Construindo bases cientificas para utilização de macroinvertebrados como indicadores

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Transcrição:

Construindo bases cientificas para utilização de macroinvertebrados como indicadores de impactos antrópicos em córregos do Estado de São Paulo: implicações para o biomonitoramento e conservação Fabio O. Roque; Mônica Kuhlmann & Alaíde A. F. Gessner Apresentação Vários fatores atuando sinergicamente têm causado degradação de ambientes e perda de biodiversidade aquática. Dentre eles podemos destacar a conversão de áreas naturais em outros usos do solo, a poluição de ambientes aquáticos, a modificação na hidrologia, represamentos, mudanças climáticas, uso excessivo dos recursos (Allan & Flecker, 1993; Allan, 2004). Neste contexto, a conservação da biodiversidade e a restauração ambiental têm sido dois temas complementares importantes para humanidade nos últimos anos e, para atingir estes desafios, o biomonitoramento, compreendido como o processo contínuo de avaliação ambiental usando variáveis bióticas para a tomada de ações de controle da qualidade ambiental se faz necessário. As raízes históricas do biomonitoramento de sistemas aquáticos usando macroinvertebrados como indicadores remontam ao início do século XX na Europa marcada por sérios problemas de saúde pública e poluição de seus ambientes aquáticos (Cairns & Pratt, 1993). Desde então diversas abordagens e métodos têm sido desenvolvidos em vários paises do mundo. Em 1993, Rosenberg & Resh publicaram a primeira ampla revisão sobre o assunto e, posteriormente, Bonada et al. (2006) apresentaram os avanços desenvolvidos no período subsequente, incluindo as seguintes abordagens (a) biomarcadores; (b) bioensaios; (c) assimetrias no nível populacional; (d) abordagens multimétricas e multivariadas, funcionais, e múltiplos atributos no nível de comunidade e (e) produtividade e processos de decomposição no nível de ecossistema. Embora existam diferentes abordagens apoiadas em diferentes referenciais teóricos, um denominador comum entre elas é a dependência de informações básicas como: conhecimento sobre a taxonomia e biologia dos organismos e conhecimento sobre ecologia, história natural e da resposta destes organizamos frente à degradação ambiental. Algumas regiões estão bastante avançadas no uso de sistemas de biomonitoramento de córregos, como por exemplo: a Austrália, os EEUU e diversos paises europeus. As regiões tropicais, não surpreendentemente, pois abrigam a maioria dos paises subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, ainda carecem de informações básicas sobre sua biodiversidade e vontade política para implementação de sistemas de biomonitoramento. Entre estes países, o Brasil não é

exceção, embora nos últimos anos tenha havido melhorias no âmbito legal, formação de pessoal, implementação de sistemas de biomonitoramento em alguns estados, inclusão de informação sobre macroinvertebrados em processos de licenciamento. Estados do sul e sudeste brasileiro reúnem as principais experiências, até o momento, em relação ao uso de macroinvertebrados como indicadores em programas oficiais de monitoramento da qualidade de seus recursos hídricos (ex. Paraná IAP; Minas Gerais CETEC; Rio de Janeiro FEEMA, São Paulo - CETESB). Particularmente no Estado de São Paulo, estudos sobre macroinvertebrados em córregos têm sido realizados desde a década de 70, mas apenas nos últimos anos que o tema tem sofrido um incremento substancial de estudos e aplicações, inclusive sua incorporação no sistema de monitoramento da CETESB. Esta tem direcionado suas análises a ambientes de maior porte, ou seja, rios e reservatórios, onde são observadas somatórios de impactos nas micro-bacias. Ambientes correntes de menor porte, como riachos e córregos, sem dúvida refletem com maior exatidão problemas pontuais, mas é ainda necessário desenvolver um sistema de diagnóstico para a macrofauna bentônica para esses ecossistemas que possa ser incorporado nesse programa de monitoramento de ambientes aquáticos do Estado realizado pela CETESB. Considerando a quantidade de dados empíricos e a crescente demanda pelo uso dessas informações em manejo dos sistemas aquáticos, decidimos fazer uma revisão sobre as informações disponíveis, focando nas implicações destas para construção e melhoria de sistemas de avaliação ambiental usando macroinvertebrados como indicadores no Estado. Acreditamos que embora existam princípios gerais que norteiam o uso de informações sobre macroinvertebrados e experiências em outras regiões, não existem generalizações aplicáveis a todos os casos e lugares, sendo assim essencial avaliações dos contingenciamentos regionais que quaisquer sistemas de biomonitoramento no Estado estão sujeitos. Nós organizamos este trabalho numa série de perguntas clássicas no contexto do biomonitoramento usando macroinvertebrados (Rosenberg & Resh, 1993; Bonada et al., 2006...) e que julgamos oportunas para o desenvolvimento e implementação de sistemas no Estado de São Paulo. Qual abordagem será mais fiel ao diagnóstico? Quantitativa ou qualitativa? Variabilidade espacial regional: Regionalização pode aumentar a precisão da avaliação de impactos em córregos do Estado de SP? Dados disponíveis para reflexão (dados sobre Oligochaeta não incluídos)

