MODERNOS MÉTODOS DE RADIOLOGIA E IMAGINOLOGIA PARA USO ORTODÔNTICO CADA VEZ MAIS INTEGRA- ODONTOLOGIA E DA SAÚ- Ortodontia & Estética



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Transcrição:

Ortodontia & Estética CADA VEZ MAIS INTEGRA- DA ÀS DEMAIS ESPECIA- LIDADES DAS ÁREAS DA ODONTOLOGIA E DA SAÚ- DE, A ORTODONTIA VEM FAZENDO USO DAS NOVAS TÉCNICAS DA RADIOLOGIA E IMAGINOLOGIA, RAMOS DA CIÊNCIA QUE POSSIBI- LITAM UM PLANEJAMENTO MAIS SEGURO E EFICIENTE TAMBÉM AOS TRATAMENTOS ORTODÔNTICOS. MODERNOS MÉTODOS DE RADIOLOGIA E IMAGINOLOGIA PARA USO ORTODÔNTICO Coordenação de conteúdo: Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira Colaboração na matéria: Cesar Angelo Lascala Claudio Costa Daniela G. Garib Israel Chilvarquer Marcelo de Gusmão Paraíso Cavalcanti Rívea Inês Ferreira Base de toda a moderna cefalometria, os métodos radiográficos, ao lado das fotografias e dos modelos de gesso, são considerados elementos essenciais ao diagnóstico ortodôntico, uma vez que mostram além do que os olhos podem enxergar. A Radiologia convencional, por exemplo, delineia as estruturas mineralizadas da face em duas dimensões. Já a tomografia computadorizada mostra a imagem das estruturas craniofaciais em cortes em quaisquer dimensões do espaço, além de permitir reconstruir a imagem em três dimensões, imitando a anatomia do corpo humano em forma de imagem. Dessa forma, quanto mais visível for, melhor será a capacidade de definir o prognóstico e mais adequado será o plano de tratamento ortodôntico. A contribuição da Imaginologia, não só na Ortodontia como nas diversas áreas da Odontologia, se baseia no fato de ser um exame complementar não invasivo, capaz de avaliar o estado atual do paciente, orientando o tratamento a ser realizado 62

e sendo útil também na preservação dos casos terminados, destaca Cesar Angelo Lascala, professor livre-docente da Faculdade de Odontologia da USP e diretor clínico do Igeo - Instituto de Imaginologia Odontológica. Especificamente na Ortodont ia a sua aplicação é importante na avaliação das discrepâncias ósseas, dentais, acompanhamento do crescimento e sua relação com o tipo de tratamento, na avaliação da harmonia tecido duro - tecido mole, entre outras aplicações, acrescenta Lascala. A padronização dos procedimentos radiológicos, como um auxiliar no diagnóstico das desarmonias craniofaciais, começou a ser vislumbrada com os trabalhos de Broadbent, na década de 30. Nos dias atuais, graças ao grande desenvolvimento da tecnologia digital, nos deparamos com as técnicas de imagem capazes de reproduzir todas as estruturas anatômicas de um paciente com um perfeito isomorfismo e isometria. Dentre as técnicas, podemos citar a tomografia computadorizada helicoidal e a TC volumétrica, afirma Israel Chilvarquer, livre-docente em Radiologia e Imaginologia Odontológica, professor associado da disciplina de Radiologia da Fousp e diretor clínico do Indor Radiologia. Os estudos de Broadbent nos EUA, bem como os de Hofrath na Alemanha, também são lembrados por Claudio Costa, professor livre-docente da disciplina de Radiologia do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da USP e diretor clínico do CTA - Centro de Tomografia Avançada de São Paulo. Com a evolução das análises cefalométricas bidimensionais, representadas pelas telerradiografias em normas lateral e frontal, tanto a Ortodontia como a Ortopedia Funcional dos Maxilares determinaram padrões de normalidade e normas flutuantes para os diferentes grupos étnicos, informa. Das técnicas utilizadas, a tomografia computadorizada (TC) faz parte do dia-a-dia da Radiologia Odontológica e dos procedimentos ortodônticos. A TC é o exame de grande valia para a avaliação de estruturas ósseas e de anomalias no controle do tratamento. Em Ortodontia, uma nova metodologia de mensurações craniométricas em TC ESTUDO COMPARATIVO DOS TOMÓGRAFOS COMPUTADORIZADOS NEWTOM 3G E I-CAT NO PLANEJAMENTO EM ORTODONTIA ORTOINFORMAÇÃO Figura 1 Imagem 3D obtida no tomógrafo I-Cat. Figura 2 Princípio da TC Volumétrica (Cone-Beam). Figura 4 Cefalometria 3D. Imagens cedidas pelo doutor Claudio Costa. Figura 3 Tomógrafo I-Cat. 63

