SIQUEIRA, V. C. V.; CANUTO, C. E.; SCAVONE JR, H.; NEGREIROS, P. E.



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Transcrição:

SIQUEIRA, V. C. V.; CANUTO, C. E.; SCAVONE JR, H.; NEGREIROS, P. E. em decorrência do crescimento facial. Burstone 7, em um trabalho realizado em 1964, identificou as mudanças que ocorrem na face e nos dentes durante a maturação, salientou que os incisivos permanentes irrompem tanto na maxila quanto na mandíbula em posições consideravelmente à frente dos antecessores decíduos, e esse fato contribui para o estabelecimento de um fenômeno denominado de fase do patinho feio, pois o jovem apresenta um aparência de dentuço, sendo considerado fisiológico para a biogênese da oclusão. Essa fase engloba a protrusão das coroas, sobressaliência e espaços ântero-superiores. Com a erupção dos caninos e a pressão muscular labial, a sobressaliência é auto-corrigida. Clinch 11 relatou que a erupção dos incisivos laterais superiores usualmente inicia o fechamento do diastema, mas não inteiramente até a erupção dos caninos. Os laterais fazem as suas erupções levemente atrás dos centrais e apinhados, o que é normal numa fase precoce de desenvolvimento. Janson et al. 13 e colaboradores, relataram que o processo do crescimento e desenvolvimento craniofacial conduz a alterações esqueléticas e dentárias, durante a fase da dentição mista, e que o correto conhecimento das características de normalidade torna-se necessário para que o profissional não atue de forma iatrogênica em seus tratamentos ortodônticos. A fase do patinho feio não ocorre na mesma intensidade em todos os jovens, e deve ser diferenciada aquela que apenas necessita de observação daquela que realmente obrigue uma intervenção ortodôntica. Considerações sobre o ângulo nasolabial Burstone 6, salienta que o ângulo nasolabial indica a inclinação maxilar, pois quando o mesmo encontra-se aumentado refletiria uma retrusão maxilar e, quando diminuído, uma protrusão. Em 1967, o mesmo autor realçou a importância desse ângulo e que a sua interpretação determina o prognóstico da má oclusão do tipo Classe II, tornando-se então importante durante a avaliação clínica. Posen 19 estudou longitudinalmente o crescimento nasal utilizando uma amostra de telerradiografias tomadas em norma lateral de 30 jovens dos 3 meses aos 18 anos de idade. Verificou que os ossos nasais cresceram 12,76mm em média; a altura 29,55mm; a profundidade 12mm e o dorso 28mm sendo que 90% desse crescimento ocorreu entre 3 meses e 13 anos de idade, e um novo surto dos 13 aos 18 anos. Uma das maiores dificuldades que se apresentam durante o tratamento ortodôntico inquestionavelmente envolve o nariz e o seu crescimento distorcendo uma face. O seu desenvolvimento é um dos principais fatores que influenciam uma harmonia facial satisfatória, especialmente em pacientes que necessitam de retração dos dentes anteriores. Clements 8,9,10 salientou, em seus trabalhos, que a rinoplastia durante ou após o tratamento ortodôntico contribui drasticamente estabelecendo uma harmonia facial, que é um dos objetivos do tratamento ortodôntico. Esse autor mostrou que o crescimento nasal ocorre em 100% dos casos durante o tratamento ortodôntico, mesmo naqueles onde o crescimento facial encerrou-se. O ortodontista poderá empregar uma mecanoterapia conservadora no intuito de minimizar a retração dentária anterior previnindo danos irreparáveis ao perfil facial. Scheideman et al. 21 relataram sobre a importância da utilização do ângulo nasolabial durante o planejamento do tratamento ortodôntico, principalmente para os pacientes com deformidades dentofaciais. Salientaram que a aplicação de um valor arbitrário de 900 ou 1100 durante a avaliação da inclinação da base nasal torna-se inadequada. Os autores então com uma amostra de 56 telerradiografias de adultos jovens, leucodermas, entre 20 e 35 anos de idade, de ambos os sexos, com relacionamento dentário e ósseo harmônicos, sem tratamento ortodôntico prévio e com proporções faciais equilibradas, R Dental Press Ortodon Ortop Facial 33 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

