ANÁLISE DA FRAGILIDADE AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO PORECATU NO MUNICÍPIO DE MANDAGUAÇU-PR

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Transcrição:

ANÁLISE DA FRAGILIDADE AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO PORECATU NO MUNICÍPIO DE MANDAGUAÇU-PR Marcel Hideyuki Fumiya (PIBIC/Fundação Araucária-UEM), Nelson Vicente Lovatto Gasparetto (Orientador), e-mail: marcel.fumiya@gmail.com Universidade Estadual de Maringá/Departamento de Geografia/Maringá, PR Área: Ciências Humanas; Sub-área: Geografia (Planejamento Ambiental) Palavras-chave: Planejamento territorial, Mandaguaçu-PR, Ciências Humanas Resumo: Os mapas de fragilidade e/ou vulnerabilidade ambiental são ferramentas que fornecem importantes subsídios para o Planejamento territorial ambiental. São instrumentos de avaliação das fragilidades e potencialidades do meio que sintetizam as características naturais dos meios e as restrições e/ou aptidões em face de distintas formas de uso e ocupação. A elaboração de mapas de fragilidade ambiental visa, portanto, mostrar em termos de intensidade e de distribuição espacial, a susceptibilidade do meio físico, considerando-se os fatores geológicos, geomorfológicos, pedológicos e as suas respostas às pressões antrópicas. Este trabalho tem por objetivo a elaboração de mapas de fragilidade ambiental e diagnosticar a fragilidade ambiental média frente aos processos erosivos da bacia hidrográfica do ribeirão Porecatu, situado no município de Mandaguaçu PR. Introdução Os ambientes são formados pelo conjunto de características físicas apresentando respostas as ações antrópicas que dele se apropriam, cada ambiente possui diferentes composições em cada parte do planeta resultando em diferentes condições de fragilidade. A ocupação de um espaço pela sociedade exige a implantação de estruturas que visam suprir necessidades da população e com os grandes avanços tecnológicos, o crescimento da rede urbana, a mecanização do campo com o crescimento das atividades agropecuárias, podem se dar de forma indevida não sendo adequada para determinados ambientes, tendo como consequência respostas negativas ao meio ambiente. Segundo Tricart (1977), ele analisa o ambiente sob o prisma da Teoria dos Sistemas que parte do pressuposto de que na natureza as forças de energia e matéria se processam através de relações de equilíbrio dinâmico. Entretanto, este equilíbrio, é frequentemente alterado pelas intervenções antrópicas em diversos atributos da natureza, gerando estado de desequilíbrio temporários ou até permanentes, ou seja definiu-se que os

ambientes, quando estão em equilíbrio dinâmico são estáveis, e quando, em desequilíbrio são instáveis. Além do ambiente natural, como enfatiza Spörl (2001), o meio antrópico é parte fundamental no entendimento do processo sendo, portanto, imprescindível se levar em conta, de um lado, as potencialidades dos recursos naturais, as fragilidades dos ambientes, e por outro lado, os anseios e as necessidades da sociedade. Os mapas de fragilidade e/ou vulnerabilidade ambiental são instrumentos de avaliação das fragilidades e potencialidades que sintetizam as características naturais dos meios e as restrições e/ou aptidões em face de distintas formas de uso e ocupação. A elaboração de mapas de fragilidade ambiental mostra, em termos de intensidade e de distribuição espacial, a susceptibilidade do meio físico, considerando-se os fatores geológicos, geomorfológicos, pedológicos e as suas respostas às pressões antrópicas. Os mapeamentos de fragilidade ambiental possibilitam a indicação de áreas onde os graus de fragilidade são mais baixos, com maiores opções de uso e ocupação e aquelas de graus de fragilidade mais altos, áreas mais vulneráveis, onde as opções de uso são mais reduzidas, exigindo-se, ainda, a aplicação de técnicas mais adequadas. Conforme Ross (1992), a carta de fragilidade ambiental, auxilia no diagnóstico de áreas em desequilíbrio, podendo perfeitamente nortear as intervenções futuras e corrigir os problemas do presente, sendo, uma ação á longo e curto prazo para o planejamento físico territorial. Neste contexto, este trabalho elaborou o mapeamento de fragilidade ambiental na bacia hidrográfica do ribeirão Porecatu, situado no município de Mandaguaçu (Figura 1), Estado do Paraná. Materiais e métodos Figura 1 Mapa de localização da bacia hidrográfica do ribeirão Porecatu Para a geração da carta de fragilidade ambiental da bacia do Porecatu foram utilizados, uma imagem de satélite CBERS 2B, derivada do sensor HRC que gera uma imagem pancromática de alta resolução espacial (2,5