Ortodontia & Estética Figura 1 Reconstrução 3D. Figura 2 Análise cefalométrica 3D. Figura 3 Reconstrução 3D. Figuras 5 e 6 Análise cefalométrica 3D. Figura 4 Estudo da ATM. Figura 7 Estudo de área patológica. Figura 8 Prototipagem. Figura 9 Planejamento ortodôntico em cima da prototipagem. Figura 10 Planejamento de implantes em cima da prototipagem. Figura 11 Simulação virtual de implantes em cima da prototipagem. Imagens cedidas pelo doutor Cesar Angelo Lascala. 64

foi por nós validada, com vistas a sua aplicação para um futuro próximo. Isto CONE-BEAM incluindo diferentes projeções bidimensionais, cortes coronais, sagitais, fornecerá o alicerce necessário para o diagnóstico cefalométrico, comenta Marcelo de Gusmão Paraíso Cavalcanti, professor associado da disciplina de Radiologia do Departamento de Estomatologia da Fousp e coordenador do Laboratório de Imagem em 3D da Fousp. Em nosso livro Diagnóstico por Imagem da Face, um capítulo sobre a aquisição de imagem em TC e um outro dedicado exclusivamente a sua aplicação na Ortodontia demonstram claramente a importância deste link, acresenta. De fato, o uso da tomografia computadorizada em Ortodontia tem crescido nos últimos anos, por apresentar mais acurácia, precisão, sensibilidade e especificidade comparada às radiografias convencionais. Com ela, passamos a enxergar particularidades que nunca tínhamos visto antes. Essa maior capacidade de perceber os detalhes iniciais da anatomia e das irregularidades que o paciente apresenta vai alterar conceitos e paradigmas, redefinindo metas e planos terapêuticos na Ortodontia, assegura Daniela Gamba Garib, professora associada da Ortodontia na Unicid. Confirmando essa tendência, Rívea Inês Ferreira, professora associada do Programa de Mestrado em Ortodontia da Unicid, ressalta que com a utilização de imagens tridimensionais, as análises cefalométricas e as avaliações das condições de espaço existente no arco dental, da inclinação dos dentes, de rotações, da presença de contatos interproximais e de variações anatômicas, bem como o planejamento ortodônticocirúrgico, se tornarão cada vez mais aprimorados. Toda tomografia computadorizada gera imagens volumétricas, assim, a nomenclatura certa para a tomografia computadorizada utilizada em Odontologia é tomografia computadorizada de feixe cônico ou Cone-Beam. Esse exame radiográfico permite obter fatias de objeto, dessa forma o termo volumétrica não deve ser empregado ao prefixo computadorizada, visto que esta técnica intrinsecamente possibilita a reconstrução tridimensional do volume obtido. Tal emprego constitui pleonasmo, esclarece Cavalcanti. Nova metodologia na Odontologia de aquisição de imagem tomográfica, a técnica foi desenvolvida pela indústria, especificamente para a área da Odontologia, sendo uma derivação de um sistema que já era usado na área médica, para angiografia e mamografia. O Cone-Beam baseia-se em uma exposição única com o uso de um feixe de raios-x com formato cônico ao redor da cabeça do paciente. Consiste num tomógrafo relativamente pequeno e de menor custo, especialmente indicado para a região dentomaxilofacial. Isso permite ao final desta rotação de 360 graus, que a imagem tridimensional do paciente esteja à disposição na tela do computador para ser trabalhada, segmentada e analisada em qualquer plano ou incidência, explica Costa. Esse método de diagnóstico envolve a aquisição de várias imagens primárias similares a telerradiografias em norma lateral, por meio de um registro rotacional da cabeça do paciente. Conforme Rívea, as imagens primárias são empregadas para a produção de diversos modos de exibição de outras imagens, axiais e apresentações tridimensionais ou volumétricas. O Cone-Beam é capaz de capturar uma quantidade de informações de uma determinada parte do corpo por meio de um volume que pode ser de áreas pequenas ou do crânio todo. Uma vez escaneada a estrutura, um software é capaz de reproduzir com excelente resolução espacial todas as estruturas de forma proporcional (1:1), tamanho real, nos planos axiais, paraxiais, coronais e sagitais, complementa