O relacionamento dos ângulos nasolabial e dos incisivos superiores com o plano palatino durante a fase do patinho feio propuseram estabelecer valores considerados normais para os tecidos tegumentar, ósseo e dentário em uma população adulta. Encontraram para o ângulo nasolabial um valor médio de 111,9 0 (dp=8,40) para os jovens do sexo feminino e de 111,4 0 (dp=11,70) para os do masculino. McNamara Jr. 15 utilizou o ângulo nasolabial em sua avalição cefalométrica, demonstrando a importância do mesmo na verificação da relação do lábio superior com a linha da columela. Mostrou que o ângulo nasolabial diminuído relacionaria com uma protrusão dento-alveolar ou mesmo esquelética maxilar e o mesmo aumentado uma retrusão. Owen 18 também demonstrou que o ângulo nasolabial sofre muitas críticas como um recurso no diagnóstico devido à sua variação interindividual, mas relata que esse ângulo avalia a relação entre os lábios superiores e o nariz podendo ser utilizado como mais um auxiliar no diagnóstico ortodôntico. Valores acima de 113 0 indicam retrusão labial e abaixo de 95 0 protrusão. O autor informou que o valor do ângulo nasolabial adotado por cirurgiões plásticos e ortodontistas encontra-se em torno de 90 0 a 110 0. Nanda et al. 17 enfatizam que a avaliação do perfil facial harmônico inclue considerações do relacionamento do nariz, lábios, e mento. A espessura e o comprimento dos lábios são importantes, a posição dos lábios é afetada pelo posicionamento e inclinação dos incisivos superiores e inferiores, em resposta ao movimento ortodôntico efetuado. Silva Filho et al. 23, em um estudo semilongitudinal, avaliaram 200 jovens entre 6 a 20 anos de idade com oclusão normal, leucodermas, de ambos os sexos, com o intuito de quantificar o ângulo nasolabial. Concluíram que o valor médio desse ângulo permaneceu em torno de 104 0 (± 11,50), não ocorrendo diferenças no comportamento desse ângulo entre os sexos. Observaram um dado importante que o ângulo nasolabial não se altera ao longo do crescimento craniofacial. Arnett e Bergman 1 indicaram a utilização do ângulo nasolabial durante a avaliação facial e encontraram valores entre 85 0 a 105 0 nas faces consideradas esteticamente agradáveis, assim sugeriram a mensuração desse ângulo durante o diagnóstico ortodôntico. Brandão, Abraão e Capelozza Filho 3, ao avaliarem a possível correlação entre os ângulos SNA e o nasolabial em jovens de ambos os sexos entre 12 a 16 anos de idade, leucodermas e com má oclusão do tipo Classe II, 1ª. divisão, verificaram a inexistência de correlação entre esses ângulos. Relataram que provavelmente o valor do ângulo nasolabial depende mais da posição dos dentes ântero-superiores do que propriamente da posição maxilar. Sabendo-se que durante o período da dentição mista ocorrem alterações no posicionamento dentário decorrente do crescimento craniofacial e baseados nas informações apresentadas na revisão da literatura, os autores propuseram: 1) estabelecer os valores cefalométricos médios para os ângulos nasolabial (ANL) e dos incisivos superiores com o plano palatino (1.PP); 2) observar o possível dimorfismo sexual para essas grandezas; 3) verificar se os valores médios obtidos exibiram alterações entre as faixas etárias; 4) avaliar a possível correlação entre esses ângulos; 5) observar se a fase do patinho feio exerce repercussão sobre essas medidas. MATERIAL E MÉTODOS Esse trabalho científico seguiu todos os requisitos adotado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Piracicaba UNICAMP para a sua realização, sendo aprovada a sua execução. O material utilizado para essa pesquisa consistiu-se de telerradiografias tomadas em norma lateral de 99 jovens, brasileiros, leucodermas, de R Dental Press Ortodon Ortop Facial 34 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

