MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 008/2015 NOME DA INSTITUIÇÃO: CELG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL ATO REGULATÓRIO: NOTA TÉCNICA N 27/2015 SRM-SCT-SGT/ANEEL EMENTA (Caso exista): Aprimoramento da metodologia e dos critérios gerais para definição revisão do modelo de receita teto das licitações, na modalidade leilão público, para contratação das concessões de serviço público de transmissão de energia elétrica. CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS A CELG GT se alinha às Contribuições da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica - ABRATE em relação à Nota Técnica nº 27/2015-SRM-SCT- SGT/ANEEL, 05/02/2015 e, vem através desta enfatizar alguns pontos e/ou apresentar outras considerações. TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO 10.II - Atualização do custo do capital de terceiros utilizado, calculado conforme fórmula abaixo: Kd = (TJLP+RBndes+pRisco) 10.II - Atualização do custo do capital de terceiros utilizado, calculado conforme fórmula abaixo: Kd = (TJLP+SPREADMax+T IF +Kg+pRisco) A avaliação de risco regulatório dos agentes de crédito alterou substancialmente após a MP 579/2012. Isso fica patente pela restrição ao setor explicitamente informada por algumas instituições financeiras, seja na concessão de crédito efetivo, fiança bancária ou outros.
Onde: Kd - Custo do capital de terceiros em termos nominais; TJLP - Taxa de juros de longo prazo vigente; RBndes - Remuneração básica do BNDES; prisco - Remuneração de risco máxima. i. Para definição do novo custo do capital de terceiros, propõe-se que os parâmetros considerados no custo de capital de terceiros seja o vigente à época do certame. Isso se justifica dado a característica de concentração dos investimentos em um curto prazo de duração para o segmento de transmissão quando comparado a outros investimentos do segmento de infraestrutura. Outro ponto a se considerar é que os componentes que impactam o custo de capital de terceiros, com destaque para a TJLP, vem se mostrando pouco voláteis no passado recente, sendo uma das maiores vantagens de uma medida de tendência central histórica, como a média, a estabilidade dos parâmetros. ii. Os valores vigentes para TJLP, remuneração básica do BNDES e remuneração de risco máxima são de 5,5%, 1,2% e 2,87%, respectivamente. Com base na pesquisa Focus2, do Banco Central do Brasil, a inflação projetada para o ano mais distante da pesquisa, correspondente ao ano 2016, é de 5,6%. Assim, chegamos a um custo do capital de terceiros de 3,76%. Onde: Kd - Custo do capital de terceiros em termos nominais; TJLP - Taxa de juros de longo prazo vigente; SPREADmax - Spread máximo verificado no mercado de crédito nacional voltado para obras de infraestrutura de transmissão de energia elétrica; T IF : Taxa de Intermediação Financeira; Kg custo de oportunidade relacionado ao montante exigido de garantias nos financiamentos; prisco - Remuneração de risco máxima. i. Para definição do novo custo do capital de terceiros, propõe-se que os parâmetros considerados no custo de capital de terceiros seja o vigente à época do certame. Neste sentido, apenas a estrutura de custo mínimo de financiamento do BNDES não é suficiente para suportar os custos de financiamentos efetivos de um empreendimento. Desconsiderando o custo da burocracia e estudos para o pleito de um financiamento, e levando em consideração tão somente os custos inerentes, verifica-se que a contratação implicará em custos não contemplados na proposta da Nota Técnica. Um exemplo disso é a Fiança Bancária exigida até mesmo nos contratos do BNDES. O custo da Fiança pode em alguns casos, duplicar o custo do financiamento, já que os Bancos Comerciais cobram pela cessão da fiança, em alguns casos, mais de 7% ao ano. Ademais, para empreendimentos com investimentos totais menores que R$ 50 milhões, cujo valor a ser financiado seja menor que R$ 20 milhões, não há disponibilidade de linhas para financiamento direto junto ao BNDES. Neste caso, a linha disponível para o setor de Transmissão, de acordo com informações do próprio site do BNDES <http://www.bndes.gov.br/sitebndes/bndes/bndes_pt/institucional/apoio_finan ceiro/produtos/finem/energia_eletrica_transmissao.html> demonstra outros componentes nos custos de operações indiretas, por exemplo a Remuneração da Instituição Credenciada, as quais sequer são padronizadas, ficando à critério de cada instituição financeira, conforme tabela replicada abaixo: 2
Nesse sentido, considerando que a Remuneração básica do BNDES - RBndes não é suficiente para cobrir todos os custos (inclusive a de Remuneração da Instituição Credenciada), sugere-se a adoção do spread máximo verificado no mercado de crédito nacional voltado para obras de infraestrutura de transmissão de energia elétrica - SPREADmax; 3
