RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Transcrição:

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA Data limite para o envio da Síntese do Relatório de Impactos: 30.01.2012 Data limite para envio do Relatório Completo: 05.03.2012 Nome da tecnologia: Variedade de Bananeira Resistente à Sigatoka Negra (Mycosphaerella fijiensis) - Thap Maeo Ano de avaliação da tecnologia: 2011 Unidade: Embrapa Amazônia Ocidental Equipe de Avaliação: Indramara Lôbo de Araújo Manaus, março de 2012 1

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Variedade de Bananeira Resistente à Sigatoka Negra (Mycosphaerella fijiensis) - Thap Maeo 1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU Consolidar a gestão por resultados da Embrapa e aprimorar os processos de medição sistemática de seus resultados finalísticos e de avaliação dos impactos de sua atuação. 1.3. Descrição Sucinta A bananicultura constitui-se em uma das atividades de maior importância no agronegócio da Região Norte do Brasil, principalmente para o Amazonas, onde o consumo per capita oscila em torno de 60 kg/ano, sendo a banana, um dos principais itens da alimentação da população amazonense. Contudo, a cultura ainda apresenta baixa produtividade, reflexo do conjunto de problemas fitotécnicos, como o manejo inadequado dos bananais, e problemas fitossanitários relacionados às doenças. Dentre estas doenças, destaca-se a sigatoka negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis, que entrou no Brasil, em 1998, pelo Estado do Amazonas, na fronteira Brasil/Colômbia/Peru. A Sigatoka negra é considerada a mais importante doença da bananeira no mundo, podendo as perdas, variar de 50% a 100% da produção. Visando prevenir a expansão da sigatoka negra, bem como de outras doenças e, também aumentar a produtividade da cultura, desde 1998, a Embrapa vêm avaliando e, a partir de 2000, vem disponibilizando variedades de bananeira resistentes à sigatoka negra para diversos municípios do Estado e para os demais Estados produtores de banana do Brasil. Dentre as variedades resistentes recomendadas destacam-se a Caipira, Thap Maeo, FHIA 18, Prata Zulu, Pelipita. Prata Ken, BRS-Prata Caprichosa, BRS- Prata Garantida, BRS-Japira, BRS-Vitória e, a BRS-Conquista lançada em 2009. Para a região amazônica, a substituição de variedades suscetíveis por variedades resistentes é a estratégia mais viável do ponto de vista socioeconômico e ambiental para controlar essa doença. Neste estudo foi avaliado a variedade Thap Maeo, devido à representatividade desta no Estado do Amazonas. A seguir, destacam-se suas principais características. A variedade Thap Maeo é do tipo triplóide (AAB) introduzida a partir da 2

Tailândia. Foi selecionada na Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas-BA, é uma variante Mysore. Apresenta pseudocaule menos manchado, mais vigor e cachos maiores. Possui porte alto, ciclo vegetativo de 394 dias e perfilhamento bom. O cacho pode atingir 30 a 35 kg, com mais de dez pencas e 250 frutos. Os frutos se assemelham em formato aos da cultivar Maçã. Apresenta resistência alta e estável à sigatoka-negra, caracterizada pela baixa taxa de extensão das lesões, ocorrendo somente nas folhas mais velhas. A capacidade produtiva da cultivar é de 30 a 35 toneladas por hectare, quando cultivada em solos de boa fertilidade, sob condições de sequeiro, usando-se as práticas culturais recomendadas para a cultura. Em solos de baixa fertilidade na Amazônia tem apresentado elevada rusticidade e produtividade na faixa de 25 toneladas por hectare. Apesar de rústica, recomenda-se que seu cultivo seja feito em solos profundos, bem drenados e realizadas as adubações de rotina. Além de resistente à sigatoka-negra é resistente à sigatoka-amarela e ao mal do panamá, moderadamente resiste à broca do rizoma e ao nematóide cavernícola e susceptível ao moko. Segundo estimativas, a substituição dos plantios existentes pelas variedades recomendadas tem propiciado uma economia de cerca de R$1.100,00/ha/ano, que seriam gastos com fungicidas e mão-de-obra para controlar a referida doença. 1.4. Ano de lançamento: 2000. 1.5. Ano de início de adoção: 2002. 1.6. Abrangência: Estados com incidência da doença, principalmente a Região Norte (Amazonas, Acre, Pará, Rondônia e Roraima). 1.7. Beneficiários Partindo-se da cadeia produtiva da banana na mesoregião de estudo, identifica-se como os principais beneficiários dessa tecnologia: a) Segmento dos fornecedores Os produtores/fornecedores de mudas de banana e os fornecedores de insumos, ferramentas, máquinas e implementos agrícolas; b) Segmento produtivo Os agricultores (familiares e empresariais); c) Segmento de distribuição e comercialização Os atravessadores, os 3

comerciantes de feiras livres ou de estabelecimentos comerciais das capitais. d) Segmento de consumo O consumidor que adquire a banana in natura. 2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA No Brasil a cultura da bananeira ocupa o segundo lugar em volume de frutas produzidas, ou seja, a terceira posição em área colhida. Esta produção está distribuída por todo o território nacional, sendo a Região Nordeste a maior produtora (34%), seguida das Regiões Norte (26%), Sudeste (24%), Sul (10%) e Centro-Oeste (6%). Também, ocupa posição de destaque entre as frutas mais consumidas nos domicílios das principais regiões metropolitanas do País, sendo superada somente pela laranja. Consumida pelas mais diversas camadas da população, se faz presente na mesa dos brasileiros não apenas como sobremesa, mas como alimento, com consumo per capita em torno de 25 kg/ano. No Estado do Amazonas o consumo per capita é 60 kg/ano, representando 140% acima na média de consumo nacional. Os dados de produção da fruta, de acordo com dados do IBGE, no ano de 2011 a projeção foi de 8.919 ha de área plantada, com previsão de 89.990 toneladas de banana colhidas. Para efeitos dessa avaliação, os dados foram levantados no município de Rio Preto da Eva, região metopolitana de Manaus, junto a produtores do Assentamento da Suframa - ZF 9. Esta região foi escolhida, principalmente, pelo destaque destes produtores em termos de produtividade da cultura, após a adoção da variedade e técnicas de manejo recomendadas. O município Rio Preto da Eva é um dos mais recentes municípios criados no estado do Amazonas, distante 80 km da capital. Com área de 5. 813,197 Km 2, população de 25 758 habitantes (IBGE/2010), com uma densidade de 4,43 hab./km². Faz parte da região metropolitana de Manaus. No Município, entre tantos cultivos, temse desenvolvido a citricultura, a mandiocultura e a bananicultura. Na região de estudo a cadeia produtiva da banana possui os principais segmentos de uma cadeia produtiva. Vale ressaltar que os produtores de Rio Preto da Eva estão organizados em cooperativas, a fim de atenderem os principais programas de compra da Prefitura Municipal e do Governo do Estado, sendo as frutas entregues para a merenda escolar, além de contarem com o apoio e o incentivo dos técnicos do Idam local, o que 4

