Organização de Atividades com Objetos de Aprendizagem: Uma Experiência na Disciplina de Língua Inglesa.



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Transcrição:

1 Organização de Atividades com Objetos de Aprendizagem: Uma Experiência na Disciplina de Língua Inglesa. Deivid Eive dos Santos Silva 1 Vanessa Oliveira da Silva 2 Marialina Corrêa Sobrinho 3 RESUMO Esse trabalho tem o objetivo de apresentar o desenvolvimento de um material pedagógico para o ensino da Língua Inglesa, utilizando Objetos de Aprendizagem (OAs), pois acreditase que eles podem contribuir para um melhor aproveitamento dos alunos nos conteúdos estudados. A metodologia utilizada foi a busca e a seleção dos objetos disponíveis na WEB e a maneira que os OAs podem ser organizados para uso em qualquer atividade educacional. Com a pesquisa realizada identificou-se que o professor tem buscado elementos de apoio em seus planos pedagógicos, e os OAs podem em muito contribuir nesse processo. Palavras chave: Língua Inglesa, Objetos de Aprendizagem, Material Pedagógico. 1. INTRODUÇÃO A tecnologia tem provocado impactos significativos nos ambientes educacionais, ampliando o campo da educação sem alterar os procedimentos tradicionais. A criação de material didático, cada vez mais interativo, torna-se viável, evidenciando o conceito de Objetos de Aprendizagem que surge como proposta para beneficiar estudantes e educadores, principalmente na educação à distância. Uma das grandes vantagens de seu uso 1 Acadêmico do V Semestre, Integrante do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PROICT) e Participante do Trabalho Interdisciplinar do Curso de Sistemas de Informação (TISI) do Centro Universitário Luterano de Santarém 2 Acadêmica do V Semestre, Integrante do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PROICT) e Participante do Trabalho Interdisciplinar do Curso de Sistemas de Informação (TISI) do Centro Universitário Luterano de Santarém 3 Professora Mestre, Orientadora e Coordenadora do Trabalho Interdisciplinar do Curso de Sistemas de Informação (TISI) do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA

2 é a facilidade que eles têm para serem reorganizados, formando novos objetos que podem ser reutilizados para diferentes turmas e níveis de ensino, auxiliando o professor em seus planos pedagógicos. A proposta deste trabalho é apresentar a organização de um material que permita ao professor ordenar suas atividades, agregando os Objetos de Aprendizagem. Elementos esses que são desenvolvidos e disponibilizados nos chamados repositórios sendo compostos em sua maioria de áudio, vídeo, texto ou imagem, facilitando a busca dos mesmos, de modo a contribuir com a educação. De acordo com Motter (2013), com o uso das tecnologias digitais na escola, a leitura e a escrita ganham suportes de toda ordem e enriquecem as perspectivas de aprendizagem. A audição, a fala e a visão se beneficiam das facilidades avivadas pelas mídias digitais, exercendo uma função motivadora no estudo de um idioma diferente, como no caso a Língua Inglesa. A metodologia utilizada é a busca e o estudo de OAs disponíveis na Web e como podem ser organizados, de modo a tornar-se parte integrante de uma atividade mais agradável para o apoio e a melhoria do aprendizado. O artigo está organizado em seções. A próxima seção encontra-se o referencial teórico. Na seção três será apresentada a metodologia. Na quarta seção contêm a análise e discussão dos resultados e como última seção a conclusão. 2. REFERENCIAL TEÓRICO As novas tecnologias definitivamente atingem o espaço escolar pelas novas formas de disseminar o conhecimento. Os pais, por sua vez, exigem o uso do computador na escola, já que seus filhos, os futuros membros da sociedade do século 21, devem estar familiarizados com essa tecnologia (VALENTE, 1993). Um estudo feito pela ANATEL aponta que a geração Y, como conhecida os nascidos entre 1985-1995, encontram-se conectados desde os 12 anos, 97% possuem computador e 94% telefone celular (ANATEL, 2008). Conforme Tarouco e Ávila (2007): Numa sociedade com as possibilidades tecnológicas da atual, a mediação textual da aprendizagem e da construção do conhecimento não pode limitar-se apenas ao texto como livro já

