DIFERENTES MÉTODOS DE TREINO PARA HIPERTROFIA UTILIZADOS POR ATLETAS DE BODYBUILDING

Documentos relacionados
Liso 4/5/2010. Existem 3 tipos de Tecido Muscular

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Sistema Músculo Esquelético. Profª Talita Silva Pereira

SISTEMA MUSCULAR. Estriado cardíaco. Miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais.

FORÇA TIPOS DE FORÇA. Fatores que influenciam a FORÇA. Fatores que influenciam a FORÇA. Fatores que influenciam a FORÇA 25/02/2014

TECIDO MUSCULAR CONTINUAÇÃO...

Tecnologia de Carnes e Derivados

24/02/2018. Fisiologia neuromuscular. Treinamento personalizado e musculação. Potencial de ação

TECIDO MUSCULAR (parte 2)

Tecido muscular Capítulo 5

21/08/2016. Fisiologia neuromuscular

CONTRAÇÃO MUSCULAR. Letícia Lotufo. Estrutura. Função. Fonte: Malvin et al., Concepts in humam Physiology

Músculo liso: Musculo Liso. Contração do Musculo Liso. Músculo cardíaco: Musculo Liso

Composição Celular do Músculo

PROPEDÊUTICO Tecido Muscular

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Disciplina de Fisiologia. O Músculo Estriado Esquelético

A CARNE. Componentes da Carne. Tecido muscular. Tecido Adiposo. Tecido Conjuntivo 22/2/2011

TECIDO MUSCULAR células musculares todo movimento postura miofibrilas ou miofilamentos tecido conjuntivo vasos sanguíneos

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Disciplina de Fisiologia. O Músculo Estriado Esquelético

FUNÇÕES VITAIS ANIMAIS. Movimentação e Contração muscular

4/10/2012 CITOESQUELETO. Citoesqueleto. Rede intrincada de filamentos protéicos que se estendem por todo o citoplasma

TECIDO MUSCULAR (parte 1)

BIOLOGIA HUMANA 11º TD

Metabolismo muscular. Sarcômero: a unidade funcional do músculo Músculo cardíaco de rato. Músculo esquelético de camundongo

Prof. Mda. Ana Carolina Kanitz

Eletrofisiologia 13/03/2012. Canais Iônicos. Proteínas Integrais: abertas permitem a passagem de íons

NUT-A80 -NUTRIÇÃO ESPORTIVA

31/10/2017. Fisiologia neuromuscular

Histologia do tecido muscular. Professora: Me. Gilcele Berber

Tema B ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E CONTRAÇÃO MUSCULAR

FISIOLOGIA DO SISTEMA MUSCULAR

Profa. Cláudia Herrera Tambeli

FISIOLOGIA MUSCULAR. Mecanismos de controle da força. Enquanto é dada a AP Profa Silvia Mitiko Nishida. Miron, 450 a.c

FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR DISCIPLINA: FISIOLOGIA I

CARACTERÍSTICAS. Certos componentes das células musculares recebem nomes especiais: sarcoplasmático. o Membrana plasmática sarcolema;

Contração Muscular. Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP-USP

Tecido Muscular. Tecido muscular estriado esquelético - voluntário (sistema nervoso somático)

Tecido Muscular Estriado Esquelético Fibra Muscular Estriada

TECIDO MUSCULAR QUAIS SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS?

Fundamentos de Fisiologia aplicada ao Pilates

UNIFEBE CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE. CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 6ª Fase

TECIDOS MUSCULARES Fonte fibras musculares ou miócitos actina miosina Tipos de tecido muscular estriado esquelético estriado cardíaco liso

Estrutura & Bioquímica do Músculo

MÉTODO DE TREINAMENTO RESISTIDO PARA HIPERTROFIA

1. TECIDO MUSCULAR. Figura 1: Tipos de tecido muscular: liso, estriado cardíaco, estriado esquelético

RCB0106. Sistema Locomotor. Músculo Esquelético. Profa. Dra. Constance Oliver Profa. Dra. Maria Célia Jamur

MÚSCULO ESQUELÉTICO INSTITUTO DE FISIOLOGIA. Francisco Sampaio

Jan Cabri / Raul Oliveira 2º ano 2008/2009. Temas do Programa. Organização e controlo dos movimentos

FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR DISCIPLINA: FISIOLOGIA I

Fisiologia Humana. Prof. Ms.Sandro de Souza

24/07/16 MUSCULO CARDÍACO (MIOCÁRDIO) MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO MÚSCULO LISO. Sistema Muscular PROF. VINICIUS COCA

Contração e Excitação do Músculo Liso

Fisiologia da motilidade

victor lelis Queime gordura e ganhe massa muscular Todos os direitos reservados - Distribuição proibida

TECIDO MUSCULAR. 1º ANO 2013 Prof a. Rose Lopes. na oca traz corpos humanos reais plastificados/

SISTEMA MUSCULAR TIPOS DE MÚSCULOS (~ 40 % DA MASSA CORPORAL) CARACTERÍSTICAS BIOMECÂNICAS

Prof. Me Alexandre Rocha

Disciplina: Avaliação da Adaptação Muscular ao Treinamento de Força: Métodos Indiretos

DP de Estudos Disciplinares Treinamento Personalizado e Musculação

Disciplina: Anatomia e Fisiologia. Tecido muscular. Vera Campos. Programa Nacional de Formação em Radioterapia. Mestrado Profissional em Física Médica

Transformações Bioquímicas do Músculo em Carne

13/10/2014 TECIDO MUSCULAR. Funções. Locomoção; Postura; Respiração; Fala; Digestão; Propulsão; CONTRAÇÃO!!!!

Tecido Muscular. Prof. a Dr. a Tatiana Montanari Departamento de Ciências Morfológicas ICBS UFRGS

Tecido Muscular. Prof. Dr. Leonardo Augusto Kohara Melchior Disciplina de Histologia UFAC / CCBN / CCSD

Fibra e Metabolismo Muscular Esquelético: Efeitos do Exercício Físico

INTEGRAÇÃO DE CÉLULAS EM TECIDOS

Biologia. (5168) Tecido Muscular / (5169) Tecido Nervoso. Professor Enrico Blota.

O tecido muscular é constituído por fibras musculares. Apresenta contratibilidade.

Tecidos nervoso e muscular. Capítulos 9 e 10 Histologia Básica Junqueira e Carneiro

Exercícios Aquáticos. Princípios NATAÇÃO. Teste máximo de corrida realizado na água PROGRAMAÇÃO

FACULDADE de MOTRICIDADE HUMANA

BIOMECÂNICA BIOMECÂNICA INTERNA. Prof. Kelser de Souza Kock.

3.Resistência Anaeróbia

05/10/2013. Biomecânica dos Músculos Esquelético O SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FUNÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO

ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO MORFOFUNCIONAL DOS MÚSCULOS

NUT A80 - NUTRIÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA

SISTEMA MUSCULAR. Prof. Íris de Santana

DIVERSIDADE TECIDUAL TECIDO MUSCULAR PROFA. JANAINA SERRA AZUL M. EVANGELISTA

BIOLOGIA. Identidade dos Seres Vivos. Sistema Esquelético e Muscular Humano Parte 2. Prof. Daniele Duó

CARBOIDRATOS NAS FASES DE PREPARAÇÃO DO ATLETA BODYBUILDER

MUSCULAÇÃO E SEUS BENEFÍCIOS. Charles Pereira Ribeiro Luciano do Amaral Dornelles RESUMO

SEMANA DA SAÚDE FASAR PROF.: RICARDO LUIZ PACE JUNIOR

ESTUDO DO MOVIMENTO M Ó D U L O 2

Bioenergética. Trabalho Biológico. Bioenergetica. Definição. Nutrição no Esporte. 1

Histologia Animal. 1º ano 2016 Profa. Rose Lopes

Treinamento Personalizado e Musculação.

TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES E SEUS DESEMPENHOS

TECIDO MUSCULAR. - Movimentos corporais. - FIBRAS MUSCULARES Ä = células alongadas (até 30 cm) Ä ÓÓ filamentos citoplasmáfcos

Prof. Dra. Bruna Oneda

Os músculos são órgãos constituídos por tecido muscular, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e fibras nervosas que controlam as contrações.

Anatomia e funcionamento do aparelho locomotor

ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS

Fisiologia do Tecido Muscular. Dra. Elaine Del Bel 2017

Treinamento resistido. Aula 3 Prof. Dra. Bruna Oneda 2013

Miologia. Tema C PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO

Anatomia Humana Martini, Timmons & Tallitsch. Morfologia Humana. Prof. Dr. Marcos Roberto de Oliveira.