Chilvarquer. Segundo Daniela, o desenvolvimento dessa nova tecnologia está provendo à Odontologia a reprodução da imagem tridimensional dos tecidos mineralizados maxilofaciais, com mínima distorção e dose de radiação significantemente reduzida em comparação à TC tradicional. Além da área de Odontologia, a Otorrinolaringologia vai se beneficiar dessa nova tecnologia, uma vez que o aparelho é capaz de gerar imagens tridimensionais da região do osso occipital, destaca. TC VOLUMÉTRICA VERSUS TC HELICOIDAL Técnicas auxiliares para o diagnóstico cefalométrico, a TC volumétrica e a TC helicoidal têm características muito próprias. A volumétrica (Cone-Beam) promove a aquisição da imagem de todo o volume com uma única exposição em forma de cone, num único giro de 360 graus da fonte de raios-x em volta da cabeça do paciente, sendo um exame rápido (cerca de 32 segundos) e prático, sem causar qualquer desconforto para o paciente. ORTOINFORMAÇÃO 65

Ortodontia & Estética Por outro lado, para a aquisição do volume total da cabeça na tomografia computadorizada helicoidal (fanbeam), a técnica utiliza-se da sistemática de vários giros de 360 graus da fonte de raios-x em torno da cabeça do paciente, sendo possível a observação das estruturas em 3D após aplicação de software para reformatação. Isso acarreta uma dose de radiação cerca de 350 vezes maior do que na tomografia volumétrica, principalmente quando esta é feita com campo de aquisição limitado, diz Lascala. Na Tabela 1 podem-se observar as principais diferenças entre as duas técnicas. Conforme Chilvarquer, a TC é uma técnica que incorpora os princípios de digitalização direta de imagem, ou seja, são imagens eletrônicas obtidas por meio de radiografias seccionais de uma determinada parte do corpo humano. A tomografia volumétrica captura um volume de informações e posteriormente realiza secções do corpo em todos os planos. Ambas as técnicas possuem a habilidade de reformatar com precisão todas as estruturas do complexo maxilomandibular. Sua grande diferença está no formato de aquisição. Na TC helicoidal colocamos o paciente em decúbito dorsal. Já na volumétrica, a captura geralmente é feita com o paciente sentado, ou seja, de uma forma mais confortável, orienta. Outro aspecto importante ressaltado é a resolução de contraste: maravilhosa para tecidos duros na TV quando comparada a TC. Já para tecidos moles a TC é mais indicada. A dose de exposição TABELA 1 - QUADRO COMPARATIVO ENTRE A TC TRADICIONAL E A TC DE FEIXE CÔNICO (FONTE: GARIB ET AL. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔ- NICO (CONE BEAM): ENTENDENDO ESTE NOVO MÉTODO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM COM PROMISSORA APLICABILIDADE NA ORTODONTIA. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL 2007;12:139-56) Dimensão do aparelho Aquisição da imagem Tempo de escaneamento Dose de Radiação Custo fi nanceiro do exame Recursos do exame Qualidade da imagem Produção de artefatos TC tradicional - grande - permite exame do corpo todo - diversas voltas do feixe de raios-x em torno do paciente - cortes axiais -1 segundo multiplicado pela quantidade de cortes axiais necessárias - exposição à radiação ininterrupta - alta - alto - reduzido - reconstruções multiplanares e em 3D - boa nitidez - ótimo contraste - validação das avaliações quantitativas e qualitativas - muito artefato na presença de materiais metálicos TC de feixe cônico - mais compacto - permite apenas exame da região de cabeça e pescoço - uma volta do feixe de raios-x em torno do paciente - imagens bases semelhantes à telerradiografi a - 10-70 segundos de exame - 3-6 segundos de exposição à radiação - menor, aproximadamente 15 vezes reduzida em relação à TC helicoidal - reconstruções multiplanares e em 3D, além de reconstruções de radiografi as bidimensionais convencionais - boa nitidez - baixo contraste entre tecido duro e mole - boa acurácia - pouco artefato produzido na presença de metais também é bem menor na TV, embora o risco radiobiológico é uma função da dose estocástica, ou seja, cumulativa. O nosso DNA é capaz de se defender em doses altas, assim como em baixa