APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE OFICINA SOBRE ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DE QUÍMICA A PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DA CIDADE DE ITAPIPOCA CE



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Transcrição:

APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE OFICINA SOBRE ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DE QUÍMICA A PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DA CIDADE DE ITAPIPOCA CE Artur Ramon Tomé Oliveira Julyane Moreira de Sousa Resumo A maioria dos professores de Química do município de Itapipoca relata a grande dificuldade que eles encontram de atrair o interesse do aluno para o ensino dos conteúdos de química. Pode-se elencar a falta de material didático, o grande número de alunos nas turmas e a falta de estrutura física adequada das escolas como elementos que contribuem para a dificuldade que o professor enfrenta em estimular seus alunos a estudar, a aprender. Dentro deste contexto sentiu-se a necessidade de se propor estratégias de ensino que possam ser utilizados pelos professores de química de forma a motivar os alunos a aprendizagem. Este trabalho usou como metodologia a pesquisa bibliográfica de várias estratégias de ensino e a preparação de uma oficina com a apresentação de quatro delas: Teatro científico, laboratório virtual de Química, música no ensino de Química e jogos lúdicos e aplicação da oficina a professores das escolas de ensino médio de Itapipoca. Após a oficina, os professores participantes foram questionados sobre a viabilidade de aplica-las em sala de aula. Alguns relataram que já se utilizavam de pelos uma das estratégias e mostraram interesse de experimentar outras. Outros apresentaram as dificuldades de aplicar as estratégias devido a número excessivo de alunos por turma e ao tempo disponível as aulas, considerado insuficiente para aplicação das estratégias propostas, apesar disso todos os professores concordaram que as estratégias são importantes como ferramenta que contribuem para melhorar a qualidade da aprendizagem dos conteúdos de químicas e que se for possível fazer adaptações à realidade da escola, será possível aplica-las a suas turmas. Os resultados obtidos nesta oficina nos estimulam a continuar a pesquisa para investigar a real aplicabilidade destas estratégias nas escolas e avaliar até que ponto estas estratégias contribuem para o processo de ensino e aprendizagem.

2 Palavras-chave: Ensino de Química; Estratégias de Ensino; Lúdico Delineando o tema Atualmente o ensino de química vem sendo um desafio para os professores das escolas de educação básica da cidade de Itapipoca localizada no estado do Ceará, os quais relatam que dificilmente conseguem atrair os alunos para o estudo dos conteúdos abordados nessa componente curricular. Os docentes comentam que essas dificuldades podem estar ligadas a precariedade do material didático da escola, ao o grande número de alunos na sala de aula, a falta de um laboratório didático de química, ou seja, a própria estrutura física da escola. Esses fatores trazem como consequência a desmotivação do aluno para estudar principalmente as disciplinas de ciências da natureza como a química. Para contribuir no desenvolvimento do conhecimento cientifico pelo aluno diante dessas dificuldades, o professor deve desenvolver estratégias de ensino, que auxilie no processo de aproximação do aluno aos conteúdos trabalhados na química do ensino médio. Estas estratégias como diz Masetto (2003) são os meios utilizados pelo professor para fazer uma ponte entre o aluno e o conteúdo para que haja um fortalecimento no processo de aprendizagem. Dentro deste contexto, observou-se a necessidade do desenvolvimento e aplicação de uma oficina de formação de professores da educação básica da cidade de Itapipoca, abordando estratégias de ensino que pudessem ser utilizadas em sala de aula, bem como avaliar quais momentos em que essas estratégias poderiam ser realizadas de forma a contribuir para o processo de aprendizagem dos alunos. Na oficina relatada neste trabalho, trabalhou o desenvolvimento e aplicação de quatro estratégias: a música no ensino de química, o teatro lúdico cientifico, o laboratório virtual de química e os jogos lúdicos. Embasamento teórico Na disciplina de Química, apesar de muito que já foi pesquisado e trabalhado, observa-se uma desmotivação por parte do aluno, pois a química ainda é considerada uma disciplina difícil. Silveira e Kiouranis (2008), viram que os alunos dos diversos

