THIAGO DE MORAES thiagoraes@hotmail.com. ORIENTADOR: CRISTIANO MORINI Estágio Supervisionado em ADM-GNI - UNIMEP cmorini@unimep.br



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Transcrição:

Panorama Recente do Comércio Exterior Brasileiro: Um Estudo Comparativo (2003 2006) Entre as Cinco Principais Cidades Exportadoras do Estado de São Paulo. THIAGO DE MORAES thiagoraes@hotmail.com ORIENTADOR: CRISTIANO MORINI Estágio Supervisionado em ADM-GNI - UNIMEP cmorini@unimep.br Resumo: Este artigo apresenta um resgate da evolução do comércio exterior brasileiro, dando um panorama do comércio exterior do Estado de São Paulo, e das cinco principais cidades quanto às exportações do Estado de São Paulo, apontando os principais destinos, origens, produtos. Palavras-chave: Exportações Importações Concentração Abstract: This article he presents um ransom from the development from the foreign trade Brazilian, administering um panorama from the foreign trade from the Been as of They are Paulo, AND of the five cities quantum the exportations from the Been as of They are Paulo, pointing the chief destinations, origins, commodities. Keywords: Exportation Imports Concentration 1. INTRODUÇÃO As exportações brasileiras seguem em ritmo acelerado de crescimento consecutivo há mais de 6 anos, batendo recordes históricos na economia brasileira e gerando superávits na balança de pagamentos nunca antes vistos. Este trabalho tem como objetivo geral apresentar um resgate da evolução do comércio exterior brasileiro, assim como sua participação recente no contexto econômico internacional, destacando os principais destinos e origens das transações brasileiras, os principais produtos e as principais empresas detentoras do fomento do comércio exterior brasileiro. Em aprofundamento ao estudo, o presente trabalho tem como objetivos específicos uma análise comparativa dos principais municípios, quanto às exportações do período 2003 2006, do Estado de São Paulo, analisando dados referentes ao panorama do comércio exterior e apontando as principais características qualitativas e quantitativas, principalmente no que se referem às exportações, importações, corrente de comércio, saldo na balança de pagamentos, origens dos produtos, destinos, principais empresas e produtos. 2. EVOLUÇÃO DAS IMPORTAÇÕES E EX- PORTAÇÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 1950 A 2005. As estatísticas do comércio exterior brasileiro vêm apresentando, nos últimos 6 anos, dados que podemos considerar como uma evolução histórica. Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):7-12, 2007 51 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):51-57, 2007 51

Em 2004, o comércio exterior brasileiro deu um salto, crescendo 31,2% em relação ao ano anterior, com um nível recorde de exportações totalizando US$ 96,5 bilhões, com crescimento de 32% em relação a 2003. Situação semelhante podemos observar em 2005, quando as exportações apresentaram um crescimento de 22,6% em relação a 2004 (Gráfico 1), chegando a US$ 118,3 bilhões. Já as importações em 2004 (Gráfico 2), somaram US$ 62,8 bilhões, com acréscimo de 30% sobre 2003, e em 2005 registrou um volume de importações de US$ 73,5 bilhões (MDIC, 2005). Gráfico 1: Evolução das exportações brasileiras 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2004 2005 Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2005). Os dados apresentados se tratam do maior montante já registrado até então pelo país. Segundo Ribeiro e Markwald (2005), dentre os fatores conjunturais, a partir da abertura da economia em 1990, é possível destacar, sem qualquer surpresa, o forte estímulo resultante da desvalorização cambial promovida pela adoção do regime de flutuação cambial a partir de 1999, a aceleração do comércio mundial observada nos últimos três anos e, ainda, um aumento dos preços de nossas commodities agrícolas e minerais, estimulado pela demanda resultante da progressiva incorporação