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visitas às instituições sociais. Os colaboradores voluntários também foram consultados, por meio da aplicação de um questionário.

Transcrição:

Ano 05 Número 17 Dezembro/2010 INDUSTRIAL Sistema Federação das Indústrias do Estado do Acre MODERNIZAÇÃO Usina Álcool Verde começa a produzir DESPEDIDA Governador Binho Marques avalia mandato Arquivo Ministério de Transportes e Comunicações do Peru O CAMINHO DE UMA O CAMINHO NOVA ERA DE UMA NOVA ERA ESTRADA INTEROCEÂNICA

Fone: (68) 3901-4412

SUMÁRIO 14 Perfil Binho Marques Gleilson Miranda INDUSTRIAL 05 Editorial 06 Destaques 09 Artigo Oscar Motomura 11 Assuntos Legislativos 12 Acre ganha Centro de Exames para Certificação FIEAC 18 A importância da inovação para sobrevida das empresas SESI 22 Professores levam educação a comunidades isoladas SENAI 24 Programa SENAI Casa Aberta é sucesso no Acre IEL 28 Estrada do Pacífico será inaugurada em janeiro Arquivo Grupo Brasil 26 Núcleo de Pesquisas ganha nova certificação no SGQ NBR ISO 9001/2008 38 Ponte sobre rio Madeira tem licitação suspensa 40 Empresários prometem Via Verde Shopping para agosto/2011 42 Investir em cultura fortalece e traz retorno financeiro à empresa 44 Alerta para o perigo da dengue 46 Artigo Eloi Zanetti Gleilson Miranda 34 Usina começa produção de álcool verde e barato EXPEDIENTE A revista Acre Industrial é uma publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Acre, Ano 05, número 17, dezembro de 2010. Jornalista Responsável: Daniele Carlos (DRT 2268/03 DF). Colaboração: Marcela Barrozo (DRT 018/03 AC), Renata Brasileiro (DRT 022/04 AC), Jorge Luiz Araújo Vila Nova, Rodrigo Torres, Ulisses Lima. Projeto Gráfico e Editoração: Adyr Monti Zandoná. E-mail: unicom@fieac.org.br / site: www.fieac.org.br. Tel: (68) 3212-4208 / Fax: (68) 3212-4203. Av. Ceará, 3727 Rio Branco AC. CEP: 69.907-000 Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010 03

DIRETORIA Federação das Indústrias do Estado do Acre Diretoria 2007/2011 Presidente João Francisco Salomão Vice-Presidentes: Joafran Antônio Guedes Nobre João Oliveira de Albuquerque Miguel Mandu Neto Aristides Formighieri Júnior Francisco Ivan Araújo Marçal Antônio Leônidas de Araújo Neto Adelaide de Fátima Gonçalves Oliveira Secretários 1º Secretário: Abrahão Assis Felício 2º Secretário: Jorge Wanderlau Tomás Tesoureiros 1º Tesoureiro: Carlos Takashi Sasai 2ª Tesoureira: Raimunda Holanda de Paula Suplentes da Diretoria Francisco José da Silva Loureiro José Luiz Assis Felício Francisco Garcia dos Santos Ismael Alves Bandeira Osvaldo Coutinho Wílpido Hilário de Souza Júnior Conselho Fiscal Efetivos Sérgio Tsuyoshi Murata José de Ribamar Nina Lamar Aristeu Sá de Souza Suplentes José Osmar Zanatta Célio Pereira Adalberto José Moreto

