DIAGNÓSTICO DA ACESSIBILIDADE NAS EDIFICAÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CAMPUS CRUZ DAS ALMAS- BA

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Transcrição:

DIAGNÓSTICO DA ACESSIBILIDADE NAS EDIFICAÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CAMPUS CRUZ DAS ALMAS- BA PASSOS, Edina Angelo 1, OLIVEIRA, Aline Damasceno 2, COSTA, Fernanda Nepomuceno³. UFRB/ CETEC, Campus de Cruz das Almas, Centro Cruz das Almas/BA. CEP: 44380-000, e-mail: 1 ednapassos@yahoo.com.br 2 alineoliveira_09@yahoo.com.br ³fernandacosta@ufrb.edu.br Resumo - A acessibilidade é um tema atual que vem sendo discutido pela sociedade. Nos ambientes educacionais, a acessibilidade pode ser interpretada como a eliminação de barreiras arquitetônicas, provimento de equipamentos e recursos especiais para que as pessoas com deficiência ou não possam ter acesso com segurança e autonomia a esse ambiente. Esse trabalho trata da avaliação e diagnóstico da acessibilidade nas edificações da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia campus Cruz das Almas, com base na NRB 9050:2004. Foram identificadas 67 edificações em todo o campus, nas quais 12 edificações foram contempladas para realização do estudo. Os resultados foram apresentados por ambiente edificado estudado. A partir de então, identificou-se deficiências físicas nas edificações, tomando como base requisitos contidos na NBR 9050:2004, tendo como resultados oportunidades de melhorias e boas práticas nas edificações da UFRB. Palavras-chave: Acessibilidade, universidade, NBR9050. Área do Conhecimento: Engenharia Introdução As barreiras arquitetônicas quando instaladas no ambiente educacional dificultam ou até impedem a mobilidade de seus usuários, isso evidencia um despreparo do local para recebê-los, ou seja, a concepção inadequada do ambiente edificado universitário passa a representar uma dificuldade de acesso e locomoção. Tal fato indica que em termos arquitetônicos e urbanísticos, promover acessibilidade corresponde em criar espaços livres de barreiras arquitetônicas favoráveis a locomoção de todas as pessoas, quer sejam crianças, jovens, adultos ou idosos, portadores de deficiência ou não (CALADO, 2006). Desse modo, para minimizar e/ou eliminar os efeitos nocivos da falta de acessibilidade universal tem-se uma norma específica, a NBR 9050:2004, que trata da acessibilidade no espaço construído. Esse documento estabelece critérios para garantir que todas as pessoas possam se orientar e se deslocar facilmente em um ambiente, fazendo uso dos elementos que o compõem com segurança e independência, isto é, sem acidentes e sem necessidade de solicitar ajuda para realizar tarefas (ABNT, 2004). Diante do exposto este trabalho tem o objetivo de avaliar e diagnosticar a acessibilidade nas edificações da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia campus Cruz das Almas. Esse diagnósticos foi realizado usando como suporte os requisitos de acessibilidade da NBR9050:2004, a qual visa proporcionar à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos do espaço construído. Metodologia Para realização deste trabalho desenvolveu-se a seguinte metodologia. Na primeira etapa fez-se uma revisão bibliográfica composta de títulos nacionais, incluindo periódicos, livros, teses, dissertações, informações de websites, além de normas utilizadas como referenciais técnicos nos assuntos abordados ao longo da execução do trabalho. Foram utilizados, também, manuais, cartilhas e publicação de institutos de pesquisas e órgãos governamentais. Nesta etapa do estudo buscaram-se os conceitos ligados a acessibilidade, barreiras arquitetônicas, usuários, universidades e o seu papel social. Em seguida tornou-se necessário conhecer a universidade em ternos de edificação e ambientes, assim fez-se o mapeamento detalhado da UFRB com a listagem de suas edificações e seus respectivos espaços internos, no intuito de criar uma ferramenta eficiente para avaliação da acessibilidade. O mapeamento detectou 67 1