muito ajuda a fortalecer a cultura da banana naquela região. A seguir apresenta-se uma caracterização dos diversos segmentos envolvidos: 2.1. Segmento dos fornecedores Segmento composto pelos seguintes atores: a) Fornecedores/produtores de mudas; b) Fornecedores de insumos e ferramentas; e c) Fornecedores de Máquinas e Equipamentos. 2.2. Segmento produtivo A produção de banana no Amazonas distribui-se em quase todos os municípios do Estado, sendo cultivada em dois ecossistemas distintos: na várzea (áreas que sofrem alagações periódicas das águas dos rios), em sistemas de produção pouco desenvolvidos; e na terra firme (que se localiza em pontos mais altos das propriedades, livre de alagamentos ou inundações), em sistemas mais intensivos, notadamente, após a entrada da sigatoka negra, que dizimou a maioria dos bananais nesse ecossistema e, ocasionou uma reestruturação produtiva da bananicultura, onde os agricultores passaram a se qualificar para a atividade e adotar técnicas para o cultivo. Ressalta-se que a diferença marcante desses dois ecossistemas, diz respeito à cobertura vegetal e a fertilidade dos solos. Os solos de várzea são mais férteis que os da terra firme e a vegetação da terra firme é mais exuberante que a da várzea. Desde 2009 há um incremento no incentivo à produção de banana no Estado do Amazonas, que culminou com a distribuição de mais de três milhões de mudas de bananeira das variedades Caipira, FHIA 18, THAP MAEO, Prata Zulu, Prata Caprichosa, Prata Garantida e Prata Ken, ação esta, que se refletiu na avaliação realizada em 2011 junto aos produtores locais. 2.3. Segmento de distribuição e comercialização Na região de estudo a venda da produção tem sido realizada por intermediários (20%), vendida a programas de merenda escolar (PREME) ou entidades de apoio à produção (CONAB) (60%) ou comercializada diretamente nas feiras (20%). Este sistema de venda possibilita ao produtor a venda de toda sua produção, onde há um destaque para a venda aos programas municipal e estadual, que garante a compra de praticamente a totalidade da produção, impactando diretamente na renda dos produtores que se dizem satisfeitos com a cultura. A venda aos atravessadores é somente realizada 5

caso, haja excedente de produção, haja vista os esforços são somados para alcançarem a cota em toneladas, que atenda o contrato dos programas de regionalização da merenda escolar. Nesse caso, os cachos são vendidos por preços mais baixos que os praticados no mercado, caso vendessem o produto diretamente, porém a venda no montante permite uma rápida capitalização dos produtores que podem reinvestir seus proventos de maneira mais proveitosa. O transporte da fruta ao seu destino final é realizado pela prefeitura ou pelo governo do estado em caminhões, haja vista, esta é uma região cujo tráfego é realizado via terrestre. Os custos com a colheita é por conta do agricultor, enquanto que o comprador se responsabiliza pela classificação e embarque da carga. Em alguns casos, o agricultor também exerce o papel de atravessador, adquirindo a produção daqueles que não possuem meio de transporte, para vendê-los nas feiras. Em 2010 foi detectado em bananais de oito quintais de residências de Roraima uma infestação por ácaro vermelho das palmeiras (Raoiella indica)tal fato, demandou providências graves da defesa sanitária do Amazonas, que barrou a entrada de caminhões com carregamento de banana daquele Estado. Este fato gerou um impacto positivo no incremento da cultura que manteve seus índices produtivos, uma vez que Roraima fornecia cerca de 30% da banana consumida no Amazonas. Deixando Roraima de fazer suas entregas, o mercado absorveu a produção local. Por conta do mesmo fato, houve reformulação na política pública que apoia o setor primário, que diante da possibilidade de faltar produto no mercado local, foi necessário uma ação do Governo do Estado voltada ao escoamento da produção local, gerando incentivos, facilitando o transporte e criando estrutura de comercialização para os produtores de banana de todo o Estado, inclusive para os produtores de Rio Preto da Eva, a fim de que o produto não faltasse nos supermercados e feiras. 2.4. Segmento de consumo Representado pelo consumidor final, que adquire a banana nas feiras e minimercados (na forma de cacho ou em pencas), ou nos supermercados (banana despencada). Embora se considere que o preço e o aspecto da fruta sejam critérios que determinam a escolha no momento da compra, o que se tem observado é que há grande resistência do consumidor quanto à aceitabilidade das bananas oriundas das cultivares 6

resistentes, preferindo a banana prata, importada do Estado de Roraima. Analisando-se este comportamento do consumidor, entende-se que, este segmento deve ser focado com vistas a um possível trabalho de marketing, a fim de que se consiga uma mudança de comportamento do consumidor final, que seja favorável ao produto, o que irá refletir diretamente no segmento produtivo. 7

