Metodologia: Questionário online realizado em Junho de 2018 a 633 mulheres portuguesas. Os dados estão a ser analisados em SPSS Statistics.

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Contraceção (aspectos gerais) CL07 - SATISFAÇÃO DAS MULHERES PORTUGUESAS COM OS DIFERENTES MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Flávia Vicente 1 ; Mário Ferreira 2 ; Ana Patrícia Soares 1 ; Sara Costa 1 ; Pedro Guedes 1 ; Conceição Santos 1 ; Fernando Guedes 1 1 - Centro Hospitalar Universitário do Algarve; 2 - ACES Barlavento Introdução: Os contraceptivos inicialmente tinham o objectivo exclusivo de controlo de fertilidade mas com o surgimento de mais métodos estes também permitiram melhorar sintomatologias como dismenorreia, metrorragia, síndrome pré-menstrual ou melhorar acne. Surgiram métodos com diferentes características para que todas as mulheres tenham um método contraceptivo que se adapte a si. Objetivos: Conhecer o perfil e a satisfação das mulheres portuguesas em relação a diferentes métodos contraceptivos - Há resultados estatisticamente significativos? Metodologia: Questionário online realizado em Junho de 2018 a 633 mulheres portuguesas. Os dados estão a ser analisados em SPSS Statistics. Resultados: Perfil: O maior grupo tem entre 26 e 30 anos (25,3%), é casada / união de facto (53,9%), não tem filhos (48,0%), está muito satisfeita com o método que utiliza (35,1%), e faz esse método há mais de 3 anos (61,0%). Alguns dos resultados são: Dentro da satisfação de 0 a 5 com os diferentes métodos, a satisfação média foi de 3,98; O valor mais elevado foi 4,87 para a Laqueação Tubárica / Essure; o mais baixo 3,64 para o preservativo. Nos aspectos positivos o método mais apontado com diminuição do Síndrome Pre- Menstrual é a pílula progestativa (25,5%), já na diminuição da dismenorreia a pílula combinada 51%, e na melhoria da vida sexual a laqueação (87,5%). Nos aspectos negativos a alteração de peso com o Implanon (32,3%), a interferência na relação sexual o preservativo (48,5%), o aumento da menstruação foi apontado em 52,2% das mulheres que utiliza DIU de cobre. Conclusões: As mulheres tem características distintas entre si, seja em sintomatologia menstrual, em patologia de base ou noutras variáveis que podem ter influência na qualidade de vida. É essencial que os médicos que trabalham na saúde da mulher dominem o conhecimento sobre os diferentes métodos para que haja uma boa adesão e satisfação da mulher ao método. Palavras-chave: contracepção, satisfação, estatística

Aborto e contraceção CL08 - CONHECIMENTOS CONTRACETIVOS DA MULHER QUE RECORRE À CONSULTA DE INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ Carolina Da Costa Gomes 1 ; Fernanda Vilela 1 ; Diana De Castro Almeida 1 ; Elisabete Gonçalves 1 ; José Viana 1 ; Amália Pacheco 1 ; Ana Paula Silva 1 1 - Centro Hospitalar e Universitário do Algarve- Unidade de Faro Introdução: A interrupção voluntária da gravidez (IVG) corresponde atualmente a 97% das interrupções realizadas em Portugal. A gravidez indesejada resulta frequentemente do abandono ou uso incorrecto do método. Objectivos: Identificar os conhecimentos sobre contraceção das mulheres que recorrem à consulta de IVG. Metodologia: Estudo observacional, transversal, descritivo, consistindo na aplicação de um questionário, após autorização pela Comissão de Ética e obtenção de consentimento escrito, às mulheres que recorreram à consulta de IVG do Centro Hospitalar do Algarve - Unidade de Faro entre 1 de setembro de 2017 e 31 de março de 2018. A análise estatística foi realizada com o software SPSS versão 24.0. Resultados: Um total de 300 mulheres responderam ao questionário, com idade média de 28,8 anos. As mulheres, em média, identificaram 5,9 métodos contracetivos, sendo que 30,5% referiram conhecer menos de 3 dos 16 métodos apresentados. O método mais frequentemente identificado foi a pílula (98,6%), seguido do preservativo masculino (82,9%) e anel vaginal (51,7%). Os contracetivos de longa duração foram reconhecidos por menos de 50% e os definitivos por 24,3%. Conheciam contraceção de emergência 52,9%. O método considerado mais eficaz foi a pílula (65,6%), seguido do preservativo masculino e implante subcutâneo (32,6% e 26,9%, respetivamente). A informação sobre contraceção foi obtida, em média, através de 2,37 fontes, sendo mais vezes identificada o médico de medicina geral e familiar (57%), seguida do ginecologista (43,4%). A fonte que consideravam mais credível foi o ginecologista (50,8%). Conclusões: Os conhecimentos contracetivos das mulheres que recorrem à IVG parecem ser insuficientes: menos de metade conhece métodos reversíveis de longa duração e menos de um quarto métodos definitivos. Em oposição, mais de metade conhece a contraceção de emergência. É fundamental implementar estratégias na comunidade, com vista a educação sexual e reprodutiva. Palavras-chave: contraceção, interrupção gravidez