3 que a tecnologia evoluiu e permite maior variedade de possibilidades. A principal vantagem em agregar esse recurso é o dinamismo que pode ocorrer no ensino da disciplina de Língua Inglesa fazendo uso das novas tecnologias, pois as ferramentas como computador e o celular, por exemplo, viabiliza o uso de material multimídia, programas interativos, entre outros. Sua maior contribuição vem no sentido de melhorar o desenvolvimento das habilidades comunicativas no ensino de Língua Inglesa, como: ler, escrever, falar e ouvir. Tradicionalmente, nas aulas de inglês, usam-se livros, filmes, músicas, propõem atividades com a finalidade de atingir uma melhor compreensão do conteúdo ministrado, tornando as aulas mais entretidas e agradáveis. Segundo Silva (2015) os recursos mais utilizados pelos professores em suas aulas são os seguintes: DVD, aparelho de CD/fita cassete e projetor multimídia, utilizados por 100% dos professores; TV, 82% dos professores; computador, 73%; internet e câmera digital, 45%; Blogs/websites e Laboratório de informática, 18% dos professores; e Softwares educacionais, 9% dos professores. O recurso midiático, nesse sentido, tem começado a chamar a atenção dos pesquisadores inclusive para o ensino de língua inglesa, pois, como visto anteriormente, o professor busca elementos que sejam mais eficazes na consolidação do conhecimento e que sirvam de apoio ao discente dentro quanto fora da sala de aula. Para validar tal ideia um grupo de pesquisadores de uma cidade A, adotaram um método em duas turmas do 5 ano, equivalente a 63 alunos, para validar seu material desenvolvido. No primeiro momento, a professora de inglês ensinou os contéudos normalmente, sem conhecimento de OA, e ao final, aplicou uma prova de 10 questões referente aos assuntos ministrados. No segundo momento, a mesma docente utilizou o laboratório de informática para trabalhar a sua disciplina, mas desta vez, utilizando os OAs disponíveis, após isso, aplicou uma nova avaliação também de 10 questões com o mesmo grau de complexidade que a anterior. O resultado obtido foi que o teste usando o material digital surtiu maior efeito (CORREA SOBRINHO, CARDOSO e FAVERO, 2006). A figura 1 demonstra a comparação gráfica entre o antes e o depois desse processo.

4 Figura 1. Histograma dos resultados antes e depois do uso de Objetos de Aprendizagem. Neste processo, entende-se que os Objetos de Aprendizagem atuam na facilitação de conteúdos e disseminação de conhecimento, proporcionando resultados positivos no desempenho dos discentes. Utilizando sons, figuras e animações, a aplicação midiática ganha à atenção de alguém para aquilo que é proposto comunicar. O professor que desenvolve ou usa OAs, pode preparar a sua aula mais agradável e motivadora, ao mesmo tempo em que permite ao estudante interagir com o assunto em uma relação erro-acerto (COSTA e FRANCO, 2005), construir o conhecimento de forma autônoma, mas sempre mediada pelo professor, apoiado no conteúdo disponível no OA. Tudo isto cria um ambiente saudável e propício para aprendizagem, sem pressões ou cobranças onde ao estudante é dado o direito de errar sem punições, apenas com o incentivo para que tente novamente. 3. METODOLOGIA Sabe-se que o plano de aula é caracterizado pela descrição específica de tudo que o professor realizará em classe durante as aulas de um período específico, e os recursos que serão utilizados para alcançar os objetivos é um ponto bastante pertinente no momento de sua elaboração (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).