ao mercado de consumo de importantes contingentes populacionais em paises como a China e a Índia. Gráfico 2: Evolução das importações brasileiras Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2005). O grande incentivo dado pela elevação da taxa de câmbio real resultou não somente da desvalorização que se seguiu à flutuação cambial em 1999, mas também das variações registradas em 2001 e 2002. As importações tiveram seu incremento principalmente a partir do ano de 2004, com a implantação do Plano Real, que estabilizou a paridade do Real com o dólar. O impacto das reformas estruturais promovidas ao longo da década de 1990 (liberalização comercial, privatização), teria introduzido fortes elementos de pressão competitiva no ambiente produtivo doméstico, com resultados expressivos em termos de aumento de produtividade das firmas brasileiras. Em adicional se aponta também o aumento expressivo das cotações internacionais das commodities, em especial daquelas que tem grande representatividade em nossa pauta exportadora, como os grãos e os minérios (RIBEIRO E MA- RKWALD, 2005). Numa análise mais detalhada sobre os destinos e origens do comércio exterior brasileiro, podemos destacar como os principais países nas exportações: os EUA com US$ 20 bilhões, a Argentina com US$ 7 bilhões e os Paises Baixos com US$ 6 bilhões exportados em 2005. Nas importações, num mesmo perfil de análise, tomamos os EUA com US$ 11 bilhões, a Argentina com US$ 6 bilhões e a Alemanha com US$ 5 bilhões (MDIC, 2005). Segundo Relatório do MDIC (2005 A), na composição da pauta das exportações, vinte e cinco produtos alcançou e cifra de exportação superior a 1 bilhão de dólares, tomados em conjunto, representaram vendas externas da ordem de US$ 52,8 bilhões, equivalentes a cerca de 54,8% do total, recorde que, em 2003, apenas vinte e um itens havia atingido tal patamar. Os principais produtos que se destacam na exportação em 2005 são: soja com US$ 5 bilhões, Minério de Ferro com US$ 5 bilhões e Automóveis com US$ 3 bilhões. Nas importações se destacam o Petróleo US$ 7 bilhões, o ramo de Autopeças e os Circuitos eletrônicos, ambos com US$ 2 bilhões importados em 2005. 2.1 Distribuição das Exportações e Importações quanto aos Estados Brasileiros Analisando as informações no que se refere à distribuição dos montantes apurados pelas exportações 52 Rev. de de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):51-57, 5(9):7-12, 2007

e importações brasileiras, podemos fazer uma distribuição pelos estados da federação, a começar pelas regiões do país. Nessa distribuição, aponta-se como principal região o Sudeste, que de tem o maior volume de transações no comércio exterior brasileiro com exportações em US$ 65,2 bilhões e importações em US$ 45,2 bilhões, o Sul fica em segundo lugar com exportações e importações em US$ 26 bilhões e US$ 13,4 bilhões, respectivamente No comércio exterior brasileiro, quanto sua distribuição nos estados, os principais exportadores são: São Paulo com US$ 38 bilhões, Minas Gerais US$ 13,5 bilhões, Rio de Janeiro com aproximadamente US$ 10,5 bilhões, o estado do Rio Grande do Sul US$ 10,0 bilhões e o Paraná com US$ 10,0 bilhões exportados. Vale a pena frisar que estes cinco estados juntos, somam mais de US$ 80 bilhões em mercadorias, isso representa mais de 70% de todo volume exportado brasileiro Quanto às importações, podemos observar que os cinco principais importadores do Brasil são: o estado de São Paulo, que importou em 2005 cerca de US$ 30,5 bilhões, em segundo o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul ambos com US$ 6,7 bilhões, o Amazonas com US$ 5,2 bilhões e o estado do Paraná com US$ 4,5 bilhões (ANUÁRIO, 2006). 