3 níveis de aprendizagem estão inseridos nas novas tecnologias e novas linguagens, decorrentes da vasta e irrestrita difusão de informações e concluíram que no ensino de Química, aulas tradicionais, onde o professor somente repassa conhecimento não são novidades. Então cabe ao professor a utilização de novos materiais e estratégias de ensino, apesar de sempre ser um tema discutido, mas não é ainda praticado como se deve ou com a frequência adequada, por conta de muitas escolas não disponibilizarem ou não possuírem materiais para ajudar o professor a aplicar essas alternativas de ensino. Segundo Sanmarti (2002) para que haja uma aprendizagem significativa tem que ser oferecido aos alunos uma quantidade diferente de tarefas e, para isso, o professor deve conhecer muitas técnicas e recursos. Com isso, nota-se o quão é eficiente o professor inovar em sala de aula, fazendo assim que o aluno tenha uma aprendizagem significativa. E segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) o professor deve dar incentivo as atividades que façam o aluno ter curiosidade sobre o fato cientifico do conteúdo, fazendo-o buscar informações do que se obteve em estudos, assim trabalhando também juntamente com os demais colegas. Para atingir esse nível em sala de aula, o professor deve fazer com que suas aulas se tornem atraentes, para que os alunos se sintam chamados a se aprofundarem no conteúdo repassado. Rizzo Pinto (1997), afirma que não há aprendizagem sem atividade intelectual e sem prazer. O aluno deve se sentir motivado para que haja um aprendizado eficiente, logo o professor se torna um agente motivador dentro da sala de aula. O papel do professor estaria, então, segundo Poletti (2002), seria manter o aluno curioso, isso aguçando a sua curiosidade a partir da troca de ideias. Porém, quando o professor não consegue essa motivação no aluno, tem que recorrer a recursos, chamados de estratégias de ensino. Autores como Bordenave e Pereira (1998) mostram as estratégias de ensino como sendo um caminho escolhido ou criado pelo professor para levar o aluno em um direcionamento, pautado numa teorização a ser aplicada na sua prática educativa. Então entende-se que essas estratégias são recursos que agregam valores durante o processo de ensino e aprendizagem que só será importante se estiver ligado aos objetivos que são pretendidos em aula. Para esses objetivos serem alcançados com sucesso, Masetto (2003) considera três pontos que o professor deve considerar ao aplicar as estratégias de ensino:

4 1. Utilizar estratégias adequadas para cada objetivo pretendido; 2. Dispor de estratégias adequadas para cada grupo de alunos, ou para cada turma ; 3. Variá-las no decorrer do curso. Dentro das estratégias de ensino pesquisadas, selecionou-se quatro para serem trabalhadas em uma oficina para os professores: o teatro científico, o laboratório virtual de química, a música no ensino de química e os jogos lúdicos. O teatro tem o poder de ser um grande transmissor de conceitos científicos, pois é lúdico e agradável, por ter uma linguagem de simples compreensão para o aluno, motivando-os assim a aprendizagem em química e sua história. Segundo Montenegro (2005), seu uso nas escolas possibilita o desenvolvimento pessoal, amplia a criticidade e exercita a cidadania. O teatro aproxima o aluno dos conteúdos de Química, tanto em peças históricas, que contam sobre os cientistas que revolucionaram o mundo da Ciência, como através das reações químicas, causando efeitos visuais e contribuido com que os alunos se apaixonem pela Química. Já Ferreira (2002), diz que a música pode nos auxiliar no ensino de uma determinada disciplina, na medida em que, ela abre possibilidades para um segundo caminho que não é o verbal (p. 13), na qual o aluno pode despertar uma sensibilidade em relação ao conteúdo e a música. A música e a letra são importantes alternativas de ensino que diminuem a distância que há entre alunos, professores e conhecimento científico, fazendo com que uma temática colocada em sala fique na mente por muito tempo. Russel (1999) descreve artigos que utilizam jogos para ensinar nomenclatura, fórmulas e equações químicas, conceitos gerais em química como massa, propriedades da matéria, elementos químicos e estrutura atômica, soluções e solubilidade e química orgânica e instrumentação. São esses jogos que fazem os alunos trabalharem em grupos, assim fazendo que eles compartilhem seus conhecimentos sobre química, ou o que tem maior detenção do conteúdo, tire a duvidas dos colegas durante a aplicação do jogo. Com o avanço tecnológico, os alunos já podem interagir com o mundo virtual com mais facilidade, e existem programas de computadores que podem contribuir com o processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Segundo Fiolhais (1996), o conjunto de simulações relacionadas com as experiências reais fornece um ambiente de fácil aprendizagem que ajuda no conhecimento cientifico do aluno. Diversos sites

5 podem ser encontrados na internet que trazem jogos e simulações que podem ser utilizados pelos professores como estratégias de ensino. Processo metodológico Baseado nas pesquisas bibliográficas desenvolveu-se e aplicou-se uma oficina aos professores da disciplina de química das escolas da rede básica da cidade de Itapipoca no Ceará. Os conteúdos abordados foram sobre as estratégias no ensino de química, elecando os principais autores que relatam experiências realizadas sobre o assunto. Após apresentação das estratégias: o teatro científico, o laboratório virtual de química, a música no ensino de química e os jogos lúdicos, houve uma discussão de como essas estratégias poderiam ser utilizadas em sala de aula e da viabilidade do uso de cada estratégia nas turmas dos referidos professores. A análise dessas discussões é apresentadas a seguir. Discutindo a atividade Partindo-se do principio de que em algum momento o professor utiliza alguma metodologia que busquem tornar suas aulas mais dinamizadas, procurou-se saber dos professores participantes da atividade se eles já tinham utilizado pelo menos uma das estratégias trabalhadas na oficina, em sala de aula e qual foram os resultados obtidos. Todos os professores relataram que conseguiram um ótimo retorno por parte dos alunos ao utilizar uma dessas alternativas em sua prática pedagógica, porém os professores foram unânimes em enfatizar algumas das dificuldades enfrentadas na aplicação de metodologias diferentes em suas aulas. A problemática mais ouvida na fala dos professores, é que aplicar qualquer metodologia em sala de aula requer uma demanda de tempo para preparação desta, e os professores da educação básica trabalham durante uma extensa carga horária semanal. Por este motivo, não há tempo para se planejar aulas dinâmicas e o professor acaba realizando uma aula tradicional sobre um conteúdo que poderia ser melhor trabalhado com aplicação de alguma estratégia de ensino. Também foi ressaltada a questão da

