O USO DA TECNOLOGIA EM SALA DE AULA E A INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS

Documentos relacionados
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: O USO DAS METODOLOGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO DE SURDOS NA SALA REGULAR.

Palavras-chave: Educação Matemática. Educação Inclusiva. Formação de professores.

Girleane Rodrigues Florentino, Bruno Lopes Oliveira da Silva

METODOLOGIAS DO ENSINO DE CIÊNCIAS PARA SURDOS

O TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR: ANALISE, REFLEXÃO E FORMAÇÃO EM FOCO.

LIBRAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CURRÍCULO, APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO DE SURDOS

Caderno 2 de Prova AE02. Educação Especial. Auxiliar de Ensino de. Prefeitura Municipal de Florianópolis Secretaria Municipal de Educação

COMUNICAÇÃO: UM DESAFIO ENFRENTADO POR ALUNOS SURDOS NO ENSINO REGULAR

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL CONGÊNITA E ADQUIRIDA ATRAVÉS DE JOGOS PEDAGÓGICOS.

A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA ESCOLAR PARA ALUNOS COM DEFICIENCIA VISUAL: o papel da Cartografia Tátil

ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA ALUNOS CEGOS A PARTIR DO APLICATIVO MINIMATECAVOX

A PERCEPÇÃO DE FUTUROS PROFESSORES ACERCA DA LIBRAS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS 1

Desse modo, sugiro a realização do evento Ciclo de Palestras na escola, com enfoque na inclusão escolar dos surdos.

OFICINA DE PRODUÇÃO DE MAPAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

A EDUCAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: QUESTÕES LEGAIS E PEDAGÓGICAS.

ESCOLAS ATENDIDAS POR INTÉRPRETES DE LIBRAS NA CIDADE DE JOÃO PESSOA/PB

DIFICULDADES DE ALUNOS SURDOS NO APRENDIZADO DE MATEMÁTICA

DCN DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS

AS DIFICUDADES NO ENSINO DA MATEMÁTICA PARA ALUNOS SURDOS NA EREM MACIEL MONTEIRO NO MUNICÍPIO DE NAZARÉ DA MATA, PE

LEI / 2003: NOVAS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO DA CULTURA AFRICANA E AFROBRASILEIRA.

PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: DESENHO PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO AÇÕES EDUCACIONAIS INCLUSIVAS

Projeto APAE de Muzambinho Experiências na Aplicação da Informática na Educação Especial

ENSINAR CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REPENSAR O CURRÍCULO. Andreia Cristina Santos Freitas 1 Roziane Aguiar dos Santos 2 Thalita Pacini 3 INTRODUÇÃO

PRÁTICAS DE LETRAMENTO DE ALUNOS COM SURDEZ NA PERSPECTIVA BILÍNGUE EM ESPAÇOS DE AEE MINICURSO

PERCEPÇÃO DE PROFESSORES QUANTO AO USO DE ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA

Antônia Pereira da Silva Graduanda em Letras-Português pelo PARFOR da Universidade Federal do Piauí

O programa Escola de Tempo Integral de São Paulo. Angélica de Almeida Merli Abril/2018

O JOGO COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS

EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

INCLUSÃO ESCOLAR- O QUE A SALA DE RECURSOS TEM A VER COM ISSO?

Caderno 2 de Prova PR08. Educação Especial. Professor de. Prefeitura Municipal de Florianópolis Secretaria Municipal de Educação. Edital n o 003/2009

LETRAMENTO E DESENVOLVIMENTO: A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DO SUJEITO

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA SOB A ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: A VISÃO DOS PROFESSORES

O direito à Educação das pessoas com deficiência intelectual SAMIRA ANDRAOS MARQUEZIN FONSECA

DIREITO E INCLUSÃO, GARANTIA DO ACESSO DEMOCRÁTICO AO CONHECIMENTO ESCOLAR

ATIVIDADES ARTÍSTICAS E CULTURAIS PROMOVIDAS PELO PET- BIOLOGIA: Contribuindo na formação de professores de Educação Básica

Palavras-chave: projeto, educação especial, aprendizagem significativa, adaptação curricular.

