Tema 4. Vamos Reflectir

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Transcrição:

Tema 4 Área / UFCD CP1-Tema 4 Competência a atingir Participa consciente e sustentadamente na comunidade global. Vamos Reflectir Ao longo deste módulo temos vindo a debruçar-nos sobre os diferentes tipos de direitos existentes: direitos privados/cívicos, direitos profissionais; direitos institucionais (cidadão português) e direitos globais (cidadão europeu). Deverá efectuar uma reflexão individual que aborde as seguintes questões: A importância do conhecimento dos meus direitos enquanto cidadão português. A importância da criação da União Europeia. A importância da existência da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. Em que situações é importante conhecer os meus direitos enquanto cidadão europeu. A importância do surgimento de documentos como a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Situações que tenha observado em que os direitos do Homem não tenham sido preservados. Importância da educação para uma Cidadania planetária. Luísa Guerreiro

. Reflexão Individual Todos os cidadãos têm direitos e deveres para com a sociedade onde vivem. O conhecimento aprofundado dos nossos direitos é extremamente importante, pois tornanos mais seguros acerca dos nossos actos e os dos outros. Permite-nos ter maior credibilidade no que diz respeito a certos actos ilícitos, como, por exemplo, no caso de certos direitos, que mudam consoante as circunstâncias e que só com um conhecimento mais alargado nós conseguimos aperceber onde está o problema. Este conhecimento, incide, também, principalmente num aspecto, a nossa segurança, ou seja, é importante no sentido em que pode evitar que sejamos enganados, impondo, assim, justiça. Contudo, o conhecimento dos nossos direitos faz com que cresçamos enquanto pessoas conscientes do espaço que ocupamos no todo social, desenvolve o respeito pelo outro e pelo seu próprio país e permite a consciência das limitações de cada nação e do que todos nós podemos fazer. Faz com que tenhamos consciência dos limites de cada um em termos individuais e sociais. O primeiro relaciona-se com a capacidade que todos nós devemos ter de respeitar a liberdade dos outros e de exigir o mesmo connosco, a minha liberdade acaba onde começa a tua. Em termos sociais relaciona-se com o respeito pela diferença dos outros povos e nações, visível principalmente no campo cultural. Estes aspectos são extremamente importantes para a nossa noção de cidadania. A União Europeia é a união dos estados pertencentes à Europa. A sua criação foi muito importante no sentido em que permitiu a livre circulação de pessoas, bens e serviços; trouxe a moeda única; criou um mercado livre; levou ao aumento do comércio interno e ao aumento da concorrência e da produtividade das empresas.

A sua criação levou ao desenvolvimento das energias alternativas, ao maior controlo da qualidade e certificação dos produtos, ao aumento do investimento na ciência e investigação, ao desenvolvimento da cooperação policial e à melhoria e modernização dos serviços, dado que todos os países membros foram obrigados a seguir uma série de normas a fim de corresponder a um conjunto de padrões de exigência fundamentais para poderem integrar o grupo de Estados Membro. Desta forma verificou-se um melhoramento nos serviços, nos salários e uma maior liberdade de imprensa, crescimento económico, acesso à educação, entre outros. Numa opinião pessoal, concluo que os processos e critérios de adesão, só por si, são um estímulo para o desenvolvimento interno dos países. Um dos principais aspectos da criação da União Europeia foi a diversidade cultural. Com esta nova abertura, as pessoas tiveram a oportunidade de respeitar, aprender, ou até mesmo optar por outra cultura. Em termos sociais, para o desenvolvimento dos países e das pessoas que deles fazem parte, ajudou nalguns aspectos referidos em cima relativamente à noção de cidadania e de respeito pelos outros. Promoveu, assim, uma mente mais aberta, disposta a aprender com a diferença e a fazê-la parte integrante da sua vida. A criação da União Europeia, abriu portas a uma nova visão de paz, estabilidade, solidariedade económica e social, identidade, diversidade e valores internacionais. A Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia foi criada com o intuito de proteger os cidadãos pertencentes a estes Estados Membro. A sua importância revela-se pelos valores que podem criar um sentimento de parentesco entre os europeus. Um exemplo muito presente foi a abolição da pena de morte, acordada por todos os países da União Europeia. Esta Carta declara as práticas acordadas e praticadas, ou não, por todos os países da União Europeia, ou seja, a sua importância está no facto de apresentar uma série de