EDITORIAL Novos passos na integração com Peru Considerando a iminente conclusão das obras da Rodovia Transoceânica, ligando o Brasil, por meio do Acre, aos portos do Oceano Pacífico, no Peru, é fundamental solucionarem-se os entraves fronteiriços, para que a grande estrada possa propiciar de modo pleno todos os benefícios socioeconômicos que dela se esperam. Avanços nesse sentido verificaram-se em dezembro último, quando os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alan Garcia, durante visita de uma delegação brasileira ao país vizinho, regulamentaram os voos entre Cuzco/Porto Maldonado/Rio Branco e Pucalpa/Cruzeiro do Sul e criaram a Zona de Integração Fronteiriça Peru-Brasil (ZIF). A meta, no entorno geográfico abrangido, é estabelecer a livre passagem na fronteira de moradores das cidades vizinhas e os transportes fluviais nos rios amazônicos que ligam as regiões peruanas ao Acre e Rondônia. Também se espera o livre trânsito de veículos turísticos entre os dois países, bem como a simplificação de procedimentos administrativos, de modo a incrementar o comércio bilateral e o turismo. Para a concretização prática de todos esses avanços, será realizada, em 22 de dezembro, na cidade de Cuzco, no país vizinho, reunião da comissão binacional encarregada de implantar as medidas necessárias à implementação da ZIF Peru-Brasil. Antes, porém, acontecerá encontro preparatório em Rio Branco, em meados de novembro. A indústria acreana, por meio de sua entidade de classe, a FIEAC, vem defendendo há alguns anos a adoção de medidas capazes de mitigar a burocracia na fronteira e facilitar a integração. Assim, esperamos que tudo possa concretizar-se de modo ágil neste momento. Além das providências já encaminhadas, entendemos que deveria ser estabelecido regime cambial direto para o comércio, sem a necessidade de conversão ao dólar das moedas brasileira e peruana. Todas essas medidas são fundamentais para potencializar a operacionalização da Rodovia Transoceânica, empreendimento de 1,8 bilhão de dólares, investido pelos governos brasileiro e peruano e a iniciativa privada. Trata-se de uma estrada de 2,6 mil quilômetros ao longo da Floresta Amazônica e dos Andes, estabelecendo estratégica ligação do Brasil com o Oceano Pacífico. Seu traçado parte de Rio Branco e segue por 344 quilômetros em território brasileiro. Cruza a fronteira com o Peru, percorrendo mais 2.256 quilômetros, cortando a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes, até chegar a três portos do país vizinho: Ilo, Matarani e San Juan de Marcona. A rodovia abre uma nova rota comercial para o Brasil, via Oceano Pacífico, com positivo impacto no processo logístico do comércio internacional, principalmente nas exportações à Ásia. Além desse grande benefício econômico para todo o Brasil, a estrada representará inegável fator de progresso regional, não apenas no Acre, onde começa, como nos estados vizinhos e vasta área do território do Peru. Trata-se, sem dúvida, de um novo marco no desenvolvimento acreano e amazônico. *João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC). salomão@fieac.org.br Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010 05