3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS 3.1. Avaliação dos Impactos Econômicos Tipo de Impacto: Incremento de produtividade. Nas Tabelas 3.1.1 e 3.1.2, são apresentados os ganhos líquidos unitários e os benefícios econômicos regionais, obtidos nos últimos 9 anos, com o cultivo de variedades de bananeiras resistentes à sigatoka negra, respectivamente. Deve-se ressaltar que no ano base de 2011, houve uma mudança com relação às propriedades que forneciam os dados que vinham alimentando o relatório nos últimos três anos, haja vista, a estabilidade dos dados na região consultada, não mostrarem mais variação, influenciando a decisão da Embrapa Amazônia Ocidental de buscar resultados da adoção desta tecnologia em outras localidades, no caso em foco Rio Preto da Eva. Portanto, para fins dessa avaliação, como trata-se da mesma tecnologia, apenas a localidade de coleta de dados é que varia está-se realizando a análise de 2011, porém continuar-se-á expondo os dados de anos anteriores. Tabela 3.1.1. Ganhos Líquidos Unitários obtidos nos últimos 10 anos com o cultivo de variedades de bananeiras resistentes à sigatoka negra. Ano Unidade de Medida (UM) Rendimento Anterior/UM (A) Rendimento Atual/UM (B) Preço Unitário (R$/UM) (C) Custo Adicional (R$/UM) (D) Ganho Unitário (R$/UM) E=[(B-A)xC]-D 2002 3.183 4.500 0,50 0,00 658,50 2003 10.871 12.000 0,49 0,00 553,21 2004 10.984 12.000 0,49 0,00 497,84 2005 10.900 12.000 0,35 0,00 385,00 2006 11.612 12.000 0,44 0,00 170,72 kg/hectare 2007 10.743 12.000 0,48 0,00 603,36 2008 6.146 11.000 0,50 0,00 2.427,00 2009 6.146 12.000 0,80 0,00 4.683,20 2010 9.291 12.000 1,00 0,00 2.709,00 2011 9.775 20.000 1,10 0,00 11.247,50 8

Tabela 3.1.2. Benefícios Econômicos Regionais obtidos nos últimos 9 anos com o cultivo variedades de bananeiras resistentes à Sigatoka negra. Ano Participação da Embrapa (%) (D) Ganho Líquido Embrapa (R$/UM) E=(CxD) Área de Expansão: Unidade de Medida (UM) Área de Expansão Quant./UM (F) Benefício Econômico (R$) G=(ExF) 2002 70% 460,95 1.000 460.950,00 2003 70% 387,25 1.500 580.870,50 2004 70% 348,49 2.240 780.613,12 2005 70% 269,50 3.200 862.400,00 2006 70% 119,50 4.604 550.196,42 hectare 2007 70% 422,35 6.578 2.778.231,46 2008 70% 2.048,90 4.395 9.004.915,50 2009 70% 3.278,24 4.615 15.129.077,60 2010 70% 1.896,30 4.846 9.189.469,80 2011 70% 7.873,25 5.163 40.649.589,75 3.2. Análise dos Impactos Econômicos A produção de banana do Estado do Amazonas representava 25% do total produzido na Região Norte no ano de 2010 e tende a se manter em 2011, levando-se em consideração a projeção dos órgãos auditores. Na Tabela 3.1.1 observa-se que a produtividade média aumentou, significativamente, após o 1º ano de lançamento das variedades resistentes à Sigatoka negra. A cultura da banana está presente em praticamente todos os municípios do Estado do Amazonas, constata-se uma redução significativa na área plantada no período de 2000 a 2006, conforme os dados do IBGE (Figura 1). Observa-se que a produtividade que era de 1.100 kg/ha, em 2000, elevou-se de forma significativa a partir de 2003, atingindo um patamar médio de 9,630 kg/ha. Grande parte desse incremento na produtividade se deve ao cultivo das novas variedades recomendadas pela Embrapa. Ainda de acordo com a Figura 1 observa também, um declínio na produtividade entre o período de 2007 e 2008, fazendo com que esta caísse em torno de 42,79%, este fato se deve à forte seca ocorrida neste período, sempre acarretada de uma grande cheia posteriormente, o que comprometeu todos os sistemas produtivos do Estado. Observase ainda que este quadro começa se reverter com as estimativas do IBGE (2012) para o ano de 2010 de 9.291 kg/ha, permanecendo a mesma área colhida. Já em 2011, a estimativa projetada pelos órgãos recenseadores é praticamente a mesma do ano anterior, porém, o aumento do preço mensurado no ganho unitário, refletiu diretamente no montante auferido no benefício econômico, havendo um aumento significativo nos proventos advindos dos 9.775kg/ha. Com os incentivos para a cultura 9

no Estado do Amazonas, principalmente para o município de Rio Preto da Eva, esperase dobrar esta produtividade até 2013 naquela região, uma vez que a tecnologia bem manejada pode chegar a 35 ton/ha/ano. 50000 14000 45000 40000 43574 10898 10871 11612 12000 Área Colhida (ha) 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 34083 34861 35009 10984 10900 32357 23441 3116 1104 10743 23759 6146 6146 22605 14321 14650 9291 9775 14650 7747 10000 8000 6000 4000 2000 Produtividade (kg/ha) 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Período 0 Área Colhida (ha) Produtividade (kg/ha) Figura 1. Área colhida e produtividade da cultura da banana no Estado do Amazonas, no período de 2000 a 2011. Fontes: IBGE (2012) Muito embora a cultura da banana no Estado do Amazonas tenha obtido altos índices de produtividade como mostra a figura 1, ratificando a alta capacidade produtiva da banana Thap Maeo, o plantio tem sofrido revezes por causa da forte estiagem e da enchente que atingiu o Estado e destruiu várias plantações. Esta fato, fez diminuir o total de área colhida como mostra a mesma figura, onde muitos produtores substituíram seus plantios por outras culturas, em que a mandioca desponta como a principal cultura que está substituindo os bananais. Por outro lado, observa-se um impacto muito importante, quanto se trata da adoção das novas variedades, ou seja, mesmo com a redução da área colhida, os dados apontam um acréscimo na produtividade média do Estado de 9.291 kg/ha em 2010 para 9.775 kg/ha em 2011. É sempre importante ressaltar, que o processo de indicação desta tecnologia foi uma parceira com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, sendo financiado por instituições de fomento e apoio à pesquisa como o CNPq e FINEP, levou-se em consideração que a participação da Embrapa representou 70% dos esforços de validação para sua geração 10

