MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE EM EDIFICAÇÕES DE UNIVERSIDADES
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- Antônio Festas Capistrano
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1 MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE EM EDIFICAÇÕES DE UNIVERSIDADES PASSOS, Edina Angelo 1, OLIVEIRA, Aline Damasceno 2, OLIVEIRA, Laisa da Costa 3, SILVA John Hebert 4, COSTA, Fernanda Nepomuceno 5. UFRB/ CETEC, Campus de Cruz das Almas, Centro Cruz das Almas/BA. CEP: , 1 ednapassos@yahoo.com.br 2 alineoliveira_09@yahoo.com.br 3 laisaoliveira.92@gmail.com 4 john.hebert@msn.com 5 fernandacosta@ufrb.edu.br Resumo - Quando se fala de acessibilidade normalmente associa-se a mobilidade com algum tipo de deficiência. No entanto, este termo perpassa por todos os indivíduos, englobando desde idosos, pessoas com mobilidade reduzida, obesos, mães com carros de bebês e, inclusive, a população sem nenhum tipo de necessidade especial. Prezar pela acessibilidade é o mesmo que garantir acesso a todos, independente de suas limitações, a qualquer ambiente. Logo, as universidades públicas devem dispor de espaços que permitam aos seus usuários acesso a suas edificações com conforto, segurança e autonomia. Este artigo tem como objetivo apresentar um método para avaliação da acessibilidade em edificações de universidades, embasado nos requisitos da NBR 9050:2004, norma brasileira que trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Para teste do método de avaliação, foi realizado um estudo piloto no campus de Cruz das Almas, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Embora, extenso, o método mostrou tratar da realidade da acessibilidade nas edificações, com aplicação fácil. Palavras-chave: Acessibilidade, universidade, método de avaliação, NBR Área do Conhecimento: Engenharia Introdução Acessibilidade é uma palavra ainda pouco conhecida no Brasil. Felizmente, tal definição vem disseminando-se de forma lenta, mas gradativa, fazendo com que a população mantenha-se cada vez mais ciente e assim exija e garanta direitos de todos, inclusive das pessoas com mobilidade reduzida. Apesar de representarem uma minoria da sociedade, os mesmos devem, também, usufruir o direito de ir e vir assegurado na Constituição Brasileira e para tanto, necessitam de ambientes acessíveis. As universidades do Brasil, enquanto produtoras de conhecimento e ciência devem garantir a todos o acesso às suas edificações, espaços e equipamentos urbanos a fim de permitir a democratização e a igualdade ao acesso à informação e ao conhecimento. No entanto, não é o que acontece em maior parte delas, quando se trata do espaço edificado. Ademais disso, a NBR 9050 (ABNT, 2004), relaciona acessibilidade não apenas ao acesso de pessoas com limitações ou reduções de mobilidade, mas também à utilização de maneira autônoma e segura de ambientes, equipamentos urbanos e elementos por todos os seus usuários. Assim, a fim de garantir melhorias e expansão da mobilidade em universidades brasileiras, este artigo apresenta um método de avaliação da acessibilidade em edificações de universidades. Para testar o método, foi realizado um estudo piloto na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, no campus de Cruz das Almas. Esse estudo poderá ser aplicado a qualquer ambiente universitário, público ou privado, sem prejuízos ou complicações, para verificação da existência de conformidade com a NBR 9050: Metodologia Para realização do estudo desenvolveu-se a seguinte metodologia. Na primeira etapa da pesquisa fez-se uma pesquisa documental e a revisão bibliográfica, utilizando principalmente leis e portarias que tratam da acessibilidade em instituição de ensino; o Código de Trânsito Brasileiro; e a NBR 9050: 2004; além de materiais bibliográficos diversos, tais como publicações de pesquisas anteriores sobre o tema, a fim embasar 1
