VALORIZAÇÃO DE RCD Contribuição da Indústria Cimenteira
1. APRESENTAÇÃO DA ATIC ATIC - Associação Técnica da Indústria de Cimento Assegura os aspectos institucionais e de representação da indústria cimenteira nacional, junto de entidades nacionais, europeias e internacionais Participa em vários organismos aos níveis europeu e internacional, nomeadamente: CEMBUREAU - Associação Europeia de Cimento, CEN - Comité Europeu de Normalização, EUPAVE - Associação Europeia de Pavimentos em Betão e FICEM - Federação Interamericana de Cimento Por delegação do Instituto Português da Qualidade (IPQ), é o organismo nacional de normalização sectorial para os cimentos e betões. Workshop APA- 17.06.2015 2
Agenda Resíduos de Construção e Demolição 1. Caracterização 2. Quadro Legal 3. A fileira do CIMENTO como destino possível 4. Ações a desenvolver para utilização na Indústria do CIMENTO Workshop APA- 17.06.2015 3
Um dos fluxos mais representativos em termos mássicos: Portugal: 4 Mt/ano (slide 5) O betão é o segundo produto mais consumido no mundo. O primeiro é a água. Principais constrangimentos: Constituição heterogénea quer em materiais quer em granulometria. Diferentes níveis de perigosidade Dispersão pelo país Os RCD «Resíduo de construção e demolição» o resíduo proveniente de obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração, conservação e demolição e da derrocada de edificações. (Decreto-Lei n.º 73/2011) Workshop APA- 17.06.2015 4
Situação atual Workshop APA- 17.06.2015 5
Caracterização dos RCD Resíduos de Construção e Demolição Resíduos Não perigosos Resíduos perigosos Resíduos de escavação Resíduos minerais Resíduos orgânicos Resíduos ferrosos 25-35% 50% 7-9% 5% 1% Fonte: tese FCUP_ Brito, 2010 Workshop APA- 17.06.2015 6
Decretos-Lei n.º 46/2008 e n.º 73/2011 Quadro Legal Regulamentação das diferentes operações associadas à gestão de RCD (prevenção, recolha, transporte, armazenagem, triagem (na origem), tratamento, reutilização, valorização e eliminação) Informação pouco rigorosa sobre o destino dado aos RCD, sabendo-se que: maior quantidade tem com destino operações de armazenagem (R13) taxa de valorização de não perigosos é muito mais elevada do que a dos perigosos Quantidades de RCD actualmente enviadas para aterro (...) Desafio da Diretiva 2008/98/CE: em 2020, meta de 70% de reciclagem dos RCD produzidos em cada estado membro Workshop APA- 17.06.2015 7
O Setor Cimenteiro na gestão de RCD O sector cimenteiro engloba um conjunto de actividades industriais que podem representar um contributo muito significativo no âmbito da gestão de RCD, com a garantia de um elevado desempenho ambiental da valorização deste fluxo de resíduos e do respectivo cumprimento das metas de reciclagem. Workshop APA- 17.06.2015 8
O Setor Cimenteiro na gestão de RCD A Sustentabilidade na gestão de RCD Reciclar RCD não é um objetivo por si só. Deve ser feita uma avaliação global dos benefícios da reciclagem. Os aspetos a avaliar devem incluir os impactos ao nível de: Custos de transporte Ruído, qualidade do ar, níveis freáticos e consumo de energia Impacto no solo Impactos durante a produção do produto Expectativa do ciclo de vida Workshop APA- 17.06.2015 9
O Setor Cimenteiro na gestão de RCD Atividades do setor cimenteiro com potencial de Valorização de RCD: i. Recuperação paisagística de pedreiras; ii. iii. iv. Extração de agregados; Produção de clinquer e cimento; Produção de betão; v. Produção de pré-fabricados em betão; Workshop APA- 17.06.2015 10
Recuperação paisagística de pedreiras Nas atividades de construção, sobretudo nas movimentações de terras de desaterro, são produzidos solos com potencial de reutilização na recuperação paisagística de pedreiras. Evita-se a: colocação de solos em aterros de inertes Reduz-se o impacte ambiental associado à movimentação de terras virgens necessária à recuperação de pedreiras. Workshop APA- 17.06.2015 11
Extração de agregados Nas atividades de construção & demolição, podem resultar materiais inertes: areias, britas, betão ou mesmo cerâmicos que, se previamente triados podem ser incorporados como matérias-primas secundárias na produção de agregados. Podem ser introduzidos juntamente com as matérias virgens e/ou comercializados no mercado da construção civil, significando: - uma poupança direta em matérias-primas: - uma redução do impacte ambiental associado à extração dos agregados. Workshop APA- 17.06.2015 12
Produção de clinquer e cimento Nas atividades de construção & demolição (após triagem) são produzidos diversos materiais : - solo, betão, areia, britas, cerâmicos e gesso que podem ser incorporados no processo de produção de cimento como matéria-prima secundária. - frações com poder calorífico (se sem possibilidade de encaminhamento para reciclagem), podem ser processadas em CDR para co-processamento (i.e: compósitos, plásticos mistos, madeiras, alcatifas, aglomerados, revestimentos têxtil, mobiliário). Nos últimos 10 anos a industria cimenteira nacional valorizou apenas 20 000 t de RCD Workshop APA- 17.06.2015 13
