XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO MPH0813 PLANO NACIONAL DE TURISMO: UM CAMINHO PARA A BUSCA DO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL AUTOR LUIZ FERNANDO DE ALMEIDA CANDELÁRIA JÚNIOR ORIENTADOR PROF. DR. PAULO CÉSAR RIBEIRO QUINTAIROS Introdução: Este artigo traça um panorama geral das ações coordenadas entre o Programa de Aceleração do Crescimento PAC, e o Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, do Governo Federal Brasileiro, que visam, entre outros objetivos, um planejamento minucioso no que diz respeito à expansão da atividade turística no território nacional, levando-se em consideração as necessidades e características regionais e locais dos destinos turísticos, como forma de valorização dos patrimônios histórico, cultural e natural, e tendo como foco a inclusão social, a geração de novos postos de trabalho e renda para a população e o aumento de divisas para as Cidades, os Estados e o País. Para isso, serão apresentados os objetivos gerais do Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, e também os programas específicos, instituídos pelos órgãos competentes como uma tentativa de organização, valorização e potencialização dos recursos naturais e da criação da infra-estrutura necessária para a obtenção de sucesso em relação ao cumprimento das metas e dos objetivos propostos pelo Ministério do Turismo, para o período 2007/2010. Objetivo: Traçar um panorama geral das ações coordenadas entre o Programa de Aceleração do Crescimento PAC, e o Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, tendo como intenção, explicitar as ações adotadas pelo Governo Federal Brasileiro. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa teórica e a análise de conteúdo, abordando o Programa de Aceleração do Crescimento PAC, o Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, do Governo Federal Brasileiro, e teorias de autores ligados ao Turismo.
Resultados e Discussão: No sentido de expandir a infra-estrutura necessária para continuar a dar sustentação a esse crescimento, o Governo Federal, por intermédio do Programa de Aceleração do Crescimento PAC - prevê investimentos da ordem de R$ 504 bilhões até o ano de 2010. É importante ressaltar que além dos recursos financeiros, o Governo Federal acredita que a descentralização, a gestão participativa e o fortalecimento da promoção da imagem do Brasil no exterior, são consideradas ferramentas fundamentais para que o turismo atinja uma posição das mais importantes dentre os elementos que compõem o Produto Interno Bruto Nacional PIB. As ações desenvolvidas, a partir de 2003, com a criação do Ministério do Turismo já resultaram numa maior visibilidade e conceituação positiva do Brasil como um dos importantes destinos turísticos do mundo. Porém, sem deixar de continuar a empreender ações que dêem continuidade a este processo, o Governo Brasileiro sinaliza suas intenções, por intermédio do Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, de voltar a atenção ao fortalecimento do mercado interno, como forma de expansão da economia e também como ferramenta para a geração de emprego, renda e inclusão social. Sendo assim, vamos tentar compreender o que é o Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, quais as suas características, e algumas de suas ações propostas, por meio dos seus objetivos gerais e específicos. Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010 Para conceituarmos o Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, voltamos atenção para o pensamento da Ministra do Turismo do Brasil, Marta Suplicy, quando ela diz: O Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010 Uma viagem de inclusão, que aqui apresentamos, traz uma série de estratégias e medidas que vão representar um importante estímulo ao mercado interno. São propostas que abrem as portas do turismo nacional para que todos os brasileiros possam se beneficiar desse mercado. Seja como turista, como empregado, como prestador de serviços, seja como empresário. Seja por meio de cursos de qualificação profissional, da geração de novos empregos, da incorporação das camadas de mais baixa renda como clientes do mercado turístico, seja pela adoção de políticas segmentadas para aposentados, trabalhadores e estudantes. Enfim, o turismo interno será estimulado e abrirá novas portas para a inclusão social. (PNT 2007/2010, p.7). Importante salientar que o Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, é uma poderosa ferramenta de planejamento e gestão que foca o turismo como um meio de gerar novos postos de trabalho e renda, e como um fator de extrema importância para o desenvolvimento do País. Fruto do consenso entre os diversos segmentos turísticos existentes no Brasil, o PNT 2007/2010 objetiva transformar a atividade turística num importante instrumento para a melhoria da economia nacional, assim como do aumento da inclusão social, por meio de duas vias: - Produção: por meio da geração de novos postos de trabalho, ocupação e renda. - Consumo: por meio da absorção de novos clientes para as atividades turísticas internas.