Revista Acadêmica de Ciência Equina v. 01, n. 1 (2015) ISSN X 22

06/11/2018. Fisiologia neuromuscular. Potencial de ação

Transcrição:

DIFERENTES MÉTODOS DE TREINO PARA HIPERTROFIA UTILIZADOS POR ATLETAS DE BODYBUILDING CAMPANHOLI, Joseane dos Santos 1 RIBEIRO, Roberto Regis 2 WOLF, Vaneza Lira Waldow³ RESUMO O aumento da massa muscular hoje em dia é o objetivo de muitas pessoas, mais especificamente de atletas de fisiculturismo que na busca de aperfeiçoar seus resultados mantém uma rotina diária de alimentação regrada, suplementação, recursos ergogênicos, descanso e principalmente de treinos cada vez mais intensos. Com tudo o presente artigo vem em busca de identificar os cinco métodos mais utilizados por atletas de bodybuilding a metodologia de cada um e os resultados frente ao ganho de massa muscular. Trata se de uma pesquisa de revisão narrativa, considerando-se elegíveis a esta revisão os estudos referentes aos métodos de treinamento e os estímulos causados na hipertrofia muscular. Para tanto foram encontrados vários métodos dentre eles destaca-se o Drop7, pirâmide crescente e decrescente, pausa-descanso, Bi 7 e Tri 7. Concluindo que esses são atualmente os métodos de treino mais utilizados por atletas de bodybuilding, tendo como melhor adesão o drop7. Palavra chave: hipertrofia, métodos, treinamento. 1 Pós-graduando do curso de Especialização Lato Sensu em Administração de Empresas, do Programa de Pós- Graduação da Faculdade Assis Gurgacz. 2 Professor orientador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Assis Gurgacz.

2 1 INTRODUÇÃO E de conhecimento de todos que os treinamentos de forças hoje em dia esta cada vez mais ganhando adeptos devido a inúmeros fatores, bem como saúde, qualidade de vida lazer e mais especialmente a construção do corpo visando prioritariamente os efeitos estéticos proporcionados (GENTIL, 2005). No entanto este estudo buscou discorrer sobre questões relacionadas especificamente, na busca do corpo perfeito por atletas de bodybuillding que buscam diariamente o aumento da massa muscular e a diminuição da adiposidade corporal. E sabido que o músculo esquelético possui uma excelente capacidade adaptativa aos estímulos causados pelos treinamentos, tais adaptações podem causar alterações nos tamanhos das fibras musculares e na capacidade metabólica (FIGUEIREDO E NARESI, 2010). Atualmente existem vários tipos de protocolos de treinamentos para otimizar os resultados referente aos diferentes aspectos neuromuscular. Os diversos métodos de treinos diferem-se por inúmeras variações sendo elas do tipo de exercício, ordem de execução, carga, numero de repetições e intervalos entre as repetições, causando estímulos tensionais na fibra muscular com ênfase na hipertrofia sarcoplasmática e miofibrilar (UCHIDA E COLABORADOES, 2006). Com tudo o presente estudo tem como principal objetivo identificar os cinco métodos mais utilizados por atletas de bodybuilding a metodologia de cada um e os resultados frente ao ganho de massa muscular. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Tipos de estímulos: metabólicos e tensionais O aumento do musculo e uma das principais adaptações causadas pelo treinamento de força, esse crescimento ocorre primeiramente devida a hipertrofia muscular que é o aumento volumétrico do músculo e das fibras individuais. Para que isso ocorra diferentes estímulos hipertróficos devem ser aplicado durante o treinamento. Gentil (2006) propôs uma divisão didática em dois tipos de treinos (ou estímulos): tensionais e metabólicos. Nos treinos tensionais o estímulo primário para que estimule o processo de hipertrofia é a tensão imposta ao músculo. Assim, pode-se sugerir que a imposição de um estresse mecânico ao músculo já é um processo estimulador de hipertrofia. Somado a um treino com ênfase na fase excêntrica potenciaremos esse estímulo também através de uma maior ocorrência de micro lesões. Já os treinos metabólicos o estímulo