5 Para escolha dos Objetos educacionais, a definição, a adequação e a facilidade de utilização dos mesmos, tornam-se fatores fundamentais. Dentre as tarefas necessárias para uma avaliação está à identificação da abordagem. Uma das principais perspectivas epistemológicas é o construtivismo onde o desenvolvimento mental aparecerá em sua organização progressiva como uma adaptação mais precisa da realidade (PIAGET, 1964). Os aspectos técnicos, por sua vez, envolvidos no processo de avaliação, indicam qualidades relativas à sua robustez (consegue se recuperar a erros), portabilidade (capacidade de funcionar em múltiplos sistemas operacionais), sua interface (intuitiva e agradável) bem como sua documentação (registro de todos os passos, desde o planejamento até a entrega) (REATEGUI e FINCO, 2010). A utilização de critérios é relevante quando se trata de seleção ou produção de software educativo de modo a avaliar a qualidade do produto. Para organizar o material proposto faz-se necessário o acesso aos metadados (todos os dados que podem ser visualizados sobre o objeto em questão) que estão disponíveis nos repositórios. Esses dados trazem detalhes sobre os autores e colaboradores do objeto, palavras-chave, assunto, a versão, a localização, as regras de uso e propriedade intelectual, os requisitos técnicos para sua utilização, o tamanho e mídia utilizada, o grau de dependência desse objeto com outros objetos, o nível de interatividade, o público-alvo, o tempo estimado de uso, o tipo de apresentação utilizado [...] (NUNES, 2004). Quanto mais informações forem repassadas ao usuário sobre os OAs, maiores serão as chances e possibilidades de reutilização. Para que o professor mantenha o controle de quantos recursos já experimentou dentro da sala de aula e para que venha reutilizá-lo novamente em outra proposta com uma nova turma, por exemplo, é que se propõe a utilização de uma sucinta documentação de atividades para auxiliar durante a seleção dos objetos disponíveis na web quanto para facilitar encontrá-los mais rapidamente. A figura 2 representa o modelo de documentação da atividade que será direcionado a uma disciplina. O documento requer o preenchimento do nome do objeto e a sua descrição, como: público alvo, nível de ensino, finalidade e conteúdo. Este também precisa

6 do endereço eletrônico e da captura de tela do objeto para ser, assim, facilmente identificado. Figura 2. Documentação da atividade O formulário foi elaborado com a finalidade do professor guardar e integrar em seu plano de aula os dados das aplicações obtidas dos metadados dispostos nos repositórios, os quais pode-se destacar: BIOE, STARFALL, MERLOT, CESTA (mas não limitando-se a esses), para que os Objetos de Aprendizagem, como dito anteriormente, sejam reutilizados e recombinados em uma futura proposta educativa. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Organização e validação do material Para orientar na organização do produto final proposto, foi confeccionado no formato de um molde com a finalidade de apresentar uma maneira simples de montá-lo para toda comunidade docente, sem que necessitem ter prática com ferramentas computacionais mais complexas. O molde pode ser criado através de um editor de texto, seguindo os passos: Passo 1: criar um fundo para atividade; Passo 2: colocar o nome da disciplina; Passo 3: criar uma tabela para colocar as imagens dos objetos; Passo 4: copiar as imagens capturadas do documento de atividades e colar dentro dos espaços da tabela criada anteriormente; Passo

7 5: clicar com o botão direito do mouse sobre as imagens, selecionar a opção hiperlink, que abrirá uma janela exibindo a caixa de endereço, na qual será colocado o endereço eletrônico do objeto antes armazenado no documento de atividades; Passo 6: Salvar o arquivo no formato HTML; Passo 7: testar cada uma das aplicações linkadas. A figura 3 representa o modelo para montar o material pedagógico que poderá ser utilizado em qualquer disciplina. Cabe dizer que o experimento foi realizado com ênfase na elaboração de um material pedagógico para a disciplina de Língua Inglesa. Figura 3. Molde do material pedagógico O modelo construído foi aplicado dentro da disciplina de Tópicos Especiais em Informática na Educação do Curso de Sistemas de Informação de uma Instituição de Ensino Superior, sob a orientação da docente responsável pela disciplina. Para tal experimento, dividiu-se a turma em seis grupos de cinco alunos que ficaram dispostos em bancadas, onde os mesmos poderiam discutir ideias, planejar e organizar o seu material pedagógico. Essa atividade deu-se em três momentos, composto de três horas com intervalo de quinze minutos. A primeira etapa explanou-se sobre a existência dos repositórios e de metadados, como complemento apresentou-se também os critérios de avaliação técnicos e pedagógicos para auxiliar na seleção dos Objetos de Aprendizagem. Na segunda etapa explicou-se sobre o significado e a importância do documento da atividade e do molde do material pedagógico, bem como a disponibilização dos mesmos para realização da ação. Na terceira etapa, os grupos trabalharam na confecção de seus produtos com base nos