3. PANORAMA DO COMÉRCIO EXTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO Segundo Pavarina (2003), o Estado de São Paulo concentra quase 40 milhões de habitantes ao longo de um território de 247.898 quilômetros quadrados, apresentando a mais alta densidade demográfica do país (aproximadamente 20% da população brasileira em 2,91% do território nacional, equivalem a mais de 150 habitantes/km2). Com relação ao comércio exterior, o Estado de São Paulo responde pela maior concentração das transações comerciais brasileiras, US$ 45.929 bilhões em exportações em 2006, o que representa uma participação de mais de 33% do total exportado pelo Brasil em 2006. Já as importações em 2006 somaram US$ 37,0 bilhões, o que representa uma participação nas importações brasileiras de 40,55%, gerando um saldo comercial de US$ 8,8 bilhões e apresentando uma corrente de comércio de US$ 82,9 bilhões (MDIC 2006). O Estado de São Paulo apresenta uma capilaridade vasta em parceiros comerciais, distribuídos por todos os continentes, no que tange às exportações em 2006 podemos citar como principal país comprador os Estados Unidos, que representa um montante de mais de US$ 8,6 bilhões. Em segundo lugar a Argentina com US$ 5,8 bilhões, e seguindo o ranking temos México com US$ 2,2 bilhões, dentro outros As importações também seguem o mesmo ritmo, tendo uma ampla rede de parceiros, sendo os principais países de origem das importações do Estado de São Paulo: os Estados Unidos em primeiro, com US$ 7,7 bilhões; em segundo, a Alemanha com US$ 3,7 bilhões; em seguida a China com US$ 2,8 bilhões. No que tange às exportações, segundo o MDIC (2006 B), o Estado de São Paulo lidera na pauta dos produtos industrializados, com US$ 42,1 milhões, devido a concentração das indústrias no estado, dados referentes ao período de 2006. Podemos apontar como as principais cidades na pauta das exportações do Estado de São Paulo em 2006, no total dos produtos exportados, a cidade de São Paulo com exportações em torno de US$ 7,1 bilhões, em seguida a cidade de São Jose dos Campos com US$ 4,9 bilhões, São Bernardo do Campo com US$ 4,4 bilhões, em seguida Santos com US$ 3,0 bilhões e a cidade de Piracicaba com US$ 2,1 bilhões exportados Podemos apontar as principais cidades do Estado de São Paulo quanto às importações, em que a soma delas identifica a cidade de São Paulo liderando a lista com importações em torno de US$ 6,4 bilhões, em segundo, cidade de São Jose dos Campos com US$ 2,9 bilhões, São Bernardo do Campo com aproximadamente US$ 1,8 bilhões, Piracicaba com cerca de US$ 818 milhões e Santos com US$ 480 milhões. 4. EVOLUÇÃO COMPARATIVA 2003 2006 ENTRE AS 5 PRINCIPAIS CIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO. O Gráfico 3 apresenta a evolução das exportações nos 5 municípios em estudo, e como podemos observar, a cidade de São Paulo, onde se concentra o maior volume em exportações do Brasil, apresentou Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):7-12, 2007 53 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):51-57, 2007 53

em 2003 exportações em torno de US$ 4,7 bilhões, passando para US$ 5,8 bilhões em 2004, caindo para US$ 5,6 bilhões em 2005 e retornando o crescimento em 2006, fechando com US$ 7,1 bilhões. A cidade de São Jose dos Campos registrou em 2003 exportações em torno de US$ 3,0 bilhões, passando para 2004 com US$ 4,7 bilhões e não obteve muito crescimento nos anos posteriores, fechando o ano de 2005 com US$ 4,9 bilhões, e se estabilizando como visto no gráfico, mantendo em 2006 a posição dos US$ 4,9 bilhões Já o município de São Bernardo do Campo vem registrando crescimentos constantes, pois em 2003 apresentou US$ 2,0 bilhões em exportações, passando para US$ 2,7 bilhões em 2004, e US$ 3,6 bilhões em 2005 e, em 2006 fechou as exportações com um volume de US$4,4 bilhões. Vale a pena frisar que, se São Bernardo do Campo continuar com esse crescimento, podemos considerar que no ano de 2007 a cidade alcance o município de São Jose dos Campos e ocupe assim, a segunda posição no ranking das maiores cidades exportadoras do Estado de São Paulo. Gráfico 3: Evolução das exportações nas 5 principais cidades do Estado de SP. Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2006) A cidade de Santos também apresentou um crescimento constante das exportações no mesmo período em análise. Em 2003 fechou as exportações com US$ 1,4 bilhão, em 2004 com US$ 1,6 bilhão, em 2005, ficou com US$ 2,3 bilhões e em 2006 fechou com um montante de US$ 3,0 bilhões. A cidade de Piracicaba, no interior do Estado, assemelha seu crescimento na mesma escala da cidade de São Bernardo do Campo e vem demonstrando um crescimento constante nas exportações, pois em 2003 a cidade exportava cerca de US$ 664 milhões, passando em 2004 para US$ 1,2 bilhão, em 2005 fechou com US$ 1,6 bilhão e em 2006, apresentou um montante de US$ 2,1 bilhões exportados Gráfico 4: Evolução das importações pelas 5 principais cidades do Estado de SP. Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2006) Com as importações, a cidade de São Paulo apresentou no ano de 2003, um volume de US$ 3,9 bilhões, em 2004, passou para US$ 4,4 bilhões e em 2005, US$ 5,4 bilhões, fechando em 2006 com US$ 6,4 bilhões importados. A cidade de São Jose dos Campos apresentou em 2003, um montante de US$ 1,9 bilhão, passando para US$ 2,9 bilhões em 2004 e, em 2005 teve uma queda nas importações, passando para US$ 2,6 bilhões, retomando no ano de 2006 quando fechou com US$ 2,9 bilhões importados (Gráfico 5), Já o município de São Bernardo do Campo, apresentou um crescimento constante, já que em 2003 fechou as importações com US$ 1,0 bilhão, em 2004, apresentou US$ 1,4 bilhão, em 2005 passou para US$ 1,7 bilhão e em 2006 fechou as importações com US$ 1,8 bilhão. A cidade de Piracicaba em 2003 apresentou um montante de US$ 382 milhões, passando para US$ 620 milhões em 2004, em 2005 fechou com US$ 735 milhões e, em 2006 apresentou um montante de mais de US$ 817 milhões em importações O município de Santos, a 5º maior cidade do Estado de São Paulo em volume de importações, fechou o ano de 2003 com US$ 330 milhões, em 2004 e 2005 sofreu quedas, caindo para US$ 306 milhões e US$ 281 milhões, respectivamente, retomando seu crescimento em 2006, quando fechou as importações em US$ 480 milhões. 54 Rev. de de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):51-57, 5(9):7-12, 2007

Podemos considerar, com base nos dados apresentados que, a cidade de São Paulo, apesar de sua grande importância e relevância no comércio exterior brasileiro não contribuiu significativamente, em volumes, com o saldo comercial, sendo a diferença entre as exportações e as importações, o que representou para o balanço de pagamentos em 2006, um valor de apenas US$ 672 milhões, que em comparação com as 5 principais cidades do Estado de São Paulo é o menor saldo comercial. Quanto à corrente de comércio, que é a soma das exportações com as importações, a cidade de São Paulo fechou em 2006 com US$ 13,6 bilhões, sendo a maior do Estado e do país, seguido por São Jose dos Campos com US$ 7,8 bilhões, São Bernardo do Campo com US$ 6,3 bilhões, a cidade de Santos com US$ 3,5 bilhões e Piracicaba com US$ 2,98 bilhões. As 5 principais cidades no estudo em questão, apresentam um grande leque de parceiros comerciais, tanto nas exportações como nas importações. A cidade de São Paulo tem como principais parceiros nas exportações a União Européia e a Ásia, que juntos representam mais de 47% das exportações do município, a cidade de São Jose dos Campos tem como parceiros o Estados Unidos (Inclusive Porto Rico) e a União Européia com mais de 42%, São Bernardo do Campo concentra suas exportações principalmente para a ALADI (Exclusive Mercosul) com 26%, também com o Mercosul e União Européia, ambos com 20%, somando 66% das exportações. A cidade de Santos tem suas exportações mais diversificadas e exportando para a África 16%, Ásia (Exclusive Oriente Médio) 16%, Oriente Médio 15% e União Européia, 13% e juntos eles somam 60% das exportações do município. A cidade de Piracicaba tem com principal parceiro comercial o Estados Unidos, com cerca de 20%, também