regras e direitos impostos a vários países, como se a junção desses 27 fosse uma única nação. O conhecimento dos direitos enquanto cidadã europeia é tão importante como o conhecimento de todos os outros direitos. Estes podem prevenir-nos de situações constrangedoras e problemáticas, muitas vezes iniciadas no nosso próprio país. Por exemplo, se por algum motivo, uma pessoa meter recurso ao tribunal e o seu país não a satisfizer, pode recorrer ao Tribunal de Justiça da União Europeia. É importante o conhecimento dos meus direitos enquanto cidadã europeia pois existem várias situações onde os podemos aplicar, se tivermos conhecimento deles. Um exemplo disso é o facto de todos os cidadãos da União Europeia poderem viver, trabalhar, estudar e viajar em todo o espaço comunitário. Outro exemplo é o facto de ser proibido qualquer tipo de discriminação e sermos abrangidos pelo princípio de igualdade e termos também liberdade de circulação e direito de residência no território dos paísesmembros. Convém, no entanto, que não nos esqueçamos de uma questão fundamental, a existência de uma Constituição para a União Europeia não se sobrepõe à Constituição de cada país, apenas a complementa, nem nenhum país poderá ter supremacia face a outro, todos os Estados Membros são igualmente soberanos. A importância do surgimento de documentos como a declaração universal dos direitos humanos relaciona-se com alguns conceitos base: protecção, liberdade, igualdade, respeito, deveres e direitos e dignidade. Esta preocupa-se com a preservação do verdadeiro bem-estar das pessoas, baseando-se na satisfação das necessidades básicas e preservação dos estados físico e mental.

Todos os artigos presentes na mesma têm como objectivo melhorar a qualidade de vida das pessoas de forma a procurar uma sociedade mais equilibrada, comprometendo-se a tomarem as medidas necessárias para que esse bem-estar seja preservado e mantido. No entanto, apesar da Declaração Universal dos Direitos Humanos ter sido criada (por via dos horrores cometidos após a Segunda Guerra Mundial), ainda assistimos ao seu incumprimento. Assistimos diariamente a casos de discriminação em que as pessoas se julgam pela cor da pele ou pela sua etnia, sem pensar o quanto podiam ganhar se convivessem e aceitassem as suas diferenças. No campo do trabalho, imensas pessoas são vítimas de atrasos salariais ou não são empregadas devido à raça, religião ou etnia; existem ainda casos de escravatura; muitas pessoas são inibidas do direito ao descanso ou a uma reforma digna, tendo em conta o seu longo e trabalhoso percurso de vida. Tendo em conta que vivemos todos individualmente mas num meio comum, é importante que desde pequenos aprendamos a conviver e a viver em sociedade, em que somos seres livres mas com obrigações e deveres para com a sociedade e para com os outros. É importante que haja uma educação numa perspectiva holística, de forma a ensinar que independentemente da nossa nacionalidade, etnia ou raça, habitamos todos o mesmo planeta e que há uma conduta ética, compartilhando princípios, valores, atitudes e comportamentos comuns, típicos de uma comunidade, que se molda consoante a noção de certo e errado, para criar uma sociedade equilibrada e justa para todos os indivíduos. A educação neste ramo é extremamente importante para que as futuras gerações vejam como normal o que ainda hoje é a discriminação, incumprimento, desrespeito, entre outros. Isto com o objectivo de futuramente termos uma sociedade mais equilibrada e justa, em que todos possamos viver sem problemas em mostrarmos e sermos o que

somos e com a noção de que todos temos valor independente daquilo que nos diferencia fisicamente ou culturalmente. A actividade de recuperação de faltas encontra-se validada. Luísa Guereeiro