8 conhecimentos adquiridos e com a ajuda da professora quando solicitada para tirar as dúvidas. No final desta atividade, um grupo de alunos foi selecionado para aplicar seu material dentro da disciplina de Língua Inglesa. Devido aos diversos assuntos abordados neste material foram selecionados aqueles que tinham afinidade dentro do mesmo conteúdo, tudo isso foi feito com ajuda de uma pedagoga. Conforme a seleção e organização dos conteúdos, os mesmos poderiam ser utilizados por alunos do 6º ano do ensino fundamental, por esse motivo, eles foram escolhidos para a aplicação do experimento. O intuito do experimento era observar na integra como o material produzido na aula, poderia funcionar dentro do laboratório de informática. Por conseguinte, o produto final, se mostrou um fator contribuinte para auxiliar o educador na organização de suas atividades utilizando Objetos de Aprendizagem, reduzindo tempo (evitando abrir muitas páginas web, pastas, etc), principalmente por alunos menores que ainda tem o domínio parcial do computador. 4.2. Produto final O produto final é caracterizado pelo modelo classificado por Willey de combinadoaberto (Combined-open) que visa reunir um grande número de recursos digitais combinados, onde suas partes constituintes são acessíveis individualmente para serem reutilizadas (WILLEY, 2000). A figura 4 mostra o produto final, selecionado para amostra, desenvolvido para o ensino da Língua Inglesa com imagens capturadas de objetos de aprendizagem selecionados dos repositórios citados na seção 3.

9 Figura 4. Material pedagógico na forma final. Desta forma, o material pedagógico poderá ser organizado em atividades propostas pelo professor como o ensino da Língua Inglesa ou qualquer outra disciplina, utilizando recursos midiáticos, para o apoio e melhoria do aprendizado, de modo a proporcionar também aulas mais agradáveis e motivadoras. 5. CONCLUSÃO Diante de todo o processo de pesquisa desenvolvido é possível dizer que a educação baseada em multimídia aprimora em muito a educação tradicional, criando uma atmosfera de diversão e entusiasmo que permeia todos os aspectos da aprendizagem (STARFALL, 2002). O computador, neste contexto, foi reconhecido como um meio de ampliação do professor (MORAES, 1997). Com a pesquisa realizada identificou-se que o professor de inglês busca meios a fim de beneficiar o seu aluno, como: áudio, texto, vídeo, imagem, etc. O material pedagógico, então, é feito com o objetivo de organizar a gama de Objetos de Aprendizagem que estão sendo dispostos nas bases de dados de forma gratuita, de modo a tornar-se mais uma alternativa a favor do docente em suas propostas pedagógicas. Cabe dizer que fazendo uso do mesmo é possível preparar atividades das mais variadas disciplinas. O produto final foi produzido, testado e avaliado na disciplina de Tópicos Especiais em Informática na Educação do Curso de Sistemas de Informação e pretende-se dar continuidade, aplicando em três Escolas da rede pública de ensino da cidade de Santarém em parceria com os professores que lecionam Língua Inglesa, bem como realizar um treinamento para que os mesmos possam dar continuidade aos trabalhos com Objetos de Aprendizagem. Por conseguinte, entende-se que os objetos de aprendizagem por conterem áudio, vídeo, animações etc, são recursos tecnológicos que contribuem para uma melhor compreensão de conteúdos abordados em razão de que o aparato tecnológico pode