DESTAQUES PAC não resolve logística na Amazônia A implantação de uma infraestrutura logística, englobando todos os modais de transportes (ferrovias, hidrovias, rodovias e portos), é uma das maiores demandas do setor produtivo brasileiro e será um dos grandes desafios do próximo governo. Pela primeira vez, surge um estudo aprofundado, o Projeto Norte Competitivo, indicando quais são os eixos de integração de transportes e quais as obras prioritárias demandadas. O estudo, que demandou mais de um ano, foi encomendado à consultoria Macrologística pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da Ação Pró-Amazônia, que engloba as Federações das Indústrias dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). O resultado deste levantamento e a real situação da infraestrutura logística da região foi apresentado a autoridades e classe empresarial local, no dia 11 de novembro, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC), pelo diretor da Macrologística, Olivier Girard. O Projeto Norte Competitivo aponta quais são os nove eixos de integração prioritários que permitirão reduzir os custos logísticos da Amazônia Legal, aumentando a competitividade da região. Para viabilizar o desenvolvimento desses eixos principais, são necessários investimentos da ordem de R$ 14,1 bilhões. A estimativa de economia no custo de logística total da Amazônia Legal, que atualmente está em R$ 17 bilhões e que chegará em R$ 33,5 bilhões com o volume de produção previsto para 2020, alcançará R$ 3,8 bilhões anuais. V ale do Juruá cresce, Sistema FIEAC acompanha No dia 1º de outubro, o presidente do Sistema FIEAC, João Francisco Salomão, juntamente com o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, fizeram o lançamento da pedra fundamental da unidade integrada do SESI e do SENAI. Com investimentos da ordem de R$ 5 milhões, a instituição visa oferecer educação básica e profissional para os industriários dos principais segmentos produtivos do Vale do Juruá. A unidade funcionará como uma escola, atendendo demandas daquela região, onde há pelo menos uma centena de indústrias formais instaladas. A previsão é de que a partir do segundo semestre de 2011 já se iniciem as atividades da instituição. Inicialmente, a Unidade prestará serviços ao segmento industrial do Vale do Juruá nas áreas de Educação Profissional e Tecnológica, Educação de Jovens e Adultos, Saúde, Lazer, Responsabilidade Social e Capacitação Empresarial. Um dos maiores parceiros deste projeto é a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, que doou o terreno de 11.200 metros quadrados para a construção da unidade. Esse é o primeiro passo concreto em relação a interiorização, pois certamente, num futuro próximo, o Sistema FIEAC deverá ampliar sua base física para outras regiões do Acre, sempre com o propósito de se fazer presente onde a indústria estiver, não importando seu porte, pois, de qualquer tamanho, e em qualquer lugar, a indústria é o principal instrumento de geração de emprego e redução de desigualdades, explicou Salomão. Bastante realizado, o prefeito de Cruzeiro do Sul disse que esta Unidade é uma das ações mais importantes do seu mandato. Temos muitos jovens que não têm profissão, e o SESI e o SENAI vão fazer a diferença no nosso município. Agora, as pessoas vão poder se capacitar e profissionalizar, disse. 06 Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010

IEL fecha parceria para realização de cursos com a Fundace/USP A partir de 2011, o IEL oferecerá em parceria com a Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace/USP) três novos cursos: Estratégia Ambiental e Sustentabilidade, Gestão da Inovação e Cooperativismo. Os cursos foram escolhidos a partir da identificação das demandas do setor industrial no Acre, segundo a superintendente. Ela disse que as vagas estarão abertas para o setor empresarial e também para a comunidade. Para o Acre é essencial oferecermos ao setor empresarial e executivos públicos e privados a oportunidade de acesso ao conhecimento especializado através de conceituadas instituições de ensino do Brasil, destacou. Socorro Bessa completou que esta parceira possibilitará ao IEL o desenvolvimento de várias competências para completar a sua atuação de longos anos. Sempre oferecemos os cursos de curta, média e longa duração através de instituições de excelente conceito no Brasil e no mundo e desenvolvemos os cursos de curta duração sempre com temas de alto nível e especialização com profissionais de currículo com reconhecimento internacional, sendo este, um dos principais diferencial dos cursos do IEL. Para as outras áreas, como consultorias e pesquisas, a parceria será implementada de imediato. O IEL desenvolverá com o apoio da Fundace competências para a ampliação dos negócios do IEL no Estado do Acre. Equipe acreana conquista ouro nos Jogos Regionais do SESI Do dia 12 ao dia 15 de novembro, o Pará recebeu as cinco delegações da região norte para sediar a décima segunda edição dos Jogos Regionais do SESI. Mais de mil atletas participaram da grande festa do esporte, marcada por um alto nível de competição. Do Acre, 107 trabalhadores-atletas representaram as empresas onde trabalham nas dez modalidades: vôlei de quadra, vôlei de areia, tênis de quadra, tênis de mesa, futsal, futebol de campo, futebol sete, atletismo, natação e xadrez. O vôlei de praia feminino da Albuquerque Engenharia/Acre conseguiu chegar à final e derrotar por dois sets a zero a Videolar/Amazonas. Com isso, garantiu vaga na disputa nacional que acontece em Salvador, na Bahia, em 2011. O vôlei de quadra masculino da Etenge também chegou à final, mas ficou com o segundo lugar. É a primeira vez que o time viaja para os Jogos Regionais do SESI e avalia a experiência com grande entusiasmo. Não tivemos tempo suficiente para treinar, mas para os próximos jogos, estaremos realmente preparados. Vamos começar a treinar este ano ainda, disse o capitão do time, Vanderlei de Andrade. O mesmo aconteceu com o futsal feminino, da Laminados Triunfo. É a primeira vez que o time participa de uma grande competição, mas já deixou o nome para a história dos Jogos do SESI, ao marcar a goleada de 19x0 contra os Correios/Roraima. Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010 07