dose também. Devemos sempre pensar no conceito de Alara: ou seja, quanto menor a dose, melhor será. Portanto, o bom senso deve imperar na necessidade e na oportunidade da indicação destes métodos, completa Chilvarquer. Já para Cavalcanti, os termos não devem ser comparados, visto que ambos constituem a mesma coisa. A aquisição da tomografia computadorizada por feixe cônico é realizada por uma projeção e a reconstrução das imagens originais é feita posteriormente. Na TC helicoidal (espiral), a reconstrução é realizada simultaneamente no ato da aquisição dos cortes. Ambas são tomografias computadorizadas, portanto a aquisição será sempre volumétrica, pondera. De acordo com Rívea, a tomografia computadorizada helicoidal não foi originalmente desenvolvida para diagnóstico em Odontologia. Desse modo, em primeira análise, constatam-se as diferenças na técnica de aquisição de imagens. No entanto, mais importante seria destacar que a tomografia computadorizada de feixe cônico requer menor dose de radiação ionizante e menos exposição do paciente, pela colimação do feixe primário para a área de interesse; propicia a captura de imagem em um curto intervalo de tempo (menos de um minuto) e os custos para a solicitação dos exames são relativamente mais baixos. Além disso, a tomografia computadorizada de feixe cônico proporciona maior resolução de imagem e reduz os artefatos de técnica que possam interferir no diagnóstico, enumera. 66

Caso 1 Reconstruções multiplanares e em 3D demonstrando medida craniométrica Zm-Zm (zigomático maxilar) representando a distância entre os pontos Zm direito e Zm esquerdo, representando a largura maxilar. Caso 2 Dente supranumerário em posição transversa representado em imagem axial, corte coronal panorâmico e cortes parasagitais. Caso 3 Reconstrução em 3D por meio de tomografi a computadorizada por feixe cônico demonstrando a medida angular N-A-Pg. ORTOINFORMAÇÃO Imagens cedidas pelo doutor Marcelo de Gusmão. EXPOSIÇÃO E RESOLUÇÃO DE CONTRASTE A dose de radiação recebida pelo paciente quando do uso da tomografia computadorizada volumétrica equivale aproximadamente de duas a seis panorâmicas, enquanto na tomografia computadorizada helicoidal essa dose ultrapassa a 300 panorâmicas. Com relação à resolução espacial, esses métodos são equivalentes (geralmente utilizam 12 a 14 bits, ou seja, 4096 a 16384 tons de cinza) e o contraste para tecidos moles é superior para a TC volumétrica em função da baixa dose de radiação, afirma Costa. Para a obtenção das imagens na TC volumétrica para posterior reconstrução, a tomada radiográfica se faz com uma dose muito menor de radiação, que é equivalente aproximadamente a dose de três tomadas radiográficas panorâmicas, ou seja, uma dose muito pequena comparativamente àquela da TC helicoidal. De acordo com Lascala, a resolução de contraste, por se tratar de imagens digitais, por meio das ferramentas de software é passível de qualquer tipo de ajustes e/ou correções, possibilitando a obtenção de imagens com resoluções apropriadas para as diversas finalidades. Vale destacar que a dose de radiação efetiva da tomografia computadorizada Cone-Beam varia de acordo com a marca comercial do aparelho e com as especificações técnicas selecionadas durante a tomada (campo de visão, tempo de exposição, miliamperagem e quilovoltagem). Porém, de um modo geral, ela mostra-se significantemente reduzida em comparação à tomografia computadorizada tradicional, ressalta Daniela. Ela acrescenta que quando com- 67

Ortodontia & Estética parada às radiografias convencionais, a dose de radiação da TC de feixe cônico mostra-se menor que a dose de radiação do exame periapical da boca toda ou equivale a aproximadamente quatro vezes a dose de uma radiografia panorâmica. Por outro lado, em comparação a uma radiografia convencional, o potencial do exame de tomografia computadorizada em prover informações complementares é muito superior. Junto ao exame de TC do feixe cônico, o profissional pode obter reconstruções de todas as tomadas radiográficas convencionais odontológicas (panorâmica, PA, telerradiografia em norma lateral, periapicais, bite-wings