unidades construídas que compõem o campus de Cruz das Almas, sendo que a pesquisa se concentrou em 12 dessas edificações. Os critérios utilizados para seleção das edificações foram à frequência com que seus usuários (discentes, docentes, visitantes, servidores administrativos e terceirizados) as utilizam e o serviço que ela desempenha dentro da universidade. Na terceira etapa, foi possível criar ferramentas de avaliação, de forma que cada item apresentado possuísse três alternativas a serem assinaladas: SIM, NÃO e Não se aplica. As respostas SIM representam os aspectos positivos de acessibilidade; as respostas NÃO representam itens que não foram encontrados, embora obrigatórios e/ou necessários, ou não estavam dentro dos parâmetros exigidos pela norma. Enquanto que Não se aplica indica os itens que não poderiam ser avaliados, pois não existiam na edificação estudada, não sendo obrigatória sua existência. Na quarta parte do estudo fez-se o estudo piloto, no intuito de testar as ferramentas e o método de avaliação proposto, identificando as falhas para posteriores correções. E por fim fez-se a coleta dos dados usando a lista de verificação, observações direta, o registro fotográfico e em seguida análise dos resultados obtidos. Resultados O método de avaliação proposto foi aplicado em forma de estudo de caso na UFRB, no campus de Cruz das Almas, onde as seguintes edificações foram avaliadas: Pavilhão de aulas I, Pavilhão de aulas II, Biblioteca, prédio administrativo do CCAAB, prédio administrativo do CETEC, Auditório da PRPPG, Auditório da Reitoria, Unidades Acadêmicas, Residência Universitária (TRIO), Residência Universitária (HOSPÍCIO), Unidade Administrativa da SURRAC e Restaurante Universitário. Essas edificações foram selecionadas dentre um conjunto de edificações que compõe as instalações da UFRB, utilizando critérios de acordo com os tipos de usuários e a frequência de utilização desses espaços pelos variados usuários. As edificações citadas bem como seus ambientes foram avaliadas a fim de verificar o cumprimento dos requisitos de acessibilidades estabelecidos pela NBR 9050:2004. 1. Estacionamento A) Boas práticas encontradas: As vagas para estacionamento de veículos para pessoas com deficiência, quando existem, estão vinculadas a rota acessível interligando aos polos de atração. B) Oportunidades de melhorias: Falta de urbanização; falta de vagas para deficientes em algumas edificações (figura 1); falta de sinalização vertical e horizontal das vagas para portadores de deficiência; falta de espaço adicional para circulação do cadeirante próximo a vaga; falta de sinalização dos estacionamentos de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro. Figura 1: Falta de urbanização do estacionamento (Pavilhão de Aulas II). 2. Circulação externa A) Boas práticas encontradas: Piso antiderrapante e firme; a composição de piso tátil de alerta e direcional em algumas edificações; faixa livre de circulação com altura livre de 2,10m, livre de vegetação; as tampas de visitação e inspeção estão fora das áreas de circulação; possuem área de descanso com bancos em algumas das edificações (figura 2). Figura 2: Circulação externa com calçadas amplas e provida de piso tátil (Pavilhão de aulas I). B) Oportunidades de melhorias: Falta de piso tátil e direcional em todas as áreas externas das edificações; existência de desníveis; falta de corrimão e guarda-corpo nas escadas e rampas; falta de sinalização de alerta das mesmas (figura 3); existência de obstáculos nas calçadas que diminuem a faixa livre de circulação (figura 4); falhas na utilização do piso tátil e direcional, ou 2

seja, a composição entre os dois pisos não existe ou quando existe não atende aos parâmetros da NBR 9050 (figura 5); falhas na execução dos rebaixamentos das calçadas. Figura 3: Escadas sem guarda-corpo e corrimão. Figura 4: Calçadas com obstáculos. inclinação transversal das superfícies é de até 2% nos pisos internos. B) Oportunidades de melhorias no acesso e circulação: Sinalização: Não existe sinalização informativa, indicativa e direcional da localização das entradas acessíveis; não existem rotas de fuga, bem como saída de emergência nas edificações. 4. Parâmetros antropométricos A) Boas práticas encontradas: Parâmetros antropométricos para pessoa em pé: As áreas livres para circulação possuem largura mínima de 0,90 possibilitando a passagem de uma pessoa com duas bengalas, com andador rígido e com cão guia. Comandos e controles: A maioria está na altura estabelecida pela norma. B) Oportunidades de melhorias: Área de transferência: As edificações não possuem áreas de transferências, bem como bancos para transferência providos de encosto. Parâmetros antropométricos para pessoas em cadeira de rodas: As residências universitárias, o restaurante universitário e o prédio administrativo do CCAAB possuem trechos que impossibilitam manobras em cadeiras de rodas. 5. Sanitários e vestiários A) Boas práticas encontradas nos sanitários analisados: Como mostrado na figura 6, as torneiras dos lavatórios são acionadas por alavanca ou dispositivos equivalentes. Sob os lavatórios não existem elementos com superfícies cortantes ou abrasivas. Os lavatórios são suspensos. A maior parte dos lavatórios observados atende as medidas estabelecidas pela NBR 9050:2004. Figura 5: Falhas na composição do piso tátil de alerta e direcional. 3. Acesso e circulação das áreas internas A) Boas práticas encontradas no acesso e circulação: Nas rotas de circulação acessíveis não há capachos, forrações, carpetes e tapetes. O piso tem superfície regular, que não provoca trepidação em dispositivos com rodas (cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê); tem superfície firme e estável; não possuem padronagem na superfície que possa causar sensação de insegurança (por exemplo: estampas que pelo contraste de cores possa causar sensação de tridimensionalidade); a Figura 6: Lavatórios suspenso com torneiras que requer leve pressão para o uso. B) Oportunidades de melhorias para os sanitários: Os mictórios não dispõem de barra de apoio na vertical, para facilitar a aproximação, alguns dos mictórios observados estão instalados em locais sem privacidade, como por exemplo, próximo à porta de acesso ao sanitário. O piso dos sanitários 3