2 e compreender os conceitos e as exigências, propostos por esses documentos. papeleiras cabides e porta-objeto, conforme figuras 1 e 2. Na segunda etapa, foi possível criar ferramentas de avaliação, sob a forma de listas de verificação do comprimento dos requisitos da NBR9050: 2004, para avaliar cada ambiente existente numa edificação de universidades. As listas de verificação são compostas por três alternativas a serem assinaladas: SIM, NÃO e Não se Aplica. As respostas SIM representam a conformidade com os aspectos da NBR 9050; as respostas NÃO representam requisitos da NBR9050 descumpridos nas edificações da universidade, enquanto que Não se Aplica indica itens que não foram possíveis avaliar, por serem impraticáveis no ambiente edificado estudado. Na terceira parte do estudo fez-se o estudo piloto utilizando como campo de estudo a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia campus Cruz das Almas, no intuito de testar as ferramentas e o método de avaliação proposto, identificando as falhas para posteriores correções. Por fim, recomendar a correção dos problemas encontrados durante o estudo piloto, como forma de contribuir e dar um retorno aos gestores e comunidade universitária. Figura 1: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia a bacia sanitária. Resultados O método de avaliação da acessibilidade nas edificações de universidades é o principal produto deste trabalho. A seguir serão explicitados trechos da principal ferramenta, as listas de verificação dos requisitos de acessibilidade, as quais foram aplicadas em variados locais edificados da universidade. A avaliação abrange espaços edificados e equipamentos urbanos, tais como: sanitários e vestiários, bebedouros, telefones públicos, mesas para refeições e trabalho, parâmetros antropométricos, biblioteca, circulação externa e interna, estacionamentos, símbolos e sinalização. A avaliação da acessibilidade segue requisitos como altura, comprimento, profundidade e quantidade de equipamentos, seguindo a NBR 9050: Banheiro: A figura 1 apresenta um trecho da ferramenta que avalia a bacia sanitária quanto à área de transferência, barra de apoio e altura da bacia. Figura 2: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia os acessórios para banheiro. 2. Locais de reunião: A figura 3 ilustra o trecho da ferramenta que avalia auditório quanto aos espaços reservados ao portador de necessidades especiais como Pessoa com Mobilidade Reduzida, Obesa e Portador de Cadeiras de Rodas. 3. Locais de Hospedagem: A figura 4 mostra o trecho da ferramenta que avalia os locais de hospedagem quanto à dimensão dos mobiliários. No banheiro verifica-se a composição dos acessórios com os seguintes itens: espelhos, 2
3 Figura 3: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia o auditório. Figura 5: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia a biblioteca. 5. Acesso e Circulação interna: A figura 6 apresenta um trecho da ferramenta que avalia o piso tátil nas circulações dentro da edificação e se estão localizadas no começo das escadas, rampas e nos rebaixamento de calçadas. A figura 7 identifica se os corrimões e guardacorpos são instalados de acordo com a NBR9050. Figura 4: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia locais de hospedagem. 4. Biblioteca e Centro de leitura: A figura 5 contém o trecho da ferramenta lista de verificação que avalia se a biblioteca é acessível, se é garantido um módulo de referência que possibilite uma aproximação segura e confortável e se as mesas estão localizadas em rotas acessíveis. Figura 6: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia o piso tátil. 3
4 Figura 7: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia corrimão de escadas. Figura 9: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia as dimensões referenciais para deslocamento de pessoas em pé. 6. Estacionamento: A NBR9050 orienta como sinalizar as vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com deficiência. A figura 8 mostra algumas exigências desse quesito. Figura 10: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia as dimensões referenciais para cadeiras de rodas manuais ou motorizadas. Figura 8: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia as vagas para pessoas com deficiência em estacionamentos. 7. Parâmetros Antropométricos: Esse item representa a avaliação em áreas de edificações de acordo com medidas do corpo humano que possibilita a pessoa portadora de necessidades especiais em pé (figura 9) e a dimensão referencial para pessoa em cadeira de rodas (figura 10). 8. Circulação Externa: As áreas de circulação externa incluem as áreas públicas, como passeios, calçadas, vias de pedestres, faixas de travessia de pedestres, passarelas, caminhos, passagens, calçadas verdes e pisos drenantes. A figura 11 ilustra um trecho da ferramenta que avalia esse quesito. 4