ENTRE O OLHAR E O ESCREVER: O USO DA ETNOGRAFIA NA PESQUISA COM SURDOS

RELATO DE EXPERIENCIA DO ESTAGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO INFANTIL

ATENA CURSOS GREICY AEE E O DEFICIENTE AUDITIVO. Passo Fundo

MATEMATIZAÇÃO DOS INDICADORES DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA REFERENTES AO ENSINO FUNDAMENTAL NA FORMAÇÃO EM MATEMÁTICA

PRÁTICAS DE LETRAMENTO PARA ALUNOS SURDOS A PARTIR DO MUSEU VIRTUAL DA HISTÓRIA E MEMÓRIA DA COMUNIDADE SURDA

O AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA ALIADO AO USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA E NO ATENDIMENTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL.

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO EIXO NORTEADOR NO ENSINO DE BIOLOGIA.

Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: DO DIREITO À EDUCAÇÃO

EXPERIMENTANDO A PRÁTICA E A APLICAÇÃO DE JOGOS NO UNIVERSO INFANTIL NO MÊS DA CRIANÇA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

O USO DE RECURSOS VISUAIS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS

O ENSINO DE LIBRAS NO CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA: COMO O DOCENTE ARTICULA SUA PRÁTICA A PARTIR DO OLHAR DO ALUNO

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO DO CAS- NATAL/RN: PROPOSTA DE LEITURA E ESCRITA EM MATEMÁTICA PARA ALUNOS SURDOS

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE NO MUNICÍPIO DE PAULISTA PB

OS INSTRUMENTOS TECNOLÓGICOS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO

A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E A SUA IMPORTÂNCIA NO ÂMBITO EDUCACIONAL E SOCIAL: A Prática De Educacional e Social.

FUNCIONAMENTO E APRENDIZAGEM:LINGUAGEM, LETRAMENTO E O PORTUGUÊS PARA SURDO NA ESCOLA CAMPO DE ESTÁGIOSUPERVISIONADO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA À EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Projeto: Sala ambiente e Grafite. Cajado Temático

DANÇA, EDUCAÇÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO INFANTIL

A IMPORTÂNCIA DO USO DE JOGOS DIDÁTICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE QUÍMICA

GT-3 DIDÁTICA, CURRÍCULO E POLÍTICA EDUCACIONAL REALIDADE VIRTUAL NA EDUCAÇÃO: as TICs e a renovação pedagógica

PIBID PEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DESAFIOS E EXPECTATIVAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SEMEC CONCURSO PÚBLICO N.º 01/2011 EDITAL N.º 01/2011, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011.

ARTE: ESPAÇO DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SANTOS, Scheila Pires 1 TOSTES, Jessica Caroline Do Couto 2 NAIMAIER, Juliana Alegre Fortes 3

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO EDUCACIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA

O ENSINO E APRENDIZAGEM DA ESTATÍSTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

AS PERSPECTIVAS DE UMA PEDAGOGIA INTER/MULTICULTURAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

RELATÓRIO FINAL. Endereço: Avenida Délio Silva Brito, 630, Ed. Corumbá, 302, Coqueiral de Itaparica, Vila Velha-ES

Inclusão e Educação Infantil: perspectivas curriculares

343 de 665 VIII SEMINÁRIO DE PESQUISA EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS ISSN

FAMÍLIA E ESCOLA: UMA PARCERIA DE SUCESSO

DECRETO 7611/2011 Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências

O USO DO CINEMA COMO RECURSO DIDÁTICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

CONTRIBUIÇÃO PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL: O USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVA

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SEMEC CONCURSO PÚBLICO N.º 01/2011

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Licenciatura em Educação Física no ano de

Oficina para Comunicação Assistiva em Deficiência Auditiva

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Julho de 2018

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA CONSELHO SUPERIOR - CONSUP RESOLUÇÃO Nº 09, DE 28 DE MARÇO DE 2016

POLÍTICAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DOCENTE PARA INCLUIR O ESTUDANTE SURDO

PRÁTICAS DE LETRAMENTO DE ALUNOS COM SURDEZ EM SRMs 1 NO MUNICÍPIO DE MARABÁ-PA

PERSPECTIVAS DO PLANEJAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para o enriquecimento do processo pedagógico de uma escola estadual de Machado/MG

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO ENSINO COMUM

MODELO DE PARECER DE UMA CRIANÇA COM NECESSIDADES ESPECIAIS. Autora : Simone Helen Drumond (92) /

Palavras chave: aluno surdo, prática inclusiva, e vocabulário.

ANÁLISE SOBRE A VISÃO DE CORPO DOS PEDAGOGOS DE CAMBORIÚ Célia Cristina Carvalho Libanio 1 ; Leisi Fernanda Moya 2 RESUMO

MONITORIA ACADÊMICA NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Educador A PROFISSÃO DE TODOS OS FUTUROS. Uma instituição do grupo

XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática A sala de aula de Matemática e suas vertentes UESC, Ilhéus, Bahia de 03 a 06 de julho de 2019

A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAS: DISCIPLINA PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MENTAIS

MÃOZINHAS DA INCLUSÃO

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO REGULAR E O SEU PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM

PROJETO PROLICEN: VIVÊNCIAS, OPORTUNIDADE E CONTRIBUIÇÕES A FORMAÇÃO ACADÊMICA.

PORTFÓLIO - DO CONCEITO À PRÁTICA UNIVERSITÁRIA: UMA VIVÊNCIA CONSTRUTIVA

SOCIEDADE E INDIVÍDUO EM DISCUSSÃO

OFICINAS PEDAGOGICAS: COMO FORMA DE AUXILIO NO APRENDIZADO DOS EDUCANDOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA

ENSINO DE GEOGRAFIA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO MÉDIO DO MUNICÍPIO DE CAICÓ - RN: RECURSOS DIDÁTICOS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS COMO MÉTODOS MEDIADORES NO ENSINO DE QUÍMICA PARA ALUNOS CEGOS

OFICINA TEMÁTICA: A EXPERIMENTAÇÃO NA FORMAÇÃO DOCENTE

Transcrição:

O USO DA TECNOLOGIA EM SALA DE AULA E A INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS Ana Lúcia Fernandes Soares Teixeira (1); Simone Araújo da Silva Salvino (2); Denise Cristina Ferreira (3) Faculdades Integradas de Patos e Professora da rede Municipal de Campina Grande, e-mail: anaprof13@hotmail.com(1); Universidade Federal de Campina Grande e Professora da rede Municipal de Campina Grande, e-mail: simoneass-@hotmail.com (2); Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina Grande e professora da União de Ensino Superior de Campina Grande, e-mail: denisecristina20_cg@hotmail.com (3) Resumo O presente trabalho é fruto de uma experiência realizada com duas crianças surdas na turma do 2º ano do Ensino Fundamental no Município de Campina Grande no ano de 2017.O mesmo tem como objetivo, mostrar um pouco do processo de inclusão de alunas surdas na sala de aula regular, com o auxílio das tecnologias assistivas, possibilitando uma melhor interação e aprimoramento da aquisição da Língua Brasileira de sinais entre os alunos ouvintes e surdas. A pesquisa norteou-se por uma abordagem de cunho qualitativo e adotou, como procedimentos metodológicos, a pesquisa bibliográfica, o estudo de caso e a observação participante. Como subsídios teóricos foram utilizados estudos de Aranha (2002), Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB), entre outros, As informações obtidas mostraram que a utilização e a construção das tecnologias assistivas, propiciaram aos alunos, surdos e ouvintes, uma forma de interação, um melhor desempenho no processo de aprendizagem da Libras e aprimorou a inclusão das surdas na sala de aula regular. Palavras-chave: Inclusão, Tecnologia Assistiva, Língua Brasileira de Sinais. Introdução Para a construção de uma sociedade inclusiva e participativa, é de fundamental importância, proporcionar oportunidades a todos os cidadãos com a garantia de desenvolvimentos de políticas públicas eficazes e com a garantia da execução das leis que visam a garantia da inclusão a todos os indivíduos no sistema educacional, favorecendo as competências e habilidades dos mesmos, em que se faz necessário o uso de metodologias que possibilitem a aprendizagem.segundo a Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), e o Plano Nacional de Educação ( PNE ), a escola necessita organizar um conjunto de ações e recursos necessários que garantam o acesso e permanência de todos os alunos,promovendo um ensino que respeite as especificidades de aprendizagem de cada um.