SIQUEIRA, V. C. V.; CANUTO, C. E.; SCAVONE JR, H.; NEGREIROS, P. E. ambos os sexos, com oclusão normal, sendo 50 do sexo feminino e 49 do masculino, entre 7 e 11 anos de idade. As telerradiografias utilizadas constituem-se da documentação ortodôntica de um dos autores.(tab. 1). Os jovens selecionados possuíam as seguintes características: 1) perfil facial harmônico; 2) relação oclusal dos dentes caninos e primeiros molares permanentes em oclusão normal; 3) trespasses vertical e horizontal em aproximadamente 2,5mm. As radiografias foram realizadas seguindo os critérios estabelecidos pela disciplina de Radiologia da FOP/UNICAMP respeitando a dosagem radiográfica, proteção aos raios X. Os jovens foram orientados para manter os lábios relaxados e dentes em oclusão habitual, e somente as radiografias que apresentaram uma completa e boa visualização dos tecidos ósseos, dentários e tegumentares foram utilizadas. Um único pesquisador devidamente e previamente calibrado realizou os traçados cefalométricos sendo retraçados por um outro com o propósito de identificar possíveis erros de identificação de pontos, que estatisticamente foram considerados insignificantes. Utilizou-se papel vegetal fino da marca Gatewag de 50/55 g/m 2 com o auxílio de um grafite de 0,3mm de espessura, régua com subdivisão em 0,5mm e transferidor com aproximação de 0,50, em sala obscurecida. Para a obtenção dos cefalogramas, identificaramse as seguintes estruturas dento-esqueléticas e do perfil tegumentar (Fig. 1): - contorno das superfícies anterior, média e posterior da base do crânio; - contorno dos ossos frontais e nasais; - contorno das órbitas; - contorno das superfícies superior e inferior do 2 4 1 6 7 5 8 3 Figura 1 - Identificação das estruturas dento-esqueléticas e do perfil tegumentar. Figura 2 - Identificação e demarcação dos pontos cefalométricos. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 35 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

O relacionamento dos ângulos nasolabial e dos incisivos superiores com o plano palatino durante a fase do patinho feio palato ósseo; - contorno da espinha nasal anterior e região subespinhal, estendendo-se até a crista alveolar entre os incisivos centrais superiores; - contorno da fossa pterigomaxilar; - contorno dos incisivos centrais superiores e inferiores; - contorno das regiões supramentoniana, mento e sínfise mandibular; - contorno da borda inferior da mandíbula; - contorno da borda posterior do ramo mandibular incluindo o côndilo. De acordo com os trabalhos desenvolvidos por Krogman e Sassouni 14, McNamara 15, Schwarz 22, selecionaram-se os seguintes pontos cefalométricos (Fig. 2): 1) ENA espinha nasal anterior, situado na região mais anterior da espinha nasal; 2) ENP espinha nasal posterior, situado na região mais posterior da espinha nasal; 3) BIS borda incisal superior, situado na região mais inferior da borda da coroa do incisivo central superior; 4) ARS ápice radicular superior, situado na região mais superior do ápice radicular do incisivo central superior; 5) Prn pronasal, situado na região mais anterior do ápice nasal; 6) Sn subnasal, situado na confluência entre a margem inferior da columela nasal e o lábio superior; 7) Prn derivado do pronasal, situado na região mais anterior da margem inferior da columela nasal localizado entre o pronasal e o subnasal; 8) Ls lábio superior, situado no ponto mais anterior da vermelhidão do lábio superior. Após a identificação das estruturas e dos pontos de interesse, traçaram-se os seguintes planos e linhas (Fig. 3): 1) Plano palatino determinado pela união dos pontos ENA e ENP; 2) Longo eixo do incisivo superior determinado 3 1 2 1 2 4 Figura 3 - Demarcação dos planos e linhas. Figura 4 - Identificação das grandezas cefalométricas angulares dentária e do perfil tegumentar. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 36 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