até sua recomendação/indicação para o Estado do Amazonas. O ganho líquido em 2011 foi estimado em R$ 7.873,25, resultando em benefícios econômicos da ordem de R$ 40.649.589,75, considerando-se a valorização do produto, que sofreu alta no seu preço unitário, bem como um acréscimo em torno de 6,5% na área de adoção. 3.3. Fonte de Dados Os dados secundários (produção, área plantada, produtividade) foram coletados do IBGE e, também junto ao Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas - IDAM. Algumas informações qualitativas foram organizadas com base em conversas com os produtores. 4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1. Avaliação dos Impactos Sociais A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social (x) Sim ( ) Não 4.1.1. Tabela Impactos sociais aspecto Emprego Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Capacitação Sim 3,70-3,70 Oportunidade de emprego local Sim 0,32-0,32 qualificado Oferta de emprego e condição do Sim 0,71-0,96 trabalhador Qualidade do emprego Sim 0,89-0,12 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Capacitação Para a região em estudo o indicador capacitação sofreu alteração de 76% em relação à região avaliada em anos anteriores, pois ela recebe assistência direta dos técnicos de extensão rural da localidade IDAM, que fomentam com muito vigor o programa voltado à bananicultura, com vistas a atender demanda do mercado local. De acordo com depoimento de um dos produtores, Sr. Manoel Luiz de Almeida (reproduzido neste relatório, tal como foi falado, em 16/11/2011):... a gente trabalhava com o carvão, mas sabia que a fonte do carvão ía acabar. A coisa melhorou quando o pessoal do Idam chegou aqui oferecendo pra gente plantar banana e daí a gente vimos a possibilidade de sair do carvão. Daí, eles 11

chegaram com os cursos, e a gente foi se animando. Eu fiz uma técnica assim... isso aqui tudo era mata virgem, no momento que eu derrubava um pé de mato, eu colocava um forno, dali eu fazia o carvão, tirava aquele aproveitamento do carvão, vendia, e quando eu ía vender, às vezes o camarada que vinha pegar meu carvão no caminhão, eu já pedia pra ele - me traz cinco saco de adubo orgânico, tanto de FTE, traz duas de fósforo, traz o potássio, eu já pedia pra ele, porque o meu desejo mesmo era trabalhar na agricultura, eu sabia que o carvão ía acabar, eu sabia que eu ía ficar cansado de levantar uma tora de madeira e encher um forno, eu sabia que eu ia ficar abusado naquele pau de carvão e era difícil, desde o começo eu já vi que era difícil, chegou num ponto que eu entrei dentro do meu limite que podia desmatar, mas hoje graças a Deus, eu to com 6 hectaria prantada, onde só de banana tem três. A adoção da tecnologia influenciou a mudança de comportamento dos produtores da região, em princípio mudando sua fonte de renda de produção de carvão para produção de banana, em seguida incentivou-os a buscarem informações referentes à mesma nos cursos locais e de curta duração, oferecidos pelo órgão de Assistência Técnica e Extensão Rural do Amazonas, representado pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas IDAM. Outro fator considerado importante pelos agricultores para geração de novos conhecimentos tecnológicos são os Dias de Campo, promovidos pela Embrapa, que são realizados muitas vezes em parceira com o IDAM e outras Instituições. Ainda neste aspecto, observou que estes treinamentos envolvem os membros da família, principalmente as esposas. Os cursos focados na banana, principalmente, aumentaram sua frequência que chega a seis vezes o número de realizações com abordagens variadas dentro do tema bananicultura. Neste sentindo, a Embrapa tem contribuído, significativamente, por meio de sua área de transferência de tecnologia, para a melhoria do sistema produtivo da cultura por meio de capacitações e dias de campo sobre o manejo adequado. Assim, por meio dessas ações, vários produtores e técnicos estão sendo capacitados continuamente. Oportunidade de emprego local qualificado As propriedades visitadas que adotaram a tecnologia, utilizam, principalmente, mão-de-obra familiar, oferecendo também emprego local temporário, principalmente em época de plantio e colheita, além de atividades como capina do bananal, entre outras. Dependendo do tamanho da área de cultivo, são contratados em média de 1 a 2 diaristas braçais. Para a área analisada, este indicador mediu 0,32, onde os trabalhadores 12

exercem suas atividades na escala pontual, embora em alguns momentos realizassem trabalhos externos na escala local. Nestas propriedades a contratação de mão-de-obra permanente para a atividade é considerada inexistente. Há que se chamar atenção, para o fato de que este é o primeiro ano que as propriedades desta região específica foram analisadas, não tendo portando um índice comparativo para elas, ficando assim um marco inicial. Oferta de emprego e condição do trabalhador Embora não tenha ocorrido efeito na oferta de empregos permanentes, a tecnologia proporcionou a geração de empregos temporários na escala pontual. Maior significância foi dada pelos produtores quanto ao envolvimento da família no sistema de produção, alcançando este indicador o índice 0,96. Qualidade do emprego O indicador qualidade do emprego apresenta um impacto de 0,12 positivo, porque apesar da tecnologia ser providencial agente de transformação dentro desta comunidade, junto aos proprietários, as pessoas que trabalham na produção de banana, ainda não conseguem ter seu trabalho formalizado, suas carteiras assinadas, serem registrados como trabalhadores nesta área, ou mesmo receberem qualquer benefício previdenciário. Por este motivo, o impacto com relação à qualidade de emprego é baixo. Os índices que notificam o trabalho infantil e outros benefícios como contratação de empregados com carteira assinada são inexistentes, tornando o índice inamovível. Segundo os entrevistados, a adoção da tecnologia, proporcionou a contratação de mão-de-obra temporária, favorecendo a saída dos filhos para o estudo. Em alguns casos são oferecidos auxílio moradia e auxílio alimentação aos trabalhadores temporários. 4.1.2. Tabela Impactos sociais aspecto Renda Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Geração de renda do estabelecimento Sim 15,00-15,00 Diversidade de fonte de renda Sim 5,40-5,40 Valor da propriedade Sim 3,98-3,98 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Geração de renda do estabelecimento No tocante aos aspectos de renda, constatou-se que a adoção da tecnologia 13