Produção de betão e pré-fabricados Os inertes como areias, britas ou betão ou mesmo alguns materiais cerâmicos resultantes da construção e demolição, quando previamente triados podem ser incorporados como substitutos de agregados (calibrados) na produção de betão e préfabricados. Especificações LNEC E 471/2/3/4 Esta substituição significa uma poupança direta em matériasprimas virgens exploradas e uma redução do impacte ambiental associado à extração e transporte de agregados virgens Workshop APA- 17.06.2015 14
O Setor Cimenteiro na gestão de RCD Ciclo de vida Workshop APA- 17.06.2015 15
Capacidade de valorização de RCD no setor cimenteiro A industria cimenteira nacional utiliza anualmente cerca de 10 Mt de matéria-prima; -Valoriza matérias-primas secundárias (R5) Taxa de incorporação de RINP como matérias-primas secundárias (R5) de cerca de 10% (resíduos de corte e serragem de pedra, areias de fundição, resíduos de carbonatos, tijolos refratários, cinzas de pirite, formas de gesso) Condicionantes: Custo de processamento vs Custo das matérias-primas naturais Triagem inadequada ou inexistente Ultrapassadas estas dificuldades o setor poderá chegar a taxas de incorporação de matérias-primas secundarias da ordem dos 30-40% Workshop APA- 17.06.2015 16
FONTE: WBCSD, 2014 Linhas de Ação a desenvolver para a valorização de RCD Orientações gerais As atividades de construção & demolição geram frações de RCD cujas opções de gestão devem seguir as disposições da hierarquia de resíduos: Utilização do material e energia Prevenção/Redução Reutilização Reciclagem: 100% do material reciclado 100% do material recuperado Co-processamento 100% da energia recuperada Resíduo para produção de energia Deposição do Resíduo Incineração Deposição em aterro Workshop APA- 17.06.2015 17
Linhas de Ação a desenvolver para a valorização de RCD Promover a economia circular Orientações gerais i. Garantir a demolição seletiva: a) Segregação das frações de elevada perigosidade e respetivo encaminhamento para destino adequado. b) Triagem na origem e encaminhamento direto para as cadeias de valor respetivas das frações reutilizáveis/recicláveis. ii. Considerar a valorização dos RCD (não recicláveis) na industria cimenteira, como uma solução para o cumprimento dos objetivos para 2020: a) Valorização material (R5) da fração inerte; b) Co-processamento com valorização energética (R1) da fração com poder calorífico e valorização material (R5) da fração inerte. Garantir o cumprimento da legislação portuguesa aplicável à gestão de RCD Workshop APA- 17.06.2015 18
Linhas de Ação a desenvolver para a valorização de RCD Aspetos técnicos da gestão de RCD Desenvolvimento de regras claras para a separação dos RCD na origem, nomeadamente classificando-os em dois tipos: Classe 1 Resíduos passíveis de valorização direta, sem necessidade de triagem subsequente (e.g. perfis de alumínio, vidro, madeiras e estruturas metálicas) Classe 2 Resíduos que necessitam de posterior triagem em unidades dedicadas (e.g. betão armado, alvenaria, painéis de gesso para separação de agregados e metais ferrosos) Introdução de obrigatoriedade de segregação do aço de construção do betão nas unidades de triagem. Workshop APA- 17.06.2015 19
Linhas de Ação a desenvolver para a valorização de RCD Aspetos Regulatórios Obrigatoriedade de atualização do registo do livro de obra relativo ao encaminhamento de RCD. Entrada em funcionamento das E-GAR. Estabelecimento de organismo/entidade responsável pelo controlo das atividades de recolha e valorização de RCD. (SMAUT) Reporte anual público do sistema de gestão de RCD com identificação de quantidades e intervenientes. Workshop APA- 17.06.2015 20
Linhas de Ação a desenvolver para a valorização de RCD Aspetos Regulatórios Projeto de demolição seletiva obrigatório com participação de técnico de gestão de resíduos. Projeto de construção obrigatório com cálculo e descrição dos resíduos gerados. Introdução de obrigatoriedade da apresentação de quadro de controlo do processamento de RCD por parte dos operadores de gestão de resíduos. Workshop APA- 17.06.2015 21
Linhas de Ação para a valorização de RCD Aspetos Regulatórios Penalização por via TGR da deposição em aterro dos RCD recicláveis como os plásticos, papel/cartão, metais, inertes (agregados) e/ou valorizáveis. Workshop APA- 17.06.2015 22
Linhas de Ação a desenvolver para a valorização de RCD Orientações gerais Workshop APA- 17.06.2015 23
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