SIQUEIRA, V. C. V.; CANUTO, C. E.; SCAVONE JR, H.; NEGREIROS, P. E. valor médio e esse foi então empregado nas análises estatísticas. Complementando, 10 telerradiografias escolhidas aleatoriamente foram retraçadas e nos valores cefalométricos obtidos aplicou-se a fórmula de Dahlgerg estimando-se assim o grau de erros casuais. Os resultados indicaram um erro casual baixo para os dois ângulos avaliados não superando um valor de 0,3 graus. Figura 5 - Telerradiografia, tomada em norma lateral, na fase da dentição mista, demonstrando os ângulos ANL e 1.PP. pela união dos pontos ARS e BIS; 3) Linha Prn -Sn determinada pela união dos pontos Prn e Sn; 4) Linha Sn-Ls determinada pela união dos pontos Sn e Ls. Assim estudaram-se as seguintes grandezas angulares dentárias e do perfil tegumentar (Fig. 4 e 5): 1) Ângulo 1.PP formado pela intersecção do longo eixo do incisivo superior e o plano palatino; 2) Ângulo nasolabial formado pela intersecção das linhas Prn -Sn e Sn-Ls. Erro do Método Com o intuito de apurar as informações obtidas, de acordo com os preceitos de Houston 12, os traçados cefalométricos foram realizados duas vezes pelo mesmo pesquisador devidamente e previamente calibrado, em um intervalo de um mês entre cada traçado, obtendo-se assim dois valores para cada grandeza cefalométrica. Por meio do cálculo de média aritmética simples, chegou-se a um Tabela 1- Distribuição dos 99 jovens com oclusão normal de acordo com a idade e o sexo. Faixa etária 7anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos Feminino 10 10 10 10 10 Masculino 10 10 10 10 09 DADOS E RESULTADOS Metodologia estatística Após a obtenção dos dados de interesse para o específico estudo, empregaram-se as seguintes análises estatísticas: 1) Análise descritiva - determinando-se os valores médios, desvios-padrão, mínimos e máximos, para cada ângulo e fase examinada (Tab. 2, 3). 2) Análise de Variância ANOVA - obtendo-se o perfil médio de resposta para cada medida cefalométrica e em cada fase examinada (Tab. 4, 5). 3) Teste t de student - identificando-se as alterações mais significativas (Gráf. 1, 2) 4) Teste de correlação - com o intuito de verificar a relação entre as alterações dentárias e as do perfil tegumentar (Tab. 6). DISCUSSÃO Um dos questionamentos formulados durante a execução dessa pesquisa focalizava a ocorrência ou não de dimorfismo sexual para os valores dos ângulos ANL e 1.PP. Os resultados obtidos após o emprego da análise estatística e Tabela 2 - Valores médios, desvio padrão, mínimo e máximo para o ANL, para os 99 jovens com oclusão normal. Faixa etária 7anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos X 114,4000 112,1053 108,7619 110,1500 110,1316 d.p. 10,1549 9,1539 9,0673 12,0472 97,0000 v. mínimo 97,0000 90,0000 95,0000 84,5000 80,0000 v. máximo 128,0000 125,0000 125,0000 131,0000 131,0000 R Dental Press Ortodon Ortop Facial 37 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

O relacionamento dos ângulos nasolabial e dos incisivos superiores com o plano palatino durante a fase do patinho feio Tabela 3 - Valores médios, desvio padrão, mínimo e máximo para o 1.PP, para os 99 jovens com oclusão normal. Faixa etária 7anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos X 68,1500 67,8158 68,4762 68,4000 68,6316 d.p. 5,8086 3,7051 4,5207 4,2040 4,7018 v. mínimo 56,0000 62,5000 58,0000 60,0000 60,0000 v. máximo 78,5000 78,5000 76,0000 79,5000 79,0000 Tabela 4 - Análise de variância ANOVA para o ANL, englobando as idades de 7, 8, 9, 10 e 11 anos. Soma dos Quadrados G.L Quadrado Médio F. Prob. Entre os grupos 387,650 4 96,913 0,960 0,4334 Dentro dos grupos 949,870 94 100,967 Total 987,520 98 Tabela 5 - Análise de variância ANOVA para o 1.PP, englobando as idades de 7, 8, 9, 10 e 11 anos. Soma dos Quadrados G.L Quadrado Médio F. Prob. Entre os grupos 7,845 4 1,961 0,091 0,9851 Dentro dos grupos 2030,614 94 21,602 Total 