Ao relatar sobre procedimentos adotados para a efetivação para Educação Inclusiva, Aranha (2002, p.5), acrescenta que, As adaptações curriculares, então são os ajustes e modificações que devem ser promovidos nas diferentes estâncias curriculares para responder as necessidades década aluno, e assim favorecer as condições que lhes são necessários para que se efetive o máximo possível de aprendizagem (ARANHA, 2002, p. 05). Assim sendo, o currículo necessita favorecer a aprendizagem dos alunos.atualmente, é crescente o avanço da tecnologia no sistema educacional brasileiro, que vem contribuindo para aquisição do saber, principalmente das pessoas que apresentam alguma deficiência. Para o desenvolvimento de uma sociedade inclusiva e participativa é essencial que todos os cidadãos tenham as oportunidades de desenvolvimento das competências necessárias de acordo com as habilidades de cada indivíduo. Para assegurar esse direito ao acesso e permanência dos alunos nas escolas, existem Leis e diretrizes que lhes garantem esse direito, dentre elas: as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na educação básica, no artigo I determina que, os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (BRASIL, 2001). Pensando nessas adequações para contemplar o processo de inclusão de alunos especiais na escola e/ou na sala regular, especificamente, de duas crianças surdas, foi desenvolvido um trabalho em uma turma do 2º ano, de uma escola municipal de campina Grande, que buscou facilitar o processo de aquisição da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), não só das surdas, mas também, dos alunos ouvintes da sala regular, por meio das Tecnologias Assistivas (TA). Termo novo, utilizado para identificar todo o material de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência como Cook e Hussey, definem a TA citando o conceito do ADA American withdisabilitiesact, como uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências (COOK & HUSSEY, 1995).

Pensando em facilitar a permanência das alunas surdas na sala regular, a escola buscou auxilio nas Tecnologias assistivas que já continham na escola e com adaptações realizadas pela equipe escolar. Apresentaremos mais detalhes no decorrer do trabalho. Metodologia Para a realização deste trabalho traçamos primeiramente, uma análise da literatura especializada sobre a temática utilizamos livros e artigos científicos, assim como o auxilio de diário de campo e análise do cotidiano dos alunos durante seis meses. Portanto, este estudo trata de um relato de experiência com alunos do Ensino Fundamental I do turno vespertino. A escolha pela escola se fez mediante a vivência e a experiência dos autores do artigo, no que concerne ao trabalho com alunos surdos. O público alvo tinha uma faixa etária entre sete e nove anos de idade, com crianças surdas e ouvintes do 2º ano, com 28 alunos matriculados e frequentes. A pesquisa passou por quatro momentos: A revisão da literatura, a construção, a adaptação a aplicação das tecnologias assistivas, o que culminou em matérias para exposição na Mostra Pedagógica da escola, que teve como tema: Inclusão, essa é a nossa relexão. Resultados e Discussões Quando nos referimos aos surdos é importante situa-los dentro do contexto histórico social, cultural, educacional, político e econômico. Sabendo que por muito tempo os surdos foram considerados como incapazes, deficientes e sem utilidade social. Conforme, Dias (2006) até meados do século XVI os surdos eram vistos como ineducáveis e sem utilidade para a sociedade. E enfrentavam inúmeras barreiras como o preconceito e ora sendo tratado com preconceito, ou ora com piedade e até mesmo descrédito chegando a serem estigmatizados como loucos. Diante do contexto social e histórico podemos evidenciar a experiência e a contribuição do médico pesquisador italiano GerolanoCardano (1501-1576), que concluiu a surdez como algo que não prejudicava o aprendizado, uma vez que os surdos poderiam aprender a escrever e assim expressar suas vontades (JANNUZZI, 2004). A partir disto começou-se a pensar no surdo e refletir sobre tal assunto, observando-o e constatando que eles

