A SATISFAÇÃO DA APARÊNCIA CORPORAL MASCULINA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA



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Transcrição:

A SATISFAÇÃO DA APARÊNCIA CORPORAL MASCULINA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Emília Amélia Pinto Costa da Silva;Priscilla Pinto Costa da Silva; Petrucio Venceslau de Moura;Talita Grazielle Pires de Carvalho; Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas Os aspectos sociais e culturais no contexto do corpo são intrínsecos a existência corporal, assim, o processo de socialização da experiência corporal é uma constante da condição social do homem (Le Breton, 2007). A esse respeito Baudrillard (2005) faz do corpo o mais belo objeto do investimento individual e social, no qual, é possível observar a interferência cultural sobre o corpo. Conforme Castro (2007) a obsessão atual pela construção da aparência como resposta a instabilidade, fragmentação e efemeridade que marcam a vida social, ajuda no entendimento da centralidade assumida pelo culto ao corpo na cultura contemporânea. Neste sentido, a mídia é um elemento influenciador, pois apresenta um desejo de modelo corporal dito ideal (Betti, 2005). Assim, os conceitos de corpo saudável ou bonito sofrem constantes transformações no decorrer do tempo e padrões de beleza são diferenciados de acordo com a história. Mas, observa-se que a imagem de poder, beleza e mobilidade social sempre esteve interligada ao culto do corpo, no qual, nos dias atuais é possível perceber o aumento da insatisfação das pessoas com a aparência corporal, em que são almejados corpos fortes e magros (Pereira, Grausp, Lopes, Borgatto, & Daronco, 2009). Martins, Nunes e Noronha (2008) relatam a preocupação com o peso e a aparência corporal, sendo um dos aspectos psicológicos associados aos problemas de aceitação do corpo a imagem corporal. A respeito da imagem corporal, Damasceno et al. (2006) conceituam como fatores psicológicos, sociais, culturais e biológicos que caracteriza subjetivamente a forma que os indivíduos se vêem, acreditam que são vistos e observam os outros. De fato, a satisfação corporal está inserida a imagem corporal, sendo interligada a fatores

psicológicos que se refere ao tamanho, peso e forma que os indivíduos se auto avaliam (Coqueiro, Petroski, Peligrini, & Barbosa, 2008). Neste cenário, Ferreira, Castro e Gomes (2005) afirma que a preocupação da aparência corporal passa a ser também de interesse masculino, não se limitando apenas ao universo feminino. Para Bourdieu (2009), as diferenças sexuais continuam submersas no conjunto de oposições que organizam todo o cosmo, atributos e atos sexuais que são encarregadas de determinação antropológicas e cosmológicas. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo revisar na literatura científica a satisfação da aparência corporal no sexo masculino. A revisão teve um apoio de autores da sociologia como Baudrillard, Bourdie, Le Breton e Lipovetsky. Trata-se de uma revisão bibliográfica, que tem por finalidade examinar e analisar o que foi produzido sobre a temática no âmbito científico. Para isto, foi realizada uma busca de artigos científicos nas bases de dados eletrônicas MEDLINE/Pubmed, Lilacs e Scielo, utilizando os seguintes descritores no idioma português: Corpo Masculino; Estética Masculina; Imagem Corporal Masculina e Dominação Masculina. Desta forma, esses descritores foram selecionados a partir das referências bibliográficas analisadas por serem considerados relevantes. Os critérios de inclusão estabelecidos foram artigos originais, disponíveis em formato de texto completo, publicados entre os anos de 2005 a abril de 2010, no idioma português, tendo como objeto de estudo o corpo masculino. Como critérios de exclusão foram as teses, dissertações, monografias, artigos nos idiomas inglês, espanhol e francês. Os artigos objeto da investigação foram selecionados tendo como pressupostos teóricos a construção do corpo influenciado pela cultura que tem como produto a imagem corporal masculina, assim, a busca resultou em dez artigos. Nesta perspectiva, o corpo masculino foi investigado, conduzindo à sua interpretação na análise da aparência. Desta forma, observa-se a importância dada à masculinidade interligada a precisão de sentir e agir como homem, acarretando uma série de determinados cuidados como o controle das emoções e do corpo (Wang, Jablonski, & Magalhães, 2006). Ferreira et al. (2005) apontam que ao longo da história a sociedade estabelece critérios de padronização do corpo, neste sentido a beleza,

