIMINAR DE METAS PARA A REDUÇÃO DE SÓDIO EM ALIMENTOS PROCESSADOS O modelo de redução dos teores de sódio nos alimentos processados proposto para o Brasil apóia-se nas experiências internacionais bem sucedidas neste campo, particularmente no Reino Unido e no Canadá, que envolvem o estabelecimento de metas voluntárias e de seus respectivos cronogramas com o setor produtivo, bem como estratégias de monitoramento para permitir sua avaliação permanente, de forma a garantir sua sustentabilidade, viabilidade e impactos. A experiência inglesa com a redução do sódio em alimentos processados iniciou-se em 2006, com o estabelecimento de metas voluntárias para 85 categorias de alimentos, como referência para as indústrias de alimentos, enfatizando, na sequência dessas iniciativas, a importância de trabalhar com diminuições graduais nos conteúdos de sódio, baseadas em novas metas para cada período de dois anos e apoiadas por informações sobre consumo alimentar da população, níveis de sal nos alimentos e questões técnicas e de mercado (como segurança sanitária, processo de produção, aceitação dos consumidores etc.). Considerando-se apenas a primeira avaliação da redução no Reino Unido, em 2008, os resultados alcançados demonstram reduções relevantes em todas as categorias: mais de 30% nos pães de forma industrializados, 44% nos cereais matinais, entre 16% e 50% nos bolos e biscoitos, entre 13% e 32% nos salgadinhos, entre 21% e 50% nos diferentes tipos de queijos, até 30% nos molhos e de 25% nas sopas. No Canadá, o processo de redução do sódio em alimentos processados, iniciado em 2009, foi fortemente influenciado pela experiência britânica, adotando princípios e critérios semelhantes, com metas visando a redução do consumo per capita diário de sódio pela população para 2.300mg, até 2016. O modelo canadense também propõe o estabelecimento de metas voluntárias e graduais com a indústria, a partir de reuniões técnicas e outros mecanismos de consulta e pactuação e baseadas em informações como o consumo alimentar da população, os níveis de sódio nos alimentos, a participação relativa das marcas e produtos no mercado e análises do processo produtivo, do comércio e da aceitação do consumidor. No Brasil, em novembro de 2010, com a renovação do Fórum de Alimentação Saudável, entre o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Indústrias de Alimentos (Abia), foi definido o compromisso pela redução voluntária do teor de sódio nos alimentos processados, como contribuição do setor produtivo às ações para a redução do consumo de sal/sódio no Brasil, cujo objetivo é a redução do consumo de para abaixo de 5g de sal per capita diários (equivalentes a 2000mg de sódio) até 2020. Dessa forma, no sentido de subsidiar o processo de definição e pactuação de metas de redução e seu monitoramento no Brasil, vem sendo construída a presente proposta, referenciada nas experiências internacionais e adaptada à realidade brasileira em termos de perfil alimentar, mercado interno e organização institucional. Para a determinação da variação do teor de sódio por marcas, foi utilizada como fonte primária de dados o Informe Técnico no 42/2010 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sobre o Perfil Nutricional de Alimentos Processados, que inclui análises do teor de sódio em batatas fritas, salgadinhos de milho, hambúrgueres, requeijão, salsichas, macarrões instantâneos, carne de frango empanada e biscoitos salgados (cream cracker). Para os alimentos prioritários que não fizeram parte das primeiras análises encomendadas pela Anvisa, foram utilizadas informações de pesquisas de rotulagem nutricional de alimentos realizadas pela Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.