Alinhado às diretrizes estabelecidas pelo Programa de Aceleração do Crescimento PAC, o Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010 visa, em suma: Promover o turismo como fator de desenvolvimento regional; Fortalecer o fluxo de turismo interno; Investir na qualificação profissional dos brasileiros; Investir na geração de emprego e renda para a população; Assegurar o acesso de aposentados, trabalhadores e estudantes a pacotes de viagens em condições facilitadas; Assegurar, ainda mais, condições para a promoção do Brasil como destino turístico no exterior, e gerar desenvolvimento e inclusão social. No sentido de compreender melhor as características do planejamento ligado à atividade turística e do plano de execução das metas propostas, faz-se útil lembrarmos as colocações de Petrocchi, quando sinaliza o pensamento de Sansolo e Cruz (2004): Planejamento é um processo contínuo de tomada de decisão, voltado para o futuro e para a perseguição de um ou mais fins.. (PETROCCHI, 2004, p.94). E complementa: Como processo, tem um forte sentido de intangibilidade e não pode, portanto ser confundido com um plano, que é um documento que reúne um conjunto de decisões sobre a implementação das ações de marketing. A adoção do planejamento estratégico proporciona um rumo para o destino como um todo, orientando suas relações com o meio envolvente. O estabelecimento de objetivos comuns favorece a busca de sinergia entre os integrantes do núcleo de turismo. A convergência de esforços aumenta a produtividade e a competitividade, fortalecendo os resultados econômicos e trazendo prosperidade para o local. (PETROCCHI, 2004, p.94). Para que possamos direcionar o pensamento no sentido de compreender de forma instrumentada às metas e aos objetivos estabelecidos no Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, voltamos a atenção a parte do conteúdo deste documento, apresentado pelo Ministério do Turismo, o qual nos explicita a visão, e também os objetivos gerais e específicos contidos no mesmo: Visão - O turismo no Brasil contemplará as necessidades regionais, configurando-se pela geração de produtos marcados pela brasilidade, proporcionado a expansão do mercado interno e a inserção efetiva do País no cenário turístico mundial. A criação de emprego e ocupação, a geração e distribuição de renda, a redução das desigualdades sociais e regionais, a produção da igualdade de oportunidades, o respeito ao meio ambiente, a proteção ao patrimônio histórico e cultural e a geração de divisas sinalizam o horizonte a ser alcançado pelas ações estratégicas indicadas. (PNT 2007/2010, p16). Com relação aos objetivos, podem estes ser assim divididos: 1 - Objetivos Gerais: Desenvolvimento do produto turístico brasileiro com qualidade, contemplando às diversidades naturais, culturais e regionais dos destinos; Promoção, por meio da geração de trabalho e
renda, do turismo como fator de inclusão social; Incentivo da competição do produto turístico nacional, nos mercados interno e externo, como tentativa de atração de divisas para o País. 2 - Objetivos Específicos: Consolidação do contínuo fortalecimento tanto da Política Nacional de Turismo, quanto da gestão descentralizada; Estruturação de destinos e diversificação da oferta de qualidade do produto turístico no País; Aumento à recuperação e à adequação dos equipamentos e da infra-estrutura relacionada aos destinos turísticos, com atenção voltada ao total acesso dos portadores de necessidades especiais; Ampliação e qualificação dos postos de trabalho, na totalidade das atividades existentes na cadeia produtiva do turismo; Promoção, ampliação e diversificação do consumo dos produtos turísticos tanto no mercado interno quanto no externo; Consolidação de um sistema eficiente de informações que possa monitorar os impactos econômicos, ambientais e sociais, no sentido de facilitar à tomada de decisões, na intenção de aumentar a competitividade e o bom funcionamento do setor; Desenvolvimento e implementação de estratégias que viabilizem a logística e a integração de regiões e destinos turísticos, visando também a maior integração do País com o resto do mundo. Estando de posse dessas informações, podemos perceber que o planejamento, a criação e a execução do Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, constituem-se em etapas distintas, porém diretamente interligadas, interdependentes e que dependem do envolvimento de diversos atores sociais no sentido de se conseguir atingir de forma satisfatória as metas estabelecidas, e com isso conquistar seus principais objetivos, como a geração de novos postos de trabalho, a valorização do produto turístico nacional, a geração e distribuição de renda, e a inclusão social que se fazem necessárias na busca do desenvolvimento do País. O Ministério do Turismo afirma ainda que esse ambiente produtivo de uma gestão integrada deva ser estendido, também, às instâncias de turismo nas regiões turísticas e nos municípios, a fim de alcançar os objetivos em todos os destinos turísticos no Brasil. E ressalta que para que isso aconteça de forma eficiente, a gestão descentralizada deve ter como contrapartida um forte processo de avaliação e monitoramento dos resultados obtidos pelas políticas propostas, no sentido de verificar o sucesso, ou não, das ações e de seus impactos, tecendo assim uma grande rede de informações sobre as necessidades, deficiências e as conquistas de cada setor atingido pelo Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010. Reforçando estas colocações, voltamos a atenção para os escritos de Valls, quando este sinaliza:...para que o processo de planejamento obtenha sucesso e seja sustentável, o destino deve contar com uma série de facilitadores: o ente coordenador da estrutura organizacional; o observatório de turismo, que tem como função a busca permanente da informação para a tomada de decisões adequadas; a imagem da marca, que serve para identificar o destino perante os públicos interno e externo, diferenciando-o da concorrência e estimulando relações afetivas com os clientes; e o painel de controle integral, que acompanha a consecução da estratégia. (VALLS, 2006, p.147). Para que a gestão descentralizada possa ser implantada com sucesso, o Ministério do Turismo pretende cumprir a função de articulador em todos os elos de relacionamento necessários para que esse processo se constitua num processo eficiente.