ARTIGO Oscar Motomura Os dilemas da mudança Queremos (mesmo) resultados diferentes? Até que ponto pretendemos ir até o fim na busca de inovações? Empresas querem inovações, mas não mudam o jeito predominantemente orçamentário-operacional de planejar. Mesmo quando buscam trabalhar aspectos estratégicos, o fazem de forma incrementalista, apenas para melhorar estratégias vigentes. Poucas sistematicamente questionam o que fazem e buscam recriar estratégias a partir do zero. Organizações governamentais querem saltos de performance, mas o que conseguem, na prática, é fazer mais do mesmo. Não se busca a reinvenção do todo por meio de equações que vão ao núcleo das coisas. Exemplo de equação em educação: em vez de acumular conhecimento - que se torna obsoleto rapidamente -, como seria possível assegurar o desenvolvimento de competências duráveis, como a capacidade de pensar, se comunicar, se relacionar, fazer acontecer? Como transcender a educação restrita a salas de aula e integrá-la à vida real? Como neutralizar tudo que no dia-a-dia deseduca crianças e adultos? E assim por diante... A sociedade brasileira quer um Congresso, um Executivo e um Judiciário muito melhores, éticos, verdadeiros e eficazes. Mas continua a fazer as coisas do mesmo jeito, com pouco envolvimento e processos imperfeitos de escolha dos representantes. Como reinventar o sistema, na direção de uma descentralização extrema, mais coerente com os ideais elevados da verdadeira democracia? O maior sinal de insanidade é fazer a mesma coisa - dia após dia - e esperar resultados diferentes. Os maiores problemas que temos não poderão ser resolvidos no mesmo estado de pensar que os criaram. Gosto desses pensamentos atribuídos a Einstein. São estímulos à coerência. De que forma empresas, governos e sociedade civil poderiam fazer diferente baseados em jeitos de pensar distintos dos que, no passado, criaram os desequilíbrios econômicos, sociais e ecológicos que hoje queremos resolver? De que forma líderes poderiam se libertar de modelos mentais do passado e ajudar a projetar suas organizações e a sociedade na direção de um mundo mais equilibrado, justo, sustentável e pacífico? Por meio de reeducação e mudança cultural? Ou seria a busca de diversidade o caminho mais pragmático de fazer com que os problemas das organizações e da sociedade sejam trabalhados por diferentes ângulos e formas de pensar? Já estamos fazendo isso é o que o leitor está pensando? Ótimo. Mas em que grau? Na proporção requerida? Ou a diversidade ainda é muito tímida? Só na base da pirâmide, mas não nas posições de poder? Num nível ainda incompatível com a escala e a complexidade dos desafios? Como seria uma diversidade 360, capaz de neutralizar todos os preconceitos e as fragmentações existentes e que levasse a uma integração máxima para resolver qualquer equação de forma até mais abrangente e eficaz que Einstein? Que tal debater essa questão com seus amigos, colegas, outros líderes? Que tal detectar situações do tipo fazer igual e esperar resultados diferentes e buscar a causa da causa desses paradoxos? Fonte: Revista Época Negócios *Oscar Motomura, diretor geral da Amana-Key, empresa especializada em inovações radicais em gestão. www.amana-key.com.br motomura@amana-key.com.br Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010 09