proporcionou considerável melhoria na geração de renda para as famílias, contribuindo para a ampliação das fontes de renda existentes na propriedade, como expansão da área de plantio de banana e implantação de outras culturas, de viveiros de criação de peixes resultando em um coeficiente de impacto positivo e favorável de 15,00 para esta área pesquisada, acima dos valores encontrados em 2009 (9,55) e de 2010 (10,12) em outras áreas. Corroboram estes resultados os relatos do Sr. Iranir Gomes da Costa e Angilane Bezzera da Silva (em 16/11/2011)...A gente fazia carvão e trabalhava também como funcionário publico, ganhava o salário mínimo...e a gente trabalhando investindo tudo que a gente conseguia juntar com o dinheiro do carvão e do emprego que eu tinha, também,... tudo que a gente pegava a gente investia de alguma forma, foi o tempo que apareceu esta oportunidade, e foi assim, a gente lembrando fica até emocionado, por que as autoridade, não..., já não acreditavam, aqui nós era o ramal dos carvoeiro, e esse ramal dos carvoeiro, era onde a gente começou vender carvão, vendia fazia algum dinheiro, depois veio as proibição e a gente tinha que fazer assim quase que um trabalho sujo, às escuras, contra a vontade das autoridades, o sistema de lei nos barrando e foi quando surgiu essa oportunidades que apareceu... o Idam local, abraçaram a causa junto com a gente,...apostaram na gente e hoje o resultado está aí, somos uma produção aqui muito boa graças a Deus, a gente deu uma evolução assim, foi uma forma que nós evoluimo, nós evoluímos de uma forma tão rápida e grande, grandiosa, que nós administrativamente até se perdemo, porque o conhecimento ficou pouco pra administrar tudo que a gente conseguiu adquirir num curto período, pq tá caminhando pra 2 anos, com essa alavancada que deu, então, graças a Deus foi uma evolução muito boa pra essas famílias, a comunidade como no geral também ganhou com isso, hoje já tem o segundo grupo que já está muito entusiasmado para adquirir também, hoje as portas dos órgos público tão abertas pra nós graças a Deus, é uma nova história é uma nova forma de vida, que a gente tem que agradecer a Deus, e a cada um que se colocou ali como parceiro e fez nós chegar a esse objetivo. Essa é uma situação que a gente conta assim com orgulho porque foi um avanço que nos transformou Os principais componentes deste indicador foram segurança, estabilidade e distribuição, e moderada influência positiva no montante da renda. É importante destacar o impacto que ocorreu na importação da banana do Estado de Roraima, desde 2010, alavancou a procura pelo produto oriundo do próprio Estado do Amazonas, 14

favorecendo um incremento na renda destes produtores e, considerado por eles um fator positivo na geração de renda no ano de 2011, haja vista, o bloqueio fitossanitário continua. Diversidade de fonte de renda A adoção da tecnologia favoreceu este indicador quanto à diversificação da renda agropecuária no estabelecimento, com impacto positivo igual a 3,69. Nos outros componentes a tecnologia não provocou efeitos. Valor da propriedade Constatou-se que as propriedades que se dedicam ao cultivo da banana empregando a tecnologia preconizada, possuem mais investimentos, principalmente no aumento de área de plantio, em conformidade com a legislação, e/ou melhoria de áreas para produção de banana, portanto, são mais valorizadas. Tais fatores resultaram em um fator positivo igual a 3,98. Por outro lado, mesmo positivo este impacto ainda é relativamente baixo, uma vez que a maioria não sabe como administrar seus recursos advindos da produção e ainda não estão investindo na melhoria da propriedade em geral. Constatou-se também, que a adoção da tecnologia não implicou em melhorias na infra-estrutura externa às propriedades. 4.1.3. Tabela Impactos sociais aspecto Saúde Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Saúde ambiental e pessoal Sim -0,02 - -0,02 Segurança e saúde ocupacional Sim -0,44 - -0,44 Segurança alimentar Sim 5,58-5,58 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Saúde ambiental e pessoal / Segurança e saúde ocupacional A inovação tecnológica implicou em alterações relacionadas aos indicadores saúde ambiental e pessoal e, segurança e saúde ocupacional, pois algumas famílias utilizam agrotóxicos, como o Tamaron, no combate a brocas que atacam os perfilhos das bananeiras, muitas vezes sem o devido uso de equipamentos de proteção individual, trazendo efeitos para estes componentes, ocasionando impacto negativo para estes indicadores. 15

Segurança Alimentar Ao longo da história da cultura no Estado do Amazonas, a banana constitui-se em uma das principais frutas da dieta alimentar da sua população. Além disso, representa uma fonte contínua de renda, por produzir durante todo o ano. Assim, a utilização de variedades de bananeira resistentes à sigatoka negra, continua ao longo destes anos de avaliação, implicando em reflexos positivos nos indicadores de segurança alimentar, igual a 5,58, considerados, principalmente, na escala local. Permaneceu um grande impacto no componente garantia da produção, enquanto os componentes quantidade de alimentos e qualidade nutricional do alimento aumentaram significativamente. 4.1.4. Tabela Impactos sociais aspecto Gestão e Administração Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Dedicação e perfil do responsável Sim 4,18-4,18 Condição de comercialização Sim 4,47-4,47 Reciclagem de resíduos Sim 3,40-3,40 Relacionamento institucional Sim 7,20-7,20 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Dedicação e perfil do responsável Neste indicador constatou-se que os agricultores que adotam a tecnologia, buscam maiores oportunidades de capacitação, consequentemente, adotam algumas práticas de manejo para o cultivo. O principal componente identificado foi o engajamento familiar, devido maior participação da família no sistema produtivo, o que resultou num significativo índice de 4,18. Quanto ao uso de sistema contábil e modelo formal de planejamento já é possível assinalar que, devido ao impacto financeiro positivo, muitos produtores já fazem uso de algum planejamento tentando controlar fluxo de caixa e planejamento para futuros investimentos como aumentar o tamanho da área plantada. Quanto ao sistema de certificação, permaneceram inalterados, embora os produtores reconheçam a importância que deve ser dada a este componente. Embora alguns já utilizem o acompanhamento do fluxo de caixa das propriedades, no indicador capacitação, tem-se priorizado, a orientação e capacitação quanto ao uso destes instrumentos administrativos em um módulo específico 16