6 quantidade de alunos em salas de aula que tem como consequência o fato de que não se pode aplicar as estratégias abordadas na oficina em qualquer turma, pois quanto maior for a turma, maior será o tempo para a atividade planejada pelo professor. Existe ainda a concepção por parte dos professores de que as estratégias de ensino devam ser aplicadas somente aquelas turmas em que se verificam maiores dificuldades de aprendizagem, pois nas turmas que tem facilidade na aprendizagem dos conteúdos de química, a aplicação de outras estratégias que fogem do ensino tradicional não tem grande importância, pois seria perca de tempo passar utilizar novas estratégias em turmas com maiores índice de rendimento A discussão avançou para o ponto de motivação do aluno, quando foi ressaltada como as estratégias abordadas poderiam influenciar ou sugerir uma nova forma de aprender, utilizando como exemplo o teatro cientifico em que o fato de haver reuniões para ensaios de peças e preparação de figurino, preparação de roteiros, todas estas atividades serviriam como motivação para o aluno pois este teria que exercer a capacidade de pesquisar de tomar decisões. Nesse processo o professor seria um agente motivador da aprendizagem. Ainda em relação a motivação, um dos pontos mais comentados foi em relação aos professores que simplesmente empurram aula com a barriga, e de como esses professores atuam como principais desmotivadores de alunos e fazem a química ser uma disciplina classificada como o bicho de sete cabeças. Um professor desmotivado em sala de aula pode afetar seriamente o processo de ensino aprendizagem, causando desanimo no aluno perante a química, que já não é bem vista com bons olhos pelos alunos da educação básica. Mesmo elencando todos esses fatores que afetam as práticas de ensino, os professores percebem que eles devem buscar está se capacitando continuamente, pois um professor que busca inovações em sua área de ensino tem sempre algo novo a oferecer para seus alunos e o retorno é sempre positivo. Considerações finais Considera-se de suma importância que os professores de química busquem novas estratégias de ensino para inovar suas aulas. Estas estratégias são importantes

7 para a motivação dos alunos e para estimulá-los a aprofundar os conteúdos de química que são trabalhados em sala. Os professores que participaram desta oficina se mostraram interessados nas estratégias de ensino abordadas e avaliaram que estas são viáveis desde que em turmas com menor número de alunos pois eles requerem não só tempo de planejamento mas também tempo de execução e a forma como a disciplina de química está distribuída dentro da grade curricular das escolas ( cerca de duas horas semanais geminadas ou não) não permite em muitos caso a aplicação de metodologias diferenciadas. Um outro problema que deve ser considerado na aplicação destas metodologias é questão das habilidades inerentes a atividade. Muitos professores não tem habilidade para música ou para o teatro, mesmo assim acredita-se que esta falta de habilidade não seja empecilho para se trabalhar metodologias que requerem um pouco desta habilidades, pois nesse caso não se pretende forma artista, mas apenas que através destas estratégia o aluno se sinta motivado a aprender e a construir seu conhecimento. Espera-se com a nova reestruturação da escola básica, que segundo o governo do Ceará adotará o sistema integral, que o professor tenha mais tempo disponível para planejar suas aulas e assim possa trabalhar as várias estratégias que podem ser usadas para melhorar a aprendizagem dos conteúdos de química. Referências BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. FERREIRA, M. Como usar a música na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002. FIOLHAIS, Carlos. A Realidade Virtual no ensino e aprendizagem da física e da química. GAZETA DE FÍSICA. Vol. 19, 1996.

8 MASETTO, M. T. Competência pedagógica do professor universitário. São Paulo: Summus, 2003. MONTENEGRO, Betânia. O papel do teatro na divulgação científica: A experiência da Seara da Ciência. Disponível em: http://lapeffs.googlepages.com/f758_p_31a32_opapeldoteatronadivulga.pdf. POLETTI, André.O professor e a gestão do conhecimento. Profissão mestre, São Paulo, p. 22-23, set. 2002. RIZZO PINTO, J. Corpo, movimento e educação o desafio da criança e adolescente deficientes sociais. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. RUSSELL. J. V. Using games to teach chemistry- an annotated bibliography. Journal of Chemical Education, v.76, n.4, p.481, 1999 SANMARTI, N. Didática em las ciências em la educacion primaria. Madri: Síntesis, 2002 SILVEIRA, M.P; KIOURANIS, N.M.N. A Música e o Ensino de Química. Química nova na escola, São Paulo, n. 28, p. 28-31, maio 2008. SOARES, M.H.F.B. O lúdico em Química: jogos e atividades aplicados ao ensino de Química.Universidade Federal de São Carlos (tese de doutorado, 2004). TORRICELLI, Enéas. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, Faculdade de Educação. Dificuldades de aprendizagem no Ensino de Química, 2007. (Tese de livre docência)