2038,460 98 Tabela 6 - Coeficiente de correlação de Pearson entre os ângulos ANL e 1.PP nas idades de 7, 8, 9, 10 e 11 anos. Faixa etária r R crítico (p<0,05) 7 0,14437 0,442604 n.s 8 0,14065 0,45429 n.s 9 0,41580 0,43177 n.s 10 0,18833 0,44260 n.s 11 0,43849 0,45429 n.s Total 0,05587 0,19745 n.s observando os gráficos 1 e 2 percebemos a não existência de dimorfismo sexual para essas medidas cefalométricas conduzindo na unificação da amostra entre os sexos. Esse comportamento também foi observado previamente nos trabalhos desenvolvidos por Silva Filho et al. 23 e de Scheidman et al. 21 onde não foi encontrado dimorfismo sexual para o ANL. Os resultados apresentados pela tabela 2 mostram os valores médios para o ANL dos 7 aos 11 anos de idade para os 99 jovens onde verificamos que o valor inicialmente de 114,4 0 aos 7 anos diminui suave e gradativamente até os 9 anos, depois aumenta levemente dos 9 para os 10 anos estabilizando-se em torno de 110 0. Esses resultados aproximam-se daqueles desenvolvidos anteriormente como por exemplo Scheidman et al. 21 que encontraram valores para o ANL de 111,9 0 para os jovens do sexo feminino e 111,4 0 para os do masculino sendo a amostra uma população adulta. Já McNamara Jr. 15 sugeriu 102 0, Owen 18 de 90 0 a 110 0 e Silva Filho et al. 23 108,76 0, todos esses pesquisadores trabalhando com faces consideradas harmônicas. Observamos que os valores do ângulo nasolabial não se alterou dos 7 aos 11 anos de idade ou seja, da fase da dentição mista até a dentadura permanente jovem, mesma observação efetuada por Silva Filho et al. 23 que salientaram que o ANL não se modifica durante o crescimento craniofacial. As informações apresentadas pela tabela 3 referentes à avaliação estatística do 1.PP mostram uma estabilidade nos valores dos 7 até os 11 anos de idade, ou seja não ocorreram alterações, o incisivo superior relacionou-se harmonicamente com a sua base óssea. O valor preconizado por Schwarz 22 para esse ângulo indica 70 0 e os nossos resultados R Dental Press Ortodon Ortop Facial 38 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

SIQUEIRA, V. C. V.; CANUTO, C. E.; SCAVONE JR, H.; NEGREIROS, P. E. Teste T para o ângulo entre os incisivos superiores e o plano palatino Teste T para o ângulo nasolabial 70 69 68 67 66 65 7 8 9 10 11 Masculino Feminino Gráfico 1 - Gráfico demonstrando o teste t de student para os valores do ANL. 120 110 Masculino Feminino 100 7 8 9 10 11 Gráfico 2 - Gráfico demonstrando o teste t de student para os valores do 1.PP. Figura 6 - Telerradiografia, tomada em norma frontal, mostrando o início da fase do patinho feio. Figura 7 - Telerradiografia, tomada em norma frontal, mostrando a fase do patinho feio. mostraram valores em torno de 68 0 em média. Realizando-se o ANOVA para o ANL englobando as idades de 7 até os 11 anos, verificamos que não existiram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos avaliados. O mesmo resultado ocorreu para os valores do 1.PP (Tab. 4, 5). Avaliando-se a possível correlação entre o ANL e o 1.PP, se durante o decorrer da idade as alterações que poderiam existir no 1.PP afetariam o ANL, o teste de correlação de Pearson, (Tab. 6) mostrou que não ocorreu nenhuma correlação entre esses ângulos nas diversas faixas etárias estudadas. Nossos resultados assemelham-se com os de outros autores como por exemplo de Brandão, Abraão e Capelozza Filho 3 pois acreditamos também que o ANL correlaciona-se diretamente com a morfologia nasal, ou seja a sua leitura pode ser mal interpretada se o profissional não considerar as variações existentes no desenho do nariz e correlacioná-lo diretamente com a posição dos incisivos superiores. CONCLUSÕES De acordo com as características da amostra analisada e baseados nos resultados obtidos os autores concluíram que: 1) os valores médios para o ANL nas idades de 7, 8, 9, 10 e 11 anos encontravam-se respectivamente: 114,40 0 ; 112,10 0 ; 108,76 0 ; 110,15 0 ; 110,13 0. 2) os valores médios para o 1.PP nas idades de 7, 8, 9, 10 e 11 anos encontravam-se respectivamente: 68,15 0 ; 67,81 0 ; 68,47 0 ; 68,40 0 ; 68,63 0. 3) não ocorreu dimorfismo sexual para as medidas avaliadas; 4) os ângulos ANL e 1.PP não apresentaram alterações significantes durante as faixas etárias avaliadas; 5) as variáveis cefalométricas ANL e 1.PP não R Dental Press Ortodon Ortop Facial 39 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

