Julho - 2018
O mês de julho foi marcado por uma menor volatilidade, mesmo com a manutenção do ritmo da guerra comercial de Trump. O que ficou claro é que o movimento da imposição de tarifas à parceiros comerciais pelos EUA ainda não teve efeito econômico forte, inclusive na economia norte-americana, que vem apresentando um desempenho econômico invejável. O Federal Reserve adotou um discurso um pouco mais moderado no sentido de elevações adicionais da taxa de juros. Já o BCE manteve discurso de início da retirada dos estímulos apenas para o médio prazo. De forma geral, mesmo que a atividade econômica nas economias maduras tenha firmado um pouco mais neste 2018, a inflação ainda não veio com força suficiente para que as autoridades monetárias sejam mais contundentes na normalização da política monetária. O desempenho dos mercados no mês de julho de 2018 foi pontuado por dois fatores: econômico e outro políticoeleitoral. Do ponto de vista econômico, pelo lado da inflação, ficou claro que a forte elevação de preços que se observou após a greve dos caminhoneiros foi de caráter estritamente temporário. Já no fim do mês foi possível observar queda no preço dos alimentos e vestuários e desaceleração significativa da alta no preço dos combustíveis. A inflação oficial de julho, a ser divulgada nos primeiros dias de agosto, deve mostrar forte desaceleração e retornar ao padrão normal dos últimos períodos, ou seja, baixa. Os dados apontando que a inflação foi um fator temporário, já não pode ser colocado sobre à retomada da atividade econômica. Os dados de soft e hard data divulgados até o final de julho mostraram forte desempenho, recuperando as perdas observadas em maio e, principalmente junho. A dúvida que fica frente a essa recuperação é se a alta da produção foi para recomposição de estoques ou se foi de pedidos firmes e generalizados na economia. São necessários mais alguns meses para dirimir esta dúvida e, neste período, estaremos bastante inseridos no ambiente eleitoral. Quanto ao fator político-eleitoral, ele influenciou fortemente o mercado ao longo de julho, sobretudo o movimento de reorganização do centrão em torno da campanha de Geraldo Alckmin. A força que as campanhas dos extremos (direita e esquerda) haviam ganho durante o período turbulento de maio/junho se esvaziaram. A reorganização do centrão em torno de Alckmin mostra uma candidatura com apoio político e tempo televisivo com força para colocar o candidato no segundo turno. Além disso, ganhou força uma possibilidade de segundo turno sem a esquerda, isto é, com o candidato de centro, Geraldo Alckmin, e de direita, Jair Bolsonaro. Assim, tivemos forte recuperação dos preços em bolsa e as taxas da curva de juros caindo em todos os contratos, com desinclinação, ou seja, a parte longa da curva caindo mais forte. Para a taxa de câmbio, mesmo sem nenhuma intervenção adicional do Banco Central e de manutenção da valorização da moeda norte-americana no mercado internacional, o real apresentou movimento de valorização.
Austro Institucional Valor FIA Em julho, nossa estratégia de aumento das posições em Bancos (Itaú e Bradesco) após o sell-off de maio e junho, se mostrou acertada com a valorização das ações ITUB4 e BBDC4 acima do IBOV no mês. No pior momento da forte queda do mercado em junho, tivemos Bradesco negociando abaixo de 1,5 P/BV e Itaú negociando abaixo de 9x P/L, múltiplos que estavam muito abaixo da negociação histórica e que ocorreram somente em raros momentos nos últimos anos. Após uma valorização superior a +100% no ano, reduzimos nossa posição em SLC Agricola em 50% para alocar parte em BANCOS e em dois novos ativos que abriremos no próximo mês. Os primeiros resultados já divulgados relativos ao 2T18 das empresas do portfólio foram bastante positivos. O Pão de Açúcar apresentou expansão de receita líquida de +10% e EBITDA +28%, 2T18 frente ao 2T17. A Vale obteve crescimento de +43% de EBITDA no trimestre frente ao mesmo período do ano anterior. Tivemos Ambev alcançando crescimento de receita de +12% no 2T18 contra o mesmo período de 2017 e o lucro líquido crescendo +10% no trimestre. O Bradesco reportou um lucro líquido expandindo pouco mais de +9% frente ao 2T17 e, por fim, Lojas Renner que reportou uma geração de caixa (EBITDA) +13,5% maior e um lucro líquido +40% superior quando comparado ao 2T17.
No mês, o fundo fechou com valorização de +1,01% contra +2,32% de retorno do Índice IMA-B e acima do IPCA + 6% que teve um retorno de +0,81% no período. Foi o oitavo mês positivo sobre um total de nove meses desde o início do fundo. A valorização se justifica pela queda na curva de juros, especialmente na parte média e longa da curva, o que consequentemente provocou elevação nos preços dos títulos públicos pré-fixados e indexados à inflação. Na parcela alocada em cotas seniores de FIDCs, os resultados seguem atrelados entre 140% e 150% do CDI, dependendo do FIDC investido. Em relação à carteira alocada nos fundos de gestão ativa em títulos públicos, destaque para o aumento na alocação em títulos pós-fixados, buscando reduzir a volatilidade, especialmente em um momento crítico com a chegada das eleições presidenciais.
Austro Private MACRO GAP ECONOMICS FIC FIM O desempenho do fundo no mês foi bastante positivo, recuperando das perdas em maio e junho. Em julho, utilizamos ao máximo a exposição em equities para adquirir ativos bem descontados no período mais agudo da crise e todas as posições - as que já alienamos e as que mantemos em carteira - obtiveram ganhos. Em juros, mantemos nossas posições vendidas em juros, somente trocando a parte curta pela parte longa da curva, que também acrescentaram retorno positivo ao fundo. Entramos o mês de agosto com menor exposição em bolsa e mantendo nossa exposição em curva de juros com potencial de sairmos do direcional para posições de menor volatilidade.
RENTABILIDADE DOS PRODUTOS PL Atual PL 12M JULHO 18 Excesso sobre IMA-b (p.p) IMA-b Excesso sobre IPCA+6%a.a. (p.p) IPCA+6%a.a. Excesso sobre CDI (p.p) CDI R$ 10.741.325 R$10.442.073 1,01% 0,19% 1,68% 3,20% 3,87% -1,31 2,32% 0,20 0,81% 0,47 0,54% 1,42-1,23% -3,30 3,49% -1,40 1,59% 1,59 0,09% -3,92 5,60% -1,45 3,13% -0,30 3,50% -3,24 6,44% -0,53 3,73% 1,08 2,79% -4,99 8,86% -1,46 5,33% Excesso sobre IBOV (p.p) Ibovespa R$ 2.664.478 R$ 6.405.293 8,24% -4,94% -0,24% 10,09% 8,74% -0,64 8,88% 3,07-8,01% 6,46-6,70% 6,40 3,69% 4,89 3,85% JULHO 18 0,54% 0,50% -2,62% 1,59% 1,51% 7,87% 3,13% 3,04% 18,74% 3,73% 3,55% 13,51% AUSTRO PRIVATE MACRO GAP ECONOMICS FIC FIM 11/10/2017 10/04/2018 19/10/2017 0,60% a.a. 0,21% a.a. 2,50% a.a. 15% s/ excesso IPCA + 6% a.a. 20% s/ excesso 100% CDI a.a. 20% s/ excesso IBOV
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