3 prioritário seria através do acúmulo de metabólitos (provocada por maior oclusão vascular e queda do ph), com menor estresse mecânico e micro lesões. Para melhor entendimento dessa relação com a construção muscular e preciso conhecer a organização morfológica da musculatura esquelética, e o processo hipertrófico. O músculo esquelético é constituído de feixes paralelos de fibras musculares cujas células possuem diâmetro que variam de 10 a 80 m e comprimentos de algumas a dezenas de mm. Cada fibra muscular é envolvida por uma membrana denominada sarcolema, constituída de uma membrana citoplasmática e uma camada fina de polissacarídeos e de fibrilas de colágeno. As fibras musculares afunilam-se em suas extremidades fundindo-se com os elementos fibrosos e tendinosos que se ligam aos ossos. Entre os feixes de fibras musculares estão os suprimentos sangüíneos, nervosos e tecidos adiposo. Dentro da fibra muscular estão as miofibrilas (feixes cilíndricos de proteínas) dispostas paralelamente, apresentando padrões repetitivos de estrias transversais. Os pacotes de miofibrilas estão mergulhados no mioplasma intercalados por grânulos de glicogênio, enzimas glicolíticas e produtos intermediários, ATP, ADP, AMP, fosfato, fosfato de creatina, eletrólitos e outras estruturas subcelulares. O retículo endoplasmático das fibras musculares (retículo sarcoplasmático) armazena íons Ca++ e possui canais de Ca voltagem-dependentes. O retículo sarcoplasmático (RS) é uma estrutura volumosa (14% da fibra), formada de túbulos que se anastomosam e acompanham as miofibrilas; possuem extremidades que terminam em sacos (cisternas terminais). Neste ponto, são trespassados pelos túbulos transversais (túbulos T) que se originam do sarcolema formando uma estrutura tríade. Os túbulos T dispõem-se perpendicularmente ao RS e às miofibrilas, formando uma rede transversal e reticulada no interior da fibra muscular. Funcionalmente comunicam o meio extracelular transversalmente ao longo da fibra muscular (POWERS SCOOTT K. 2014). O processo de hipertrofia está relacionado diretamente à síntese de componentes celulares, particularmente dos filamentos protéicos que constituem os elementos contráteis. Sabe-se que a intensidade na síntese das proteínas contráteis musculares é muito maior durante o desenvolvimento da hipertrofia do que a intensidade de sua degradação, levando progressivamente a um número maior de filamentos tanto de actina como de miosina nas miofibrilas. Além do espessamento das miofibrilas da célula, novos sarcômeros são formados pela síntese protéica acelerada e, correspondentes reduções no fracionamento protéico. Aumentos significativos são observados também nas reservas locais de ATP, fosfocreatina e glicogênio. Além disso, o tecido conjuntivo que envolve as fibras musculares sofre aumento

4 em resposta o treinamento, o que de forma discreta, também colabora com a hipertrofia (BOMPA, 1998; GENTIL, 2006; MAUGHAN, 2000; McARDLE, 2003). Portanto a hipertrofia muscular ocorre de duas formas: a miofribilar e a sarcoplasmática. A miofibrilar é o crescimento propriamente dito das fibras musculares, enquanto que a sarcoplamática é o aumento de componentes não contráteis, como água e glicogênio (POWERS SCOOTT K. 2014). Relacionando os estímulos a cada tipo de hipertrofia podemos dizer que o metabólico e causado com a utilização de carga mais leve para maior número de repetições com maior velocidade a interrupção devida à acidose. Após falha, não é preciso enfatizar a fase excêntrica e intervalos mais breves, causando assim a hipertrofia sarcoplasmática (POWERS SCOOTT K. 2014). Para o estimulo tensional a carga deve ser mais pesada para menor número de repetições e com a execução mais lenta a interrupção por incapacidade contrátil, deve se explorar bem a fase excêntrica após a falha e intervalos longos, causando dessa forma a hipertrofia miofibrilar (POWERS SCOOTT K. 2014). 2.2 Métodos de treinamento de força (MTF) Sem dúvida o dano muscular é um fator muito importante para o processo de hipertrofia. Entretanto, vários outros fatores também possuem papel determinante no aumento da secção transversa das fibras musculares. Acredita-se, portanto, que a hipertrofia seja resultado da soma de vários fatores e diversos mecanismos que a estimulam de forma direta e indireta. O treino de musculação, quando adequadamente prescrito, pode promover o desenvolvimento de vários destes estímulos (GENTIL 2006). Atualmente, os métodos ou sistemas de treinamento são utilizados por profissionais, praticantes de musculação e atletas com o objetivo de intensificar o treinamento e conseqüentemente, melhorar os resultados. Com tudo os métodos de treinamento de forças manipulam as variáveis de treinamento de diferentes maneiras, fornecendo estímulos mecânicos e metabólicos de varias magnitudes (GENTIL 2006). Também é importante saber como cada MTF se comporta para delinear treinamentos de força com o máximo de eficiência e segurança. Para isso o presente estudo classificou os cincos métodos de treinamento mais utilizados por atletas de bodybuiling, dentre eles o Drop7, pirâmide decrescente e decrescente, pausa-descanso, Bi 7 e Tri 7.

