REFLEXÕES TEÓRICOS-METODOLÓGICAS SOBRE A CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES-FORMADORES NO CONTEXTO DA UAB/IFCE



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REFLEXÕES TEÓRICOS-METODOLÓGICAS SOBRE A CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES-FORMADORES NO CONTEXTO DA UAB/IFCE Resumo Regina Santos Young Cristiane Borges Braga Lívia Maria de Lima Santiago O objetivo do presente trabalho é avaliar a metodologia utilizada no curso de capacitação de professor-formador realizado pela UAB/IFCE. A necessidade do curso foi devido à crescente demanda de disciplinas e da especificidade do trabalho do professor-formador. A primeira versão do curso foi realizada em 2008 e a segunda versão ocorreu durante os mês de junho e julho de 2009, sendo esse último objeto da pesquisa que contou com a presença de 43 participantes. Para o desenvolvimento da pesquisa, nos orientamos pela pesquisa participante como abordagem metodológica. Outro procedimento foi a análise das mensagens dos alunos que ficaram registradas e disponíveis no Ambiente MOODLE utilizado para o oferecimento do curso. A análise das falas dos cursistas e de nossas observações nos permitiram compreender as falhas do planejamento e as necessidades dos alunos para que possam ser revistas e melhoradas num contínuo processo dialético entre teoria e prática. Através dos resultados pudemos, considerar que a metodologia colaborativa permite um bom resultado no processo de ensino e aprendizagem formado por um público heterogêneo e com conhecimentos e formações diversas. Nesse sentido, o desenho do curso deve valorizar os conhecimentos que os alunos trazem permitindo a relação horizontal entre todos, seja entre cursista-cursista, seja cursista-professor. Palavras-chave: Formação docente, Educação a distância e Professor-formador Résumé L objectif de cette recherche est d évaluer la méthodologie utilisée dans le cadre du cours de professeur-formateur réalisé par l Université Ouverte du Brésil (UAB) dans le pôle de l Institut Fédéral de Sciences et Technologie (IFCE). La nécessité d un cours de capacitation est dû à une augmentation de la demande et de la spécificité du travail de professeurformateur. La première version du cours a été organisée en 2008 et la deuxième en juin-juillet 2009, cette dernière étant l objet de la recherche qui comptait avec la présence de 43 participants. Pour le développement de la recherche, nous nous sommes orientés vers la recherche participative comme abordage méthodologique. Une autre méthode utilisé a été celle de l analyse des messages des élèves qui ont été enregistrés et qui sont donc disponibles dans la plateforme Moodle utilisée pour la difusion du cours. Il est dificile de ne pas se questionner sur les résultats lors d un cycle de projet éducatif et, principalement, si les objectifs ont été atteints. C est avec cette préoccupation, que nous considérons fondamentale, du processus d évaluation procédurale, en relation non seulement avec l apprentissage des élèves, mais, aussi en relation avec projet éducatif qui a été réalisé. C est dans cette optique que le cours de professeur-formateur a été planifié et exécuté. L analyse des "dire" des étudiants, ainsi que nos observations, nous ont permis de comprendre les failles de la planification et les nécessités des élèves, afin qu elles puissent être révisées et améliorées,