Contraceção (aspectos gerais) CL09 - CONTRACEÇÃO MASCULINA: VISÃO GLOBAL Maria Liz Coelho 1 ; Elisa Soares 1 ; Conceição Nunes 1 ; Cristina Carrapatoso 1 ; Joana Ferreira Carvalho 1 1 - Centro Hospitalar Tâmega e Sousa Introdução: Tradicionalmente, o planeamento familiar centra-se na contraceção feminina, estando disponíveis diversas opções reversíveis. No entanto, mais de 25% dos casais optam por métodos masculinos. Em alguns casos, por contraindicação ou presença de efeitos adversos associados aos contracetivos femininos, a escolha contracetiva encontrase limitada. Resultados: Atualmente, os métodos contracetivos masculinos mais comumente utilizados são o preservativo e a vasectomia. O preservativo é a forma mais frequente de contraceção e a única que confere proteção contra infeções sexualmente transmissíveis. A taxa de sucesso contracetiva é de 98% com utilização correta vs. 83% com utilização habitual. Por outro lado, a vasectomia é considerada uma forma permanente de contraceção, pois os procedimentos de reversão nem sempre são bem-sucedidos. É um procedimento seguro, com uma taxa de falha inferior a 1% a longo prazo. Existem alguns agentes contracetivos em desenvolvimento: não hormonais, como os Dispositivos Intra Vas (DIVs) e o Reversible Inhibition of Sperm Under Guidance (RISUG), e os hormonais. Os DIVs atuam bloqueando a passagem dos espermatozóides através do ducto deferente, com uma taxa de eficácia contracetiva de 94% em um ano. A remoção deste dispostivo restabelece a fertilidade. O RISUG, ou Vasalgel, é um método contracetivo masculino reversível, que consiste na injeção de um polímero solidificante ao nível do ducto deferente, bloqueando a passagem dos espermatozóides, associando-se a excelente eficácia contracetiva. No que concerne aos novos métodos hormonais, destacam-se a terapia transdérmica com nestorona e testosterona, a administração oral ou intramuscular de dimetrolrolona e o implante contendo 7-alfa-metil-nortestorenona. Ainda que inovadores, a investigação destes métodos enfrenta múltiplos obstáculos, tais como baixa eficácia e inúmeros efeitos adversos. Conclusões: Apesar das diversas opções disponíveis, quase metade das gestações a nível global não são planeadas. É necessário o desenvolvimento de métodos contracetivos eficazes, reversíveis e orientados para o sexo masculino, proporcionando superior controlo da sua reprodução. Palavras-chave: Preservativo Masculino, Vasectomia, Contracepção Masculina, RISUG, Dispositivo Intra Vas

Contraceção de longa duração CL10 - DUAS REALIDADES NO ALGARVE NA CONTRACEÇÃO INTRA-UTERINA: MEIO URBANO E LITORAL VERSUS RURAL E INTERIOR. Odete Domingues Cordeiro 1 ; Marta Nélia Belchior Mendonça 2 1 - UCSP São Brás de Alportel; 2 - USF Ria Formosa Introdução: A contraceção de longa duração com dispositivo intra-uterino (DIU) oferece vantagens, sendo eficaz, disponível e segura. A sua utilização não é tão frequente como outros métodos. É importante ter conhecimento dos dados relativos da sua utilização, as características das utilizadoras e factores que influenciam a adesão. Objetivos: Determinar o perfil das mulheres utilizadoras de DIU em duas unidades no Algarve. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e transversal, das utentes com DIU de dois ficheiros de Médico de Família em duas unidades no Algarve localizadas no meio Urbano e Litoral (U1) e Rural e Interior (U2). Foram incluídas utentes cujas consultas foram classificadas com o código ICPC-2: W12 - Contraceção Intra-Uterina, de 2015 até Junho de 2018. Resultados: Obteve-se um total de 26 mulheres na U1 e 7 na U2 utilizadoras de DIU, o que corresponde respectivamente a 9.5% e 3.3% das mulheres vigiadas em consulta de Planeamento Familiar. Não houve diferença significativa na distribuição etária, com média de idades de 43 anos e 41 anos respetivamente, nem na escolaridade, a maioria com superior ou igual ao 9º ano. Relativamente ao tabagismo, 42% na U1 e 29% na U2 eram fumadoras. Quanto ao tipo de dispositivo, 69% na U1 e 29% na U2 são DIU de Cobre, as restantes com Levonorgestrel. Não se verificou relação entre o tipo de DIU e outros factores como paridade, idade ou doenças crónicas. Em ambas as unidades a doença crónica mais prevalente foi depressão (19% na U1 e 43% na U2), seguindo-se HTA na U1 em 12% e Diabetes na U2 em 14%. Nestas utentes a adesão ao rastreio do cancro do colo do útero foi 69% na U1 e 86% na U2. Conclusões: Este método está disponível nas duas unidades, pelo que a assimetria encontrada no número de utilizadoras, revelou uma maior necessidade de educação para a saúde sobre contraceção. Palavras-chave: Contraceção intra-uterina, Algarve, Meio Urbano, Meio Rural