5 Em relação aos métodos Bi 7 e Tri 7, como o nome já diz, consistem na realização de 2 (bi) ou 3 (tri) exercícios diferentes, para o mesmo grupamento muscular, sem pausa para descanso. Segundo Gentil (2005) o objetivo desses dois sistemas é gerar uma maior congestão sanguínea (aumento do fluxo sanguíneo na região exercitada) para levar a melhores resultados em termos de hipertrofia muscular. Além disso, pela modificação dos padrões motores dos exercícios, teremos mais unidades motoras solicitadas, o que também influencia diretamente na hipertrofia, ou seja, as unidades motoras que teriam sido fadigadas seria substituídas por outras. O método Drop7 é considerado o mais utilizado nos treinamentos de força devido a melhor trabalho neural e melhor hipertrofia pelo maior tempo de estresse, com possibilidades de manter a execução correta da técnica, mantendo um relativo trabalho máximo mesmo com cargas menores. Este consiste em séries descendentes com repetições ate a falha concêntrica, diminuindo a carga e prosseguindo com a execução do exercício ate nova falha, desta maneira o método consiste inicialmente em causar um estimulo tensional partindo para o estimulo metabólico, trabalhando as duas principais maneiras de hipertrofia, (GIANOLLA 2003). Em relação ao método pirâmide consistem em duas variações sendo pirâmide crescente onde o individuo vai aumentando as cargas ou as series, e o método de pirâmide decrescente onde o processo e inverso, ou seja, diminuindo as cargas ou numero de repetições. Na pirâmide decrescente utilizada atualmente, realiza-se um pequeno número de repetições como cargas elevadas, com progressiva redução da carga e aumento do número de repetições, iniciando com um estimulo tensional e partindo para um estimulo metabólico. Lembrando que nesta versão atual, as repetições são realizadas até a fadiga ou próximas a ela, na maior parte dos casos (GIANOLLA2003). No método pirâmide crescente atualmente, é usada com repetições máximas ou submáximas, sem a preocupação aparente de não gerar fadiga com uma progressiva diminuição das repetições e aumento das cargas causando estímulos tensionais. Desta forma, a pirâmide crescente consiste em aumentar a carga e diminuir o número de repetições ao longo da série. É comum ver a indicação deste método para ganhos de força ou como meio de se treinar com cargas altas. Tal prática sugere que, com a pirâmide, haja preparação para o uso

