MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: OS ESTILOS DE APRENDIZAGEM E AS CONTRIBUÇÕES DO PROFESSOR-TUTOR



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Transcrição:

1 MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: OS ESTILOS DE APRENDIZAGEM E AS CONTRIBUÇÕES DO PROFESSOR-TUTOR Mônica Cristiane David 1 Cíntia Cargnin Cavalheiro Ribas 2 Janice Mendes da Silva 3 RESUMO O artigo explicita sobre os estilos de aprendizagem predominante das acadêmicas do curso de pedagogia e as contribuições do professor-tutor no processo de aprendizagem das alunas, na modalidade a distância. Ressalta a forma de mediação de ensino adequada do professor-tutor, partindo dos pressupostos dos estilos de aprender de cada educando. A relação dos estilos de aprendizagem e as metodologias do professor-tutor são fatores sine qua non para o sucesso do trabalho educacional. Para este estudo, tem-se como referências principais Kolb (1984), Alonso, Gallego & Honey (1995) e Portilho (2003 e 2009). Palavras Chave: aprendizagem, estilos de aprendizagem, professor-tutor ABSTRACT This article explains about the predominant learning styles of the students of the pedagogy course and the contributions of the teacher-tutor in the learning process of the students, in the distance modality. The article also points out the appropriate form of teaching mediation of the teacher-tutor, based on the assumptions of learning styles of each student. The relationship between learning styles and methodologies of teacher-tutor are fatoressine qua non for the success of educational work. For this study, we have as main references Kolb (1984), Alonso, Gallego & Honey (1995) and Portillo (2003 and 2009). Keywords: learning, learning styles, teacher-tutor 1 INTRODUÇÃO As Instituições de Ensino Superior (IES) apresentam diversidades em seu contexto pelas diferenças culturais, estruturais e tipos de aprendizes. Neste universo, encontram-se alunos que apresentam comportamentos distintos, ou seja, uns mais calmos, centrados, ponderados, observadores e outros mais agitados, inquietos e intensos em suas atitudes. Essa diversidade, muitas vezes, dificulta o processo de ensino, pois, o professor/tutor, apresenta dificuldade em trabalhar com esse aluno que traz uma bagagem própria para aprender. 1 Mestre em Educação, Especialista em Organização do Trabalho Pedagógico e em EaD, Professora de Graduação e Pós -Graduação das Faculdades OPET, FAEL e SION, Supervisora de Estágio na Faculdade Opet. 2 Mestre em Desenvolvimento de Tecnologias, Especialista em EaD, Coordenadora do Curso de Pedagogia da Faculdade OPET e professora da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. 3 Mestre em Educação, Especialista em Modalidades de Intervenção no Processo de Aprendizagem, Coordenadora de Estágio, Coordenadora Pedagógica no Instituto Base de Conteúdos e Tecnologias Educacionais IbacBrasil, Pesquisadora no Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica da UFPR.

2 Esses fatores traduzem na educação brasileira como um todo. O Brasil apresenta resultados muito desagradáveis no que se refere à leitura, escrita, raciocínio matemático, interpretação. Comprava-se isso, pelos resultados que se tem em relação ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) que, de acordo com dados de com 2012, o Brasil ficou em 58º lugar em matemática, na leitura foi o 55º e em ciências ficou na 59ª posição. E são esses alunos que adentram nas Instituições de Ensino Superior, com dificuldades na maioria das áreas do conhecimento. Isso, muitas vezes, se deve a falta de compreensão do professor em administrar suas aulas, em virtude do não conhecimento das diferentes formas e estilos que seus alunos apresentam no processo de aprendizagem. Diante dessas pontuações instiga-se: Como o professor/tutor deve contribuir no processo de aprendizagem dos discentes, na modalidade a distância, contemplando os diferentes estilos de aprendizagem dos seus alunos? Para corroborar com esse estudo tem-se como objetivo geral Identificar os estilos de aprendizagem dos acadêmicos e as contribuições do professor-tutor no processo de aprendizagem dos discentes, na modalidade a distância. Tendo como objetivos específicos: Conhecer os estilos de aprendizagem predominante dos acadêmicos; Perceber o papel do professor-tutor no processo de aprendizagem dos acadêmicos; Relacionar os estilos de aprendizagem dos acadêmicos com metodologias adequadas do professor-tutor Com o advento da Educação à Distância e paradigmas educacionais, a forma de ensinar e aprender tiveram suas mudanças. Tanto o professor-tutor, quanto os discentes tiveram que se adaptar à nova realidade educacional, no que tange à educação a distância. Para tanto, o professor-tutor, precisa conhecer seus alunos, suas maneiras, suas especificidades e formas de aprender, para poder auxiliar os discentes de maneira significativa no processo de aprendizagem. Neste contexto, utilizou-se a metodologia de abordagem qualitativa, que segundo Godoy (1995, p.58): envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo.