juventude e riqueza são valores atribuídos na modernidade. No início do século XXI a população masculina começa a ter maior atenção quanto a seus corpos, bem como a preocupação com a saúde e, a partir dessa demanda social o Ministério da Saúde Brasileira cria o Programa de Saúde do Homem. Neste aspecto, os homens se inserem entre consumidores de bens e serviços que antes eram mais voltados para o público feminino (Carrara, Russo, & Faro, 2009). Portanto, percebe-se os novos valores sociais e identitários atribuídos ao cuidar do corpo masculino. Conforme Lipovetsky (2007), as mudanças corporais são reflexos da sociedade de consumo, que atribui uma valorização a estética corporal, desta forma, a indústria cultural pelos meios de comunicação cria desejos e expõem imagens padronizando um determinado corpo (Carrara et al., 2009). Ainda de acordo com o autor, estes corpos são idealizados, insatisfeitos e cobrados. Neste sentido, a insatisfação com o corpo se apresenta tanto no gênero feminino quanto no masculino (Coqueiro et al., 2008). Estudo de Damasceno, Lima, Vianna, Vianna e Novaes (2005) revela baixos indicadores de satisfação corporal, 24% para mulheres e 18% para homens. Estes estudos ainda afirmam que a insatisfação corporal masculina é caracterizada pelo desejo de possuir um corpo mais forte e volumoso. Esse padrão é influenciado e determinado pela mídia que por meio de revistas, filmes e novelas exibem a importância de estar dentro do modelo corporal dito ideal (Ferreira et al., 2005). Beiras, Lodetti, Cabral, Toneli e Raimundo (2007) também inclui as histórias de quadrinhos como construtor de normas e padrões corporais para o corpo masculino, contribuindo para a formação do modelo corporal idealizado por muitos indivíduos masculinos. Bem como aponta Ferreira et al. (2005), o homem moderno pode ter uma visão negativa do próprio corpo quando a imagem idealizada não é alcançada. Neste aspecto, os sujeitos transformam seus corpos de forma desenfreada em verdadeiras esculturas (Carreteiro, 2005). Portanto, os homens estão passando pela mesma e intensa pressão que as mulheres enfrentam para ter um corpo físico perfeito, como apontam Ferreira et al. (2005), pois os estudos revelam que o corpo masculino também se preocupa e se torna insatisfeito com a imagem corporal. Além disso, o estudo de Carrara et al. (2009) refere que a busca por este corpo ideal em

excesso, chama a atenção dos profissionais da saúde e do desporto, embora que, existam relatos que profissionais de Educação Física não estão estabelecendo critérios para os alunos em mostrar limites para uma boa prática de exercícios. Diante do exposto, é possível perceber que a busca do corpo belo no universo masculino está crescendo na sociedade contemporânea, ganhando cada vez mais destaque e desmitificando o culto apenas do corpo feminino. A incansável busca pela construção do corpo imaginário rompe barreiras de gênero e é colocada como uma preocupação masculina, que almeja alcançar um corpo forte e musculoso. Referências BAUDRILLARD, J. (2005). A sociedade de consumo. (A. Morão Trad.). Lisboa, Portugal: Edições 70. BEIRAS, A., LODETTI, A., CABRAL, A. G., TONELI, M. J. F., & RAIMUNDO, P. (2007). Gênero e Super-Herói: o traçado do corpo masculino pela norma. Psicologia & Sociedade, 19(3), 62-67. Recuperado em 19 de maio, 2010, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-71822007000300 010 BETTI, M. (2005). Educação Física. In F.J. Gonzales & P. E. Fensterseifer (orgs.). Dicionário Crítico de Educação Física. Ijui: Editora Unijui. BOURDIEU, P. (2009). A Dominação Masculina. (M. H. Kuhner, Trad.). 6.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. CARRARA, S., RUSSO, J. A., & FARO, L. (2009). A Política de Atenção à Saúde do Homem no Brasil: os paradoxos da medicalização do corpo masculino. Revista de Saúde Coletiva, 19 (3), 659-678. Recuperado em 30 de abril, 2010, de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0103-73312009000300006&script=sci_arttext CARRETEIRO, T. C. (2005). Corpo e contemporaneidade. Psicologia em Revista, 17(11). Recuperado em 17 de março, 2009, de http://pepsic.bvspsi.org.br/pdf/per/v11n17/v11n17a05.pdf CASTRO, A. L. (2007). Culto ao Corpo e Sociedade: mídia, estilo de vida e cultura de consumo. 2 ed. São Paulo: Annablume: Fapesp. COQUEIRO, R. D., PETROSKI, E. L., PELIGRINI, A., & BARBOSA, A. B. (2008). Insatisfação com a Imagem Corporal: avaliação comparativa da associação com estado nutricional em universitários. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 30 (1), 31-38. Recuperado em 17 de junho, 2010, de

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