DESAFIOS PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA: A QUESTÃO DA EDUCAÇÃO 06/2011. Sérgio Haddad

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Transcrição:

DESAFIOS PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA: A QUESTÃO DA EDUCAÇÃO 06/2011 Sérgio Haddad sergio@acaoeducativa.org

HERANÇAS DO DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO

Crescimento econômico com desigualdades Ao lado de um elevado índice de crescimento econômico no século passado, foram mantidos quase inalterados os índices de concentração de renda, constituindo-se em um dos países mais desiguais do mundo

Herança a da Desigualdade MAPA DO IDH

A HERANÇA DA DESIGUALDADE RENDA PER CAPITA

Herança a da Desigualdade Mapa da Baixa Escolaridade PERCENTUAL DE PESSOAS DE 25 ANOS OU MAIS COM MENOS DE QUATRO ANOS DE ESTUDO, 2000 TODOS OS MUNICÍPIOS DO BRASIL

A HERANÇA A DA DESIGUALDADE ALTA ESCOLARIDADE

Os problemas e as desigualdades na escolarização no Brasil MACRO PROBLEMA O nível de escolaridade da população brasileira é baixo e desigual INDICADOR Media de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de idade 2008 Brasil: 7,4 anos Nordeste: 6,2 anos Sudeste: 8,1 anos Rural: 4,6 anos Urbana: 7,9 anos Preta/Parda: 6,6 anos Branca: 8,3 anos 20% + pobres: 5,1 anos 20% + ricos: 10,4 anos PROBLEMAS Homens: 7,3 anos Mulheres: 7,6 anos Persistência de elevado contingente de analfabetos, reforçando desigualdades Acesso restrito à educação infantil de qualidade, sobretudo por crianças de 0 a 3 anos Níveis insuficientes e desiguais de desempenho de e conclusão do ensino fundamental, com acesso limitado para alunos com deficiência Níveis insuficientes de acesso, permanência, desempenho e conclusão do ensino médio Acesso restrito e desigual ao ensino superior Insuficiência e Inadequação da Oferta de Educação Profissional* Cobertura, Qualidade e Articulação * Formação inicial e continuada de trabalhadores e educação profissional técnica de nível médio

Desigualdade no acesso Apesar do aumento na oferta a qualidade é baixa e grupos vulnerabilizados têm maior dificuldade no acesso à educação população negra, particularmente as mulheres; populações indígenas; jovens, membros de famílias pobres; habitantes das regiões Norte e Nordeste e das áreas rurais.

% EDUCAÇÃO: PEQUENA MELHORA Taxa de freqüência líquida a escola dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade, por quintos do rendimento mensal per capita - Brasil - 1997/2002/2007 Total: 48,3% NA BASE DA PIRÂMIDE 75,8 77,0 64,3 63,0 58,3 51,4 40,8 41,7 38,7 28,2 27,8 24,4 16,8 14,4 6,1 1º quinto 2º quinto 3º quinto 4º quinto 5º quinto Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1997/2002/2007 Nota: 1997 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá 1997 2002 2007

Desigualdade no Acesso Ensino Médio Proporção de jovens de 15 a 17 anos cursando o Ensino Médio (2009) Brasil: 50,4% Preta ou parda: 43,5% Branca: 60,3% Rural: 35,7% Urbano: 54,4% Nordeste: 39,2% Sudeste: 60,5,4% Homens: 45,3% Mulheres: 56,7% 20% mais pobre: 32,0% 20% mais rico: 77,9% Indice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) Brasil: 3,6% Privado: 5,6% Público: 3,4% Paraná: 4,2 % Piauí: 3,0%

2. Qualidade diferenciada para ricos e pobres - Qualidade do ensino é fator importante de exclusão - impede o desenvolvimento das habilidades técnicas e cognitivas - A educação brasileira tem qualidade insatisfatória de maneira geral - Grupos vulnerabilizados, estudantes das escolas públicas, enfrentam piores condições de ensino-aprendizagem

3. Desigualdade no acesso a recursos Gráfico 5 - Recursos disponíveis no Ensino Fundamental (2005) % de alunos atendidos 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 Biblioteca L. Cien. L Info. Qdra Esp. Internet 0,0 Brasil Pub Brasil Priv Norte Pub. Norte Priv Ne Pub Ne Priv Se Pub Se Priv Sul Pub Sul Priv CO Pub CO Priv

3. Desigualdade no acesso a recursos Professores - As desigualdades também se refletem na carreira do magistério Rendimento/hora dos professores de ensino fundamental com formação de nível superior (2008) Nordeste: US$ 3,3 Sudeste: US$ 5,3 Financiamento Investimento por aluno/ano (2004) Alagoas (NE): US$ 316,7 São Paulo (SE): US$ 887,9

INDICADORES DE ESCOLARIZAÇÃO EM EJA Indicador População Total 189.952.795 15 anos ou mais 142.998.610 Analfabetos (15 anos ou mais) 14.247.495 Têm de 1 a 3 anos de estudo (15 anos ou mais) 14.160.729 Têm 4 a 7 anos de estudo (17 anos ou mais) 31.826.855 Têm 8 a 10 anos de estudo (19 anos ou mais) 20.210.056 Fonte: PNAD/IBGE 2008

A OFERTA DE EJA NO BRASIL Modalidade e Nível de Ensino Alfabetização EJA 1º segmento EJA 2º segmento EJA Ensino Médio Oferta atual 1 1.473.319 Demanda Potencial 5 14.247.495 Tx de atendimento (%) 10,34 Oferta atual 2 1.098.469 Demanda Potencial 6 14.160.729 Tx de atendimento (%) 7,76 Oferta atual 3 1.864.817 Demanda Potencial 7 31.826.855 Tx de atendimento (%) 5,86 Oferta atual 4 1.188.245 Demanda Potencial 8 20.210.056 Tx de atendimento (%) 5,88 Fonte: Censo Escolar 2007 e Pnad 2006 1 - Alfabetizandos do PBA. 2 - Público atendido Projovem Campo; Projovem urbano; EJA rede de ensino (Municipal, Estadual,Federal e Privado); EJA semipresencial. 3 - Público atendido Projovem Campo; Projovem urbano; EJA rede de ensino (Municipal, Estadual 5 - >=15 anos não sabe ler nem escrever. 6 - >=15 anos até 3 anos de estudo; 7 - >=17 anos de 4 a 7 anos de estudo; 8 - >=19 anos de 8 a 10 anos de estudo

Fonte: IBGE, PNAD. Observatório da Equidade. Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.