2 dans un processus dialectique continu entre théorie et pratique. En se basant sur ses résultats, nous avons pu considérer que la méthodologie collaborative permet un bon résultat dans le processus d enseignement et apprentissage qui est formé par un public hétérogène et ayant des connaissances et formations diverses. Dans ce sens, le déroulement du cours doit se valoriser avec les connaissances amenés par les élèvent, permettant ainsi une relation horizontal entre tous, que ce soit étudiants-étudiants ou élèves-professeurs. mots-clés: Formation de professeurs, Formation Ouverte et À Distance, Professeur-formateur Introdução O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), por meio do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), vem ofertando cursos na modalidade a distância nas áreas de Licenciatura em Matemática e Tecnologia em Hospedagem desde 2007. Esses cursos contam com um sistema de tutoria composto por profissionais que atuam na área docente para oferecer ao aluno toda a estrutura necessária para seu processo de ensino e aprendizagem. Nesse artigo, iremos destacar o trabalho do professor-formador e sua formação no contexto da UAB/IFCE, por meio da avaliação de um curso de capacitação realizado em 2009. Esse profissional é responsável pelo acompanhamento e orientação dos professorestutores que lidam diretamente com os alunos no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Sua posição estratégica deve-se também ao seu envolvimento direto com questões pedagógicas e curriculares dos cursos. Devido à crescente demanda de disciplinas e da especificidade do trabalho do professor-formador, houve a necessidade de cursos de formação para essa área no contexto da UAB/IFCE. A primeira versão do curso foi em 2008, e a segunda versão foi realizada durante os meses de junho e julho de 2009. A partir dessa experiência, surgiu o seguinte questionamento: será que metodologia utilizada no curso permitiu que os objetivos propostos fossem atingidos? Será que os cursistas compreenderam o papel do professor-formador e os saberes necessários para a prática desse profissional no contexto da UAB/IFCE? A partir desse questionamento, nosso objetivo principal foi de avaliar o curso com o intuito de melhorá-lo, bem como contribuir com a comunidade que vem trabalhando com a modalidade de ensino a distância. Partimos do pressuposto de que a construção de uma educação a distância de qualidade passa necessariamente pela formação humana dos

3 envolvidos, aliada aos recursos tecnológicos buscando refletir a experiência do curso com base na constituição de uma práxis 1 constante. Para o desenvolvimento da pesquisa, orientamos-nos pela pesquisa participante como abordagem metodológica. Outro procedimento foi a análise das mensagens dos cursistas que ficaram registradas e disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem MOODLE utilizado para o oferecimento do curso. As ferramentas de interação do AVA permitiram que os alunos se expressassem durante todo o curso, com especial atenção ao Diário de Bordo de cada aluno que utilizamos como estratégia de avaliação processual das atividades e da metodologia do curso. 1. A tutoria na UAB/IFCE No cenário social contemporâneo, a educação a distância tomou um novo impulso e passou a ter um valor estratégico para instituições de ensino brasileiro, seja no sistema público ou privado. No tocante ao sistema público, um dos grandes projetos foi o sistema Universidade Aberta do Brasil, que aproveitando-se das oportunidades e potencialidades tecnológicas, desenvolveu um conjunto de ações e articulações interinstitucionais para democratizar o acesso ao ensino superior, principalmente na formações de professores. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) atua como parceiro dessa iniciativa com a Secretaria de Educação a Distância (SEED) do Ministério da Educação (MEC). O órgão responsável dentro do IFCE é a Diretoria de educação a distância (DEAD) que possui uma estrutura complexa composta por uma equipe multidisciplinar para oferecer cursos a distância visando à qualidade tecnológica e pedagógica. Dentro da proposta da instituição, a formação docente é uma ação que está sendo desenvolvida continuamente no DEAD/IFCE sendo fundamental para que os processo educativos tenham a qualidade necessária para lidar com os novos desafios desse contexto que envolve inovação tecnológica. No modelo adotado pela UAB/IFCE, os alunos são acompanhados em seu processo educativo por um Sistema de Tutoria que envolve três profissionais com funções distintas: O professor-formador tem a função de acompanhar a ação pedagógica do professortutor a distância, primando pela qualidade de mediação desse profissional junto aos alunos. Ele deve orientar os professores-tutores que estão sob sua responsabilidade em parceria na 1 Práxis, segundo Paulo Freire, consiste na reflexão crítica sobre a prática com objetivo de uma ação crítica e libertadora pautado numa relação dialética, pois é práxis, que implica na ação e na reflexão dos homens para transformá-lo (FREIRE, p.38). Essa postura se contrapõe ao ativismo.