m). Aquisição de carta topográfica do município de Mandaguaçu, folha SF- 22-Y-DI-4 na escala de 1:50.000, aquisição de dados shapefile da geologia da área de estudo, obtenção de dados de pluviométricos mensais das estações meteorológicas da Usina Santa Teresina. Utilização do Sistema de Informação Geográfica (SIG), SPRING 5.0, técnicas de Geoprocessamento para o cruzamento dos dados, interpretação dos dados obtidos para a síntese da carta de fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do ribeirão Porecatu. Para o desenvolvimento do objetivo proposto utilizou-se a metodologia de Crepani et al (1996), que baseia-se numa equação empírica em que os dados temáticos de solos, geologia, geomorfologia, precipitação e uso do solo no formato matricial, constituem os fatores de uma equação empírica, resultando em um média aritmética que relaciona a escala de vulnerabilidade natural a perda de solo de um determinado ambiente. Este será realizado a partir de uma Linguagem Espacial para Geoprocessamento Algébrico (LEGAL) presente no SPRING 5.0 em que se constrói uma programação para executar o cruzamento de informações. Figura 2 Mapa de fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do ribeirão Porecatu Resultados e Discussão Com a elaboração da carta de fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do ribeirão Porecatu, constatou-se pela análise da carta que 85% da área da bacia pode ser considerada moderadamente estável/vulnerável, 9% moderadamente vulnerável e 6% moderadamente estável. Os locais que apresentam nível moderadamente estável está relacionados aos locais com presença de matas ciliares ao longo da rede de drenagem e regiões de cabeceira, o nível moderadamente vulnerável esta associado a locais de uso agrícola em que há presença de solos de alta vulnerabilidade como solos rasos, com alta porcentagem de areia ou locais com maiores porcentagens de declividade da bacia e o nível estável/vulnerável é relacionado às áreas em que consta-se a presença de solos profundos e baixa declividade porém com o intensivo uso agrícola tanto para culturas permanente (amoreira, pastagens) e temporárias (soja, trigo, milho, cana-de-açúcar). As regiões de maior vulnerabilidade estão associadas em áreas de maior grau de dissecação do relevo, com presença de solos mais rasos e

com práticas agrícolas intensiva. O contrário ocorre em área menos vulneráveis, apesar destas áreas serem utilizadas para uso agrícola intensivo, elas estão localizadas em áreas aplainadas, com presença de solos profundos e com baixo grau de dissecação do relevo. Conclusões A bacia hidrográfica do ribeirão Porecatu possui vulnerabilidade à perda de solo preponderantemente moderável (estável/vulnerável), sendo que a variável que mais influência e define o grau de vulnerabilidade da área de estudo é o solo. A produção e análise da carta de vulnerabilidade à perda de solo representa um importante recurso do planejamento ambiental da bacia hidrográfica, pois a partir deste é possível identificar áreas prioritárias para melhor gerenciamento na questão dos processos de erosão dos solos. O Sistema de Informação Geográfica SPRING 5.0, demonstrou alta eficiência no estudo, com a construção de banco de dados e o cruzamentos de informações a partir da álgebra de mapas, demonstrando assim a possibilidade de aplicação da metodologia para estudos ambientais em bacias hidrográficas. Agradecimentos Ao Grupo de Estudos Multidisciplinares do Meio Ambiente (GEMA) pela disponibilização de equipamentos e conhecimentos para a realização deste trabalho. Referências CREPANI, E.; MEDEIROS, J.S.; AZEVEDO, L.G.; DUARTE, V.; HERNANDEZ, P.; FLORENZANO, T. Curso de Sensoriamento Remoto Aplicado ao Zoneamento Ecológico-Econômico. INPE. São José dos Campos, São Paulo, 1996. ROSS, J. L. S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. São Paulo, Contexto, 1990. ROSS, J. L. S. O registro cartográfico dos fatos geomórficos e a questão da taxonomia do relevo. São Paulo, Revista do Depto. Geografia, 6:17-30, 1992 SPÖRL, C. Análise da fragilidade ambiental relevo-solo com aplicação de três modelos alternativos nas altas bacias do rio Jaguari-mirim, ribeirão do Quartel e ribeirão da Prata. São Paulo. Dissertação de Mestrado, Depto. Geografia, USP, 2001, 159p. TRICART, J. Ecodinâmica. Rio de Janeiro, IBGE, Diretoria Técnica, SUPREN, 1977, 91p.