O relacionamento dos ângulos nasolabial e dos incisivos superiores com o plano palatino durante a fase do patinho feio Figura 8 - Telerradiografia, tomada e norma frontal, mostrando o final da fase do patinho feio. Figura 9 - Fotografia intra bucal frontal, de um jovem com dentição mista, indicando a fase do patinho feio. Figura 10 - Fotografia intra bucal frontal, de outro jovem, após a erupção dos caninos superiores, indicando o final da fase do patinho feio. exibiram correlações entre si; 6) observou-se que as alterações dentárias durante o desenvolvimento oclusal na época do patinho feio localizaram-se no sentido transversal e não no ântero-posterior. (Fig. 6, 7, 8, 9, 10) Finalizando, somente após o conhecimento das alterações consideradas normais que ocorrem durante a maturidade, ou seja da dentadura decídua até a permanente, no posicionamento dentário e esquelético é que o profissional não correrá o risco de indicar e instalar aparelhos ortodônticos sem um planejamento prévio adequado. Pois dessa forma um desenvolvimento normal da oclusão pode ser desviado por um aparelho ortodôntico conduzindo-o para uma anormalidade. Enviado em: Maio de 2002 Revisado e aceito: Outubro de 2002 R Dental Press Ortodon Ortop Facial 40 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

SIQUEIRA, V. C. V.; CANUTO, C. E.; SCAVONE JR, H.; NEGREIROS, P. E. The relationship of the nasolabial angle and the superior incisors inclination in relation to the palatal plane during the ugly-ducking phase Abstract During the period of the permanent cuspids eruption, the superior incisors may assume positional changes ( ugly ducking phase). The nasolabial angle, in his turn, may also be influenced by the magnitude of the anterosuperior teeth protrusion. Therefore, this transversal cephalometric research has been conducted using a sample of 99 roentgenograms of white brasilian children, from both sexes and with normal occlusion, between the ages of 7 to 11 years. The objectives of this investigation were to establish the mean cephalometric values for the nasolabial angle (NLA) and for the superior incisors inclination in relation to the palatal plane (1.PP); to determine if there is sexual dimorphism for these variables; to verify if the mean values of this cephalometric variables exhibited appreciable change between the age periods; to evaluate the possible correlation between these angles and, finally to observe if the ugly-ducking period influences these measures. The mean values obtained for NLA at 7, 8, 9, 10 and 11 years of age were, respectively 114,40º (sd=10,15); 112,10º (sd=9,15); 108,76º (sd=9,06); 110,15º (sd=9,64); 110,13º (sd=12,04). For the 1.PP angle the mean values were 68,15º (sd=5,80); 67,81º (sd=3,70); 68,47º (sd=4,52); 68,40º (sd=4,22) and 68,63º (sd=4,70). After applying the student t test for comparison of these mean values between sexes, for every one of the age periods, it was verified that there weren t statistically significant gender differences. Furthermore, the variance analysis indicated a F value of 0,96 for the NLA and 0,091 for 1.PP, demonstrating the lack of statistically significant differences between the age periods analyzed. The Pearson s correlation coefficients between NLA and 1.PP, indicated values of R=0,14 at 7 years, R=0,14 at 8 years; R=0,41 at 9 years, R=0,18 at 10 years and R= 0,043 at 11 years of age. The total correlation (R=0,06) revealed the lack of statistical significance. Therefore, the