denominado Administração Rural, para favorecer o controle da atividade, esperando-se assim, de alguma forma, contribuir para melhoria dos índices neste indicador. Condição de comercialização Positivamente, no ano de 2011, grande parte dos produtores entrevistados contou com incentivo do Governo para comercialização da produção, como foi citado na transcrição da gravação da entrevista do Sr. Iranir Gomes da Costa, que relatou que os órgãos do Estado estão de portas abertas para a produção. Sendo disponibilizados caminhões para o transporte e, mais importante, o Governo do Estado criou feiras onde estes produtores comercializam seus produtos. Esse conjunto de ações oportunizam o impacto positivo de 4,47 para este componente na área entrevistada, tendendo a melhorar este indicador por conta da abertura de mais feiras, mais incentivos e da tendência a se melhorar o sistema de embalagem do produto. Reciclagem de Resíduos Os agricultores que adotam a tecnologia estão mais conscientes quanto à coleta seletiva e a destinação do lixo doméstico, com o indicador de 3,47, levando à reflexão que a adoção da tecnologia não resultou no tratamento dos resíduos domésticos, dando continuação à queima de vários resíduos, o que favorece a poluição atmosférica local. como por exemplo, a queima de saco plástico de adubo. Relacionamento Institucional Quanto ao indicador relacionamento institucional, observou-se que os componentes: utilização de assistência técnica, associativismo e cooperativismo e empregados especializados foram positivamente alterados pela adoção tecnológica, com coeficiente de alteração significante, onde o índice de impacto positivo foi igual a 7,20. 4.2. Índice de Impactos Sociais Geral Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) 3,54-3,54 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) 17

A avaliação dos impactos sociais da tecnologia variedades de bananeira apresentou Índice de Impacto positivo, igual a 3,54. Se forem consideradas as avaliações anteriores, apenas como efeito comparativo, na localidade em pauta Rio Preto da Eva este índice é bem representativo da importância do impacto dessa cultura para os produtores da localidade. No entanto, deve-se considerar também, os vários indicadores que compõe este índice e impactos relevantes em alguns destes e, em alguns elos da cadeia produtiva no ano de 2011. Os principais indicadores que se destacaram na composição deste índice permaneceram os mesmos: capacitação, geração de renda no estabelecimento, segurança alimentar, e relacionamento institucional. Novamente, ressalta-se a importância que deve ser dada ao aspecto gestão e administração, que os auxiliarão na gestão de seus proventos e negócios, bem como, quanto ao componente condição de comercialização, que ainda reflete o baixo envolvimento dos produtores com o cooperativismo, embora participem de associações. O fortalecimento do cooperativismo representa alternativa viável para o desenvolvimento da agricultura familiar, pois facilita o processo de comercialização, aquisição de financiamentos e principalmente a integração social das famílias envolvidas. Quanto a indicador de saúde, somente os relativos à segurança alimentar apresentaram impactos positivos devido à importância da banana na dieta alimentar das populações e na composição da renda das propriedades. 4.3. Impactos sobre o Emprego Neste relatório a estimativa do número de empregos gerados foi realizada com base nos dados do IDAM de distribuição de mudas para os municípios do Estado do Amazonas. Em 2010 foram distribuídas cerca de 386.920 mudas de variedades de bananeiras resistentes à sigatoka-negra. Considerando que para cada hectare são necessárias 1.222 mudas, estimase um acréscimo nas áreas de adoção em torno de 317 ha. Considerando-se ainda, que cada hectare de banana cultivado gera 1 emprego no segmento produtivo, deduz-se que a bananicultura estadual gerou, entre os anos de 2010 e 2011, cerca de 317 empregos diretos, somente no segmento produtivo. Geração de empregos Quantidade Quantidade de emprego gerado 317* * Empregos diretos, considerando-se somente o segmento produtivo. 18

4.4. Fonte de Dados O levantamento dos dados primários foi realizado nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2011, tendo como ano base o referido ano. A seleção do município e definição da amostragem foi realizada em reunião com a equipe de avaliação de impactos da Embrapa sob a indicação do IDAM. Foram selecionados os municípios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva, foram visitados 15 produtores dos quais foi selecionada uma amostra de 10 produtores familiares, principal característica da agricultura no Estado do Amazonas. O Instituto de Desenvolvimento do Estado do Amazonas IDAM entrou em contato com os produtores para agendamento das entrevistas e acompanhou os membros da equipe responsável pelo Relatório de Impacto aos locais. Além dos dados primários, também foram coletados dados secundários em fontes do IDAM, Secretarias Municipais de Agricultura e IBGE também para composição dos impactos econômicos. Tabela 3.3.1 Número de consultas realizadas por município Municípios Estado Produtor Familiar Produtor Patronal Pequeno Médio Grande Comercial P. Figueiredo AM 5 5 Rio Preto da Eva AM 10 10 Total 15 15 Total 5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Agro (x) Sim ( ) Não 5.1. Avaliação dos Impactos Ambientais Os impactos ambientais foram avaliados quanto aos aspectos de eficiência tecnológica, conservação ambiental e recuperação ambiental e índice de impacto ambiental, conforme metodologia estabelecida no Ambitec-Agro. 5.1.1. Alcance da Tecnologia A tecnologia tem sido adotada, principalmente, nos Estados do Amazonas e 19