QUALIFICAÇÃO SENAI sai na frente e implanta, no Acre, o primeiro Centro de Exames para Certificação da Região Norte Pelo menos 10 mil empregos são gerados por ano no Acre pelo setor da Construção Civil. O setor é o mais aquecido em razão da fase de desenvolvimento de infraestrutra que o Estado está vivendo. A mão-de-obra mais demandada é a de pedreiro, encanador, eletricista e pintor. E o presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil (Sinduscon), Carlos Sasai, informa: se tivesse mais gente para trabalhar, mais gente seria contratada. HONRA AO O fato é que está sobrando emprego na área, o que acaba atraindo o que o presidente do Sinduscon chama de curiosos. No entanto, o que as empreiteiras buscam é mão-de-obra qualificada para entregarem seus empreendimentos atendendo a um padrão de qualidade. Para não correr o risco de pagar por uma obra sem qualidade e com tanto desperdício, as empresas e pessoas físicas já podem contratar profissionais com uma garantia de que o seu serviço possui um padrão de excelência. É que o SENAI/AC começou a certificar profissionais da construção civil - eletricista, pedreiro, pintor de obras e encanador por meio da implantação do primeiro Centro de Exames para Certificação (CEC) da região norte. O centro foi recentemente auditado e habilitado pelo Sistema SENAI de Certificação de Pessoas (SSCP) e acreditado pelo Inmetro. O processo de certificação dos profissionais destas áreas ocorre mediante a um teste prático no CEC, instalado no Núcleo da Construção Civil, unidade do SENAI situada no Distrito Industrial. O processo tem duração de oito horas. M O certificado emitido pelo SENAI é respeitado em todo o território nacional, pois a instituição obedece a normas técnicas exigidas por qualquer empresa, classificou o analista de desenvolvimento industrial do Departamento Nacional do SENAI, Walberth Rogério, que esteve em Rio Branco para treinar os instrutores do SENAI para o processo de avaliação e certificação. Ocivaldo Freitas, 34, é pedreiro há oito anos. Mas como a maioria dos profissionais da área, não passou por nenhum curso de qualificação antes de iniciar na atividade. Ele começou a trabalhar por influência dos irmãos, que também são pedreiros e o ensinaram apenas o básico. Com o tempo, ele foi ganhando experiência e hoje trabalha com qualquer tipo de obra. Sem poder provar competência, no entanto, Ocivaldo só conseguia trabalhos quando era indicado por alguém já conhecido, que aprovara seu trabalho. É 12 Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010

Setor da Construção Civil gerou cerca de 10 mil empregos no Acre este ano ÉRITO Para não depender somente dessas indicações, o pedreiro foi um dos primeiros a comparecer ao CEC quando soube do processo de certificação. Fiz a prova e fui aprovado. Agora eu tenho o meu certificado de pedreiro e posso provar que trabalho bem, mesmo antes de iniciar uma obra, orgulha-se. Atualmente, Ocivaldo é contratado de uma empresa de construção civil de Rio Branco, mas sua carteira está assinada como pintor. Em breve ele terá este campo do documento modificado para pedreiro, graças à certificação. Vantagens da certificação Segundo a coordenadora do CEC, Alessandra Ferraz, o Centro traz inúmeras vantagens para o trabalhador e também para a empresa. O primeiro ganho está na formalização da profissão e a consequente diminuição da desigualdade social. O diploma é mais que um reconhecimento, é a valorização do profissional, argumenta. Além disso, o Centro de Exames para Certificação foi criado com a proposta de aumentar o nível de desempenho das empresas de construção civil, no quesito qualidade e produtividade. Na prova de certificação só passa quem realmente comprova a competência. Isso significa que as empresas só têm a ganhar com a contratação de um profissional certificado, já que o resultado da obra promete ser satisfatório, sem necessidade de futuros reparos, o que hoje é o maior problema que as empreiteiras enfrentam, completou a coordenadora. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC), João Francisco Salomão, que é empresário da Construção Civil, a necessidade da certificação profissional no Estado é notória. Hoje, a construção civil é o setor que mais gera empregos no Estado, mas nem sempre há profissionais gabaritados para ocupar os postos de trabalhos. Esse mercado, no Acre, está sempre aquecido, pois o Estado está passando por um processo de desenvolvimento na infra-estrutura. E com essa opção de as empresas contratarem profissionais certificados pelo SENAI, com a instalação do Centro de Exames para Certificação, aposto que esse crescimento ocorrerá de forma mais qualitativa, destacou. Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010 13