4 busca de soluções para os problemas e inovações metodológicas sempre visando à aprendizagem dos alunos. O professor-formador não lida diretamente com os alunos somente com o tutor a distância. Já o professor-tutor tem como função o acompanhamento pedagógico dos alunos, atuando na mediação dos conteúdos e oferencendo todo suporte necessário para que aprendizagem ocorra. Esse profissional lida diretamente com os alunos. Em outra frente, o tutor-presencial é um profissional que oferece assistência aos alunos diretamente nos polos de apoio, situados nos municípios em que os alunos residem. O tutor-presencial não atua na mediação dos conteúdos, mas no suporte técnico e administrativo. A seguir, destacamos a identidade do professor-formador e sua importância no contexto da IFCE/UAB. 1.1 A função estratégica do professor-formador O professor-formador dentro do contexto da UAB/IFCE é um profissional que lida diretamente com a questão curricular e didática dos cursos. A ele compete o planejamento pedagógico das aulas a serem realizadas nos encontros presenciais e virtuais; a orientação e acompanhamento dos professores-tutores sob sua responsabilidade durante todo o período de desenvolvimento de sua disciplina e a atualiação de materiais e atividades dos conteúdos. Nesse contexto, Maurice Tardiff (2002) defende em seus trabalhos sobre saberes docente que o professor mobiliza conhecimentos diversos em seu trabalho cotidiano, por isso considera o saber docente como um saber plural. Segundo ele, é necessário que o professor possua saberes docentes já conhecidos e legitimados, como o saber disciplinar (domínio do contéudo específico de sua área de conhecimento); formação profissional (provenientes dos curso de pedagogia); experiênciais (de sua prática cotidiana); saber curricular (dos programas escolares). Além dos saberes docentes reconhecidos no ensino convencional, é necessário que o professor-formador conheça os saberes específicos do ensino a distância, que abrangem duas questões principais: as metodologias da EAD e o domínio das ferramentas tecnológicas. Segundo Moran (2008, s/n):

5 Passamos muito rapidamente do livro para a televisão e o vídeo e destes para o computador e a Internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada meio.o professor tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar com os alunos presencial e virtualmente, de avaliá-los. Cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e os muitos procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie, que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática. Não se trata de dar receitas, porque as situações são muito diversificadas. É importante que cada docente encontre sua maneira de sentir-se bem, comunicar-se bem, ensinar bem, ajudar os alunos a aprender melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar. O professor-formador organiza toda a estrutura da disciplina buscando uma coerência entre o planejamento e as atitudes dos tutores com o objetivo de seguir a missão da instituição que é oferecer ensino superior de alto nível para a sociedade. Diante dessa realidade, destacamos a seguir a dinâmica do curso desenvolvido para a preparação de professores-formadores. 2. Capacitação do professor-formador: o percurso O curso para preparar professores-formadores surgiu da necessidade de atender a uma demanda educativa específica, diante da expansão dos cursos de licenciatura em Matemática e Tecnologia em Hospedagem de forma rápida e crescente. Então, como preparar professores que tinham diferentes experiências e atuavam em áreas distintas do conhecimento? A elaboração do desenho do curso precisava lidar com essa questão. Assim, o curso foi elaborado tendo como fundamentos pedagógicos dois eixos centrais: a metodologia colaborativa e a estratégia metodológica de resolução de situações-problema. A metodologia colaborativa vem sendo defendida por autores que pesquisam e atuam na área educação a distância. Essa metodologia enfatiza a comunicação dialógica como elemento fundamental para o processo de ensino e aprendizagem. Outra característica consiste na concepção que o conhecimento deve ser construído pelos alunos em interação com os outros e não somente por meio de transmissão do conhecimento. Nessa perspectiva, a metodologia colaborativa percebe o aluno como sujeito ativo no processo de ensino e aprendizagem, na qual a bagagem de experiências que trazem são importantes e devem ser valorizados na construção do conhecimento. Segundo Young (p. 56, 2008):