6 de cargas elevadas, por meio do aquecimento da musculatura, tornando-a mais apta e preparada para as séries finais (GIANOLLA 2003). No método Pausa-descanso (rest-pause) série até a falha concêntrica, pausa de 5 a 10 segundos e retoma exercício até nova falha concêntrica, repetir procedimento até objetivo predeterminado (número de pausas, repetições, tempo, fadiga). Pode ser feita evitando-se a falha concêntrica a proposta do método e proporcionar o aumento no volume de repetições com execução correta da técnica mantendo uma carga alta, causando desta forma um estimulo tensional, visando hipertrofia miofibrilar, (GIANOLLA 2003). 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Trata-se de um artigo de revisão narrativa, considerando-se elegíveis à esta revisão os estudos que tiveram por objetivo, identificar os cinco métodos mais utilizados por atletas de bodybuilding a metodologia de cada um e os resultados frente ao ganho de massa muscular.as buscas em termos desta revisão foram identificadas e selecionadas por dois revisores, de forma independente e conjunta. As bases de dados utilizadas foram os portais de pesquisa MEDLINE/PubMed, The Latin American andcaribbean Center ofinformation in Health Sciences (BIREME), EMBASE e SporDiscus. Foram utilizados as seguintes palavras chaves e descritores, hipertrofia, métodos, treinamento. Utilizaram-se também dos descritores boleanos: AND e OR para organizar a estratégia de busca. Para a seleção dos estudos pertinentes aos objetivos da pesquisa e, para garantir a homogeneidade dos estudos, foram selecionados apenas os estudos que descrevem o efeito sobre os métodos de treinamento frente a hipertrofia muscular do atleta de fisiculturismo, tendo como critério de inclusão estudos relacionados sobre metodologia de treinamento dos bodybuilding. Não foram inclusos os estudos realizados com animais; que não avaliaram o efeito. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para essa pesquisa narrativa utilizou-se de artigos científicos, materiais desenvolvidos em teses e dissertações e livros publicados sobre o tema. Onde foram utilizados estudos referentes aos métodos de treinamento utilizados por atletas de fisiculturismo, os dois principais tipos de estímulos: metabólico e tensional, causados no músculo frente ao exercício, baseado em dados da fisiologia do exercício físico. O presente estudo dedicou-se a encontrar os cincos métodos de treinamento mais utilizados por atletas de bodybuiling,

7 chegando conclusão que o Drop7, pirâmide crescente e decrescente, pausa-descanso, Bi 7 e Tri 7, são os usados principalmente por suas características de causar tanto estimulo tensional levando a hipertrofia miofibrilar como estimulo metabólico causando hipertrofia sarcoplasmática. Foram utilizados estudos e livros publicados desde o ano de 1985 a 2014. 5 CONCLUSÃO O presente estudo conclui que a hipertrofia muscular ocorre através de diferentes estímulos causados com o exercício físico, destacando os dois principais que são: tensional que tem como principal ação a hipertrofia miofibrilar, e metabólico causando uma hipertrofia sarcoplasmática. Constatou-se que os as duas maneiras são imprescindível para o trabalho completo da hipertrofia muscular. Com tudo diferentes métodos são utilizados para se chegar a tais resultados. Para tanto a presente pesquisa identificou os cincos métodos mais utilizados por atletas de bodybuilding, destacando o Drop7, pirâmide decrescente e decrescente, pausa-descanso, Bi 7 e Tri 7, tendo em vista que tais métodos causam estímulos tanto tensional quanto metabólicos levando a obtenção de melhores resultados. No entanto ressalta-se um destaque para o método Drop7, que atualmente considerado o mais utilizado dos treinamentos de força, devido o melhor trabalho neural e melhor hipertrofia, devido o maior tempo de estresse e a possibilidade de manter a execução correta da técnica e pela sua característica de causar os dois estímulos hipertróficos.

8 6 REFERÊNCIAS ASSUCHIDA, M. C.; CHARRO, M. A.; BACURAU, R.F.P.; NAVARRO, F.; PONTES JUNIOR, F. L. Manual de musculação: uma abordagem teórica pratica do treinamento de força. 4ª edição. São Paulo. Phorte. 2006. FLECK, S. & KRAEMER W.J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 3º edição. Porto Alegre: Artmed-Bookman, 2006. FIGUEIREDO, M. F.; NAREZI, N. O. As alterações entre duas atletas de fisiculturismo em fases distintas de preparação para II campeonato de fisiculturismo em Campo Grande. Rev. Brasileira de prescrição e fisiologia do exercício, São Paulo, 2010. GIANOLLA, F. Musculação: conceitos básicos. Ed. Barueri: Manole 2003. GENTIL, PAULO. Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. GENTIL, PAULO. Bases Cientificas do Treinamento de Hipertrofia. 2ª edição Rio de Janeiro Sprint. 2006. McARDLE, W. D; KATCH, F. I; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5º edição. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 2003. POWERS SCOTT K. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento físico e ao desempenho / Scott K. Powers, Edward T. Howley. 8ºed. Barueri Manole, 2014. RODRIGUES, CARLOS EDUARDO COSSENZA, E CARNAVAL, PAULO EDUARDO. MUSCULAÇÃO: teoria e prática. 21. Ed. - Rio de Janeiro: Sprint, 1985.