No sentido de fortalecer as ações de monitoramento das metas de redução do sódio nos alimentos processados, será papel da Anvisa buscar a incorporação de todos os alimentos prioritários ao rol de alimentos analisados, em informes técnicos anuais, sendo, ainda, desejável, a gradual incorporação de novos alimentos nas análises com vistas a subsidiar a expansão da gama de categorias incluídas no plano de redução do sódio. METAS DE REDUÇÃO DO TEOR DE SÓDIO As metas de redução devem ser voluntárias, significantes, graduais, realistas, viáveis, mensuráveis e sustentáveis. As metas devem se aplicar a todos os produtos de cada categoria de alimento, estabelecendo um padrão mínimo para toda a categoria. Ainda, é desejável que as modificações empreendidas no conteúdo nutricional dos alimentos não resultem em aumento de preço em relação aos produtos originais. Atenção especial deve ser dada à redução do sódio, aos menores níveis possíveis, nos alimentos direcionados ao público infantil, tendo em vista que seus níveis máximos recomendados de ingestão de sódio chegam a ser duas vezes menores do que os dos adultos. O Ministério da Saúde encoraja que as indústrias de alimentos reduzam o conteúdo de sódio em seus produtos aos menores níveis possíveis ao longo do tempo, levando em consideração a segurança sanitária e a qualidade dos alimentos, assim como a aceitação dos consumidores. Critérios: 1- As metas serão estabelecidas em termos de miligramas de sódio por 100g do produto. 2- As metas propostas para a redução do teor de sódio serão pactuadas considerando o nível máximo dos alimentos dentro de cada categoria. Desse modo, como resultado do alcance das metas propostas, os níveis médios de sódio de cada categoria devem ser inferiores às respectivas metas. 3- A redução do conteúdo de sódio nos alimentos processados deverá ser gradual e estabelecida por meio de metas intermediárias bianuais, quando haverá avaliação de cada etapa do plano de redução, com discussão dos resultados, avanços e dificuldades e, se necessário, com base nos dados do monitoramento, as metas de redução poderão ser revisadas. 4- É desejável que os níveis máximos de sódio nos produtos no Brasil adotem, como meta final, para 2020, valores iguais ou menores do que as referências internacionais de redução (FSA, do Reino Unido, e do Canadá), sempre que houver correspondência entre as categorias de alimentos. 5- No caso da ausência de correspondente internacional ao alimento ou da existência, no mercado brasileiro, de produtos com limites inferiores às metas destes correspondentes, servirá como valor de referência para o estabelecimento da meta de redução o limite inferior do teor de sódio naquele tipo de alimento na linha de base (Informe Técnico 42/2010, da Anvisa, pesquisas de rotulagem nutricional/cgan-ms e informações cedidas pelo setor produtivo de alimentos). 6- O Fórum de Alimentação Saudável, reunindo o Ministério da Saúde e a Abia, constitui a instância de pactuação das metas de redução do sódio em alimentos processados.

7- As discussões técnicas que subsidiarão as decisões do Fórum de Alimentação Saudável serão conduzidas por meio de Grupos de Trabalho relacionados a temáticas específicas (como categorias de alimentos) com representação da Abia e dos órgãos responsáveis no âmbito do Ministério da Saúde (Secretarias de Atenção à Saúde e de Vigilância em Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e de outros convidados do Grupo (representantes de outras áreas da Administração Pública, de entidades de comprovada e reconhecida capacidade técnico-científica, bem como especialistas em assuntos ligados ao tema). 8- O Fórum de Redução do Consumo de Sódio no Brasil, que reúne o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Abia, associações médicas, instituições científicas e representações de defesa do consumidor, constituem a instância principal de avaliação das estratégias que visem o alcance da meta de consumo de sódio para 2020. CRONOGRAMA DE TRABALHO Fórum de Alimentação Saudável - periodicidade anual (mínima). Grupos de trabalho Discussão das metas de redução e monitoramento por categorias de alimentos 17/02/11 18/04/11; 16/06/11; 17/08/11; 17/10/11; 15/12/11. Fórum de Redução do Consumo de Sódio periodicidade anual (mínima)

REFERÊNCIAS ABIA. Redução do Consumo de Sal/Sódio na Dieta da População Brasileira. Mimeo. 2010. 2002-2003. Aquisição Alimentar Domiciliar Per Capita. Rio de Janeiro, 2004. 2002-2003. Análise da Disponibilidade Domiciliar de Alimentos e do Estado Nutricional no Brasil. Rio de Janeiro, 2004. 2008-2009. Aquisição Alimentar Domiciliar Per Capita. Rio de Janeiro, 2010. 2008-2009. Despesas, Rendimentos e Condições de Vida. Rio de Janeiro, 2010. BRASIL Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Informe Técnico n 42/2010 Perfil Nutricional dos Alimentos Processados. Brasília, 2010. NEPA-UNICAMP Tabela brasileira de composição de alimentos (Taco). Campinas, 2006. SARNO, F.; CLARO, R.C.; LEVY, R.B.; BANDONI, D.H.; FERREIRA, S.R.G.; MONTEIRO, C.A. Estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, 2002-2003. Revista de Saúde Pública. 43(2):219-25 (2009) HEALTH CANADA. Sodium Reduction Strategy for Canada - Recommendations of the Sodium Working Group. Ottawa, Canadá, 2010 (http://www.hc-sc.gc.ca/fnan/alt_formats/pdf/nutrition/sodium/strateg/index-eng.pdf). HEALTH CANADA. Stakeholder Consultation on Setting Sodium Reduction Targets. Ottawa, Canadá, 2011 (http://www.hc-sc.gc.ca/fn-an/alt_formats/pdf/consult/2011-sodium/consultation-eng.pdf). FOOD STANDARDS AGENCY. UK Salt Reduction Initiatives. 2009. (http://www.food.gov.uk/multimedia/pdfs/saltreductioninitiatives.pdf) FOOD STANDARDS AGENCY. Agency publishes 2012 salt reduction targets. 2009. (http://www.food.gov.uk/news/pressreleases/2009/may/salttargets)