se destacam o mercado da ALADI (Exclusive Mercosul) com 19% e a África com 14% das exportações Quanto às importações a cidade de São Paulo concentra principalmente na União Européia, com mais de 34%, também para os Estados Unidos (Inclusive Porto Rico) e Ásia (Exclusive Oriente Médio) ambas com 23%, que juntas somam mais de 80%. A cidade de São Jose dos Campos tem um grande volume de importações dos Estados Unidos (Inclusive Porto Rico) com mais de 63%, a cidade de São Bernardo do Campo tem como principal fornecedor a União Européia, com mais de 42%. Do mesmo modo, a cidade de Santos concentra suas importações em apenas um bloco econômico, cerca de 67% vem de origens de países do Mercosul. A cidade de Piracicaba também segue importando dos Estados Unidos (Inclusive Porto Rico) com mais de 60% do total importado Vale a pena frisar que cada município concentra suas importações e exportações num determinado bloco econômico ou país de acordo com sua atividade econômica e industrial, para suprir suas necessidades e ganhar mercado dos produtos de forma global. A pauta dos produtos nas 5 principais cidades do estado de São Paulo é bastante diversificada, contendo produtos desde os básicos como os agrícolas até os mais tecnológicos como máquinas e aeronaves. Porém, a maiorias das cidades concentra suas exportações em apenas um setor da economia. A cidade de São Paulo apresenta como seus principais produtos o açúcar e a soja. O corpo empresarial da cidade de São Paulo é bastante vasto, de modo que fica difícil identificar as principais empresas que fomentam o comércio exterior, para tanto, podemos citar como as principais, como: Companhia Siderúrgica Paulista COSIPA e a VCP Exportadora e Participações Ltda, que possuem um volume de exportações maior que US$ 100 milhões A cidade de São José dos Campos tem suas atividades internacionais voltadas principalmente para o setor aéreo, e automobilístico. A EMBRA- ER Empresa Brasileira de Aeronáutica S. A. com sede no município é responsável pelo montante de exportações de aviões, com cerca de 64% do total exportado. Uma grande parte também cabe a General Motors do Brasil Ltda que é responsável pelo setor automobilístico na cidade e representa cerca de 16% das exportações. Já a cidade de São Bernardo do Campo, o setor que mais fomenta o comércio exterior do município é o automobilístico. A cidade possui as principais empresas do setor automobilístico e é delas a maioria das exportações do município, sendo este um exemplo da centralização em um único setor Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):7-12, 2007 55 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):51-57, 2007 55

A cidade de Santos centra mais na exportação do açúcar e de óleos combustíveis, e as principais empresas são a Coopersucar Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar e a Petróleo Brasileiro S A PETROBRAS, e, por último, a cidade de Piracicaba, no interior do estado, que concentra suas exportações principalmente no setor metal mecânico e sucroalcooleiro, possuindo como principais empresas a Belgo Siderurgia S.A., a Caterpilar Brasil Ltda, e a Cosan S/A Indústria e Comércio. Essas empresas respondem por mais de 73% das exportações do município que exporta principalmente açúcar, máquinas niveladoras, dentre outras máquinas. Quanto às importações, elas seguem o mesmo setor das exportações, obviamente para suprir as necessidades das indústrias, como peças e suplementos. Na cidade de São Paulo, as importações são bastante diversificadas, não tendo um setor em especifico. Já em São José dos Campos, as importações se concentram principalmente no setor aéreo, com peças e circuitos, para suprir as necessidades da EMBRAER Do mesmo modo as importações da cidade de São Bernardo do Campo referem-se principalmente as partes e acessórios para veículos e seguem as mesmas empresas exportadoras. Em Santos, as importações se concentram principalmente em trigo e em produtos