3 Para contemplar a abordagem qualitativa, realizou-se o Questionário Honey- Alonso de Estilos de Aprendizagem com 23 alunas do curso de Pedagogia EaD, na intenção de verificar o estilo de aprender predominante de cada acadêmica. 2 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM As pessoas apresentam características distintas em relação ao modo de se vestirem, a cor da pele, dos olhos, dos cabelos, o peso, a altura; enfim, peculiares consideradas visíveis aos olhos. Porém, existem outras características que não são tão claras e perceptíveis, que é a maneira como as pessoas processam e armazenam as informações que recebem. Diante dessas variáveis, pode-se dizer que cada pessoa possui um estilo singular e próprio de ser, que cada uma apresenta determinada preferência por isto ou aquilo. Quando às questões de aprendizagem, acontecem da mesma maneira, significa que as pessoas, neste caso, as acadêmicas, têm determinado gosto ou preferência para aprender, tornando sua aprendizagem mais prazerosa e significativa. Em relação às definições sobre a aprendizagem, Portilho (2006) considera que cada pessoa tem sua forma especial e única de pensar, sua própria filosofia de vida, e de ver as coisa, originando seu esquema cognitivo.em consequência, cada novo conhecimento, ao ser incorporado no próprio esquema cognitivo é interpretado na direção das ideias, que constituem este esquema, isto é, cada um vai recriar ou reelaborar estes conhecimentos a partir da sua própria maneira de ser (PORTILHO, 2006, p. 26). Portanto, cada pessoa apresenta uma forma de aprender única, por meio de aprendizagens prévias, de forma a reinventar e ressignificar os conceitos aprendidos. Assim, cada pessoa, busca da sua maneira a forma de aprender e de reaprender. 2.1 ESTILOS DE APRENDIZAGEM Um dos percussores sobre Estilo de Aprendizagem foi Kolb (1978). Como professor, queria compreender a forma que as pessoas, principalmente como os acadêmicos, concentravam-se, absorviam, processavam as informações que recebiam e resolviam seus problemas cotidianos. Para o autor, a aprendizagem acontecia de maneira cíclica, relacionada às próprias experiências das pessoas. A