authors concluded that NLA and 1.PP variables didn t exhibit correlation among them and they also didn t demonstrated significant changes during the age periods studied. These results suggest that the eruption of the superior permanent cuspids don t exert appreciable repercussions over the vestibulolingual superior incisor inclination and over the nasolabial angle, during the ugly-ducking phase. Key words: Nasolabial angle. Ugly-ducking. Normal occlusion. Mixed dentition. Referências 1. ARNETT, G. W.; BERGMAN, R. T. Facial keys to orthodontic diagnosis and treatment planning: part II. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 103, no. 5, p. 395-341, 1993. 2. BAUME, A. T. A cephalometric evaluation of the normal skeletal and dental pattern of children with excellent occlusions. Angle Orthod, Appleton, v. 21, no. 2, p. 96-103, 1951. 3. BRANDÃO, A. M. B.; ABRAÃO, J.; CAPELOZZA FILHO, L. Avaliação da correlação entre as características dentárias esqueléticas e tegumentares em portadores de má oclusão Classe II divisão 1ª., obtidas pela cefalometria e análise facial numérica. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 1, p. 27-35, 2002. 4. BROADBENT, B. H. The face of the normal child. Angle Orthod, Appleton, v. 7, no. 4, p. 183-208, 1937. 5. BROADBENT, B. H. Ontogenic development of occlusion. Angle Orthod, Appleton, v. 11, no. 4, p. 222-241, 1941. 6. BURSTONE, C. J. The integumental profile. Am J Orthod, St. Louis, v. 44, no. 1, p. 1-25, 1958. 7. BURSTONE, C. J. Distinguishing developing malocclusion from normal occlusion. Dent Clin North Am, Philadelphia, p. 479-491, 1964. 8. CLEMENTS, B. S. Nasal imbalance and the orthodontic patient. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 55, no. 3, p. 244-264, 1969. 9. CLEMENTS, B. S. Nasal imbalance and the orthodontic patient. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 55, no. 4, p. 329-352, 1969. 10. CLEMENTS, B. S. Nasal imbalance and the orthodontic patient. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 55, no. 5, p. 477-497, 1969. 11. CLINCH, L. M. Symposium aspects of the dental development of child. The development of the deciduous and mixed dentitions. Dent Practner, [S. l.], v.17, no. 4, p.135-144, 1966. 12. HOUSTON, W. J. B. Analysis of erros in orthodontic measurements. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 83, no. 5, p. 382-390, 1983. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 41 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

O relacionamento dos ângulos nasolabial e dos incisivos superiores com o plano palatino durante a fase do patinho feio 13. JANSON, G. R. P. et al. Fechamento ortodôntico do diastema entre incisivos centrais superiores durante a dentadura mista: relato de um caso clínico. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 3, n. 4, p. 72-78, 1998. 14. KROGMAN, W. M.; SASSOUNI, V. A syllabus in roentgenografic cephalometry. Philadelphia: Library of Congress, 1957. 15. McNAMARA Jr., J. A. A method cephalometric evaluation. Am J Orthod, St. Louis, v. 86, no. 6, p. 449-469, 1984. 16. MOORREES, C. F. A., et al. Growth studies of the dentition: a review. Am J Orthod, St. Louis, v. 55, no. 6, p. 600-616, 1969. 17. NANDA, R. S. et al. Growth changes in the soft facial profile. Angle Orthod, St. Louis, v. 60, no. 3, p.177-190, 1990. 18. OWEN, A. H. Diagnostic black cephalometrics. Part I. J Clin Orthod, Boulder, v. 18, no. 6, p. 400-422, 1984. 19. POSEN, J. M. A longitudinal study of the growth of the nose. Am J Orthod, Boulder, v. 53, no. 10, p. 746-756, 1967. 20. SCHAEFFER, A. Behavior of the axis of human incisor teeth during growth. Angle Orthod, Appleton, v. 19, no. 4, p. 254-275, 1949. 21. SCHEIDMAN, G. B. et al. Cephalometric analysis of dentofacial normals. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 78, no. 4, p. 404-420, 1980. 22. SCHWARZ, A. M. A pratical evaluation of the X ray headplate. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 47, no. 8, p. 561-585, 1961. 23. SILVA FILHO, O. G. et al. Avaliação cefalométrica do ângulo nasolabial aos 07 anos,12 anos, 19 anos de idade, numa amostra de oclusão normal. R Soc bras Ortodon, Rio de Janeiro, v. 1, n. 4, p. 108-113, 1990. 24. SIQUEIRA, V. C. V.; PRATES, N. S. Crescimento craniofacial: estudo cefalométrico em jovens brasileiros com oclusão normal, no período da dentição mista. R bras Odontol, Rio de Janeiro, v. 52, n. 2, p. 50-55, 1995. Endereço para correspondência Vania C. V. Siqueira - Rua José Corder, 87 - Jardim Modelo - Piracicaba - SP. Brasil. Cep 13.400-010 - e-mail: siqueira@fop.unicamp.br R Dental Press Ortodon Ortop Facial 42 Maringá, v. 8, n. 6, p. 31-42, nov./dez. 2003

A r t i g o I n é d i t o Avaliação in vitro do padrão de descolagem na interface de fixação de materiais adesivos ortodônticos ao esmalte de dentes inclusos: resistência ao cisalhamento após 48 horas e 10 dias* Roberto Yoshio Kawakami**, Ary dos Santos Pinto***, João Roberto Gonçalves****, Maurício Tatsuei Sakima****, Luiz Gonzaga Gandini Jr**** Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento e o padrão de descolagem na interface de colagem de materiais adesivos ortodônticos ao esmalte de dentes inclusos. Os materiais utilizados foram uma resina composta convencional (Concise Ortodôntico 3M) e um híbrido de cimento de ionômero de vidro reforçado com resina (Fuji Ortho LC GC). Os dentes extraídos, terceiros molares superiores e inferiores não irrompidos, foram divididos aleatoriamente em três grupos: I) Concise Ortodôntico; II) Fuji Ortho LC com condicionamento ácido; e III) Fuji Ortho LC sem condicionamento ácido. Após a confecção dos corpos-de-prova, os testes de resistência ao cisalhamento foram realizados depois de 48 horas e 10 dias. Além da resistência ao cisalhamento, foram avaliados o Índice de Adesivo Remanescente (IAR), os tipos de descolagem na interface adesivo/esmalte dentário segundo MArrA 32, verificando a presença ou não de fraturas de esmalte. Foram utilizados a Análise de Variância e o teste de Tukey para a avaliação da resistência ao cisalhamento, e para a análise do IAR, da variável MArrA e os tipos de fratura de esmalte, os testes Qui-quadrado e o Exato de Fisher. No Grupo III, nos dois períodos avaliados, nenhum adesivo remanescente foi encontrado aderido ao esmalte. Diferentemente ocorreu no Grupo II, onde foi realizado o condicionamento ácido, constatou-se maior freqüência de algum adesivo remanescente no esmalte, dentre estes, alguns com fraturas de esmalte presentes, o que não foi verificado no Grupo III. O Grupo I apresentou grande número de fraturas, parciais ou totais, de esmalte, nos dois períodos analisados. Quanto à avaliação da resistência ao cisalhamento, os três grupos apresentaram-se com diferenças estatisticamente significantes, com valores médios maiores para o Grupo I (20,36+1,04 MPa) e menores para o Grupo III (7,01+0,42 MPa). Para os Grupos II e III, houve um aumento significativo estatisticamente de 48 horas para 10 dias. Palavras-chave: Cimentos de ionômeros de vidro. Resinas compostas. Força compressiva. Resistência ao cisalhamento. * Artigo da tese apresentada ao curso de pós-graduação, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Odontologia, área de Ortodontia, pela Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP ** Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara; Professor Assistente das disciplinas de Cirurgia da Universidade do Sagrado Coração USC BAURU - SP *** Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil, Disciplina de Ortodontia; Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP ARARAQUARA SP **** Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil, Disciplina de Ortodontia, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP ARARAQUARA SP R Dental Press Ortodon Ortop Facial 43 Maringá, v. 8, n. 6, p. 43-61, nov./dez. 2003