ROQUE, F. O.; TRIVINHO-STRIXINO, S. & STRIXINO, G. 2007. Spatial distribution of chironomid larvae in low-order streams in southeastern Brazilian Atlantic Forest, a multiple scale approach. Pp. xx-xx in: Andersen, T. (ed.) Contributions to the systematics and ecology of aquatic Diptera. A Festschrift honoring Ole A. Saether. Caddis Press. ROQUE, F. O.; LECCI, L. S.; SIQUEIRA, T. & FROEHLICH, C. G. Using environmental and spatial filters to explain stonefly occurrences in Southeastern Brazilian streams: implications for biomonitoring. Acta Limnologica Brasiliensia. Submetido ROQUE, F. O. et al. Are there any taxa associations in Neotropical stream chironomid assemblages predictable from ecological filters? Em elaboração. ANA EMILIA SIEGLOCH: Distribuição espacial das comunidades de Ephemeroptera Haeckel, 1896 (Insecta) em riachos da Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar: Resultados preliminares. KARINA OCAMPO RIGHI: "Distribuição Espacial e Temporal das comunidades de Plecoptera (Insecta) em riachos da Serra da Mantiqueira e Serra do Mar". Trabalho do Mateus Pepineli MELISSA OTTOBONI SEGURA & ALAIDE APARECIDA FONSECA GESSNER. Coleoptera aquáticos em córregos no Estado de São Paulo, Brasil. Variabilidade temporal: Quando coletar? Sazonalidade? Dados disponíveis para reflexão: BARROS, T. S.; ROQUE, F. O.; TRIVINHO-STRIXINO, S. Phenological patterns of Neotropical lotic chironomids: is emergence constrained by environmental factors? Austral Ecology (em avaliação) BARROS, T. S.; ROQUE, F. O.; TRIVINHO-STRIXINO, S. Species richness, abundance, and body size relationships from a neotropical chironomid assemblage: Looking for patterns. Basic and Applied Ecology, v. 1, p. 22-44, 2007.

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MÁRCIA CRISTINA DE PAULA & ALAÍDE A. FONSECA GESSNER: "Composição e abundância de insetos aquáticos em córregos de baixa ordem dentro de fragmentos de matas com diferentes estados de conservação, no estado de São Paulo" JULIANO JOSÉ CORBI SUSANA TRIVINHO-STRIXINO E CLAUDIO GILBERTO FROEHLICH: "Contaminação de metais em larvas de Chironomus e em ninfas de Odonata de córregos adjacentes a áreas de cultivo de cana-de-açúcar" FRANCISCO VALENTE NETO, ALAÍDE A. FONSECA GESSNER & FABIO DE OLIVEIRA ROQUE: Uso de macroinvertebrados saproxilófilos como bioindicadores de integridade biológica de córregos no Estado de São Paulo. GISELE DE CASTRO VIEIRA: Detritos foliares como substrato para macroinvertebrados aquáticos: Um estudo de colonização de detritos de plantas C3 e C4 em córregos de baixa ordem. MELISSA OTTOBONI SEGURA, ALAÍDE APARECIDA FONSECA-GESSNER: Estudo da fauna de Coleoptera (Insecta) aquáticos em córregos no Estado de São Paulo. Qual o nível taxonômico necessário para discriminar áreas e impactos? Dados disponíveis para reflexão: MELO, A. S. Effects of taxonomic and numeric resolution on the ability to detect ecological patterns at a local scale using stream macroinvertebrates. Archiv für Hydrobiologie, Stuttgart, v. 164, n. 3, p. 309-323, 2005. CORBI, J.J.; TRIVINHO-STRIXINO, S. Influence of taxonomic resolution of stream macroinvertebrate communities on the evaluation of different land uses. Acta Limnologica Brasiliensia, v. 18, p. 469-675, 2006. Referências bibliográfias

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