6 Trazer o diálogo para dentro das práticas de EAD é permitir que os alunos e alunas possam assumir seu papel de sujeito, sendo capazes de expressar idéias, percepções, desejos, intenções e sentimentos. Através da linguagem e do discurso, é possível que a interação possa se desenvolver por via de entendimento mútuo negociado e argumentativo, diferente da imposição e autoridade que muitas vezes é exercida no interior da relação entre professor e aluno. Na disciplina, tivemos um depoimento de um aluno que explicita essa ideia, na ferramenta diário de bordo: (Aluno2) Parabéns; Achei que o curso foi muito bem conduzido por vocês. As contribuições dos colegas foram muito ricas, o que evidencia a qualidade dos nossos interlocutores no decorrer do curso e o quanto esse grupo tem a acrescentar no debate em torno da EaD. Acho que a maior riqueza desse curso foram as pessoas que em torno dele se reuniu. De minha parte sou grato por ter participado dessa rica experiência. A metolodologia colaborativa permitiu um olhar positivo para as diferenças e conhecimentos prévios dos cursistas, que foram valorizados pelas atividades propostas e pelos próprios cursistas. As situações-problema tinham por objetivo uma atitude crítico-reflexiva dos cursistas sobre problemas que surgiam na prática cotidiano dos professores-formadores que estavam atuando na UAB/IFCE. Estas foram elaboradas a partir dos relatos da equipe de coordenadores dos cursos de Tecnologia em Hospedagem e Licenciatura em Matemática durante uma reunião geral na Diretoria de EAD para o compartilhamento de experiências, problemas e possíveis soluções. As reflexões realizadas pelos cursistas deveriam apontar para uma resolução ou algum encaminhamento possível, porém fundamentado nas discussões realizadas durante as aulas, nos materiais e textos, na contextualização, se possível, das experiências dos próprios cursistas com EAD, relacionando teoria e prática. A dinâmica da disciplina desenvolveu-se por meio de três grandes temas : 1) Ambiente Virtual de Educação; 2) Competências do professor-formador e 3) Gestão de Tutoria. Os temas foram fundamentos por meio de indicação de leituras e um material didático produzido na própria instituição. Para cada tema, houve atividades diferentes em que usamos diferentes ferramentas, como fóruns, tarefas, chat, diário de bordo, entre outras.

7 3. Procedimentos Metodológicos Para o desenvolvimento da investigação tivemos nos baseamos nos pressupostos da pesquisa participante. Nessa concepção, o pesquisador se envolve com o objeto de forma consciente e crítica, sabendo dos seus limites, mas também de suas possibilidades. Dessa forma, não é possível ao sujeito se distanciar do objeto a partir de uma postura de neutralidade, pois, ao olhar para o objeto pesquisado e tentar compreendê-lo, o pesquisador lança mão de seus valores, da própria relação com a realidade pesquisada, de suas experiências de vida, de seu conhecimento teórico para chegar às considerações. No processo da pesquisa participante, há uma identificação do pesquisador com seu objeto de pesquisa. Segundo Pedro Demo (p.20, 2004), O pesquisador pode talvez mesmo deva manter certa distância estratégica metodológica, mas, fazendo parte do projeto comunitário, não teria como separar de maneira estanque sujeito e objeto. Por isso, não só a observação fria, mas, sobretudo a observação participante, tipicamente convivente, é parte do projeto de pesquisa. Os dados coletados partiram das observações realizadas ao longo do curso e dos registros escritos dos cursistas disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle 2 que foi utilizado como suporte para realização do curso. A ferramenta Diário de Bordo foi utilizada com o objetivo de ouvir os cursistas. Foram avaliadas a metodologia utilizada, a mediação e condução do curso, as aulas e materiais utilizados. Em relação ao perfil dos cursistas, destacamos as seguintes informações: Sobre a experiência em EAD: 14% não conheciam essa modalidade, 46% já eram bem atuantes na área; 21% usavam bem a internet e as ferramentas digitais; e 19% não tinham nenhuma experiência. Sobre as áreas de conhecimento e formação: 23% eram da área de ciências exatas: Matemática, Engenharia, Física, Computação. 77% da área de ciências humanas: Letras, Geografia, Pedagogia, Psicologia, Comunicação Social (77%). Sobre o nível de formação: 8 Graduados; 7 Especialistas; 20 Mestres, 8 Doutores. 2 O Moodle é um software conhecido na comunidade educativa como Ambiente Virtual de Aprendizagem. Sua Sigla significa: Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment Moodle (Fonte: http://moodle.org/).