PERFIL D C EVER Binho Marques encerra mandato comemorando a realização de um governo equilibrado, de oito anos em quatro UMPRIDO Ogovernador acreano Arnóbio Marques de Almeida Júnior, o Binho Marques, está com a sensação de dever cumprido. Casado com a jornalista Simony D Ávila, pai de dois filhos, Maria Clara e Gabriel, ele está prestes a concluir seu mandato à frente do Palácio Rio Branco e passar o posto ao seu sucessor, Tião Viana, colega de partido. Tem motivos de sobra para comemorar. Binho afirma ter conseguido fazer um governo de serviço público de qualidade para todos, com economia de base florestal limpa, justa e competitiva, e maior empoderamento comunitário, com descentralização do poder e das ações do Estado. Fizemos um governo de oito anos em quatro, orgulha-se. Na entrevista a seguir, ele faz uma avaliação de sua gestão. Apesar das intensas reformas estruturais no Estado, o governador afirma que seu maior investimento, no entanto, foi nas pessoas. Mantivemos os altos investimentos na educação e ainda multiplicamos por três os investimentos na saúde e por quatro os investimentos na segurança, assegura. Educador de coração e por formação, o governador deu atenção especial à área, construindo e reformando um sem-número de escolas, contratando e investindo na formação de professores da rede pública de ensino. Após estruturar o setor humano do Estado, Binho preparou o terreno para o que talvez seja o maior desafio de seu sucessor, conforme suas próprias palavras: a industrialização. A consolidação e fortalecimento da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que é a grande aposta do setor produtivo para o desenvolvimento e expansão da economia acreana. A seguir, os principais trechos do bate-papo entre Acre Industrial e Binho Marques. 14 Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010