se comunicavam por meio de gestos e mímicas. E a partir de tal observação os gestos foram sendo aperfeiçoados e se previa que educadores deveriam aprender os sinais dos surdos, com o objetivo de ensinar para a sociedade de modo geral (LACERDA, 1998). Foi neste período e a partir de tal necessidade que vimos surgir a língua de sinais como meio de favorecer o ensino da língua falada. A sociedade atual vem aos poucos se inserindo numa discussão acerca da importância da inclusão social, do estudo das diferenças e entre outros. Os centros de educação também têm ampliado o debate acerca da inclusão social. Já são discutidos entre os alunos das mais diversas áreas a importância sobre o tema e sobre a discussão das diferenças na sociedade. A diversidade na sociedade é um tema que deve ser pensando e debatido nas diversas áreas e principalmente na educação na intuição de formar indivíduos capacitados e preparados para uma pratica humanizada. Segundo Mynaio (2003) a presença das ciências sociais e humanas (antropologia, sociologia, economia, política, historia, filosofia, ética, estética) foram fundamentais para a compressão da vida social, do trabalho e até mesmo para repensar as diferenças na sociedade. Diante disto, o trabalho na sala do 2º ano foi pensado de maneira que viesse a facilitar o processo de inclusão dos alunos no processo de aprendizagem das Libras e consequentemente na mediação entre todos da sala da aula, surdos e ouvintes. No primeiro momento, foram realizadas oficinas de libras para toda a turma com intuito de promover a interação entre todos. Essas oficinas aconteciam com exposições de cartazes, vídeos em libras, auxilio da aluna surda na demonstração das sinalizações. No decorrer das oficinas, foi percebido que os alunos ouvintes buscavam aumentar seu vocábulo das libras, dessa forma a professora da sala regular, juntamente com a cuidadora (mediadora em libras) e a professora da sala de recursos, pensaram em usar e adaptar alguns jogos e brincadeiras para facilitar para todos os discentes essa aquisição do vocábulo da libras. Dando início ao segundo momento, que promoveu novas oficinas, as quais foram aplicados jogos em libras e construção das adaptações de novos jogos para aplicação na sala entre surdos e ouvintes. Veremos registros desses momentos nas fotos abaixo com jogos feitos e utilizados durante as oficinas: O jogo de montagem e a amarelinha foram construídos de forma a auxiliar os alunos a conhecer os numerais em Libras, assimilar com a quantidade e o numeral na língua portuguesa, trabalhar a sequência numérica, ordem crescente e decrescente, como mostram as figuras abaixo:

Fotografia 1- (Jogo para montar) Fotografia 2- (Amarelinha) Fonte: (Autoria Própria, 2017). Fonte: (Autoria Própria, 2017) Após a construção coletiva, foram feitas a aplicação dos jogos entre as crianças surdas e ouvintes com o auxílio da professora da sala regular e da cuidadora, com intenção de perceber se as tecnologias assistivas iriam surtir o efeito que buscávamos. Fonte: (autoria própia 2017) Fonte: (autoria própia 2017) No final da nossa pesquisa, concluímos que as tecnologias assistivas usadas no processo de ensino e aprendizagem dos alunos na sala regular, proporcionaram uma melhor interação entre os alunos surdos e ouvintes, pois ambos se mostraram mais confiantes em interagir entre elas, visto que, os jogos, as brincadeiras e as oficinas, foram aplicadas com as duas tanto com os alunos ouvinte como com as alunas surdas.as alunas surdas, demonstraram um maior desenvolvimento na habilidade com as mãos na utilização da libras e também atribuíram um significado nessa utilização, pois antes não gostavam de sinalizar porque sentiam vergonha, segundo depoimento delas. Com as oficinas feitas em sala com todos os alunos, esse sentimento foi sendo modificado, já que, os ouvintes da sala também começaram a usar a linguagem de sinais para uma melhor comunicação com as surda, o que acarretou na naturalização do uso da libras na sala de aula. Ainda referente às alunas surdas, demonstraram maior autonomia na realização de suas atividades diárias, tanto em relação à comunicação, como em relação à realização de suas atividades pedagógicas solicitadas em sala.