8 4. Resultados Destacamos a seguir os principais resultados considerados relevantes para melhoria de propostas futuras. Inicialmente apresentaremos as análises proporcionada pelos registros no ambiente,e por fim, as análises partidas das observações desenvolvidas. Os dados analisados no diário de bordo e nas mensagens enviadas para os professores do curso nos mostraram que, de uma forma geral (60%), os cursistas consideraram a metodologia do curso adequada. Em relação aos pontos negativos do curso, não foram apresentadas muitas questões e as mais evidentes referiram-se às atividades de bate-papo que, segundo (25%) dos cursistas, precisavam ser melhoradas, considerando a necessidade de uma maior direcionamento. A seguir, destacamos as falas dos alunos em relação ao curso em que trouxeram elementos importantes que foram considerados em nossas análises. Em relação à valorização da interação entre o grupo, proposta na metodologia adotada, percebemos uma boa aceitação dos cursistas. O depoimento da cursista 1 destaca essa questão conforme percebemos a seguir: Cursista 1 - I. S. Última edição: quinta, 16 julho 2009, 08:14 (...) A leitura das idéias dos colegas também foi proveitosa pois essa troca de experiências possibilitou um fortalecimento e um enriquecimento de nossa atuação. Abraço!! Na proposta do curso, utilizamos as ferramentas disponíveis para que os cursistas pudessem compartilhar suas tarefas com os outros colegas. Essa opção foi intencionalmente posta em prática para que os cursistas aprendessem uns com os outros, pois tínhamos perfis bastante váriados não somente nas áreas do conhecimento, mas também com as experiências individuais em cursos a distância que consideramos de grande importância para construção do conhecimento. Na fala da cursista 3, fica bem clara a importância dessa troca. cursista 3 V. M. de C. Última edição: segunda, 13 julho 2009, 18:06 Olá! Minhas contribuições estão sempre mais ligadas a pratica do que a parte teórica/pedagógica, mas estou realmente encantada com as contribuiçoes dos colegas e a riqueza de seus conhecimentos. Sobre a atividade sugerida na aula 2, em que solicitamos a elaboração de uma estratégia pedagógica para acompanhar os tutores em uma disciplina a distância, tínhamos o objetivo de levar os cursistas a refletirem sobre a importante função de acompanhar os tutores e que esse acompanhamento necessita de uma forma intencional e sistematica que realmente

9 permitisse bons resultados. A atividade exigiu a articulação dos saberes dos cursitas em relação as dificuldade práticas de um acompanhamento a distância. Tivemos uma avaliação positiva dessa atividade conforme as falas das cursistas 6,12 que descataram o caráter útil e prático da atividade que observamos a seguir: Cursista 6 A. N. S. Última edição: sábado, 11 julho 2009, 00:57 A elaboração de uma estratégia pedagógica para acompanhamento de tutores foi bastante proveitosa. Essa é uma necessidade bem concreta de quem atua como formador. Certamente, uma boa estratégia, integrando formas de comunicação síncronas e assíncronas, tornará o trabalho do formador mais eficaz e eficiente. Parabéns pelo planejamento dessa atividade. Ela é bem prática e bastante útil. Cursista 12 - N. M. Última edição: quarta, 1 julho 2009, 12:52 Gostei da proposta de elaborar uma estratégia pedagógica. Confesso que me permitiu o aprofundamento no conhecimento das ferramentas do Moodle. Está muito bom para mim este curso. Eta curso legal! Os argumentos dos cursistas nos apresentaram uma constatação de que atingimos o objetivo que esperávamos nessa atividade, apontando a efetiva necessidade de atividades dessa natureza em cursos de formações de professor-formador. Os cursistas 10 e 11 destacam tanto a importância da atividade quanto da troca de conhecimento entre os alunos no curso ao ter acesso as respostas dos outros, reforçando que a metodologia colaborativa é uma forma adequada para cursos de formação de professores para atuação na EAD. Cursista 10 I. L. Última edição: domingo, 5 julho 2009, 10:16 Gostei muito da atividade. Ter uma ação pedagógica para manter contato continuo com tutores é essencial para um bom desenvolvimento do curso, orientando e esclarecendo as dúvidas Cursista 11 C. A. Última edição: sexta, 3 julho 2009, 11:30 Quanto a atividade da aula 2, achei muito interessante as estretégias pedagógicas apresentadas pelos colegas. Com certeza com as idéias apresentadas agrega mais possibilidades para atividade docente a distância. A participação ocorreu efetivamente e demonstra o nível de comprometimento de todos. E uma das estratégias mais interessantes foi a criação de uma biblioteca virtual para a troca de materiais entre os tutores. O cursista 18 avalia de forma positiva a proposta metodológica no que diz respeito às atividades propostas, em que envolvem não somente questões teóricas, mas também as questões práticas através de atividade que envolveram situações-problema. Cursista 18 F. P. Última edição: domingo, 28 junho 2009, 21:31 Cada vez que entro no ambiente, me envolvo com a maneira prática e eficiente de aprendizado. Excelente modelo.

