XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO



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Transcrição:

XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO EPH0339 O ENSINO SUPERIOR NO GOVERNO FHC E SUA DISTRIBUIÇÃO SOBRE O TERRITÓRIO BRASILEIRO DINAH FERNANDA APARECIDA AMORIM VIEIRA UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ INTRODUÇÃO Para Santos e Silveira (2000), a produção e funcionamento do território brasileiro, impregnado de técnica, ciência e informação, faz com que a qualificação das pessoas seja essencial, exigindo camadas de população letrada, apta a desenvolver atividades, tornando as demandas pelo ensino crescentes. Assim, a reestruturação do ensino superior está relacionada à maneira como o mesmo participa do processo geral de uso do território, associando-se, nessa perspectiva, à reestruturação espacial do sistema produtivo. Cunha (2007) ressalta que o atual ensino superior brasileiro possui duas características principais: a privatização, acompanhada de sua expansão para o interior do país, e a fragmentação institucional. Este quadro é resultado do processo de aceleração do crescimento e privatização do ensino superior brasileiro, ocorrido principalmente na década de 1990, no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). OBJETIVOS O presente estudo visa iniciar uma discussão acerca das influências recíprocas do ensino superior e do território. Tem como objetivo analisar se a expansão do ensino superior de graduação presencial no Brasil, entre 1995 e 2002 (Governo FHC), tornou o território mais homogêneo, do ponto de vista do acesso ao ensino ou se reconfigurou as desigualdades regionais do país.

METODOLOGIA Para a elaboração deste estudo, utilizou-se uma metodologia com base nas etapas descritas por Demo (2000) que aponta, inicialmente, o processo de compilação dos dados referentes ao tema analisado. Utilizou-se o banco de dados do INEP, que é a fonte oficial das informações referentes aos cursos de graduação presencial no Brasil. Os dados obtidos foram organizados em tabelas, tendo em vista os objetivos da pesquisa derivados da revisão bibliográfica. Por fim, a análise dos resultados obtidos proporcionou uma maior compreensão dos aspectos evolutivos acerca da reestruturação do ensino superior brasileiro no governo FHC. RESULTADOS E DISCUSSÃO Sobre a expansão do sistema de ensino superior, Cunha (2007) destaca seu crescimento expressivo, a partir da década de 1990, em indicadores como o número de instituições de ensino superior (IES), cursos e matrículas em relação ao crescimento da população, principalmente após 1998. A Tabela 1 mostra, por meio dos dados do DATASUS (2008), a variação no período de 1995 a 2002 da concentração da população sobre o território brasileiro, segundo as regiões geográficas. Região /Ano Tabela 1 - População segundo regiões geográficas em 1995 e 2002 BRASIL 155.822.296 100,00 174.632.932 100,00 12,07 Norte 11.158.944 7,16 13.504.612 7,73 21,02 Nordeste 44.974.551 28,87 48.845.219 27,97 8,61 Sudeste 66.287.874 42,54 74.447.443 42,63 12,31 Sul 23.128.084 14,84 25.734.111 14,74 11,27 Centro-Oeste 10.272.843 6,59 12.101.547 6,93 17,80 Fonte: Elaborada a partir dos dados do DATASUS, 2008 Comparando-se os dados do INEP (2008) sobre a concentração das IES (Tabela 2), em 1995 e 2002, com os dados do DATASUS (2008) sobre a estimativa da concentração da população no mesmo período (Tabela 1), observa-se que a expansão do ensino superior, em boa medida, tem seguido a concentração da população no território. Tais dados não indicam uma adequação das ofertas de instituições à demanda por cursos nas regiões, mas mostram que a desigualdade da concentração das instituições foi reduzida.

Região /Ano Tabela 2 - Número de instituições segundo regiões geográficas em 1995 e 2002 BRASIL 894 100,00 1.637 100,00 83,11 Norte 31 2,70 83 5,07 167,74 Nordeste 92 10,34 256 15,64 178,26 Sudeste 561 63,34 840 51,31 49,73 Sul 120 14,34 260 15,88 116,67 Centro-Oeste 90 9,28 198 12,10 120,00 Segundo dados do INEP (2008), entre 1995 e 2002, houve um crescimento de 83,11 no número de instituições de ensino superior no Brasil, ou seja, passou de 894 em 1995 para 1.637 em 2002. A Tabela 2 mostra que a região Sudeste, que concentrava 63,34 das instituições em 1995, passou a concentrar 51,31 delas em 2002, resultado da expansão do ensino superior nas demais regiões. Com isso, a concentração das instituições ficou mais próxima da concentração da população na região (42,63, em 2002). Na região Norte que abrigava 7,73 da população, em 2002, a concentração das IES passou de 2,70 para 5,07. Apesar da expansão, ainda ficou abaixo da concentração da população. A região Sul, que concentrava, em 2002, 14,74 da população, passou a abrigar 15,88 das IES no período. No Centro-Oeste, onde estava 6,93 da população em 2002, a variação foi de 9,28 para 12,10 na concentração de IES. A região Nordeste, que possuía 27,97 da população em 2002, passou de 10,34 para 15,64. Essa é a região onde a concentração das instituições é mais desfavorável em relação à concentração da população. Com relação à concentração de cursos, o comportamento segue o mesmo das IES. A Tabela 3 mostra que no Brasil, o número de cursos cresceu 158,88, passando de 5.562 em 1995 para 14.399 em 2002. A oferta de cursos no Norte passou de 5,63 do total dos cursos no território nacional em 1995 para 8,33 em 2002. No Nordeste, passou de 14,87 para 17,46 e no Centro-Oeste de 8,07 para 9,69 no mesmo período. Com isso, o Sudeste e o Sul perderam, em parte, sua posição anterior de concentração dos cursos em favor da expansão das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No Sudeste, a concentração de cursos reduziu de 49,15 para 44,04, e no Sul de 22,28 para 20,48.