Rondônia, destacando-se o primeiro estado onde ocorre maior infestação da cultura pela Sigatoka-Negra. Em 2010 foram distribuídas cerca de 386.920 mudas de variedades de bananeiras resistentes à sigatoka-negra em 49 municípios do Estado do Amazonas, sendo destes o município do Rio Preto da Eva o que recebeu maior quantidade, em média 51.180 mudas. Considerando que para cada hectare são necessárias 1.222 mudas, estima-se um acréscimo em 2011 nas áreas de adoção em torno de 317 ha. 5.1.2. Eficiência Tecnológica 5.1.2.1. Tabela Impactos ambientais aspecto Eficiência Tecnológica Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Uso de agroquímicos/ insumos Sim -4,05 - -4,05 químicos e/ou materiais Uso de energia Sim -0,06 - -0,06 Uso de recursos naturais Sim 0,75-0,75 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Uso de Agroquímicos / insumos químicos e ou materiais A adoção da tecnologia resultou em grande diminuição no uso de pesticidas e, principalmente fungicida, devido à resistência a sigatoka negra. Quanto ao uso de fertilizantes, a tecnologia exige o aumento no uso deste, e como na área avaliada primase pelo que preconiza a técnica, há um importante impacto com índice de -4,05 para o uso de agroquímicos/insumos químicos e/ou materiais, que são necessários ao resultado excelente do final do processo, manifestado por meio da colheita abundante, destacando seu potencial produtivo, ressaltando-se que para 2011 a área plantada diminuiu em relação a 2010, porém, comparativamente, a produtividade permaneceu em alta, destacando a alta capacidade produtiva das cultivares plantadas, objeto dos esforços despendidos pela Embrapa ao longo dos anos. Por outro lado, aqueles produtores que seguem as recomendações propostas pela Embrapa, afirmam que passaram a utilizar os fertilizantes de forma eficiente e controlada após a adoção da tecnologia, reduzindo também os custos de produção. Os insumos mais citados pelos produtores foram NPK, calagem, FTE, superfosfato, magnésio, também o adubo natural foi citado por praticamente todos os produtores. 20

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Uso de energia Este indicador permaneceu praticamente inalterado, demonstrando que a tecnologia não influenciou no aumento de consumo de energia, com valor negativo igual a -0,06, indica alguma atividade que o produtor praticava antes, como a utilização de restos vegetais, e que após a adoção mateve-se o consumo deste. Uso dos recursos naturais Verificou-se junto aos produtores que adotam a tecnologia, que a expansão da área de plantio dá-se mais por motivo de buscarem aumentar seus proventos, do que para reparar baixa produtividade, pois todos na área avaliada, são unânimes em registrar que são conscientes da alta produtividade de suas áreas plantadas, e que ao mesmo tempo em que gera bom retorno financeiro, estimula o produtor a reinvestir e expandir o bananal, quanto a diversificar com outras culturas, onde a criação de peixes tem sido bastante cogitada por uns e já implantada por outros. Quem atesta este dado é o IBGE que registra aumento do rendimento médio no último ano e a área plantada foi reduzida praticamente pela metade. Os outros componentes água para irrigação e água para processamente sofreram uma alta de 0,75, pois alguns produtores irrigam seus bananais. 5.1.3. Conservação Ambiental 5.1.3.1. Tabela Impactos ambientais aspecto Conservação Ambiental Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Atmosfera Sim 0,00-0,00 Capacidade produtiva do solo Sim 4,05-4,05 Biodiversidade Sim 0,40-0,40 Qualidade da água Sim 1,50-1,50 Geração de resíduos sólidos Sim - - - *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Atmosfera Os produtores antes da adoção da tecnologia praticavam atividades que geravam poluentes atmosféricos como, por exemplo, exploração de carvão. Considerando que o CO 2 é gerado, tanto por atividades relacionadas com o uso de combustíveis fósseis, como por queima de resíduos da colheita, de pastagens, e da vegetação em geral, a adoção da tecnologia permitiu o abandono desta prática por estes produtores, 22

permitindo que o ambiente não sofra alterações quanto a possíveis agressões. Além disso, a adoção da tecnologia aumenta a capacidade produtiva do solo o que gerou um índice de 4,05 de impacto positivo para este item. Capacidade produtiva do solo Verificou-se que os produtores que adotam a tecnologia, conseguem cultivar a mesma área por um período mais longo de tempo, ampliando a capacidade produtiva do solo. As Secretarias Municipais de Agricultura e IDAM estão articulando novas formas de apoio a estes agricultores para que ocorra um bom manejo da cultura e, para que esse prazo se prolongue, ou seja, por dez anos, ciclo de vida de um bananal. Qualidade da água A adoção da tecnologia praticamente não gerou alteração no indicador qualidade da água, principalmente, devido aos plantios não receberem irrigação, sendo que apenas alguns são irrigados durante o forte verão da região norte, porém, os produtores reconhecem que nesta época do ano deveriam irrigar seus plantios, por haver uma percepção de que as plantas sofrem nesta época. Contudo, apesar de seus plantios estarem próximos a igarapés e leitos de água, eles ainda não se estruturaram para fazer funcionar sistemas de irrigação dentro dos bananais. Biodiversidade A expansão de áreas plantadas, como já se disse no item uso de recursos naturais, mais para aumento de proventos do que por necessidade de compensar produtividade, ocasionou em perdas da biodiversidade pontual e local, contribuindo para um pequeno impacto de vegetação nativa, porém sem efeito para corredores de fauna e extinção de espécies ou variedade caboclas. O índice aponta um comedido aumento para este indicador, igual a 0,40, o que para para o tamanho da área de cada produtor não é muito significativo. Vale ressaltar também que existem políticas públicas para o Estado do Amazonas diferenciadas de outras regiões, ou seja, desmatamento praticamente zero, fazendo com que a prática no cultura da banana, possa ser um alternativa de atividade rural bastante promissora para estes agricultores, vindo ao encontro dos ideias conservacionistas do Estado. 23

Geração de resíduos sólidos O cultivo de banana não acarreta geração de resíduos sólidos. 5.1.4. Recuperação Ambiental Os produtores que adotam a tecnologia recebem orientação técnica para implantarem o cultivo em áreas anteriormente cultivadas ou em áreas de capoeira, evitando-se a derrubada de floresta primária, o que neste caso os agricultores puderam aproveitar a área já desbastada pelo pela prática do carvão. Além disso, por ser uma cultura perene, contribui de forma significativa para não abertura de novas áreas, com um baixíssimo impacto de 0,40. 5.1.4.1. Tabela Impactos ambientais aspecto Recuperação Ambiental Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Recuperação ambiental Sim 0,42-0,42 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) 5.2. Índice de Impacto Ambiental Geral Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) 0,37-0,37 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) O Índice de Impacto Ambiental da integração tecnológica do uso de variedades de bananeira resistentes à sigatoka negra nas propriedades visitadas foi igual a 0,37 de um valor máximo possível de 15. Isto demonstra que na área pesquisada, o impacto ambiental que a adoção da tecnologia causou foi positivo, porém com uma larga oportunidade de potencialização. Fatores como a prática de implantação dos bananais em áreas alteradas ou em áreas de capoeira vem contribuindo para evitar a derrubada de floresta, demonstrando que o cultivo de variedades de bananeiras resistentes à sigatoka negra, gerou impactos negativos, insignificantes, no tocante a alteração do meio ambiente onde se encontra instalado, uma vez que a atividade é primária, sem grandes demandas impactantes. 24