10 Nas falas dos alunos 21, 24 e 26, é possível perceber que de forma geral o curso atendeu os objetivos propostos tanto na estrutura quanto da forma de condução do curso. Cursista 21 F. J. Última edição: sábado, 27 junho 2009, 10:44 Gostaria de parabenizar a organização do curso, estou adorando. As aulas estão completas, bem estruturadas e permitem que tenhamos uma visão geral da real função do professor-formador. Gostei muito de participar do bate-papo. Trocamos muitas idéias sobre a EAD e o nosso papel enquanto educadores. Que possamos trocas muitos outros saberes. Cursista 24 R. B. DE O. Última edição: quinta, 25 junho 2009, 16:45 Gostaria de me dirigir a todos que fazem o curso, professoras, coordenação e direção, para parabenizar pelo conjunto do resultado, está tudo muito bom Cursista 26 M. J. C. S Última edição: terça, 23 junho 2009, 23:25Caras formadoras, O curso está muito bem elaborado e fundamentado. A forma como está sendo conduzido tem me deixado muito motivada. Em relação aos fóruns, tivemos duas proposições que trazem uma visão positiva dessa atividade. É importante destacar que os fóruns foram espaços que permitiram discussões densas e bem fundamentas entre o grupo. Não foi necessário muito esforço de mediação para chamar a participação dos cursistas. Cursista 23 G. F. P. Última edição: quinta, 25 junho 2009, 18:54 Até agora os fóruns tem constituído em ótima conversa com bom nível, até porque o material online e os textos tem nos dados muitos subsídios para discussões, e pontuado pontos para discutir. Os textos em si já são quase um "fórum" de "nós para nós mesmos". Cursista 5 A. C. U. A. Última edição: sábado, 11 julho 2009, 21:29 O encontro aconchegante,oportunizado em todos os fóruns e o chat do dia 15/06, em que nos sentimos acolhidos e livres, para expressar nossas opiniões acerca dos temas propostos. Além das análises dos registro das falas dos cursistas que se constituiram em um rico material para a avaliação do curso, tivemos também nossas próprias observações que como pesquisadoras nos permitem o olhar crítico sobre o processo. Entre nossas obervações, detacamos alguns aspectos que devem ser considerados: Em primeiro lugar, percebemos que alguns cursistas, em especial, que não tinham habilidades de utilização do computador e navegação na internet não conseguiram finalizar o curso. Essa situação nos faz pensar que para cursos desse nível de complexidade que prepara professores para orientar e acompanhar outros professores na modalidade de ensino a distância devem exigir pré-requistos mínimos, como o domínio das ferramentas da internet, sem a qual o cursista dificilmente conseguiria acompanhar a turma. O conteúdo do curso exige dos participantes a reflexão sobre o uso dessas ferramentas além de serem o principal suporte para o desenvolvimento do curso.