e oclusais) somadas às informações ímpares fornecidas pelas reconstruções multiplanares e em 3D. Daniela acrescenta que quanto à qualidade da imagem, a tomografia computadorizada de feixe cônico apresenta uma alta resolução. A imagem é nítida e permite delinearmos o esmalte, a dentina, a cavidade pulpar, o Imagens enviadas pela doutora Rívea Ferreira. espaço periodontal e o osso alveolar. Para Cavalcanti, a dose ainda constitui motivo de preocupação por ser elevada, entretanto melhorias significativas nas técnicas de aquisição, algoritmos de reconstrução e engenharia de hardware têm proporcionado sensível redução nas doses. A resolução de contraste é extremamente elevada, o que torna a TC a técnica de eleição para a detecção de lesões pequenas/intraparenquimatosas, adverte. INDICAÇÕES A imagem da reconstrução tridimensional (A), que registra a assimetria facial por hiperplasia do côndilo esquerdo, proporcionou a confecção do biomodelo (B) utilizado no planejamento cirúrgico. Estas ilustrações foram gentilmente cedidas pelo professor doutor Márcio de Moraes, responsável pela intervenção cirúrgica, e pelo doutor Fábio Ricardo Loureiro Sato - Área de Cirurgia Bucomaxilofacial, Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Unicamp. A TC volumétrica tem aplicação em todas as áreas da Odontologia. Embora hoje a maior demanda esteja concentrada nas áreas da Implantodontia, Ortodontia e Cirurgia. Costa informa que atualmente 90% dos exames de tomografia computadorizada volumétrica se destinam ao planejamento para implantes, 5% para estudos da ATM e os demais 5% são solicitados para localização de dentes não irrompidos, localização do trajeto do canal mandibular para cirurgias de terceiros molares inferiores, diagnóstico bucal (cistos, tumores, lesões ósseas), pesquisa de fraturas radiculares ou lesões apicais. A tendência é o aumento no uso por outras especialidades como a Ortodontia, uma vez que essa tecnologia permite estudar qualquer área da maxila ou da mandíbula com o auxílio do software, lembra Costa. Na Ortodontia, segundo Daniela, a tomografia computadorizada pode ser indicada ainda nas seguintes situações: 1. Avaliação do posicionamento tridimensional de dentes retidos, e sua relação com os dentes e estruturas vizinhas. 2. Avaliação do grau de reabsorção radicular de dentes adjacentes a caninos retidos. 3. Visualização das tábuas ósseas vestibular e lingual e sua remodelação após movimentação dentária. 4. Avaliação das dimensões transversas das bases apicais e das dimensões das vias aéreas superiores. 5. Avaliação da movimentação dentária para região de osso atrésico (rebordo alveolar pouco espesso na direção vestibulolingual) ou com invaginação do seio maxilar. 6. Avaliação de defeitos ósseos na região de fissuras lábio palatais. 7. Análise quantitativa e qualitativa do osso alveolar para colocação de miniimplantes de ancoragem ortodôntica. As imagens por tomografia computadorizada de feixe cônico são muito valiosas para a localização da origem e avaliação da magnitude de alterações dentoesqueléticas e maxilofaciais. As imagens tridimensionais podem ser 68

manipuladas em qualquer direção, o Mais que isso, os protótipos já tual (dados matemáticos obtidos pelas que oferece considerável informação ao começaram a substituir os modelos em tomografias helicoidal ou volumétrica). ortodontista, sem restrição do tempo de gesso obtidos por meio de moldagem, Segundo Chilvarquer, as indicações são avaliação clínica. A análise dos resulta- informa Lascala. Trata-se de uma inúmeras, dentre elas pode-se citar o dos pode ser executada facilmente pela técnica de produção de modelos físicos planejamento cirúrgico (osteotomias, comparação visual das imagens pré e a partir de imagens volumétricas. É in- ressecções); confecções de próteses das pós-tratamento, afirma Rívea. dicada para visualização e planejamento ATMs; cirurgia ortognática; distração Os dados tridimensionais por pré-cirúrgico, confecção de próteses, osteogênica; e, finalmente, um excelente tomografia computadorizada de feixe modelos de guias para colocação de método para orientação