Região /Ano Tabela 3 - Número de cursos segundo regiões geográficas em 1995 e 2002 BRASIL 5.562 100,00 14.399 100,00 158,88 Norte 313 5,63 1.200 8,33 283,39 Nordeste 827 14,87 2.514 17,46 203,99 Sudeste 2.734 49,15 6.341 44,04 131,93 Sul 1.239 22,28 2.949 20,48 138,01 Centro-Oeste 449 8,07 1.395 9,69 210,69 A Tabela 4 apresenta o crescimento de 97,76 das matrículas no país. Esse aumento ficou abaixo do crescimento do número de instituições e do número de cursos, revelando que as novas unidades criadas são bem menores que as anteriores. Isso se deve, provavelmente, ao fato de que a rede privada possuir unidades menores que a rede pública. Região /Ano Tabela 4 - Número de matrículas segundo regiões geográficas em 1995 e 2002 BRASIL 1.759.703 100,00 3.479.913 100,00 97,76 Norte 64.192 3,65 190.111 5,46 196,16 Nordeste 269.454 15,31 542.409 15,59 101,30 Sudeste 973.448 55,32 1.746.277 50,18 79,39 Sul 330.056 18,76 677.655 19,47 105,32 Centro-Oeste 122.553 6,96 323.461 9,30 163,94 No Norte, as matrículas cresceram, entre 1995 e 2002, 196,16, no Centro-Oeste, 163,94, no Sul, 105,32 e no Nordeste, o aumento foi de 101,30. A região Sudeste foi a que apresentou o menor crescimento no número de matrículas no período (79,39), provavelmente pela existência de uma vasta rede de ensino superior anterior a esse período (Tabela 4). CONCLUSÕES Os dados levantados mostram que a desigualdade do ensino superior sobre o território brasileiro foi reduzida entre 1995 e 2002 com a política de expansão adotada pelo Governo FHC, principalmente da rede privada, que respondia, em 2002, por 88,09 das IES no país e 69,78 do total das matrículas.

Se, antes de 1995, as regiões Sudeste e Sul concentravam a maior parte das instituições e cursos, em 2002 pode-se observar uma distribuição mais eqüitativa no território das instituições, cursos e matrículas. Tem-se, portanto, que o território se tornou mais homogêneo do ponto de vista da distribuição espacial do ensino superior. Fica, porém, a questão de quanto essa homogeneização não pode se tornar uma fragmentação sócio-espacial já verificada nas regiões Sul e Sudeste, com a desigualdade dos lugares quanto ao acesso e aos usos da qualidade do ensino superior. Conclui-se que é importante aprofundar a pesquisa em relação aos cursos disponíveis em cada região que atendem às demandas de seu desenvolvimento e a abrangência da formação dos alunos quanto aos conteúdos. AGRADECIMENTOS Ao Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais (NUPES) da Universidade de Taubaté pela singular orientação e à Associação Comercial e Industrial de Taubaté (ACIT) pelo apoio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CUNHA, L. A. Ensino superior e universidade no Brasil. In: LOPES, E. M. T. (org.). 500 anos de Educação no Brasil. 3 ed., 1 reimp. Belo Horizonte: Autêntica, p. 151 204, 2007. DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. INEP Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Disponível em: http://www.inep,gov.br/superior/sinaes. Acesso em 30 mar. 2008. DATASUS. Banco de dados do Sistema Único de Saúde. Estimativas preliminares dos totais populacionais, estratificadas por idade e sexo. Disponível em: http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php?area=359a1b379c6d0e0f359g23hijd6l26m0n&vincl ude=../site/infsaude.php. Acesso em: 01 jul. 2008. SANTOS, M. & SILVEIRA, M. L. O ensino superior público e particular e o território brasileiro. Brasília: ABMES, 2000.