AUXÍLIO-DOENÇA. Prof. DANILO CÉSAR SIVIERO RIPOLI



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Transcrição:

AUXÍLIO-DOENÇA Prof. DANILO CÉSAR SIVIERO RIPOLI

Lei nº. 8.213/91, art. 59 à 63 e RPS, art. 71 à 80. Contingência: incapacidade temporária do segurado para o seu trabalho habitual. Porém, somente será devido, para empregados, se a incapacidade for superior a determinado lapso temporal, fixado em dias. Lapso temporal mínimo: historicamente era de 15 dias consecutivos. Com a MP 664/14, a partir de março de 2.015, o período passou a ser de 30 dias consecutivos. Voltou a ser 15 dias.

Art. 60 O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz Art. 59, Parágrafo único. Não será devido auxíliodoença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

Ocorre que, em algumas situações, o segurado requer judicialmente a aposentadoria por invalidez. Feita a perícia judicial, conclui-se pela inexistência de incapacidade total e permanente, mas o laudo pericial conclui pela incapacidade temporária. A jurisprudência maciça adota o entendimento no sentido que o auxílio-doença pode ser concedido, judicialmente, mesmo quando o pedido inicial tenha sido de aposentadoria por invalidez, não se configurando julgamento extra petita. Entende-se, no caso, que o auxílio-doença é um minus em relação à aposentadoria por invalidez

A grande diferença entre o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez está na natureza temporária da incapacidade protegida pelo auxílio-doença. Carência: Regra geral: 12 contribuições mensais. Exceção: Independe de carência, aos segurados obrigatórios e facultativo, quando sofrerem acidente de qualquer natureza. Renda mensal: 91% do salário-de-benefício.

Necessidade de perícia médica, a cargo do INSS. Após a concessão do benefício, o segurado tem a obrigação, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, enquanto não dado por recuperado ou não aposentado por invalidez, de submeter-se periodicamente a exames médicos no INSS. Também é dever do segurado submeter-se a processos de reabilitação profissional, até mesmo para o exercício de outra atividade, prescritos e custeados pelo INSS, tratamento gratuito, exceto cirurgias e transfusões de sangue, que são facultativos (art. 62 do PBPS e arts. 77 e 79 do RPS).

Segurado com mais de uma atividade remunerada: Será devido, mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o próprio estiver exercendo. Exemplo: é segurado empregado, exercendo as funções de digitador; mas é também professor de contabilidade. Se for acometido de doença que o incapacite temporariamente para a atividade de digitador, poderá requerer o auxílio-doença em relação a essa atividade e continuar trabalhando como professor. Porém, para ter direito ao auxílio-doença, nesse caso, deverá ter cumprido a carência em relação à atividade de digitador.

Novo benefício em 60 dias após a alta: Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença, dentro de 60 dias da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos primeiros dias de afastamento, prorrogandose o benefício anterior. Observação importante: Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante 15 dias, retornando à atividade no 16º dia, e se

dela voltar a se afastar dentro de 60 dias desse retorno, fará jus ao auxílio-doença a partir da data do novo afastamento. Neste caso, o segurado empregado não chegou a receber auxílio-doença, já que retornou à atividade no 16º dia. Entretanto, caso afaste-se, também pela mesma doença, em 60 dias, será diretamente encaminhado ao INSS, sendo a empresa dispensada do pagamento dos primeiros dias.

Outro exemplo: segurado se afasta por 10 dias em razão de doença, retornando ao trabalho ao final deste período. Caso venha a se afastar pela mesma doença dentro de 60 dias, a empresa terá de arcar somente com mais 5 dias, sendo devido o auxílio-doença do 6º dia em diante. Tipos de auxílio-doença: comum e acidentário(acidente de trabalho) Acidentário: a) independe de carência; b) gera estabilidade

provisória ao empregado (12 meses); c) é objeto de julgamento pela Justiça dos Estados; d) somente os segurados empregados, avulsos e segurados especiais é que tem direito ao auxílio acidentário (abrangidos pelo SAT). ALTA PROGRAMADA: Com o novo procedimento, o segurado que requer auxílio-doença passa por perícia médica e, concedido o benefício, o termo final do pagamento já fica automaticamente programado no sistema informatizado. Com isso, o segurado não passa por nova perícia que avalie sua capacidade laborativa e o pagamento do benefício cessa automaticamente na data aprazada.

O segurado poderá requerer ao INSS a realização de nova perícia médica por meio de Pedido de Prorrogação (PP) nos 15 dias anteriores à cessação do benefício. A alta programada é evidentemente violadora da lei. O segurado tem direito à cobertura previdenciária de auxílio-doença enquanto estiver incapaz para o exercício da atividade habitual. Embora, em algumas hipóteses, possa o médico estimar a duração provável da enfermidade, não é razoável afirmar que a incapacidade cessará em data prefixada pelo perito, com a consequente cessação do pagamento do benefício.