5.3. Fonte de Dados O levantamento dos dados primários foi realizado nos meses de outubro e novembro 2011, tendo como ano base o referido ano. Optou-se por entrevistar produtores dos municípios de Rio Preto da Eva e de Presidente Figueiredo, onde a maioria que compõe o relatório são de Rio Preto da Eva. Foram selecionados os municípios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva e uma amostragem de 15 produtores familiares, sendo escolhidos 10 para servirem de fonte à elaboração deste Relatório de Impacto. O Instituto de Desenvolvimento do Estado do Amazonas IDAM entrou em contato para agendamento das entrevistas. A entrevista/vistoria também foi realizada com o apoio de um agente do IDAM, representante em cada município. Além dos dados primários, também foram coletados dados secundários em fontes do IDAM, Secretarias Municipais de Produção e IBGE também para composição dos impactos econômicos. Tabela 5.3.1 Número de consultas realizadas por município Municípios Estado Produtor Familiar Produtor Patronal Pequeno Médio Grande Comercial P. Figueiredo AM 5 - - - 5 Rio Preto da Eva AM 10 - - - 10 Total 15 - - - 15 Total 6. AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS GERADOS Desde 2009 a área plantada da cultura da banana vem foi significativamente alterada por fatores ambientais, como a estiagem e as grandes enchentes que vêm acometendo o Estado do Amazonas, nos últimos anos. Apesar disso, o cenário desponta-se favorável com as estimativas de produtividade do IBGE para 2011 que foi de 11.616kg/ha, representando um acréscimo acima de 25% em relação ao último ano. Embora as estatísticas demonstrem grande redução de área plantada, rendimento médio e produção, por outro lado, a avaliação de impactos identificou que os impactos na região onde a tecnologia adotada foi avaliada, permaneceram praticamente estáveis. Novamente, porém em decorrência de outros fatores, como o cerceamento de 25

importação da banana do Estado de Roraima que era responsável pela provisão de 30% do produto no mercado local, colaborando com um impacto positivo para a cultura no Estado, influenciado pelo balanço oferta/procura, onde a oferta ficou em baixa pelo desabastecimento de Roraima. Devido à grande procura pelo produto em épocas de baixa oferta, houve consequente melhoria no preço de venda para em média R$1,10/kg, embora alguns agricultores relataram que este valor chegou a R$2,65/kg. Observou-se ao longo de 2011, que a tecnologia possui potencial de crescimento e vem contanto com o apoio do Órgão de Assistência Técnica do Estado que tem dado atenção especial quanto à indicação e distribuição de mudas das variedades de bananeiras geradas pela Embrapa, só em 2009 foram 3 milhões de mudas, o que, consequentemente, se refletiu em produtividade para os anos seguintes. Além disso, este e outros órgãos como o próprio IBGE buscou o apoio da Unidade para formalização de parcerias para o fortalecimento da cultura no Estado. Com estas parcerias e ações em prol da cultura, espera-se um ambiente cada vez mais favorável tanto no âmbito estadual como no nacional. Contudo, vale destacar a necessidade de serem trabalhados todos os elos da cadeia produtiva, a fim de que se favoreça ao crescimento e fortalecimento do produtor rural. Com a análise dos índices de impactos econômicos, sociais e ambientais da tecnologia Variedade de bananeira resistentes a sigatoka negra, observou-se que esta demonstrou e vem demonstrando sua grande contribuição para o aprimoramento da agricultura familiar no Estado do Amazonas. Para a Amazônia é imprescindível que se gere tecnologias, principalmente para a agricultura, visando um desenvolvimento sustentável econômico, social e ambiental. No entanto, alguns dos aspectos como Emprego e Gestão e Administração, que compõem a geração do índice de impacto social necessitam ser potencializados. Entende-se que a partir da identificação dos principais impactos positivos e negativos será possível identificação de oportunidades de melhorias para que a tecnologia possa alcançar todo o seu potencial de contribuição para o desenvolvimento destas três dimensões. De maneira geral, os índices apresentados nas dimensões sociais (3,54) e ambientais (0,37), ainda possuem grandes oportunidades de melhoria. Obviamente, os reflexos destes fatores, consequentemente, serão visualizados na dimensão econômica. 26

7. CUSTOS DA TECNOLOGIA 7.1. Estimativa dos Custos Tabela 7.1.1 Estimativa dos Custos Ano Mão-de-obra Custo da tecnologia Total R$ Custeio (R$) R$ 1998 176.436,24 70.574,50 247.010,74 1999 158.793,57 63.516,09 222.309,66 2000 142.914,21 57.164,48 200.078,70 2001 128.622,79 51.448,04 180.070,83 2002 0,00 15.000,00 15.000,00 Valores atualizados pelo IGP-DI de janeiro de 2011. 7.2. Análise dos Custos Para cálculo dos custos de geração da tecnologia foi considerada a data de início de validação da tecnologia para indicação ao Estado do Amazonas (1998) e a data de início de adoção da tecnologia (2000). Foram considerados os salários dos pesquisadores envolvidos com a tecnologia e de mais quatro operários rurais e três laboratoristas, conforme descreve a metodologia de Ferreira et. al. (2006). Ainda conforme metodologia citada, no primeiro ano de avaliação das cultivares, foi calculado o salário integral de toda equipe e considerado como gasto com mão-de-obra. A partir do segundo ano foi aplicada redução de 10% ao ano, pois paralelamente foram avaliadas e desenvolvidas outras variedades. Ainda, conforme a metodologia utilizada por Ferreira et. al. (2006) foram calculados os custos com administração, considerando 40% do valor da mão-de-obra. Por fim, a estimativa total de custo para geração da tecnologia foi de R$849.469,86. No ano de 2002 considerou-se o quantitativo de R$15.000,00 para as ações de transferência da tecnologia, neste caso a realização de um evento para apresentação das novas variedades de bananeira. 27