Contudo, podemos afirmar que o uso das Tecnologias Assistivas são indispensáveis para a mediação dos alunos com necessidades especiais no processo de ensino e aprendizagem. Considerações finais A TA se tornou um meio eficaz de ajuda e suporte para pessoas com necessidades especiais, seja na escola ou na sociedade, ela sempre estará presente e desempenhando seu papel. E um ponto que consideramos muito importante, é que essas tecnologias, muitas vezes, podem ser construídas com materiais acessíveis a maioria das pessoas. E ainda, muitas escolas dispõem de TA para o auxilio aos alunos que necessitam. É indiscutível que sempre teremos que estar adaptando esses materiais de acordo com as necessidades que surgem, buscando meios para essas adequações, que não é fácil preparar, construir, aplicar, buscar, mas é gratificante disponibilizar meios para que nossas crianças se sintam capazes, assim como qualquer outra pessoa, Enfim, o processo não foi fácil, mas com o apoio e o interesse de todos, foi possível e eficaz, o que nos mostra que a inclusão é possível quando a escola exerce sua função e proporciona a todos o direito ao conhecimento reconhecendo limites, competências e habilidades. Agradecimentos Gostaríamos de agradecer a toda equipe da escola que se empenharam a ajudar nesse projeto; a gestão, que nos permitiu trabalhar de forma que saiu um pouco da rotina dos alunos e por também ajudar no que diz respeito, a disponibilidade de materiais para a realização da construções das tecnologias assistivas; a professora da sala regular, que permitiu que esse trabalho fosse realizado na sua sala de aula e aos alunos, que foram os principais agentes nessas construções e que nos proporcionaram uma troca de saberes que levaremos durante toda nossa jornada enquanto profissional.

Referências ARANHA, M.S.F. Formando Educadores para a Escola Inclusiva. 2002. Disponível em: www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/feei/teimp.htm. Acesso em 20 de junho 2018. BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 05 de outubro de 1988: atualizada até a emenda Constitucional número 20, de 15 de dezembro de 1988. São Paulo: Saraiva, 1999..Presidência da República. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em:<http:// WWW.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/19394.htm> Acesso em: 16 de junho. de 2014. BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2013. DIAS, V. L. L. Rompendo a barreira do silêncio: interações de uma aluna surda incluída em uma classe do ensino fundamental. 2006. 164f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Educação, Rio de Janeiro, 2006. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5º Ed. São Paulo: atlas, 2008. FREIRE, Paulo. Educação Popular e Educação de Adultos. São Paulo: Loyola, 1973.. Educação e Mudança. 15. ed. Paz e terra; Rio de Janeiro, 1988. JANNUZZI, G. S. M. A. Educação do Deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. 1. ed. Campinas: Autores Associados, 2004,243p. LACERDA, C.B.F.de. A prática fonoaudiológica frente às diferentes concepções de linguagem. Revista Espaço, Instituto de Educação de Surdo, v.10, p.30-40, 1998. MINAYO, Maria Cecilia de Souza. Contribuições da Antropologia para pensar a saúde. IN: Tratado de Saúde coletiva. Org. CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa; ARKEMAN, Marco; et. al. Editora: Huncitec, 2002. MAGNANI, José Guilherme Cantor. Vai ter música?: para uma antropologia das festas juninas de surdos na cidade de São Paulo. Ponto Urbe São Paulo, Vol. 01. Julho de 2007. Disponível em: https://pontourbe.revues.org/1239. Acesso em: 12/08/2016.