pré-operatória cônico expandiram as capacidades de implantes dentários, e redução de tempo para os pacientes. diagnóstico, possibilitando a avaliação cirúrgico, segundo Cavalcanti. Por reproduzirem a anatomia do do osso alveolar em todos os aspectos Na verdade, prototipagem é a complexo craniofacial, os protótipos (largura mesiodistal e vestibulolingual, construção por meio de um robô de uma ou biomodelos auxiliam no diagnóstico fenestrações e deiscências); estimativas cópia fiel da peça anatômica escaneada e planejamento de alterações dentoes- da posição e do tamanho dos dentes no tomógrafo computadorizado. Esse queléticas que requerem intervenção sob movimentação ortodôntica; a protótipo pode ser confeccionado em cirúrgica. Outra indicação, que envolve localização de dentes impactados ou resina, gesso aditivo ou outros materiais a Ortodontia, seria o planejamento dos supranumerários; melhor visualização na dependência do equipamento de casos de fissuras lábio palatais. de reabsorções radiculares e a análise prototipagem utilizado e do método de Para ilustrar a utilização da pro- da forma do palato, da morfologia dos construção do modelo sólido (esteroli- totipagem, apresenta-se o caso de um sítios para implantes ou osteotomias, do tamanho, forma e posição dos côndilos mandibulares, da morfologia, inclinação, deslocamento ou desvio do corpo e do ramo da mandíbula. Além tografia, sinterização a laser etc.). O uso da prototipagem é indicado nos planejamentos cirúrgicos como enxertos, cirurgias de anquilose, remoção de tumores, cirurgias ortog- paciente adulto, do sexo masculino, que procurou a Área de Cirurgia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Unicamp devido à assimetria e aumento de volume na região ORTOINFORMAÇÃO disso, a identificação do perfil facial náticas, construção de guias cirúrgi- do côndilo esquerdo. Este paciente foi tegumentar e de pontos anatômicos com cas de orientação para colocação de encaminhado a um ortodontista para maior precisão aprimora as análises implantes (ex: sistemas NobelGuide, a realização do preparo pré-cirúrgico. cefalométricas SliceGuide). A principal vantagem é Após esta fase, foi solicitada tomografia a redução no tempo clínico/cirúrgico computadorizada de face com cortes PROTOTIPAGEM e antecipação dos resultados obtidos de aproximadamente 0,5 mm e, então, na simulação realizada no protótipo, produzido o biomodelo (Figuras A e B). Por meio da reconstrução e da esclarece Costa A cirurgia foi executada previamente no obtenção das imagens tomográficas em O protótipo representa a répli- biomodelo, inclusive com a modelagem 3D é possível fazer a reprodução das ca da imagem tridimensional. Um das placas de fixação que foram utili- mesmas em modelos acrílicos (protóti- neurocirurgião utiliza a tecnologia da zadas na fase transcirúrgica., informa po), que reproduzem a área de interesse, prototipagem para reconstruir parte do Rívea. O emprego de biomodelos facilitando o planejamento do tratamen- crânio que foi perdido em um acidente. proporciona maior precisão das técnicas to objetivados pelo cirurgião-dentista, Na Ortodontia, os modelos de estudo cirúrgicas, agiliza os procedimentos e principalmente em cirurgias de implante podem ser confeccionados por meio da minimiza os riscos transcirúrgicos, e reconstrutivas. Esse protótipo é cons- prototipagem da imagem de TC da face acrescenta. truído com o auxílio do software da TC do paciente, ressalta Daniela. volumétrica, que praticamente esculpe Para a confecção de protótipos os OUTROS MÉTODOS o modelo em resina a partir das imagens modelos físicos (protótipos) utilizados tomográficas em 3D. são gerados a partir de um ambiente vir- Desde a década de 90, os métodos 69