5 todos, a fim de contemplar seus interesses primários. Após sua aplicação percebeu-se a acessibilidade como um alvo possível, sem necessariamente grandes ou desnecessários despendimentos de espaço ou dinheiro. A intenção dos pesquisadores, na proposição desse método de avaliação, é facilitar a verificação da existência de requisitos de acessibilidade no espaço construído, focando edificações de universidades, por meio de uma ferramenta fácil e que agrega itens de uma norma técnica com conteúdo extenso e que trata de vários outros ambientes edificados. Figura 11: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia os rebaixamentos de calçadas. 9. Símbolos: São representações gráficas que, através de figuras ou formas convencionadas, estabelecem uma analogia entre o objeto ou a informação e sua representação. Todos os símbolos podem ser associados a uma sinalização direcional. A figura 12 ilustra um trecho da ferramenta que possibilita a identificação dos símbolos em locais como sanitários, escadas e elevadores. É de conhecimento de todos que conforto, segurança e autonomia estão diretamente ligados à qualidade de vida (MORAES, 2007) e esta, por sua vez, à aprendizagem, objetivo maior destas instituições as universidades e sem a qual todo investimento acaba dissipado. Com a análise dos dados coletados para a validação do método de avaliação da acessibilidade em edificações de universidades, foi possível identificar a necessidade de aquisições e adaptações de partes do espaço edificado, no tocante à facilitação do acesso, mobilidade e permanência de todos os cidadãos ao ambiente universitário. Assim, de forma prática, foi constatado nas edificações da UFRB, objeto de estudo piloto, que, embora haja a obrigação de se assistir aos usuários de suas instalações com acessibilidade em todos os ambientes necessários ao uso, conforme preconiza a NBR9050:2004, efetivamente existe necessidade de intervenção para sanar deficiências no espaço edificado, com adaptação de instalações focadas em ampliar a mobilidade. Figura 12: Trecho da ferramenta lista de verificação que avalia a sinalização. Discussão O método de avaliação proposto mostrou-se útil na verificação de ambientes acessíveis em uma universidade. Considerando a universidade como um espaço que visa a democratização e a igualdade ao acesso à informação e ao conhecimento, foi observada a necessidade de ambientes propícios ao trânsito e permanência de Conclusão Esse trabalho apresentou um método de avaliação da acessibilidade em edificações de universidades, verificando a existência de ambientes e rotas acessíveis em seus espaços edificados. Uma dificuldade encontrada ao longo do estudo e da criação de ferramentas para avaliação foi a escassez de bibliografia particular à acessibilidade aplicada ao espaço acadêmico. Muito embora existam diversos documentos, apostilhas, dissertações, teses e artigos envolvendo o tema acessibilidade e construções acessíveis, literaturas peculiares ao tema tratado são raras. 5
6 Dessa forma, o estudo traz contribuições para a disseminação do tema no país. Tendo em vista que a universidade compreende um ambiente capaz de transformar o espaço e o indivíduo, ingressado e à sua volta, faz-se essencial direcionar pesquisas à promoção de ambientes propícios à indução, à formação e à troca de conhecimento e informação, para a obtenção de suas intenções primordiais. Dessa maneira, a acessibilidade constitui aspecto imprescidível. Agradecimentos: Grupo de Pesquisa: Estrutura, Materiais e Construção Civil Sustentável; UFRB/PIBIC. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2 ed. Rio de Janeiro, BRASIL. Portaria nº de dezembro de Disponível em: < s/p1679.pdf>. Acesso em: 17 abril LAUFER, Adriana Mariana; RIBAS, Viviane Gaspar; KISTMANN, Virginia Borges. Acessibilidade nos edifícios educacionais. In: II Congresso Brasileiro e I Ibero-Americano Habitação Social. 2006, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis, MORAES, Miguel Correia de. Acessibilidade no Brasil: análise da NBR Florianópolis: UFSC, Dissertação de mestrado. Programa de Pós- Graduação em Arquitetura e Urbanismo
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