Aula 5 TP015 Legislação e Prática Profissional 16/03/2009 MARTINS(2009) CAP 7

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Transcrição:

Aula 5 TP015 Legislação e Prática Profissional 16/03/2009 MARTINS(2009) CAP 7 Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que estuda os princípios, as regras estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais. Constituição é a organização de alguma coisa. Por exemplo, constituição de uma empresa é a forma de organizá-la. É a norma escrita ou costumeira, que regula a forma de Estado e governo e a sua organização. Definições: Economismo: Meio de produção para a vida material. Sociologismo: Forma de ser da sociedade, em decorrência das estruturas sociais. Juridicismo: Regras de direito. É a lei no seu mais alto grau. Classificações: Quanto à forma: - escritas - não escritas Quanto ao conteúdo: - Material - Não Material Modo de elaboração: - Dogmática - Histórica Origem: Estabilidade: - Outorgadas - Promulgadas - Imutáveis - Rígidas - Flexíveis - Semi-Rígidas Constituições Brasileiras: 1. Constituição do Império do Brasil - 25/03/1824: Outorgada por D. Pedro I. Existiam 4 poderes, o legislativo, o Executivo, o Judicial e o Moderador, que era um poder que tinha o objetivo de equilibrar e harmonizar os demais poderes. Ao monarca cabiam prerrogativas como a nomeação de senadores eleitos em lista tríplice, a demissão de ministros, suspensão de magistrados e concessões de títulos de nobreza. 2. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil 24/02/1891. Colaboração de Rui Barbosa na elaboração do texto, extinguiu os privilégios da nobreza e incluiu o habeas corpus. O segundo turno era decidido pelo congresso nacional. 3. Constituição de 16 de julho de 1934 Inserem-se pela primeira vez a preocupação com os direitos trabalhistas e previdência social. Câmara dos deputados era composta por representantes eleitos e representantes de organizações profissionais. Incluiu o Mandado de Segurança. 4. Constituição de 10 de novembro de 1937

Outorgada por Getúlio Vargas que instituiu o Estado Novo e dá mais atenção à questões trabalhistas. O executivo passa a legislar, com a instituição do decreto lei. 5. Constituição de 18 de setembro de 1946 Prestigia os princípios democráticos e tem os direitos e garantias fundamentais ampliados. Em 1961 institui-se o parlamentarismo, após a renúncia do presidente Jânio Quadros, que dura até 1963. 6. Constituição de 24 de janeiro de 1967 e emenda 1 de 17 de outubro de 1969 Nesse período consolida-se o movimento militar, que teve com em 1964. Começam a vigorar os Atos Institucionais, que entre outras coisas permitiam o fechamento do congresso e supressão de garantias constitucionais. 7. Constituição da república federativa do Brasil 05/10/2010 Promulgada por uma Assembléia Constituinte deu maior autonomia para municípios, cria-se as medidas provisórias e posteriormente por maio da emenda 16 traz a reeleição do presidente da república, governadores e prefeitos. Princípios Constitucionais: - Supremacia - Unidade - Máxima Efetividade - Interpretação conforme a constituição - Proporcionalidade - Força Normativa Características do Estado Federal: - A união cria um novo estado e quem aderiu deixa de ser Estado. - O fundamento do Estado é a constituição - Não existe possibilidade de divisão - A Constituição fixa as competências da união, estados e municípios - Cada estado ou município pode cobrar tributos. Fundamentos da República: - Soberania - Cidadania - Dignidade da pessoa humana - Valores sociais do livre trabalho e dignidade da pessoa. - Pluralismo político Objetivos fundamentais: - Construir uma sociedade livre, justa e solidária - Garantir o desenvolvimento nacional - Erradicar pobreza e marginalização, bem como desigualdades - Promover o bem de todos, sem preconceitos. Nas relações internacionais: - independência nacional - prevalência dos direitos humanos

- auto determinação dos povos - não intervenção - igualdade entre os Estados - defesa da paz - solução pacífica para conflitos - repúdio ao terrorismo e racismo - cooperação entre os povos para progresso da humanidade - concessão de asilo político Aplicabilidade da norma constitucional: Eficácia plena: Não necessitam de regulamentação Eficácia contida: Tem eficácia, mas a regulamentação pode determinar restrição Eficácia Limitada: Só tem eficácia quando regulamentada. Poder Constituinte: É a manifestação da vontade política de um povo em estabelecer regras que irão controlar a organização do Estado. O titular deste poder é o povo, representado pelos seu representantes no congresso nacional. Pode ser originário (quando se dá a elaboração de uma nova constituição) ou derivado (quando se dá a reforma da constituição vigente). Cláusulas pétreas: São cláusulas que não podem ser alteradas de forma alguma na constituição. No Brasil: I Forma de Estado II Voto direto, secreto, universal e periódico III Separação dos Poderes IV Direitos e garantias individuais. É importante perceber que a União pode formar novos estados por lei complementar e os estados podem formar novos municípios por lei estadual, ressalvados as formalidades exigidas. INTERVENÇÃO: A regra é a de que a União não intervirá nos estados e os estados não intervirão nos municípios. Ocorre que pode ocorrer a intervenção. Segundo o artigo 34 da constituição pode ocorrer a intervenção da União nos estados nos casos abaixo: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000). A intervenção dos estados nos municípios pode ocorrer segundo o previsto no artigo 35: Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;(redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. O processo de intervenção funciona de acordo com o previsto no artigo 34 da Constituição Federal: Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-seá convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. Defesa do Estado e das instituições democráticas: Existem 2 instrumentos a disposição do presidente da república ara manejar situações de crise institucional e guerras. Nesta fase, o Executivo possui poderes

especiais e direitos individuais são suspensos. É importante perceber que o estado de sítio e o estado de defesa são de caráter temporário. O estado de sítio e de defesa são atos decretados pelo Presidente da República. Não existe necessidade de autorização do Congresso. Primeiramente ouve-se os Conselhos da República e da Defesa Nacional, mas o Presidente não é obrigado a seguir os conselhos. Após 24 horas depois de decretado o ESTADO DE DEFESA, o presidente deve apresentar justificativa perante o congresso que, por maioria absoluta poderá confirmar ou revogar a medida. No ESTADO DE SÍTIO o presidente necessita prévia autorização do congresso. O estado de defesa tem duração de 30 dias e pode ser renovado por mais 30. O estado de sítio pode ser revogado por prazos de 30 dias e pode ser revogado enquanto durar a situação ensejadora (guerra, por exemplo. Estado de defesa se fundamenta em ameaça ou perturbação da ordem pública e paz social, quando ameaçadas por calamidades naturais de grandes proporções. O estado de sítio, por sua vez se fundamenta em: I comoção de grave repercussão nacional II Ineficácia de medida tomada durante estado de defesa III declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. O estado de defesa está disposto no artigo 136 da Constituição: Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. 2º - O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. 3º - Na vigência do estado de defesa: I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. 4º - Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. 5º - Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. 6º - O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.

7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. O estado de sítio está disposto nos artigos 137 a 139 da Constituição: Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira. 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; VII - requisição de bens. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.