Quais as principais conquistas como governador? Como governador, lancei-me o desafio de fazer um governo menor e uma sociedade maior, mais fortalecida. Ao mesmo tempo fazer um governo de oito anos em quatro, com serviço público de qualidade para todos; economia de base florestal limpa, justa e competitiva; e maior empoderamento comunitário, com descentralização do poder e das ações do Estado. Graças a Deus, chego ao final do meu mandato com absoluta certeza de que avançamos em todas as dimensões, com resultados expressivos em todas as áreas. O senhor pode citar alguns desses resultados expressivos? Nosso governo aprofundou as mudanças iniciadas pelo ex-governador Jorge Viana, realizou milhares de pequenas obras e intensificou as ações nas grandes obras estruturantes. Ousamos criar e iniciar o maior programa habitacional do Estado com a construção de 10 mil casas para quem mais precisa; construímos, ampliamos e reformamos todas as instalações da Saúde, Educação e Segurança; investimos forte na modernização e ampliação da produção, com destaque para a consolidação das indústrias de piso de madeira e de preservativo natural de Xapuri, e o abatedouro de aves, em Brasiléia. Sem contar com os imensos investimentos em obras de infraestrutura, como as ações do PAC e as obras de urbanização em Rio Branco, Cruzeiro do Sul e vários outros municípios. Também foi no nosso governo que as obras da BR-364 mais avançaram. Entregaremos todas as pontes praticamente prontas e a pavimentação com pelo menos 90% concluída, restando cerca de 10% para o governador eleito Tião Viana finalizar em 2011. Talvez todas essas obras passem a impressão de que nos preocupamos mais com infraestrutura, mas nosso maior investimento foi nas pessoas Acre Gleilson Miranda O seu governo se preocupou mais com a infraestrutura do Estado? Talvez todas essas obras podem passar a impressão de que o nosso governo se preocupou mais com infraestrutura. Mas, o nosso maior investimento foi nas pessoas. Mantivemos os altos investimentos na educação e ainda multiplicamos por 3 os investimentos na saúde e por 4 os investimentos na segurança. Falei diversas vezes que o Acre seria o melhor lugar para se viver na Amazônia e, para mim, isso se traduzia da seguinte forma: chegar ao final de dezembro de 2010 com os melhores sistemas de saúde, educação e segurança e as melhores oportunidades de investimento numa economia de base florestal sustentável e com maior distribuição de renda e maior participação de todos. Podemos afirmar, hoje, que o sucesso desse intento se traduz na criação do Sistema de Incentivo aos Serviços Ambientais SISA e a implantação da Zona de Processamento de Exportação ZPE. Nosso governo deu um passo importante no sentido de inserir o Acre no promissor mercado de carbono e remuneração por serviços ambientais. Nossa participação na Conferência do Clima, em Copenhagen, já começou a render frutos e somos o único Estado do Brasil que aprovou e sancionou uma lei de criação do SISA, que é objeto da cooperação que assinamos com os estados da Califórnia, nos Estados Unidos da América, e de Chiapas- no México. O que posso dizer é que sou imensamente feliz por todos os resultados que conquistamos nesses quatro anos de governo. Os números das realizações não deixam dúvidas deque conseguimos dar conta de realizar um governo de oito anos em quatro. INDUSTRIAL - dezembro/2010 15

PERFIL Qual a principal marca do seu governo? Acredito que fomos um governo equilibrado, tanto do ponto de vista financeiro e institucional, quanto do ponto de vista de ter conseguido dar atenção a todas as áreas simultaneamente. Cuidados da Saúde, da Educação, do Meio Ambiente e das políticas voltadas para uma economia limpa, justa e competitiva; investimos em grandes obras de infraestrutura e melhoramos todas as áreas do Estado, como a cultura; ações para a regularização fundiária; a Defensoria Pública; o esporte; a formação de jovens e uma infinidade de outras ações. Demos tratamento justo aos municípios e procuramos desenvolver políticas de Estado que terão continuidades e serão aprofundadas nas futuras administrações. Talvez, se tivesse que sintetizar todas as ações do nosso governo numa única marca, acho que optaria por algo como um governo que trabalhou com todos e para todos, com equilíbrio e responsabilidade fiscal e social, preparando as bases para o Acre do futuro. Qual o potencial de negócios do Acre para atrair investimentos? Sem dúvida, a maior marca do Acre é o próprio Acre, sua floresta, sua cultura, seu povo e sua história. E agora, com a aprovação do Sistema de Incentivo por Serviços Ambientais, muito mais. O Acre é atrativo porque tem um marco regulatório invejável, tem um zoneamento ecológico e econômico que orienta o investidor nos mínimos detalhes. E, a criação da Zona de Processamento de Exportação ZPE que, sem dúvida, traz um elemento a mais de atratividade para os investidores. Quais os principais estímulos que o Acre oferece para novos investimentos? Uma legislação clara e objetiva, um governo sério que quer o desenvolvimento com justiça social e uma marca de Estado política e ambientalmente correto, que nenhum outro estado brasileiro tem condições de oferecer. Na avaliação do senhor, quais os principais gargalos existentes no Estado que impedem um desenvolvimento maior da economia? O que está sendo feito para mitigar esses impactos negativos ao crescimento? Nosso maior problema continua sendo a infraestrutura, principalmente a geração de energia, que precisa melhorar muito para dar total segurança Fotos: Ségio Vale ao investidor. Estou confiante de que este problema será definitivamente superado com a implantação da segunda linha de transmissão, o que deve ocorrer até o final de 2012. Como o senhor avalia o Estado no momento em que assumiu o governo e agora que passará o bastão ao governador eleito Tião Viana? Cada gestor tem seus próprios desafios, que são específicos daquele momento. O Jorge Viana pegou o Estado destruído, com os setores todos falidos e o empresariado impossibilitado sequer de disputar uma licitação. Oito anos depois, peguei o Acre infinitamente melhor, mas com outros desafios que a gente teve que enfrentar com coragem e ousadia, resultando no Estado que vamos entregar ao Tião Viana. Ele vai enfrentar o desafio da industrialização, da consolidação e fortalecimento da ZPE, de produzir não só para o mercado interno, mas para a exportação. Tião Viana terá alguns desafios, porque o Acre continua sendo um Estado pobre e não tem a menor condição de atender aos anseios de todos ao mesmo tempo. Veja que, em 1999, quando o Jorge Viana assumiu o governo, a folha de pagamento era de R$ 22 milhões. Oito anos depois, recebi uma folha de pagamento de R$ 66 milhões. Agora, em 31 de dezembro de 2010, vou entregar ao governador eleito Tião Viana uma folha de pagamento de R$ 106 milhões, o que, por si só, já se constitui num grande desafio para qualquer governo. O Tião Viana vai receber um Estado melhor do que quando eu recebi do Jorge Viana, mas ao mesmo tempo ele vai receber uma gestão muito mais complexa, com cada setor funcionando com sistemas independentes e articula- 16 Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010