4 aprendizagem para ser efetiva, precisava perpassar por quatro estágios, que eram denominados de concreto, reflexivo, abstrato e ativo. O estágio concreto era considerado o primeiro processo de aprendizagem. Nesse estágio as pessoas precisavam estar comprometidas e envolvidas, ou seja, querer aprender. O segundo estágio refere-se à habilidade para refletir, observar, analisar a situação, considerando as experiências e informações existentes. O terceiro estágio é denominado de conceitualização abstrata, por ser um estágio que a pessoa consegue criar conceitos, conforme as observações realizadas. O quarto e último estágio é a experimentação ativa, onde a pessoa coloca em prática tudo aquilo que fez nos estágios anteriores, com o objetivo de solucionar uma situação-problema. Complementando o pensamento de Kolb, Portilho (2009, p.97) pontua: em sua proposta, Kolb ressalta duas dimensões principais no processo de aprendizagem que correspondem aos dois caminhos pelos quais aprendemos: o primeiro se refere a como percebemos a nova informação ou experiência, e o segundo relaciona-se ao modo como processamos o que percebemos. Combinando estas duas dimensões, Kolb conclui que as pessoas se situam em quatro tipos básicos de estilos de aprendizagem: convergente, divergente, assimilativo e criativo. Estes quatro estilos apresentados por Kolb estão inseridos no Inventário de Estilos de Aprendizagem desenvolvido por ele denominado Learning Style Inventory - LSI. Este instrumento foi projetado para auxiliar a pessoa adulta a perceber seu próprio estilo de aprender. Kolb (1978) atribuía à questão do conceito de aprendizagem relevante na vida e no trabalho. Portanto, Kolb (1984) apud Alonso, Gallego e Honey (1995, p.47) define os Estilos de Aprendizagem como algumas capacidades de aprender que se destacan por encima de otras como resultado del aparato herditário de las experiencias vitales propias, y de las exigências del médio ambiente actual. Honey, com base nos estudos de Kolb, apresentou uma proposta de quatro estilos de aprendizagem: ativo, reflexivo, teórico e pragmático. A partir disso, criou uma lista de características que mostram com clareza a competência de cada estilo. Os ativos destacam-se pelo caráter. São pessoas alegres, comunicativas, curiosas, criativas e desenvolvem tarefas com rapidez. Também são excelentes em conciliar conflitos e gostam de novas experiências.

5 Os que possuem o estilo reflexivo utilizam da observação e análise para chegar a conclusões. São cautelosas, preferindo ouvir para depois agir. Os teóricos são extremamente organizados, chegando ao perfeccionismo. São pessoas racionais, objetivas e lógicas. Gostam de planejar antes de executar alguma tarefa. As pessoas de estilo pragmático colocam suas ideias em prática; são confiantes e determinadas. Não escutam opiniões de outras pessoas, sendo autônomas ao realizar algum tipo de tarefa. Assim, conclui-se que os estilos de aprendizagem nos ajudam a entender os motivos pelos quais os indivíduos aprendem de diferentes maneiras. 3 PROFESSOR-TUTOR Na sociedade do século XXI, onde predominam as tecnologias de informação e comunicação, o papel do professor-tutor necessita de discussão para uma nova abordagem centrada na autonomia e na aprendizagem ao longo da vida, uma teórica de uma elaboração de ideias, que mostra uma realidade de conceitos que proporciona para sociedade uma elaboração de sobre a nossa sociedade reprodução e da regulação, quer nas lógicas da mudança e da emancipação social. Nesta sociedade são os professores que terão a grande responsabilidade de serem os catalisadores da sociedade do conhecimento (Hargreaves, 2003, p. 45). O professor deve ser sempre um pesquisador em busca de inovações. Mas, infelizmente, ainda ocorre grande resistência por parte de muitos professores em aceitar essa revolução tecnológica na educação. Muitos professores ainda sentem dificuldade em associar e mediar a tecnologia à prática pedagógica. Por mais esse motivo é que a formação continuada precisa fazer de fato a diferença oferecendo cursos e treinamentos para que encontrem subsídios para acrescentar a tecnologia em aulas que sejam significativas e que façam toda a diferença, não somente para a aprendizagem cognitivas, mas também, para suas vidas como cidadãos autônomos e críticos capazes de construir um mundo melhor e uma educação universal para todos. Portanto, o professor tutor, segundo Andrade: Deve ser visto como um professor à distância, com um papel similar ao professor do ensino presencial, sendo ele responsável por promover a