não é antiderrapante, como estabelecido pela norma, podendo causar quedas quando molhados. Figura 9a: Falta de acessórios nos sanitários (papeleira). A maioria das barras de apoios avaliadas possui altura, comprimento, localização e diâmetro fora do estabelecido pela norma, como ilustrado na figura 7. Figura 9b: Falta de acessórios nos sanitários (cabide, porta-objeto). Figura 7: Barras de apoio em boxe para bacia sanitária acessível. Utilização dos boxes de bacia sanitária acessível: A maioria dos boxes de bacia sanitária acessível está fechado, em manutenção ou serve de depósito para material de limpeza, impossibilitando assim uso quando preciso (figura 8). 6. Sinalização A) Boas práticas encontradas: As figuras contêm contornos fortes e bem definidos; possuem simplicidade nas formas e poucos detalhes; contém simetria. Nas sinalizações internas dos ambientes, a dimensão mínima das figuras é de 15 cm. As informações dirigidas às pessoas com baixa visão estão em texto impresso em fonte tamanho 16, com traços simples e uniforme e algarismos arábicos, em cor preta sobre fundo branco. B) Oportunidades de melhorias para os sanitários: Sinalização: Boa parte dos sanitários não é sinalizada com símbolos internacionais para sanitários (figura 10); as vagas de estacionamento de veículos de pessoas com deficiência não são sinalizadas. As escadas, rampas e elevados não são sinalizadas com símbolos de circulação. As portas não têm informação visual (número da sala, destinação, etc.) localizada entre 1,40 m e 1,60 m do piso acabado como exigido pela norma. Os degraus e escadas não têm sinalização visual na borda do piso. Figura 8: Sanitário acessível utilizado como depósito Acessórios: Não possuem papeleiras, cabides, portas objetos (figura 9a e 9b). A maior parte dos sanitários não possui espelhos e os que possuem a altura de instalação dos espelhos não está de acordo com a norma. Figura 10: Falta de padronização da sinalização dos sanitários. 7. Equipamentos urbanos A) Boas práticas encontradas foram: As cozinhas das edificações possuem medidas dentro do estabelecido pela norma; permite acesso e alcance aos utensílios; permite circulação com segurança dentro da mesma. 4

Os dois Auditórios avaliados (figura 11) possuem lugar destinado a portador de cadeira de rodas e assento para portador de mobilidade reduzida, porém com algumas falhas no seu dimensionamento como, por exemplo, não estar deslocado 0,30 m em relação à cadeira ao lado para que as pessoas em cadeira de rodas e seus acompanhantes fiquem na mesma direção. 9. Mesas para refeição e trabalho A) Boas práticas encontradas: As edificações avaliadas possuem pelo menos 5% do total de mesas acessíveis a P.C.R., com no mínimo uma. B) Oportunidades de melhorias: No prédio administrativo do CETEC e no Restaurante Universitário as mesas não estão localizadas junto às rotas acessíveis. Além de não possuir módulo de referência que permita a aproximação frontal de cadeirantes e não garante uma faixa livre de circulação de 0,90 m, causando desconforto para seus usuários (figura 13). Figura 11: Espaço para cadeirante nos auditórios. B) Oportunidades de melhorias encontradas foram: Apenas o auditório da PRPPG possui assento para P.O. Nenhum dos assentos ou espaços destinados para P.C.R., P.M.R. e P.O. em ambos os auditórios são sinalizados; os desníveis entre o palco e a plateia não possui sinalização tátil de alerta no piso; o desnível entre o palco e a plateia não é vencido através de rampa, possuindo apenas escadas (figura 12). 8. Telefone Público Das edificações avaliadas a única que possui telefone público é o Auditório da Reitoria, no entanto este se encontra danificado, não podendo deste modo ser avaliado. Figura12: Desnível entre o palco e a plateia. Camarim: Não há uma rota acessível que interligue os espaços para P.C.R. ao bastidor. Locais de hospedagem com dormitório acessível: Não possui dispositivo de chamada para caso de emergência nos sanitários ao lado da bacia sanitária e ao lado do boxe de chuveiro, o desnível entre o sanitário e o boxe do chuveiro é superior a 1,5 cm. Figura13: Mesas para refeição e trabalho não permite aproximação frontal para P.C.R no Restaurante Universitário. 10. Bebedouros A) Boas práticas encontradas: A existência da possibilidade de aproximação paralela aos bebedouros. A altura dos comandos dentro do estabelecido; as bicas estão localizadas no lado frontal dos bebedouros. B) Oportunidade de melhorias encontradas: A falta de bebedouros que permita a aproximação frontal, ou seja, garantir um M.R. para a aproximação frontal aos bebedouros. 11. Biblioteca A) Boas práticas encontradas foram: As mesas são acessíveis e estão distribuídas de forma a estarem integradas às demais e em locais onde sejam oferecidas todas as comodidades e serviços disponíveis no estabelecimento. Nos corredores, entre as estantes dos livros, a cada 15 m tem um espaço que permite a manobra da cadeira de rodas com rotação de 180. B) Oportunidade de melhorias encontradas: Os itens que necessitam ser corrigidos são: Os balcões de atendimento, pois não são acessíveis a P.C.R. A altura dos fichários por não atender às faixas de alcance manual de cadeirantes. Os terminais de consulta por meio de computadores e acesso à Internet não são acessíveis para P.M.R. e nem para P.C.R. 5