10 influenciar diretamente no aprendizado do mesmo, fazendo-o mais participativo e interessado. 6. REFERENCIAS ANATEL. Tendencias Macroeconómicas, Mercadológicas e Setoriais (2008). Disponível em: <http://www.anatel.gov.br/portal/verificadocumentos/documento.asp?numeropublicacao= 221695&assuntoPublicacao=null&caminhoRel=null&filtro=1&documentoPath=221695.pd f>. Acesso em: 23 set. 2015. CORREA SOBRINHO, M.; CARDOSO, P. C. F.; FAVERO, E. L. Objetos de Aprendizagem no Ensino de Inglês (2006). Porto Alegre: UFRGS, vol. 4, n.2. 2006. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/renote/article/view/14137>. Acesso em: 10 mar. 2015. COSTA, L. A. C. e FRANCO, S. R.K. Ambientes Virtuais De Aprendizagem e suas Possibilidades Construtivistas. Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 3, n. 1. 2005. LEFFA, Vilson. Defining a CALL Activity. Linguagem em (Dis)curso (2005). Tubarão: vol.5, n.2, pp.337-355. Disponível em: <http://www.leffa.pro.br/textos/papers/defining_a_call_activity.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2015. MORAES, Maria Cândida. Informática Educativa no Brasil: Uma História Vivida, Algumas Lições Aprendidas (1997). Disponível em: <http://www.lbd.dcc.ufmg.br/bdbcomp/servlet/trabalho?id=10136>. Acesso em: 17 abr. 2015. MOTTER, R. M. B. My Way: um Método para o Ensino Aprendizagem para Língua Inglesa. 2013. 281f. Tese de Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Programa de Pós-graduação de Engenharia e Gestão do Conhecimento Mídia do Conhecimento, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013. NUNES, C. A. A. Objetos de Aprendizagem em Ação. Cadernos de Pesquisa Reflexões, NEA/FEA/USP, v. 1, n. 6, 2004. Piaget, J. Seis Estudos de Psicologia (1964). Forense: Rio de Janeiro. PORTAL EDUCAÇÃO. Como Montar o seu Plano de Aula? (2013). Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/50562/como-montar-o-seu-planode-aula>. Acesso em: 19 abr. 2015. REATEGUI, E; FINCO, D. M. Proposta de Diretrizes para a Avaliação de Objetos de Aprendizagem (2010). Revista de Novas Tecnologias educacionais. Porto Alegre: UFRGS. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/renote/article/view/18066>. Acesso em: 18 mai. 2015.

11 SILVA, B. A. O Uso Pedagógico de TIC em Centro de Estudo de Línguas no Ensino Público de Assis/SP (2015). Revista Tecnologias na educação. Disponível em: <http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/wpcontent/uploads/2015/07/art6-ano5-vol9- dez2013.pdf>. Acesso em: 15 set. 2015. STARFALL. Objetos Educacionais (2002). Disponível em: <www.starfall.com.br>. Acesso em: 12 jun. 2015. TAROUCO, L; Ávila, B. Multimídia na Alfabetização Digital com Fluência para Autoria (2007). Porto Alegre: Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação (UFRGS), v.5, n.2. Disponível em: <http://www.cinted.ufrgs.br/ciclo10/artigos/1liane.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2015. VALENTE, J.A. Por que o Computador na Educação? Em J.A. Valente, (org.) Computadores e Conhecimento: Repensando a Educação. Campinas: Gráfica da UNICAMP, 1993, p. 24-44. WILLEY, David A. Connecting Learning Objects to Instructional Design Theory: a Definition, a Metaphor, and a Taxonomy (2000). Utah State University. Disponível em: <http://reusability.org/read/chapters/wiley.doc>. Acesso em: 10 mar. 2015 Recebido em setembro 2015 Aprovado em Novembro 2015