Contraceção (aspectos gerais) CL11 - SATISFAÇÃO COM O MÉTODO CONTRACETIVO Andreia Gaspar 1 ; Tânia Ascensão 1 ; Isabel Santos Silva 1 ; Maria Do Céu Almeida 1 1 - Maternidade Bissaya Barreto Introdução: A satisfação com o método contracetivo encontra-se diretamente relacionada com a sua utilização consistente e, consecutivamente, com a sua eficácia. Objetivos: Avaliar o impacto do aconselhamento contracetivo na consulta de Planeamento Familiar (PF) na escolha do método e satisfação com o mesmo. Metodologia: Estudo transversal, efetuado através de questionário, a mulheres que realizaram consulta de Planeamento Familiar (PF) após interrupção voluntária da gravidez (IVG), na Maternidade Bissaya Barreto, em 2016. Resultados: Foram incluídas neste estudo 54 mulheres, com uma idade média de 29 anos (DP 1.095). Os principais métodos contracetivos utilizados previamente à consulta eram hormonais (53.7%), de barreira (33.3%) e naturais (9.3%). Após a consulta, as mulheres optaram sobretudo por LARC (long acting reversible contraceptive 53.7%). O principal motivo para a alteração de método foi a orientação dada pelo médico ou outro profissional de saúde (57.4%), tendo sido alta (74.1%) a influência da consulta sobre essa escolha. O grau de satisfação com o método foi de 72.2%, sendo superior com os LARC (79.3%). A maioria das mulheres, um ano após a consulta, manteve o mesmo método (88.9%). As mulheres insuficientemente informadas na consulta apresentaram maior risco de não manterem o método (p=0.01, OR 1.499 [0.852-2.638], bem como as que não se encontravam satisfeitas com o mesmo (p<0.001, OR 5.333 [2.960-9.611]. 96.3% consideraram não ter faltado informação na consulta. Conclusões: A maioria das mulheres demonstrou estar satisfeita com o método contracetivo, sobretudo com os LARC. Os resultados apresentados indicam que as mulheres consideraram que, na ação educativa, não lhes faltou informação. A continuidade do uso do método foi elevada e esteve relacionada com a satisfação com o mesmo e com a perceção quanto à suficiência das informações recebidas na consulta. Palavras-chave: métodos contracetivos, planeamento familiar

Formação em contraceção CL12 - CONHECIMENTO EM CONTRACEÇÃO ORAL COMBINADA: ESTUDO DE UMA POPULAÇÃO DE PRESCRITORES Rodrigo Pereira Mata 1 ; Maria Inês Ruela 2 ; Maria Amália Pacheco 1 1 - Centro Hospitalar Universitário do Algarve; 2 - USF Descobrimentos - Lagos Introdução: Os contracetivos orais combinados (COC) englobam moléculas cujo efeito farmacológico transcende a ação contracetiva. O conhecimento destas características bem como das principais contraindicações são peça-chave da sua ajustada prescrição. Objetivos: Aferir conhecimentos básicos de prescritores acerca de COC. Metodologia: Avaliação de respostas a questionário online, aplicado a prescritores das áreas de GO e MGF. Tratamento estatístico com SPSS v23; significado estatístico para p<0,05. Resultados: Obteve-se resposta de 135 clínicos: 64% (n=87) de MGF e 36% (n=48) de GO. A maioria 79% (n=108) eram internos de formação específica: 64% (n=69) do 3.º- 6º ano. 67% afirmou prescrever contraceção pelo menos uma vez por semana ; comparando este dado entre especialidades, a frequência de prescrição não apresentou diferença estatisticamente significativa (77% GO vs. 63% MGF, p=0,092). Relativamente a quantos tipos de estrogénio existem disponíveis na COC, 31% indicaram uma resposta errada: 17% conhecem apenas um tipo e 13% afirmam existir quatro ou mais. De um pool de progestativos: apenas 32% indicou o gestodeno, desogestrel e levonogestrel, como os com mais atividade androgénica. Por outro lado, 46% soube identificar a ciproterona e o dienogest como tendo maior atividade anti-androgénica, e 60% a drospirenona como tendo maior efeito anti-mineralocorticóide. Relativamente a contraindicações, a maioria não integrou acertadamente na categoria 3 (riscos superam benefícios): a idade/carga tabágica (54%), o tipo de hipertensão arterial (52%) e o valor de índice de massa corporal (55%), adequados. Atribuindo um score (0-10), quanto à assertividade das respostas, a média nos profissionais de GO foi de 6,1 (DP=1,9) e nos de MGF foi de 5,1 (DP=2,3) diferença estatisticamente significativa (p=0,021). Conclusões: Apesar da frequência de prescrição ser semelhante nas duas especialidades, verificou-se diferença no potencial nível de conhecimentos. Os resultados evidenciam lacunas no conhecimento de prescritores acerca de COC, e a necessidade de formação robusta nesta área, designadamente nos cuidados de saúde primários. Palavras-chave: Contraceção oral combinada, Conhecimento médico, Efeito farmacológico, Contra-indicações