Discussão Para PALUDO (2010), as instituições de ensino necessitam urgentemente se adaptar a legislação e as normas existentes para possibilitar o acesso e permanência dos seus usuários. A legislação brasileira diz que instituições públicas como universidades devem oferecer acesso de modo geral aos usuários em seus estabelecimentos. A partir desse trabalho notou-se que apesar do cumprimento dos requisitos da norma ser necessário para tornar o ambiente livre de barreiras arquitetônicas, o resultado deste estudo de caso, numa escala de zero a dez pontos, gerou nota 6,5 apontando a necessidade de uma maior preocupação com a questão da acessibilidade na universidade para alcançar 100% do cumprimento dos requisitos da norma. Foi constatado que muitos dos requisitos da NBR 9050 não são atendidos, devido à falta de aplicação efetiva desses requisitos nos ambientes. Além disso, muitos dos requisitos aplicados apresentam falhas de implementação. Assim, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Cruz das Almas deve adaptar seus ambientes e realizar uma gestão mais rigorosa na concepção de novos projetos visando proporcionar acessibilidade, conforto e segurança a seus usuários. Conclusão O objetivo principal deste trabalho foi a proposição de um método de avaliação do cumprimento dos requisitos de acessibilidade contidos na NBR 9050:2004 para edificações universitárias. Para isso, criou-se uma ferramenta chamada de lista de verificação e usaram-se como estudo de caso as edificações da UFRB no campus de Cruz das Almas. Com essa lista de verificação é possível conhecer intimamente a realidade das edificações universitárias quanto às barreiras arquitetônicas e, assim, ser possível através da sinalização dos locais com deficiências, tomar as devidas providências para eliminá-las e transformar o ambiente edificado mais acessível. Após elaboração da ferramenta de avaliação, da realização de levantamento em campo, das observações diretas e dos registros fotográficos nas instalações da universidade e da aplicação da lista de verificação do cumprimento das exigências de acessibilidade da NBR 9050:2004 foi constatado que uma ferramenta como esta pode auxiliar a UFRB ou qualquer outra instituição de ensino nas auditorias realizadas durante a execução de reformas e/ou ampliação de seus espaços. Sabe-se que uma intervenção para eliminar barreiras arquitetônicas traz benefícios para os usuários, como conforto, segurança e, principalmente, autonomia. Projetar e construir espaços sem barreiras arquitetônicas e oferecer a acessibilidade é um conceito importante para dar respostas às necessidades de todos os cidadãos que tenham ou não qualquer tipo de deficiência. Referências - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. NBR 9050: 2 ed. Rio de Janeiro, 2004. - BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. - BRASIL. Decreto Nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis n 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>. Acesso em: 19 set. 2013. - CALADO, Giordana Chaves. Acessibilidade no ambiente escolar: reflexão cm base no estudo de duas escolas municipais de Natal-RN. 2006. Dissertação Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. Natal-RN, 2006. - MONTENEGRO, Nadja G.S. Dutra; SANTIAGO, Zilsa Maria Pinto; SOUSA Valdemice Costa de. Guia de Acessibilidade: Espaço Público e Edificações. 1 ed. Fortaleza: SEINFRA-CE, 2009. - MORAES, Miguel Correia de. Acessibilidade no Brasil: análise da NBR 9050. 2007. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, UFSC, Florianópolis, 2007. - OLIVEIRA, Elaine Teresa Gomes de. Acessibilidade na Universidade Estadual de Londrina: o ponto de vista do estudante com deficiência. 2003. Dissertação Universidade Estadual Paulista- Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, 2003. - PALUDO, Maria de Lurdes. Acessibilidade à Educação por Pessoas Deficientes, em uma biblioteca Universitária. 2010. Dissertação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Porto Alegre, 2010. 6