6 interatividade, pela troca de experiência entre os alunos e por reforçar a comunicação do grupo (ANDRADE, 2009, p. 04). As atividades desenvolvidas pelo professor-tutor no que tange a educação a distância deve ser de orientar os alunos sobre onde possam buscar informações e utilizá-las de forma adequada aos seus estudos. 4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS A pesquisa foi realizada com 23 alunas, do curso de Pedagogia EaD, dos 6º e 7º períodos do curso. Cada acadêmica respondeu individualmente o questionário, o qual é composto de 80 itens sobre os Estilos de Aprendizagem e é formado por quatro grupos correspondentes aos quatro Estilos de Aprendizagem (reflexivo, ativo, teórico e pragmático). As situações de aprendizagem estão distribuídas de maneira aleatória, dentro do questionário, dividida em 20 para cada estilo. O estilo predominante é determinado conforme a pontuação máxima atingida por cada um dos estilos. Como é um questionário objetivo, as alunas preencheram em torno de 20 minutos. Após, todas as acadêmicas terem preenchido o questionário, foi realizada a contagem de itens com maior número de sinalizações. Das 23 alunas, 17 pontuaram em seus questionários maiores números de questões assinaladas, relacionadas ao estilo de aprendizagem reflexivo, duas acadêmicas pontuaram, em seus questionários terem maior predominância no estilo de aprendizagem teórico, três apresentaram como domínio no processo de aprender, ser pragmática e somente uma ter como estilo predominante de aprender ser ativa. Portanto, conforme os resultados percebe-se que, a maioria das acadêmicas tem estilo de aprendizagem reflexivo e isso significa que essas alunas tendem a observar e analisar ponderadamente as situações antes de tomar alguma atitude. Essas pontuações, elevadas de estilo reflexivo, permite hipotetizar que na área de humanas existe maior concentração de alunas que reflitam, analisem, percebam e tomam conclusões, devido ao próprio curso que realizam.

7 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se de suma importância o professor-tutor conhecer o estilo de aprendizagem predominante de seus alunos, para que possa desenvolver ações pedagógicas voltadas para melhor compreensão dos conteúdos ministrados. Como na pesquisa a maioria das acadêmicas teve como estilo predominante o refletivo, o professor-tutor, deve contribuir com atividades que permitam análise de situações, como por exemplo, estudos de caso, discussão sobre um determinado assunto; enfim, instigar aos alunos a pensar, analisar e refletir. Porém, é importante que o professor-tutor considere os outros estilos de aprendizagem e utilize metodologias diferenciadas para contemplar os vários estilos de aprendizagem, pois é importante que o professo-tutor reconheça cada forma de aprendizagem, para que possa tornar suas aulas significativas e preponderantes. REFERÊNCIAS ALONSO, Catalina; GALLEGO, Domingos; HONEY, Peter. Los Estilos de Aprendizaje: Procedimentos de Diagnostico Y mejora. Bilbao, Espanha: Ediciones Mensajero, 1995. BRASIL. Relatório Nacional PISA 2012: Resultados brasileiros. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/resultados/2014/relatorio_na cional_pisa_2012_resultados_brasileiros.pdf>. BRASIL. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/internacional-novo-pisa-resultados ANDRADE, E. M. de. As práticas pedagógicas do tutor na educação a distância. In:Anais do IX Seminário Pedagogia em Debate e IV Colóquio Nacional de Formação de Profesores. Curitiba: Universidade Tuiuti do Paraná, 2009. p. 7. GODOY, Arilda Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de Administração de Empresas - RAE, v.35, n.2, mar./abr., 1995, p.57-63. Hargreaves, Andy (2003). O Ensino na Sociedade do Conhecimento: a educação na era da insegurança. Coleção Currículo, Políticas e Práticas. Porto: Porto Editora. KOLB, David A. Psicologia Organizacional: uma abordagem vivencial Tradução de Edi Gonçaves de Oliveira. São Paulo: Atlas, 1978. PORTILHO, Evelise. Como se aprende? Estratégias, estilos e metacognição. Rio de Janeiro: Wak Ed. 2009. PORTILHO, Evelise. BELTRAMI, Kátia. Estilos de Aprendizagem para crianças de Educação Infantil, ANAIS, Congresso México, 2010