Tião Viana vai enfrentar o desafio da industrialização, da consolidação e fortalecimento da ZPE dos entre si. Eu diria que, exatamente por isso, o Tião terá desafios ainda maiores para os próximos quatro anos. Qual a importância da ZPE para o desenvolvimento do nosso Estado? A ZPE tem a maior importância para o projeto de industrialização do Acre, e posso dizer que ela nasceu no momento certo. Ela não tinha como ter acontecido antes porque é o resultado de 12 anos de investimentos. É uma espécie de cereja no bolo do nosso projeto de desenvolvimento, que agora já tem a ligação com o Pacífico pela BR 317 no Acre e a Carretera do Pacífico, no Peru; no momento em que já temos definida a maior parte da legislação necessária para atrair investimentos. Tenho certeza de que em 2011 teremos as primeiras indústrias se instalando na nossa ZPE, cuja criação demonstrou a credibilidade, a atenção e o respeito que o nosso Governo sempre teve por parte do presidente Lula. Toda a estrutura física da nossa ZPE será concluída até dezembro. Vamos ficar na dependência da inspeção da Receita Federal para entrar em funcionamento. E, até dezembro, concluiremos o plano diretor para a implantação da estrutura física das indústrias. Uma das principais bandeiras do governador eleito Tião Viana, durante a campanha, era de industrializar o Acre. Na visão do senhor, quais as principais medidas que ele deve adotar para transformar esta ideia em realidade? Manter os altos investimentos na Educação que vem sendo realizado nos últimos 12 anos. O que o Tião Viana propôs durante a eleição foi uma industrialização rumo à nova economia, de baixo carbono e alta inclusão social. Também tenho certeza de que o governador Tião Viana vai tirar proveito e aperfeiçoar o legado dos últimos 12 anos, que eu sintetizaria como o Projeto da Florestania. O senhor gostaria de fazer algumas considerações finais? Graças a Deus e ao povo acreano, tive a imensa honra e alegria de ser governador do nosso Estado. Acho que isso foi um dos melhores presentes da minha vida. Tive o apoio de muitas pessoas e das principais instituições, e tudo o que tenho a dizer é muito obrigado. Espero que tenha correspondido à expectativa de todos. Acre INDUSTRIAL - dezembro/2010 17