Ortodontia & Estética de diagnóstico por imagem em Odontologia experimentam substancial avanço tecnológico. As imagens, antes estáticas, possibilitam atualmente os mais variados tipos de manipulação - com o propósito de aumentar a acurácia para diagnóstico - e de técnicas que minimizam os riscos decorrentes da exposição à radiação ionizante. Os métodos modernos de diagnóstico por imagem têm beneficiado o planejamento ortodôntico sob diferentes aspectos. A aquisição de radiografias panorâmicas e telerradiografias pode ser realizada com sensores digitais, o que propicia o melhoramento da imagem e a aplicação de diversas ferramentas disponibilizadas por softwares específicos para Ortodontia. As imagens por ressonância magnética conferem um registro fidedigno das articulações temporomandibulares nos casos de desordem temporomandibular. No entanto, convém lembrar que a tomografia computadorizada de feixe cônico guarda o potencial de transformar sensivelmente o diagnóstico em Ortodontia, alerta Rívea. Na Ortodontia, a possibilidade das análises cefalométricas, superposição de fotografias, análise de tecido mole agora podem ser conduzidas não em uma telerradiografia convencional, mas sobre uma imagem 3D, o que irá trazer maiores subsídios e precisão para uma avaliação e planejamento mais apropriados. Hoje já existem softwares capazes de analisar as reconstruções 3D para aplicação cefalométrica, comenta Lascala. As telerradiografias digitais permitiram a inserção direta da imagem em softwares de cefalometria, eliminando-se a digitalização da telerradiografia convencional realizada com o uso de filmes. O uso de filtros presentes nos softwares possibilitaram uma maior acurácia e reprodutibilidade dos pontos cefalométricos marcados sobre a imagem e o compartilhamento das informações em tempo real, completa Costa. Já Daniela, ressalta que a ressonância magnética (RM) consiste em outro sofisticado meio de diagnóstico com aplicabilidade em Ortodontia. Como a indicação da RM é mostrar tecido mole, sua indicação na Ortodontia/Odontologia é bastante específica: para avaliação do disco articular da ATM, explica. Podemos citar outra gama de exames imaginológicos importantes, tais como técnicas digitais diretas (panorâmica, telerradiografias, exames de ATM), tomografias computadorizadas ressonância magnética, ultra-sonografia, diz Chilvarquer. Todos estes métodos possuem indicações específicas como auxiliares de diagnóstico para o planejamento e tratamento de todas as possíveis afecções que ocorrem nos nossos pacientes. Sempre é bom lembrar que o máximo de validade de qualquer exame é diretamente proporcional a nossa capacidade de interpretá-lo. Daí o fato do cirurgião-dentista procurar sempre estar atualizado sobre estas modalidades de diagnóstico e possuir um radiologista no seu grupo de trabalho, acrescenta. TENDÊNCIAS A utilização de novas tecnologias, o desenvolvimento da Radiologia Digital para a realização das técnicas radiográficas convencionais e o surgimento da tomografia computadorizada volumétrica com a possibilidade de utilização da cefalometria 3D representam um salto de qualidade dentro do diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico. Isto será, sem dúvida alguma, absorvido paulatinamente pelos profissionais deste século 21, que afinal de contas é o século da comunicação, reflete Costa. Antes, porém, de indicar a TC de feixe cônico, seria coerente que o profissional avaliasse cuidadosamente a relação custo-benefício deste exame complementar. Convém perguntar se a TC vai contribuir para o diagnóstico a ponto de mudar o plano de tratamento. Diante de uma resposta positiva, o exame de TC deve ser indicado, orienta Daniela. De acordo com Lascala, a nova metodologia é mais simples e oferece menor dose de radiação, menor tempo de aquisição, maior possibilidade de trabalhar as imagens e obtenção de imagens na proporção 1:1, a partir de reconstruções que podem ser seqüenciais com a resolução de cortes de 1 em 1 mm do objeto. Além de todas as vantagens da TC volumétrica, gostaríamos de destacar a diminuição do custo deste tipo de exame para o paciente, tornando esse método imaginológico aquele que oferece mais informações para o clínico, sendo ainda mais acessível ao paciente, explica. De fato, na nossa experiência mais recente temos verificado um aumento significativo do pedido de utilização de tomografias computadorizadas volumétricas nas solicitações de documentações ortodônticas, conclui. 70

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