Metas As Metas apresentadas pelo Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010 visam, segundo o Ministério do Turismo, apontar na direção de um crescimento sólido do turismo nacional, e estão divididas em quatro principais metas: Promover a realização de 217 milhões de viagens no mercado interno; Criar 1,7 milhões de novos empregos e ocupações; Estruturar 65 destinos turísticos com padrão de qualidade internacional; Gerar 7,7 bilhões de dólares em divisas. Completando as informações necessárias para compreendermos de forma mais ampla as intenções objetivadas pelo Ministério do Turismo, faz-se necessário também conhecermos como estão divididos os Macroprogramas e suas áreas de atuação. São no total oito Macroprogramas, estando assim subdivididos: Planejamento e Gestão; Informação e Estudos Turísticos; Logística de Transportes; Regionalização do Turismo; Fomento à Iniciativa Privada; Infra-estrutura Pública; Qualificação dos Equipamentos e Serviços Turísticos; Promoção e Apoio à Comercialização. Conclusões: Conhecendo a estrutura central do Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010, percebemos que o mesmo é campo fértil para a realização de outras futuras análises, mais segmentadas e pormenorizadas, e torna-nos mais claro o quão trabalhoso e minucioso deve ser o trabalho relativo à realização de um planejamento adequado, bem dimensionado e coerente com as condições e necessidades que se apresentam para a busca de um plano de desenvolvimento sustentável para o País. Porém, mais do que isso, não podemos deixar de refletir que o planejamento e o plano de ação resultante deste, são tão importantes quanto a real aplicação da execução dos mesmos. Analisando as dificuldades de comunicação, de instrução dos agentes ativos nestes processos e esbarrando às vezes numa falta de vontade política, que infelizmente caracteriza ou caracterizou muitos dos atos que envolveram execução das políticas públicas no Brasil, a sensação que nos preenche é quase que um misto de expectativa positiva e apreensão pela satisfatória conclusão do Plano PNT 2007/2010. Na realidade, é hora de todos os atores sociais envolvidos no processo de desenvolvimento do país; desde a classe política, passando pelos empresários da iniciativa privada, da população beneficiada pelo turismo e também da população ainda não beneficiada, mas sedenta pela oportunidade de inclusão social; se esforçarem para retirar estas idéias do papel e de forma conjunta, coordenada e positiva, dedicando sua energia para a realização das ações propostas pelo Governo Federal. Tendo sempre como foco que uma sociedade mais estruturada, mais organizada, mais engajada nos processos que visem à diminuição das desigualdades sociais, possa ser consciente que a melhoria das condições de vida do meio ambiente, a construção de uma infra-estrutura moderna e competente, e a inclusão social das populações das classes mais baixas aos mercados de trabalho, vêm de encontro aos outros inúmeros interesses comuns da maioria da nossa própria sociedade, como o avanço da educação, a geração contínua de postos de trabalho e geração de renda, a possibilidade de qualificação da mão de obra e a busca de um caminho de desenvolvimento mais equilibrado e menos custoso para a nação como um todo.
Referências Bibliográficas MARINO, J. M. F.; RAMOS, M. P. Condicionantes Históricos do Desenvolvimento Capitalista Global em Nível Regional. In: RAMOS, M.P.; WITMANN, M. L. (Org.) Desenvolvimento Regional: Capital Social, Redes e Planejamento. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004. MINISTÉRIO DO TURISMO. Plano Nacional de Turismo PNT 2007/2010. Disponível em: <http://institucional.turismo.gov.br/portalmtur/opencms/institucional/arquivos/pnt_20 07_2010.pdf> Acesso em 25/03/2008. MORAES, J. L. A. de. Capital social e políticas públicas para o desenvolvimento regional sustentável. Fortaleza - CE: Revista do Centro de Ciências Administrativas. Vol. 9, N. 2, p. 196-204, Dez. 2003. Disponível em: <http://www.unifor.br/notitia/file/339.pdf> Acesso em 05/12/2007. PETROCCHI, M. Marketing para destinos turísticos. São Paulo: Futura, 2004. PETROCCHI, M. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 1998. VALLS, J. F. Gestão integral de destinos turísticos sustentáveis. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. 232p.