do setor químico e a principal empresa também é a PETROBRAS. O município de Piracicaba se destaca nas importações pelas peças e equipamentos para máquinas de terraplanagem e em motores a diesel, devido principalmente as importações da Caterpillar Brasil Ltda 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados apresentados nos mostram que o comércio exterior brasileiro apresenta crescimento constante há seis anos consecutivos, e o fato do Brasil estar crescendo a taxas iguais ou superiores as taxas mundiais já é um fator que podemos considerar, mesmo que por si só, ótimo e que vem contribuindo positivamente para o Produto Interno Brasileiro (PIB) brasileiro e para a economia nacional como um todo. A distribuição geográfica das exportações apresenta um grau de concentração, principalmente na região sudeste, com destaque no Estado de São Paulo. A pauta dos produtos também sofre uma concentração, pois quando avaliamos as cidades do estado essa concentração da pauta de produtos exportados é presente na maioria dos municípios Dentre as principais cidades do estado de São Paulo podemos concluir que a cidade de São Paulo, sendo a maior cidade exportadora do país, é a que menos sofre com essa concentração, o que não ocorre nas cidades como São José dos Campos, que se caracteriza principalmente no setor da aviação, devido à instalação da EMBRAER no município. O mesmo ocorre com a cidade de São Bernardo do Campo, que se caracteriza principalmente no setor automotivo e têm lá instalado as principais empresas do setor. O município de Santos, onde está localizado o Porto de Santos, por onde é escoada grande parte dessas exportações, caracteriza-se mesmo que em escala menor, pelo açúcar. Já na cidade de Piracicaba, as principais empresas concentram mais de 80% do comércio exterior do município e se destaca no setor metal mecânico e sucoalcoleiro. A concentração de setores industriais numa única cidade, como pauta de produtos para a exportação, é um fato que devemos considerar, pois caso ocorra uma crise no setor, prejudicaria drasticamente a estrutura econômica dos municípios apontados. Para tanto, envolve uma discussão do que deve ser feito daqui para frente, para dissipar essa concentração e também identificar claramente os requisitos que ainda devem ser preenchidos para que o Brasil se consolide no contexto do mercado global. REFERÊNCIAS ANUARIO do Comércio Exterior 2006. Analise. São Paulo. 2006. BALANÇA comercial brasileira, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 2005. Disponível em <http://www.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 25 maio 2007. BALANÇA comercial brasileira, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 2005 A. 56 Rev. de de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):51-57, 5(9):7-12, 2007

Disponível em <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/secex/ deppladescomexterior/indestatisticas/balcomercialcompacta. php>. Acesso em: 25 maio 2007. BALANÇA comercial brasileira por regiões e estados, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). 2006 B. Disponível em <http://www.desenvolvimento. gov.br/sitio/secex/deppladescomexterior/indestatisticas/balcomercialcompacta.php>. Acesso em: 25 maio 2007. PAVARINA, P. R. J. P. Desenvolvimento, crescimento econômico e o capital social do estado de São Paulo. 2003. 39 f. Tese (Titulo de Doutor). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002. RIBEIRO, F. MARKWALD, R. Análise das exportações brasileiras sob a ótica das empresas, dos produtos e dos mercados. Revista Brasileira de Comércio Exterior. Rio de Janeiro. n. 85. p. 3-20. 2005. BALANÇA Comercial, por Município. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). 2006. Disponível em < http://www.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 25 maio 2007. Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):7-12, 2007 57 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):51-57, 2007 57