11 Outro ponto refere-se à articulação teórico-metodológica da formação dos professoresformadores com o treinamento do uso avançado do ambiente virtual utilizado, que envolve a configuração desse ambiente em relação às atividades e a avaliação. Devido ao curto período do curso, não foi possível realizar a formação dos professores nessa área, ficando para ser realizado em um momento posterior. Consideramos que seria mais adequado desenvolver momentos complementares de utilização do ambiente com as questões teórico-metodológico. Os conhecimentos prévios dos alunos em relação à educação a distância foi um fator que contribuiu de forma qualitativa para as discussões e reflexões coletivas. Os cursistas trouxeram suas experiências situando-as com as fundamentações teóricas propostas no curso. A metodologia proposta no curso propiciou o aproveitamento dessas experiências dos cursistas tendo como pressuposto que a construção conhecimento ocorre por meio da troca e socialização das informações e ideias entre o grupo, baseada em uma perspectiva sociointeracionista. Por fim, compreendemos que os momento de interaçõeso presenciais que ocorreram no início e no fechamento do curso foram importantes para complementar os objetivos traçados. Apesar de não terem sido avaliados pelos alunos, percebemos que o encontro inicial são importantes para um bom desenvolvimento do curso. O encontro inicial permitiu um momento de ambientação no ambiente Moodle e de estabelecimento do contrato didático, que se referiu as regras de convivência, apresentação da metodologia e da avaliação, além da apresentação dos cursistas. O encontro final proporcionou um momento de descontração e reflexão sobre contexto social e tecnológico bem como o comprometimento dos professores que assumem o papel de professor-formador. 5. Considerações finais Quando finalizamos um ciclo de algum projeto educativo, não há como não se questionar sobre os seus resultados e, principalmente, se os objetivos foram atingidos. É com essa preocupação que consideramos fundamental o processo avaliativo processual, em relação não somente à aprendizagem dos alunos, mas também ao projeto educativo que realizamos. Com essa ideia, planejamos e executamos o curso de capacitação de professores-formadores. A análise das falas dos cursistas e de nossas observações nos permitiram compreender as falhas do planejamento e as necessidades dos alunos, para que possam ser revistas e

12 melhoradas, em um contínuo processo dialético entre teoria e prática. Através dos resultados pudemos considerar que a metodologia colaborativa permite um bom resultado no processo de ensino e aprendizagem formado por um público heterogêneo e com conhecimentos e formações diversas. Nesse sentido, o desenho do curso deve valorizar os conhecimentos que os alunos trazem permitindo a relação horizontal entre todos, seja entre cursista-cursista, seja aluno-professor. Em relação ao processo de registro dos alunos na ferramenta diário de bordo, verificamos a necessidade de uma avaliação mais direcionada aos pontos fracos do curso, pois a crítica que tivemos se referiu basicamente ao debate no bate-papo, no sentido de uma maior organização por parte da mediação do professor. Consideramos que é necessáriao desenvolvimento de uma estratégia de estímulo as críticas e pontos fracos do curso seria adequada. Por fim, consideramos que uma maior carga-horária do curso poderia agregar num mesmo período a capacitação teorico-metodológica com a capacitação dos instrumentos tecnológicos que devem fazer parte da ação docente do professor-formador seria bastante indicada. Nesse curso que avaliamos, não foi possível essa junção. 6. Referências DEMO, P. Pesquisa Participante:Saber pensar e intervir juntos. 1. ed. Brasília: Liber Livro, 2004. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1987. MORAN, Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/. Acesso em: 25.ago2008. MOODLE. Disponível em: http://moodle.org. Acesso em: 20junho2009. TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. YOUNG, R. S. A construção das identidades dos alunos na educação virtual: uma experiência de ead do laboratório de pesquisa multimeios na universidade federal do ceará. Fortaleza. 259fl. Dissertação (Mestrado) em Educação Brasileira - Universidade Federal do Ceará, 2008.

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