UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE

Transcrição

1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE TÍTULO DO TRABALHO Por: Ines Maria Azevedo do Nascimento Orientador Prof. Maria poppe Rio de Janeiro 2004

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE O negro na televisão brasileira enquanto consumidor Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Marketing. Por: Ines Maria A. do Nascimento

3 DEDICATÓRIA... Dedico essa monografia, em primeiro lugar a minha mãe Jaci minha maior incentivadora; ás minhas irmãs Gisele e Luciana, ao meu namorado Leandir.

4 RESUMO Azevedo, Ines. O negro na televisão Brasileira. Esta monografia objetivou a delatar de que forma os negros são retratados pela televisão brasileira. Avaliaram-se os fatos históricos que criaram o fenômeno de igualdade racial na sociedade brasileira, as formas mais comuns de preconceitos e alguns caminhos para solucionar o problema. Recorreu-se basicamente a teóricos como Joel Zito de Araújo, Gilberto Freyre e Hélio Santos que estudaram profundamente o problema do negro na sociedade brasileira, as telenovelas e os novos rumos para a igualdade social. O resultado desse estudo traz a comparação entre a visão das várias áreas cientificas como a psicologia, a história e a antropologia. Por fim retratamos a ocorrência de um racismo difuso, advindo de um período colonial e que permaneceu graças à manipulação de uma minoria e a ignorância de todo o resto. Mostrar-se-á também avanços nas formas de pensamentos científicos e sociais, mas que por si só ocorrem lentamente.

5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 06 CAPÍTULO I - O Negro e o Brasil 08 CAPÍTULO II - A identidade do Negro na Sociedade Brasileira 13 CAPÍTULO III Mass mídia e tv 17 CONCLUSÃO 28 ANEXO 29 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38 ÍNDICE 39 FOLHA DE AVALIAÇÃO 40

6 Introdução escravidão. No dia 13 de maio de 1988 comemoramos o centenário da abolição da Ano de 2002, ainda encontramos um Brasil tentando se libertar. A exclusão e a discriminação racial não abandonaram o modelo social brasileiro, onde negros e mestiços foram abolidos dos prestígios sociais. Enfrentaram historicamente e enfrentam grandes obstáculos para serem vistos e retratados corretamente pela sociedade brasileira. Esta situação demonstra que a democracia racial conseqüência do processo de libertação dos escravos é uma grande mentira. O racismo existe ainda hoje, de uma maneira difusa, efetiva e prejudicial, com repercussões negativas na vida cotidiana de negros e seus descendentes, principalmente daqueles que não desenvolveram um mecanismo de análise crítica diante das míticas sociais. O negro foi libertado, mas nunca houve por parte da sociedade o interesse de assegurar a este uma real integração social. Faltou primeiramente o acesso a terra e em conseqüência o acesso a subsistência; faltou o acesso a educação e conseqüentemente a formação do cidadão ativo da sociedade; faltou a assistência a saúde dessa população; que desnutrida permanecia em desvantagem; e mesmo em aversão a todos esses obstáculos que nos levaria a crer que a teoria da evolução biológica poderia acontecer; o negro ascendeu socialmente, ocupou cargos importantes, criou pensamento crítico, formou tímidas organizações e passou a consumir. Entretanto ainda faltou o acesso mais importante o acesso aos meios que controlam não só parte do pensamento crítico vigente, mas também todo um padrão dos moldes sociais: faltou o negro aparecer na TV. Mesmo sendo um consumidor em geral, o negro e o mestiço advindos de um cruzamento de raças e de classes sociais diferentes, chegaram a classe média, e em pequena minoria a classe alta; ávidos por consumir. Porém o que encontram diariamente nos meios de comunicação foi uma retratação de um Brasil europeizado com serviçais

7 mestiços e negros. São campanhas e novelas que não parecem se passar no Brasil em que vivemos e que quando retrata o negro esquece quase que completamente da possibilidade da existência dele numa classe dita superior, que tem dinheiro para consumir, que tem sonhos para serem explorados e que principalmente tem uma identidade a ser mantida. E quando que por um deslize esporádico vemos o negro como um cidadão dito de bens, aceito pela sociedade, ele nos aparece branqueado; è o efeito OMO da publicidade que alveja qualquer sujeira que possa incomodar o estado passivo social. Positivamente, já encontramos uma conscientização por parte de profissionais ligados aos meios de comunicação da necessidade de se rever à identidade não só do negro, mas de todo o povo brasileiro na Tv. Por fim devemos reestruturar a sociedade da tão sonhada democracia racial e como os meios de comunicação se tornaram o maior instrumento formador de opinião do século é por eles que devemos começar.

8 CAPÍTULO I O negro e o Brasil Todo brasileiro, mesmo alvo, de cabelo loiro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena e ou do negro.