10. III. Assumir a desalavancagem financeira progressiva do projeto. A estrutura de capital do projeto é considerada fixa no modelo atual. A nova proposta é que a estrutura de capitais de terceiros varie conforme prazos máximos para amortização dos financiamentos ofertados pelo BNDES, pois o grau de utilização de recursos do BNDES, ao contrário do previsto anteriormente, tende a se reduzir com o passar do tempo. Essa redução da proporção do capital do empreendimento financiada pelo BNDES leva um modelo com estrutura fixa a subestimar os custos de capital ao longo do tempo. i. Para aplicar tal mudança, a taxa de desconto do fluxo de caixa do ano x para o ano x-1 passa a mudar ano após ano. Com a estrutura de capital variando ao longo do tempo, o WACC considerado em um determinado ano também passa a oscilar ao longo do tempo. 10. III. Assumir a desalavancagem financeira progressiva do projeto. A estrutura de capital do projeto é considerada fixa no modelo atual. A nova proposta é que a estrutura de capitais de terceiros varie conforme prazos máximos para amortização dos financiamentos ofertados pelo BNDES, pois o grau de utilização de recursos do BNDES, ao contrário do previsto anteriormente, tende a se reduzir com o passar do tempo. Essa redução da proporção do capital do empreendimento financiada pelo BNDES leva um modelo com estrutura fixa a subestimar os custos de capital ao longo do tempo. i. Para aplicar tal mudança, a taxa de desconto do fluxo de caixa do ano x para o ano x-1 passa a mudar ano após ano. Com a estrutura de capital variando ao longo do tempo, o WACC considerado em um determinado ano também passa a oscilar ao longo do tempo. Em relação à expectativa da ANEEL de capturar a variação da estrutura de capital, observa-se que não obstante toda a contextualização, a proposta da Nota Técnica ainda não corresponde ao que de fato ocorre: 1. O BNDES financia no máximo 50% dos itens financiáveis. Ou seja, o valor efetivo a ser financiado é da ordem de 40% do investimento total (já amplamente fundamentado pela ABRATE não são considerados itens financiáveis os custos com fundiário e ambiental); 2. A fórmula proposta para definição do WACC não representa efetivamente o WACC com as variações periódicas da estrutura de capital. Isso fica patente quando se observa na planilha disponibilizada pela ANEEL Exemplo calculo RAP (Estudo de caso), guia RAP-BancoPreçosANEEL, o Wacc considerado durante a fase de implantação é maior que 9%, sofrendo uma redução durante o período de amortização e, após o 17º ano se estabiliza em 8,9%. Conforme célula F82 da planilha, a média dos Wacc considerado é de 8,314%. Assim, se impraticável a utilização do Wacc Considerado anualmente, então que seja no mínimo a média dos mesmos. 4
6.I.viii. O&M Anual (Percentual do Investimento): consiste em uma estimativa das despesas anuais em O&M em relação ao investimento inicial efetuado no projeto. Esse percentual é calculado com base no histórico de projetos similares, informação obtida no banco de dados da ANEEL. Esse valor é mantido fixo durante todo o projeto. 6.I.viii. O&M Anual (Percentual do Investimento): consiste em estimativas por módulo das despesas anuais em O&M em relação ao investimento inicial efetuado. Esse percentual é calculado com base no histórico por módulo de projetos similares, informação obtida no banco de dados da ANEEL. O custo efetivo de O&M será projetado para todos os ativos sujeitos a remuneração por O&M, componentes dos lotes do leilão, ao longo do período da concessão e será utilizado, para cada ano, o somatório do custo incorrido em operação e manutenção. Efetivamente os Custos de O&M variam para cada empreendimento, a depender não somente do custo necessário para fazer a operação e manutenção do empreendimento, mas também do porte do investimento, da estrutura organizacional a ser utilizada, dentre outros. Assim, principalmente para empreendimentos de menor porte o percentual de 2% máximo fica muito aquém dos custos, uma vez que o custo fixo para a manutenção de um empreendimento de R$ 40 milhões é praticamente o dobro do valor do investimento. No exemplo dado pela própria ANEEL, cujo investimento é da ordem de R$ 60 milhões, cujo O&M é da ordem de R$ 1,2 milhões anuais. Se considerado por exemplo uma taxa de 0,5% de custo de seguro, que representaria algo em torno de R$ 300 mil, então sobraria R$ 900 mil, o que equivale um restante de R$ 75 mil mensais. Possivelmente seria inviável manter toda a estrutura de custos a que estaria sujeita. Tal valor talvez cobrisse apenas o custo da(s) equipes para fazer propriamente a operação e manutenção dos ativos, porém existe toda estrutura exigida no contrato de concessão. Destacamos neste caso que, o setor elétrico requer quadro de pessoal qualificado, assim temos que contar com Diretores, Contadores, Advogados, Conselheiros de Administração, Conselheiros Fiscais, dentre outros profissionais, além do custo com sede, Auditoria Externa, Publicações de Demonstrações Financeiras, além de uma diversidade outros custos que não esgotaremos nesta exposição, pois nosso objetivo é sensibilizar que a margem entre 1,8% e 2% para O&M seria adequada apenas para empreendimentos com investimentos significativos, superiores a R$ 1 bilhão. 5